Copo de 3: 2005

31 dezembro 2005

PROVA Pera Manca 1997

Provar um grande vinho é sempre uma boa maneira de acabar o ano 2005, e começar em beleza o ano de 2006.
Mais uma vez a escolha foi um Pêra Manca, vinho que não precisa de muitas apresentações...
Feito com Aragonês e Trincadeira, apresenta-se com 14,5% , o vinho foi decantado, tendo a garrafa o número 929.
Mostrou-se muito complexo e intenso de aromas, com a fruta vermelha em compota de grande qualidade, alguma marmelada, com o trabalho de madeira muito bem integrado no conjunto com notas muito finas de torrados, baunilha.
Aberto quase 4 horas antes, o vinho não pára de mostrar novos aromas mostrando um bouquet de grande complexidade e qualidade, com mais chocolate, caramelo, especiarias (canela, cravinho, pimenta), tabaco (charuto) tudo em grande harmonia e que apetece cheirar e voltar a cheirar, pode-se tornar um vício...
Na prova de boca tem entrada de grande nível, torrados aliadas a chocolate e fruta em compota com algum vegetal, mostrando taninos sedosos, uma boca de luxo, frescura presente e a suficiente para que o vinho se mantenha agradável e sem se tornar enjoativo. Final de boca muito elegante e muito persistente, ligeiramente apimentado, no final apetece abrir mais uma garrafa.
Mostrou qualidades que só alguns vinhos conseguem atingir, justificando o motivo do seu estatuto de ícone da enologia em Portugal. Este 1997 custou 32€ na adega na altura do seu lançamento, justificando na sua plenitude o investimento feito, fora das loucuras dos 150€ que depois se pedem por ele.
Mas penso que não devemos tirar méritos a um vinho que os tem e não são poucos...a nota fala por si... 19

PROVA Fillaboa Albariño 2004

Das famosas Rias Baixas na vizinha Galicia, vem das Bodegas Fillaboa, com uma produção de 190.000 garrafas, esta com o número 85154, com 12% e uma tonalidade amarelo de fraca intensidade e rebordo esverdeado.
De aromas intensos, com destaque para fruta tropical bem madura (líchias, banana, ananaz, manga) em conjunto com aromas florais, toque a mel, muito fresco de aromas com final mineral.
Na prova de boca tem corpo mediano, com presença de fruta tropical (ananaz, manga) mostrando-se fresco e de boa prova na boca com a acidez muito bem colocada no conjunto, leve mineral acompanhado de um ligeiro sabor a lima, com persistência final alta.
Belo Albariño de uma das mais famosas casas de Galicia, com um preço aproximado de 8€ é uma excelente aposta. 16,5

29 dezembro 2005

PROVA Touriga Nacional

Relativamente à casta do mês de Dezembro, Touriga Nacional, foi realizada esta prova cega com alguns exemplares do Alentejo.
Decantados os vinhos cerca de 1 hora antes, colocados em decanters númerados. Por ordem de prova os vinhos foram:

Cooperativa de Borba Touriga Nacional 2003

De tonalidade ruby, intensidade média, com 4 meses de estágio em carvalho francês, de boa intensidade aromática, com fruta negra madura, ligeira compota, vegetal e algum floral. Mostrou com o tempo alguns aromas balsâmicos a mentol, especiarias, poejo, leve torrado, fumo, tabaco, leve toque de baunilha, num perfil correcto e fresco. Na prova de boca, mostrou corpo médio, com fruta presente, fresco, persistência final média com ligeira adstringência vegetal. Falta tempo para equilibrar um pouco mais o conjunto que se mostrou com bom nível durante toda a prova, acabando por ficar em último na prova.Um vinho que custa cerca de 6€ na Wine Shop da Cooperativa. 16

Monte Seis Reis Touriga Nacional 2003

De coloração ruby escuro muito concentrado, teve estágio em barrica de carvalho francês durante 8 meses, apresenta-se com 14,5% e uma tonalidade granada escuro, mostrando-se muito concentrado. Na prova de nariz, é muito intenso de aromas, com fruta negra madura,alguma marmelada, notas de pastelaria, fumo, torrados, leve especiarias ligam com violetas, eucalipto e fundo com lembrança a iodo, tudo num conjunto muito forte. Na prova de boca tem corpo médio/forte, fruto a marcar presença, leve adstringência vegetal, com frescura, final persistente e balsâmico (eucalipto). É um vinho cheio de força, ainda um pouco escondido e com tempo pela frente...segundo lugar, custando cerca de 15€ na loja do Monte Seis Reis. 17,5


Herdade das Servas Touriga Nacional 2003

Provado novamente este vinho, que teve estágio de um ano em barrica nova de carvalho francês (70%) e americano (30%), com 14,5% e uma tonalidade ruby escuro, com rebordo violeta. No nariz mostrou-se intenso e fresco, com entrada a fruta negra muito bem integrada com aromas a baunilha, violetas, ligeiro torrados num vinho muito fresco de aromas, abrindo para aromas de chocolate, café, tabaco, e final mentolado, com perfil fino e equilibrado de grande qualidade. Na boca tem corpo médio/encorpado com taninos muito delicados, ligeiramente mentolado com frescura no ponto, equilibrado no conjunto boca/nariz com persistência final média/alta. Foi um vinho que pelo seu equilibrio e harmonia de conjunto foi escolhido como vencedor da prova. Tem um preço de 13,5€ na loja da Herdade das Servas. 17,8

Dolium Selectio Touriga Nacional 2003

Do produtor Eborae Vitis e Vinus, temos este Dolium Selectio Touriga Nacional 2003, com 13,5% e uma tonalidade granada escuro. Na boca mostrou entrada com fruta negra madura em conjunto com alguma baunilha, ligeiro balsâmico(mentol) com vegetal, presença da madeira, torrado, tabaco, chocolate acabando com um final mineral. Na boca tem corpo médio/encorpado com mentol presente em conjunto com a fruta e torrados da madeira, tudo em grande harmonia com acidez a dar frescura correcta ao vinho, com final ligeiramente mineral. Mostra-se um vinho harmonioso de nariz e boca, dando uma prova muito boa neste momento, mostrando um perfil algo diferente dos restantes, mas que não foi o suficiente para vencer a prova, custou em garrafeira cerca de 18€, ficando em terceiro lugar na prova. 17

Um factor interessante é que com a mesma casta, e com vinhos quase todos da mesma zona, as diferenças que se notam nos vinhos são mais que óbvias. A palavra Terroir, aliada à mão de diferentes enólogos são a explicação, mas a qualidade é alta e recomenda-se, afinal todos diferentes todos iguais.

28 dezembro 2005

PROVA Casa de Santa Vitória 2003

Depois de provado o Insólito, é provado agora o vinho da gama média, o Casa de Santa Vitória 2003.
Elaborado com as castas Trincadeira, Aragonês e Syrah, tem estágio de um ano em barricas novas de carvalho americano e francês, apresentando-se com uma tonalidade ruby escuro e 14%
No nariz tem uma intensidade média, com fruta (ameixa, groselha, amora), fumo, torrados, ligeira baunilha com toque vegetal, toffee, algum chocolate e ligeira especiaria.
Na boca, mostra corpo mediano, com presença da fruta, fresco e suave dando uma prova agradável com presença de especiaria e chocolate, com um final de boca médio/longo, com um preço de 4,50€.
15

PROVA Attelea Tempranillo Roble 2004

Vinho das Bodegas Ruiz Torres, da zona Espanhola de Ribera del Guadiana, elaborado com Tempranillo.
Teve estágio de 45 dias em barrica de carvalho, apresenta-se com uma tonalidade ruby escuro e 12,5%.
No nariz apresenta-se com fruta madura, leve toque a baunilha com ligeiro toque floral.
Na boca tem corpo médio/fraco, frutado, com leve adstringência no final de boca.
Com um preço de 3,40€ é um vinho simples e correcto sem acrescentar nada de novo. 13

27 dezembro 2005

PROVA Wente Vineyards Chardonnay 1998

Este Chardonnay proveniente da Califórnia, Central Coast, apresentando-se com 13,5% e uma tonalidade amarelo dourado, de mediana intensidade e de aspecto glicérico.
Mostrou-se no nariz com aroma de intensidade média/baixa, fruta branca presente (melão e pêra), leve floral em conjunto com uma baunilha derivada da madeira, presente e bem integrada no conjunto.
Na boca mostra-se de corpo médio/fraco, tem boa entrada com fruta presente em conjunto com uma acidez presente a dar uma frescura agradável ao conjunto, suave e fino, com final de boca com persistência final média/alta.

14,5

26 dezembro 2005

PROVA Beaujolais Nouveau 2005

Beaujolais [BOE-zjoh-lay] Nouveau é proveniente da região Francesa de Beaujolais, que recebe o nome devido à localidade de nome Beaujeu, onde as uvas são por lei, apanhadas manualmente, e sai sempre para o mercado na terceira terça-feira de Novembro.
São vinhos elaborados pelo processo de maceração carbónica com o objectivo de extrair côr, aromas, colocando a adstringência de lado, onde a uva Gamay é protagonista.
Apresenta-se com bonita tonalidade ruby e 12%.
Muito aromático, com muita fruta vermelha bem madura presente (amora, framboesa, morango), ao lado de uns aromas florais bem ligados com o conjunto, num vinho que se mostra fresco de aromas e muito agradável.
Na boca, mostra-se com fruta bem presente, suave e fresco na boca, com final médio e bastante frutado, com preço de 4,80€.
14,5

PROVA Moselland Divinum Qualitatswein Trocken Riesling 2004

Vinho da Alemanha da zona de Mosel, elaborado com a casta Riesling, considerada por muitos como a mais nobre casta branca.
Com uma tonalidade amarelo pálido, com rebordo esverdeado e 12,5%.
Mostrou-se com média intensidade de aromas, fruta (maçã verde, pêra), floral, com leve mineral mostrando-se tudo bastante equilibrado e agradável.
Na boca tem entrada leve, frutado e agradável, rico e saboroso com final mediano e levemente seco no final.
Um vinho de entrada no mundo dos Riesling que deu vontade de repetir.
14,5

24 dezembro 2005

PROVA Royal Tokaji Blue Label, Aszú 5 puttonyos 1996

Proveniente da Hungria, este vinho chamado de Tokaji é um vinho doce, elaborado a partir de uvas Aszú afectadas pela chamada Botrytis (podridão nobre), e antigamente foi aclamado como o vinho dos Reis.
A sua existência esteve em causa, e voltou a aparecer nova colheita em 1990.
Em prova está a colheita de 1996 classificada como Muito Boa.
Este vinho apresentou-se com 10.5% e uma tonalidade âmbar de intensidade média com rebordo lembrando cobre.
Mostrou-se com grande intensidade aromática, casca de laranja em grande destaque, juntamente com aromas de fruta (citrínos), frutos secos, caramelo, tabaco, resina acompanhada de alguma especiaria e leve iodo no final, com um perfil fresco e muito intenso.
Na prova de boca, é fresco e equilibrado no seu conjunto, elegante com presença de fruta (laranja), mel, iodo, frutos secos, muito elegante e doce, com final muito longo mostrando-se um vinho de elevado nível de qualidade.
18,5

PROVA Tapada de Coelheiros Garrafeira 1996

Este vinho que já foi considerado como um dos melhores de Portugal, vencedor de inúmeros prémios, e muito bem visto pela crítica, é agora aqui provado.
Elaborado com Cabernet Sauvignon e Aragonez, tem estágio em madeira, mostra uma tonalidade granada escura e apresenta-se com 13%.
No nariz entrada com fruta em compota (ameixa), acompanhada de alguma baunilha bem integrada com a fruta, ligeiro vegetal acompanhado de especiarias (pimenta, cravinho, canela), algum floral abrindo para aromas de chocolate, ligeiro torrado, com um fundo balsâmico a dar frescura ao conjunto.
Na prova de boca corpo médio, com presença da fruta, leve vegetal na entrada de boca, redondo, afinado, no ponto para ser aberto, frescura presente num vinho bastante elegante e harmonioso com final de boca longo.
Um vinho bastante complexo e elegante que não vale a pena esperar mais por ele. 17,5

PROVA Geyser Peak Reserve Alexander Valley Chardonnay 2000

Mais um Chardonnay, desta vez com origem na Califórnia, na zona de Alexander Valley.
Com 9 meses de estágio em barrica, 40% carvalho Francês e 60% carvalho Americano, apresenta-se com uma tonalidade amarelo dourado de média intensidade, com 13,5%.
No nariz mostrou-se com boa intensidade de aromas, fruta madura (pêra, melão, maçã) que aparece em conjunto com leve amanteigado, uns aromas muito elegantes e bem interligados de baunilha, tosta, algum mel, com a casta sempre presente em conjunto com um belo trabalho de madeira. Bouquet de grande nível, muito harmonioso e elegante.
Na prova de boca tem uma entrada fresca e frutada, muito bem equilibrado e cheio de harmonia entre nariz e boca, com a fruta também aqui a marcar presença aliada a uma acidez bem integrada que dá a frescura certa ao vinho. Mostra-se amanteigado, rico e cremoso, com final cheio e bastante persistente, num grande chardonnay.
18

PROVA Labouré-Roi Le Beaunois Chablis 2004

«Le Beaunois» é o antigo nome que designa o Chardonnay na região de Chablis, já que parece ter sido trazido por monjes da cidade de Beaune que trouxeram a casta na idade média.
As uvas são colhidas, perto da cidade de Chablis, proveniente de solos com presença de fósseis de ostras.
Apresenta uma tonalidade dourada de concentração média/fraca com rebordo esverdeado, com 12,5%.
Na prova de nariz mostra-se com uma intensidade aromática média/alta, com fruta madura (ananaz, limão, líchia), lembrança floral, leve presença de frutos secos com final mineral.
Na boca não se mostra tão bem como no nariz, tem fruta presente em conjunto com uma acidez a dar frescura ao conjunto, que se mostra simples, directo e bem feito, com harmonia de conjunto e persistência final média, com final mineral.

15

23 dezembro 2005

PROVA no Solstício de Inverno

Mais uma prova realizada no passado dia 21 de Dezembro, desta vez com o pretexto de comemorar o Solstício de Inverno.
Há milhares de anos a humanidade festeja o nascimento do sol como sendo o acontecimento mais importante da Terra.
A palavra "solstício" deriva do latim que significa "o sol se detém", ocorrendo anualmente no período que varia de 17 a 25 de Dezembro, dependendo do ciclo solar de cada ano. Este ano foi dia 21 de Dezembro.
O Solstício deve ser comemorado com "ágapes solsticiais" Não é reunir-se para comer, mas sim reunir-se para compartilhar, agradecer e unir energias a serviço do Superior e a ajuda a humanidade. E com este motivo, compartilhar uma comida simples.
Reunindo o grupo de amigos, a prova cega seria temática dedicada a vinhos de 1999, onde por curiosidade todos os vinhos teriam 13% , estágio em madeira, e onde apenas variava a sua região de origem.
Os vinhos foram abertos e decantados cerca de uma hora antes da prova, colocados em decanters identificados por cores, sem que os restantes provadores soubessem a identidade dos vinhos.

Quinta de Cabriz - Virgílio Loureiro Escolha Pessoal 1999 - Dão
Garrafa com o número 3368, apresenta-se com 13% e uma tonalidade granada, com rebordo levemente atijolado, mostrando já alguma evolução.
No nariz boa entrada a frutos silvestres maduros, compota, leve baunilha acompanhados de leves torrados, madeira muito bem integrada no conjunto, com final especiado e leve balsâmico. Um bouquet de grande nível, muito elegante e sedutor.
Na prova de boca, mostrou-se com corpo médio, fino na boca, elegante, sedoso e fresco. Tem a fruta presente, com alguma especiaria, leve torrado acompanhado de um final mentolado. Final de boca médio/longo, com um vinho em grande forma, mostrando-se ainda apto para passar mais uns tempos na garrafeira.
16,5

Tapada do Chaves Reserva 1999 - Alentejo
Apresenta-se com tonalidade ruby escuro, e 13%
No nariz, entrada com fruta negra madura (amora) em compota, toque floral (esteva), fresco de aromas, especiarias, torrados da madeira, algum chocolate acompanhado de fumo.
Na boca tem corpo médio, fruta presente, leve chocolate e alguma madeira, tudo em grande harmonia, com acidez a dar frescura ao conjunto, boa estrutura na boca, final de boca médio/longo equilibrado e vivo.
Pelo que mostrou tem ainda muito que mostrar, acabou por ser o primeiro vinho a ser identificado pela sua região, sendo o vinho que mais agradou à maioria dos provadores.
17

Calheiros Cruz Grande Escolha 1999 - Douro
Tonalidade ruby escuro, com 13%
Prova de nariz, mostrou-se com fruta em compota, tabaco, ligeiros torrados e algum floral, muito mais discreto que os anteriores vinhos, bom perfil neste vinho que se mostrou muito tímido durante toda a prova.
Na boca, corpo mediano, a dar muito boa prova, com final de boca médio/baixo.
O vinho mostrou-se elegante, equilibrado, muito suave e muito polido, foi classificado como o último destes três vinhos. 16


No final da prova cega, foi ainda colocado na mesa um outro vinho, que viria a ser um Mauro 2000, um Vino de la tierra de Castilla e Leon, das Bodegas Mauro.
Elaborado com 90% Tempranillo, 2% Garnacha e 8% Shiraz , apresentou-se com 13,5% e uma tonalidade ruby muito concentrado.
Choque de fruta negra no nariz, bem madura, ligeira compota/marmelada acompanhada de ligeira especiaria em conjunto com torrados, abrindo para alguma baunilha, balsâmicos (mentol) e um pouco de café. Mostra um bouquet muito carregado e intenso, que precisa de muito tempo para se desenrolar no copo.
Na boca mostrou-se de corpo médio, com presença da fruta em compota, acidez a dar frescura ao vinho, ligeiro toque balsâmico acompanhado de um ligeira adstringância no final que em nada incomoda a prova.
Persistência final média/alta, num vinho em que está tudo muito bem ligado, com grande perfil, e que não vira cara a mais uma estadia na garrafeira. 17

Festas Felizes...


O Copo de 3, deseja a todos os leitores deste espaço e respectivas famílias, um feliz Natal e um próspero ano novo, cheio de saúde e felicidade.

22 dezembro 2005

PROVA Insólito 2004

Vinho de um novo produtor Casa de Santa Vitória, situado na zona de Beja.
Este vinho pretende ser a entrada de gama deste produtor, feito com Aragonez e Trincadeira, apresenta-se com 13% e uma tonalidade Ruby escuro.
Mostrou um aroma de boa intensidade, com fruta vermelha madura (morango, frambuesa, ginja) e negra (ameixa), em conjunto com um ligeiro floral derivado da presença da Trincadeira.
Na boca, tem corpo médio com fruta bem presente, mostrando-se afinado e com leve frescura no seu conjunto, dando uma boa prova, com final de boca médio.
Custou 2,50€ e mostrou-se um vinho pronto a ser bebido, sem grandes complicações.O preço ajuda a que seja uma aposta do dia a dia.
14,5

PROVA Herdade das Albernoas 2004

Produzido pela Soc. Agríc. Encosta do Guadiana, LDA, este Herdade das Albernoas 2004 apresenta-se com 13% e uma tonalidade ruby escuro.
De intensidade aromática média, destaca-se a fruta negra madura e fresca, em conjunto com algumas notas de doce de tomate ?? alguma especiaria (cravinho) e um tímido toque floral.
Na boca, corpo médio/fraco, fruta presente, sem grande complexidade, suave e com acidez a dar a frescura que torna o vinho agradável, com um final de boca médio.
Uma boa compra atendendo ao preço de 2,50€ no Hiper, com uma boa relação preço/qualidade.
14

21 dezembro 2005

Coisas de Baco - aromas e sabores daqui e dali -

Pelas mãos de Margarida Cabaço, proprietária do famoso restaurante São Rosas, abriu no passado dia 8 de Dezembro, a loja Coisas de Baco em Estremoz.
O Copo de 3 foi visitar esta nova loja, ampla, com boa iluminação e encontrou uma loja dedicada aos produtos regionais, como enchidos (farinheira, paio, chouriço), ervas aromáticas, queijos, compotas (castas de uva tinta roriz, touriga nacional e marmelada de castanhas ), azeitonas, azeites aromáticos, aguardentes, pão cozido a forno de lenha do dia...
E claro está que o vinho está bem presente, não tendo visto preços muito altos penso que alguns são bem tentadores, encontrei 2 espumantes, 2 Alvarinhos um ou outro licoroso, Outono de Santar Colheita Tardia 2001 a 9€ , mas com principal destaque para os vinhos do Alentejo, onde podemos encontrar marcas como Mouchão, T Terrugem, Cortes de Cima, Dolium Selecta Touriga Nacional... claro está que o destaque vai para os produtores da zona de Estremoz, com Seis Reis, Quinta do Carmo, Dona Maria, Encostas de Estremoz, Monte dos Cabaços, Herdade do Pombal, Herdade das Servas... achei estranho a ausência dos vinhos do produtor João Portugal Ramos e Quinta do Mouro.
Mas num mar de vinhos do Alentejo aparecem alguns vinhos do Douro, entre eles, Vale Meão, Post Scriptum, Casa Amarela, Batuta 2003 a 65€... sem esquecer uma pequena escolha de Portos, com LBV, Tawny, Colheitas e Vintages.
A destacar ainda, os copos Riedel como os decanters e alguns acessórios.
Vamos dar tempo às Coisas de Baco, e certamente com o tempo será uma referência nesta zona do Alentejo, a bem dizer já fazia cá falta.

14 dezembro 2005

PROVA Herdade de Sao Miguel 2004

Nova colheita deste vinho da zona de Redondo, que viu a luz do dia na colheita de 2003.
Este novo Herdade de São Miguel, é feito com as castas Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, tem estágio de cerca de 7 meses em barrica, e apresenta-se com 13,5% e uma tonalidade ruby escuro, de concentração média. Na prova de nariz, tem uma entrada com fruta vermelha madura em conjunto com boas notas de baunilha, acompanhadas de uns leves aromas torrados bem colocados no conjunto. Algumas notas vegetais em conjunto com especiaria (pimenta, gengibre), abrindo com o tempo para suaves e discretas notas de tabaco a lembrar cigarrilhas. Na boca, tem corpo médio, com fruta presente, equilibrado e pronto a beber, num conjunto apelativo, com acidez a dar uma frescura correcta ao vinho, com final de boca de persistência média/alta. O preço do vinho anda na casa dos 5€, pela prova vale a pena guardar umas garrafas a ver como vai evoluindo.
15

13 dezembro 2005

PROVA Vinha Conchas 2003

Este Vinha Conchas 2003, vem da Estremadura e é um vinho feito pela Quinta da Cortezia, que ganhou a medalha de prata no Concurso Tempranillos ao Mundo 2005.
Elaborado a partir das castas Aragonez, Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet e Castelão, apresenta-se com 12,5%.
Com uma bonita tonalidade ruby escuro, na prova de nariz mostra-se com uma entrada de fruta vermelha madura (amora, framboesa, cereja) de boa intensidade, leve vegetal, notas de fumo acompanhado de chocolate no fundo e um toque balsâmico (mentol).
Na prova de boca, mostrou-se com corpo suave, fruta presente, fresco e bastante agradável, mostrando-se equilibrado e suave, afinadinho com final de boca com persistência média e ligeiramente balsâmica, com a presença de mentol.
Uma boa aposta este Vinha Conchas, custou cerca de 3€ no Pingo Doce, um vinho que se mostrou muito agradável, fino e um bom companheiro para o dia a dia. 14,5

Um Copo de 3 de Touriga Nacional

Novo mês, e nova casta, neste caso é acabar o ano com a prata da casa, a Touriga Nacional.
Dentro do enorme número de castas que por cá temos, o desprezo por algumas, quase levou ao desaparecimento de algumas variedades. Uma das castas que estiveram quase mortas, por ser pouco produtiva, foi a Touriga Nacional, neste momento é a casta da moda, aparecendo em todas as regiões de Portugal, e começando a despertar curiosidade no estrangeiro.


Touriga Nacional a Rainha das Castas Lusas


A Touriga Nacional é sem dúvida o nosso melhor exemplar, caracteristica da composição do Vinho do Porto e tintos do Douro, também conhecida no Dão, fez à poucos anos uma viagem para o resto do País, instala-se principalmente no Alentejo onde dá vinhos de grande qualidade, colocando os mesmos entre os melhores de Portugal. A Touriga Nacional que neste momento já começa a despontar interesse de produtores por este mundo fora, reconhecendo o alto potencial desta casta para vinhos de topo. Interessante também que sejam os vinhos estrangeiros com a casta Touriga Nacional que comecem a despertar o interesse dos consumidores estrangeiros e de críticos por este mundo, quando a grande maioria dos nossos vinhos não consegue tal feito, mas até é bom, pois quando a casta ganhar a fama que merece, será muito bom para nós, temos é de continuar a trabalhar a alto nível para estar prontos para tal.
SINONÍMIA
Dão – Touriga Nacional - Tourigão – Tourigo Antigo
Bairrada – Tourigo do Dão
Douro – Touriga Nacional – Touriga Fina
Ribatejo Oeste – Touriga Nacional
Alentejo - Touriga Nacional
Setúbal - Touriga Nacional

Origens da Touriga Nacional

Embora tenha sua fama associada ao Vinho do Porto e aos tintos de mesa do Douro, um certo mistério cerca as origens da Touriga Nacional. É difícil precisar em qual região vinícola portuguesa ela nasceu. Alguns estudiosos dizem que ela provém do Dão, apoiando essa afirmação em antigos relatos. Em 1900 Cincinnato da Costa escreveu, em seu livro "O Portugal Vinícola", que no século XIX 90% dos vinhedos do Dão eram plantados com esta uva - ali chamada de Tourigo ou pelos sinónimos Mortágua, Preto Mortágua ou Elvatoiriga. Os vinhos de Touriga são maciços de cor, apresentando-se em certos anos completamente opacosNa região do Dão a Touriga Nacional é conhecida, normalmente, por Tourigo, embora se lhe reconheçam vários sinónimos, tais como Preto Mortágua, Mortágua, Elvatoiriga ou Tourigo Antigo. Este facto é relevante, pois a existência de uma pequena aldeia, entre Tondela e Santa Comba Dão, com o nome de Tourigo constitui um argumento importante para considerar esta casta originária do Dão. Também não deixam de ser significativos os sinónimos Mortágua e Preto Mortágua, surgidos a partir do topónimo da vila vizinha de Santa Comba Dão. Em contrapartida no Douro não se lhe conhece nenhum sinónimo com conotação geográfica.
Seja como for, é cultivada nas duas regiões desde um passado longínquo. Enigmático, entretanto, é o declínio da Touriga no Dão depois da tragédia provocada pela Filoxera, a praga que devastou quase todos os vinhedos europeus no final do século XIX.. Ao contrário de outras áreas, as vinhas ali não foram replantadas com a casta que predominava antes. Acredita-se que a espécie perdeu o vigor, por falta de adequação dos porta-enxertos americanos, necessários para escapar dos efeitos mortais da doença. Com as inovações tecnológicas actuais, especialmente na selecção de clones de Touriga Nacional (mais seleccionados), alguns porta-enxertos são mais adequados à pujança da casta, o cultivo da vinha está ligeiramente melhor, embora tenha desaparecido quase totalmente a calda bordalesa, os meios tecnológicos evoluíram, os processos microbiológicos da vinificação são bem conhecidos e os fenómenos químicos do envelhecimento começaram a ser desvendados. É certo que continuamos a saber muito pouco de fisiologia da videira e de bioquímica da maturação, continuamos muito dependentes dos caprichos do tempo, só fazemos grandes vinhos quando as produções são baixas ou muito baixas, mas avançámos muito em relação ao que se fazia há vinte anos atrás.E os vinhos de Touriga Nacional passaram a ser bebíveis muito mais cedo. Mudaram muito no estilo, mais fáceis, mais elegantes, mais limpos de aroma, provavelmente com menor longevidade e, também, mais iguais aos outros, por força do estágio em barricas de carvalho. É este estilo de vinho que fez da casta um verdadeiro fenómeno de popularidade, entre nós, nos finais dos anos noventa e até aos dias de hoje.

A uva e o vinho

Os vinhos se bem feitos, são inconfundíveis, qualquer que seja a região onde se produzam. Os Tourigas Nacionais do Dão, do Douro, da Estremadura, do Alentejo têm, quando bem feitos, a elegância, a robustez e o equilíbrio como denominadores comuns, embora sejam claramente distintos entre si, como já foi dito, são maciços de cor, apresentando-se, em certos anos, verdadeiramente opacos; os aromas primários, inconfundíveis, fazem lembrar frutos pretos, como as amoras, os mirtilos e, por vezes, os abrunhos, onde sobressaem as notas de caruma de pinheiro e de flores silvestres, como a esteva e, em anos excepcionais, o rosmaninho. O estágio em madeira de carvalho, e não em madeira de castanho como era tradição no Dão, valoriza as suas notas aromáticas, conferindo-lhes maior complexidade, e acelera-lhes o arredondamento dos taninos, tornando-os bebíveis ao fim de um ano ou pouco mais. O exemplo mais simbólico é, sem dúvida, o Porto vintage, cujo perfil aromático, tão intenso quanto elegante, reflecte toda a sua individualidade.
É uma uva que exige paciência do produtor.É também uma casta que tem um processo de maturação lento, as virtudes só se vão acumulando lentamente nos bagos. A cor, por exemplo, é muito lenta a surgir no bago mas, no final, ultrapassa as outras castas em quantidade de matéria corante.A vindima, idealmente feita quando a uva apresenta um grau provável de 13, 5º, acaba sempre por se arrastar até bem dentro do mês de Outubro.No que respeita ao trabalho de adega, a Touriga apresenta muita cor, é muito regular na produção ou, como se diz na linguagem popular, não é aneira. Nos casos em que se apresenta com pouca cor desenvolve aromas de bergamota, o cheiro a chá Earl Grey. Como é muito rica em compostos fenólicos é uma casta que beneficia com macerações pós-fermentativas, ficando assim mais rica de aromas. Com tintos, bem estruturados, suportam bravamente o estágio em barrica de carvalho que se pode prolongar por muito tempo (Este estágio mais prolongado pode mesmo ser determinante para que se libertem os aromas da casta) e beneficiam com o envelhecimento na garrafaA Touriga tem, para o enólogo e para o consumidor, a desvantagem de ter tendência a desenvolver fenóis voláteis, o conhecido cheiro de suor de cavalo. A solução para o problema ainda está em estudo.




DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

RAMO JOVEM
Ápice vegetativo aberto, com média pigmentação antociânica na orla e média pilosidade aplicada.

FOLHAS JOVENS
Amarelas-acobreadas e com média pigmentação antociânica. Página inferior com média pilosidade aplicada entre e sobre as nervuras.

PÂMPANOS
Com estrias vermelhas nas 2 faces dos entre-nós. Nós verdes na face ventral e estriados de vermelho na dorsal. Olhos com média pigmentação antociânica.

GAVINHAS
Distribuídas em 2 ou menos nós sucessivos e médias.

FLOR
Hermafrodita.

VIGOR
Forte.

PORTE
Horizontal.

ÉPOCA DO PINTOR
Média.

FOLHA ADULTA
Apresenta um grande polimorfismo, sendo a mais característica, pequena, pentagonal e quinquelobada. Página superior verde médio, plana, com fraco empolamento, enrugada e ondulação generalizada. Dentes curtos, rectilíneos, e convexo-côncavo. Seio peciolar aberto com base em V. Seios laterais superiores abertos com base um U. Página inferior com fraca pilosidade aplicada e média erecta entre as nervuras e sobre estas, fraca pilosidade aplicada. Pecíolo mais curto que a nervura principal mediana e com média pilosidade aplicada.

CACHO
Pequeno e compacto. Pedúnculo médio e com forte lenhificação.

BAGO
Pequeno, não uniforme, arredondado e com secção transversal regular. Epiderme negra-azul com forte pruína. Película medianamente espessa e hilo pouco aparente. Polpa não corada, rija, suculenta e de sabor especial. Pedicelo curto e de difícil separação.

GRAÍNHAS
Com forte dureza do tegumento.

SARMENTO
Achatado, estriado-costado, arroxeado e glabro.


Info retirada de:
http://winexperts.terra.com.br/arquivos/touriga.html
Revista dos Vinhos
Jornal Público

12 dezembro 2005

Prova Cega serve para ?

Quando se prova um vinho ou vários vinhos, sozinho ou em grupo, um dos possíveis tipos de prova a ser utilizada é a Prova Cega. Quem não sabe a Prova Cega é uma prova em que o provador não sabe que vinho está a provar uma vez que as garrafas se encontram tapadas. Dentro do estilo temos também a prova cega dupla, onde não sabemos nada sobre os vinhos em prova, como ano, zona, tipo de vinho…

Este tipo de prova é bastante útil, e permite ao provador descobrir melhor os seus gostos, e perder certos medos ao analisar algo que desconhece, sendo este um acto de bastante humildade e que se torna bastante educativo.Quando os vinhos provados são completamente diferentes seja em castas, estilo ou ano, recomenda-se uma prova normal dos mesmos.
E como se prepara uma prova cega ou uma dupla cega?Neste caso, temos de ter sempre alguém que nos prepare a prova, caso a prova seja em casa de um amigo, ou se levam as garrafas já tapadas, sabendo cada um o vinho que leva, ou é o nosso amigo que conhece todos os vinhos em prova, mas o objectivo é sempre tapar as garrafas, esconder tudo o que dê informação sobre o vinho em prova, como cápsulas, rolhas… numerar cada garrafa e cada decanter, e mesmo os copos para evitar possíveis trocas. Cada provador, anota a sua opinião sobre cada vinho e no final é discutido por todos.

Nos casos de concursos de vinhos, lançamento de guias… nestes casos a prova cega é mais que obrigatória, e torna-se essencial para o provador manter uma imagem imparcial e isenta, afastado de qualquer ajuda a um possível rótulo amigo. Mas será que uma pessoa como é o crítico, auto-denominado especialista em vinhos, não tem a capacidade para se abstrair do peso de marca, nome do produtor e todos os restantes factores que podem influenciar uma prova?Será que depois será acusado de não ser isento? Normalmente um crítico que se seja digno desse nome, prova sozinho, mas aí mete-se um problema... como é que uma pessoa provando a sós, consegue que a prova seja cega? Deste modo não está a ser isento, pois sabe o que está a provar. É nestes casos necessário alguém que lhes prepare as provas, e se não tiver, então dificilmente consegue fazer com que a prova seja cega.

Imaginemos um crítico sentado no seu sofá, depois de ter numerado todas as suas garrafas, virar-se para o filho mais novo e dizer: Rapaz, tira aí um papel da caixa, mostra à tua mãe e ela que vá buscar a garrafa, mas que venha com o rótulo tapado. Enquanto isto, a filha mais velha tapa os olhos do pai com uma venda, para que assim se evitem possíveis tentações. Claro está que não se pode correr o risco de pedir à mulher ou aos filhos para escolherem uma garrafa ao acaso, porque arriscamos a dar de caras com a jóia da nossa garrafeira aberta para acompanhar umas espetadas de porco com arroz branco.

Faz-se a pergunta: E se o vinho é uma novidade, ou nos é desconhecido, tanto faz ser prova cega ou não?Imaginemos um vinho vindo da China ou da África do Sul, ou mesmo da Grécia, o facto de ter o rótulo visível penso que em nada vai influenciar a prova. Se tal for possível, não se entende então a razão da prova ser cega, mas esta conversa pode dar pano para mangas. Podemos perfeitamente provar um vinho do Douro, Dão ou Alentejo, cara a cara com o rótulo e seriamente avaliar o prazer que o vinho nos proporciona, as suas qualidades... mas será que o rótulo não vai ter sempre um peso na nossa consciência?

A hipótese de se querer beber um dito vinho numa noite, e fazer a prova do mesmo, será escusado de fazer prova cega, não seria bonito dizer: Maria hoje vamos provar o Mouchão novo, traz a garrafa mas tapa o rótulo que a prova é cega... Não, este exemplo não será o mais correcto. Provar sozinho parece um pouco complicado, completamente diferente do que provar em conjunto com os amigos, onde aí sim, podemos organizar as provas cegas ou dupla cega, com mais rigor. Apesar de tudo uma prova cega, obriga-nos a concentrar e a confiar inteiramente no que os nossos sentidos apreendem – e não no que diversas pré-concepções sugerem que devem apreender.

É questão de dizer que: quem já sabe aprecia, quem não sabe aprende.

Fica ao critério de cada um... mas fica a sugestão, faça uma prova cega com os seus amigos dedicada a um tema, por exemplo uma prova de Touriga Nacional 2003, Grandes do Alentejo, por brincadeira podem colocar um «vinho intruso» que nada tenha de semelhante com os outros, por exemplo um Tinta Roriz numa prova de Touriga Nacional, divirtam-se e aprendam com algumas partidas que os vinhos nos pregam, será sempre algo útil e didáctico.

11 dezembro 2005

PROVA Montinho São Miguel 2004

Depois do primeiro vinho Herdade de São Miguel 2003, surge este ano do mesmo produtor, como novidade este Montinho São Miguel 2004, um vinho feito a partir das castas Aragonês, Trincadeira e Cabernet Sauvignon, apresentando-se com 13,5% e uma tonalidade granada escuro de boa intensidade.No nariz, tem uma entrada a fruta vermelha e negra bem madura (ameixa, amora) com boa concentração aromática, em conjunto com leve fumo e notas de torrados que se juntam a especiarias (pimenta), notas vegetais, acompanhadas de ligeiro floral.Na prova de boca, mostrou-se de corpo médio, com presença de fruta, algum torrado num conjunto que se mostra redondo e equilibrado com boa passagem na boca, leve vegetal dando ligeira adstringência no final, acidez a dar frescura ao vinho com final de boca médio/curto ligeiramente especiado.Mostrou-se um vinho fresco de aromas, equilibrado e bom companheiro do dia a dia, com um preço no produtor de 3,75€ 14,5

10 dezembro 2005

PROVA Caves Primavera Dão Special Selection 1997

Elaborado com as castas Tinta Roriz, Touriga Nacional e Alfrocheiro Preto, com 13%, foram engarrafadas 7200 garrafas, cabendo a esta o nº 6219.
Apresenta-se com tonalidade ruby escuro, com ligeiro tijolo no rebordo, mostrando já sinal de evolução para um vinho com 8 anos, sendo altura para ser bebido.
No nariz mostra-se com entrada a fruta madura em compota (ameixa, framboesa, amora) e lembranças de marmelada, baunilha e leves torrados da madeira acompanham notas de chocolate, algum vegetal e um leve floral, tem final fresco de aroma balsâmico (mentol).
Na prova de boca, tem corpo médio, presença de fruta, torrados da madeira e leve chocolate, redondo e equilibrado no seu conjunto, fino e de agradável passagem na boca, ligeiro balsâmico (mentol) num final de boca que se mostrou médio/longo.
15

07 dezembro 2005

E que tal comprar uma vinha ?

Para todos aqueles apaixonados pelo vinho, que sempre tiveram o sonho de ter uma vinha, e produzir o seu próprio vinho, aqui está a oportunidade...Com uma tradição vinícola de 400 anos, a casa Cal Celdoni, apresenta o projecto Compre uma Vinha, proposta única em Espanha que vai permitir a empresas e a particulares serem proprietários exclusivos de um vinhedo composto por 20 cepas que pode variar em dois lotes (14 cepas Syrah e 6 Chardonnay ou 14 cepas Cabernet Sauvignon e 6 Chardonnay) em Clos Peguera (Conca de Barberà).Segundo este inovador projecto, os proprietários, podem participar desde o cultivo da vinha, decidir as decisões de exploração, apanhar a uva, provas em primeur, provas comparativas de vinhos e uvas e também dos varietais, seguir a evolução do vinho, decidir coupages, formação em enologia, Enoturismo no Castelo Cal Calcedoni com direito a reserva de espaços na adega para provas com amigos, festas e actividades exclusivas para os proprietários, Catering «El Bulli» e todo um mundo a que poucos têm direito.O factor escolha do tipo de garrafa também é possível, tal como o rótulo personalizado.Dispondo anualmente de garrafas de vinho das cepas de Cal Celdoni, desenhadas por grandes enólogos, e personalizadas ao gosto do cliente. Serão 42 garrafas por ano, 30 de tinto (18 de selecção e 12 de autor) e 12 de branco (6 estágio em barrica e 6 em inox), recebidas em caixa de madeira, assinadas por Ferran Adrià ou por outra personalidade do mundo do vinho.De destacar que dos lotes que fazem os vinhos tintos desta casa, a Touriga Nacional é uma dessas castas.Com tudo isto ainda temos como embaixadores o prestigiado cozinheiro Ferran Adrià e o seu sócio Juli Soler, proprietário do restaurante El Bulli. Parece que a coisa fica por uns 59€ por mês, mas para mais informação o melhor é ir ao site:

http://www.calceldoni.com

05 dezembro 2005

PROVA Quinta de Marrocos Porto 10 Anos

A quinta de Marrocos está situada a 2 km da Régua, junto à estrada Régua-Pinhão, mesmo no coração do Baixo Corgo. A vinha, apenas com 13 hectares, está classificada pela Casa do Douro na classe B. Possui lagares de granito, onde as uvas são pisadas a pé, e armazéns onde o vinho é amadurecido em tonéis de madeira.
A quinta encontra-se nas mãos da família Martins Correia desde 1920. Em 1974, o actual proprietário, César Augusto Correia de Sequeira, herdou de sua Tia, Guiomar Martins Correia, De então para cá, César Sequeira, continuou a fornecer os seus vinhos aos exportadores de Vila Nova de Gaia, como fizeram seus familiares durante várias décadas, mas recentemente começou a vendê-los directamente, o que foi possível face à alteração regulamentar de Maio de 1986 motivada pela nossa adesão à Comunidade Europeia. A família sempre conservou um pequeno stock de vinho para consumo próprio e do pessoal das quintas, donde nasceram os vinhos que hoje estão a ser lançados no mercado, incluindo tawnies, rubies, Portos brancos e Douro VQPRD.
Info retirada do site: http://www.quintademarrocos.com

Com 20%, apresenta-se com tonalidade âmbar escuro.
No nariz é de intensidade mediana, com aromas a iodo, frutos secos, leve fumo, flores (esteva) o álcool aparece um pouco fora do conjunto, aroma a lembrar casca de laranja e algum mel no conjunto.
Melhor na boca, redondo e suave, equilibrado, com entrada frutada (frutos secos), algum torrado da madeira acompanhado de um leve trago a mel de esteva, corpo médio/encorpado com final de boca persistente e acidez a dar frescura agradável ao conjunto.
Mostrou-se um Porto 10 anos simpático e sem grandes euforias.
14,5

03 dezembro 2005

PROVA Trei Hectare Chardonnay 2002

Este vinho de um produtor Romeno, Murfatlar Winery, é proveniente de uma reserva especial com edição limitada da colheita 2002. Este Chardonnay teve estágio em barrica, tonalidade amarelo de concentração mediana e apresenta-se com 13%.
No nariz tem uma entrada fresca e de boa intensidade, com destaque para a fruta bem madura (líchias, pêra, melão, ananaz), acompanhada por leves aromas florais, algum mel, e uma ponta de manteiga e baunilha, aompanhando leves e discretos torrados.
Na boca mostrou-se directo, elegante, fresco, bastante agradável no seu conjunto com corpo mediano e fruta presente, redondo como que amanteigado, leve presença de mel, acidez presente a dar frescura ao conjunto, final de boca médio.
A deixar sem palavras, o preço que rondou uns 0,82€, para um vinho com excelente relação preço/qualidade. 15

02 dezembro 2005

PROVA Coop Borba Syrah 2004

Depois de um Coop Borba Syrah 2003 que foi um sucesso, surge agora a sua nova versão colheita 2004, desta vez já com direito a um estágio de 4 meses em madeira de carvalho francês e americano, e 5 meses em garrafa.
Apresenta-se com 14%, uma tonalidade violeta, de concentração média.
No nariz, mostrou-se fresco de aromas e de concentração aromática intensa, com fruta vermelha e negra (amora, cereja, ameixa) bem madura, em conjunto com ligeiros torrados, baunilha, cacau, perfume de violetas, com ligeiro especiado (pimenta) em conjunto com alguns aromas vegetais, e um fundo mineral.
Na boca tem corpo médio, com destaque para a fruta acompanhada de alguma madeira e algum vegetal. Taninos presentes, suaves e bem colocados, bem estruturado o equilíbrio entre nariz e boca, acidez a dar frescura ao conjunto, que se mostrou com final longo e apimentado.
Um belo Syrah que dá uma bela prova neste momento, mas que com mais algum tempo de garrafa vai ficar muito melhor. Pelo preço na WineShop, cerca de 6€, é uma excelente aposta com grande relação preço/qualidade. 16,5

PROVA Coop Borba Antão Vaz & Arinto 2004

Depois de um Coop Borba Roupeiro 2003, surge como novidade da colheita 2004 um Bivarietal, Antão Vaz com Arinto.
Desta vez o vinho já teve direito a uma fermentação em barrica de carvalho americano e um estágio de 3 meses em garrafa.
Apresenta-se com 13% e uma bonita e suave tonalidade amarelo dourado.
Na prova de nariz, intensidade aromática mediana com o destaque para a fruta madura (ananáz, lima, pêra, maçã) em conjunto com aromas a baunilha, leve torrado da madeira e algum amanteigado com ligeiro toque floral no fundo, em conjunto com uma ponta mineral.
Na boca tem uma entrada fresca e frutada, redondo na boca, taninos suaves, mostrando-se algo guloso com notas de mel a aparecer durante a prova. Acidez bem colocada a dar alguma frescura ao conjunto, mas que poderia estar mais presente. Bom final de boca, com persistência média. Notável a qualidade deste vinho, com um preço mais que atraente a rondar os 2,63€ na WineShop da Coop Borba. Depois do Roupeiro 2003 ser uma boa escolha para o Verão, este novo Antão Vaz com Arinto, a ser uma boa escolha para os tempos mais frios. 16

01 dezembro 2005

PROVA Quinta dos 4 Ventos 2000

Produzido pelas Caves Aliança este vinho que na altura era o topo de gama da casa na região Douro, substituido pelo Reserva.
Das mãos dos enólogos, Michel Rolland e Francisco Antunes, a partir das castas Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Barroca, com estágio de 14 meses em barricas novas de carvalho francês e americano, temos este Quinta dos Quatro Ventos 2000, já com 5 anos de vida, que se apresenta com 13% e uma tonalidade granada de boa intensidade, sem que se note a passagem do tempo. Na prova de nariz, entrada com fruta (negra e vermelha) bem madura, ligeira compota, tudo muito bem ligado com notas de baunilha e um leve torrado. Com o tempo aparecem notas de cacau, café, aromas especiados (pimenta e noz moscada) e fumo.
Na boca, mostrou-se com corpo médio, fruta e madeira bem ligadas, taninos presentes mas muito bem colocados num perfil fino e elegante, acidez a colocar alguma frescura no conjunto, que se mostra de bom nível, faltando algo de corpo para sêr um vinho mais sério. Tem um final médio/longo e ligeiramente especiado. Bom vinho do Douro, bastante elegante. 15,5

PROVA IRREVERENTE 2001

Este vinho Regional Beiras, produzido pela UDACA, pelas mãos do enólogo Carlos Costa Silva, utilizando as castas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen com estágio de 4 dias em madeira, e 5 meses em garrafa. Foram engarrafadas 66.653 garrafas sendo esta a nº 57693.
Apresenta-se com 12,5% e uma tonalidade ruby escuro, neste vinho já a caminho dos 5 anos de vida.
Na prova de nariz tem uma entrada com fruta bem madura (amora, cereja e ameixa), leve especiaria (pimenta), um pouco de baunilha e ligeiro cacau, acompanhado de um aroma vegetal com leve floral, bouquet que se mostrou simples e directo.
Na boca é suave e redondo, mostrou-se novamente com fruta, algum vegetal a dar alguma adstrigência ao conjunto, leve acidez a dar frescura. Final de boca curto e ligeiramente apimentado, mostrando-se um vinho correcto, simples e apelativo com um nível que se enquadra dentro de muitos outros, faltando ainda muito para honrar o seu nome. 13,5

24 novembro 2005

PÊRA MANCA 2001

Eis uma grande novidade, uma nova colheita Pêra Manca 2001 tinto vai sair para o mercado em meados de Dezembro.
São mais ou menos 20 mil garrafas a sair para o mercado, apesar de este ano a venda se limitar apenas para os distribuidores, sendo que o vinho sai da adega a 46,20€... caixa de 3 a 138€ o preço que se pede por uma garrafa normalmente.
Mais uma vez os ficam a ganhar os distribuidores, que belo Natal vão têr estes senhores, e perdem os consumidores, que vão ter de pagar mais que certo o dobro ou triplo por cada garrafa.
Por outro lado, o Clube Pêra Manca vende uma caixa de 3 garrafas a quem comprar em conjunto o Pêra Manca Branco e o Cartuxa... é de louvar esta simpática atenção por parte dos responsáveis.

23 novembro 2005

PROVA Terras d´Uva Branco 2004

Após a prova do Terras d´Uva Tinto 2004, aparece agora em prova a versão branco, elaborado a partir das castas Antão Vaz e Perrum, apresentando-se com 12,5%.
Mostrou-se com uma tonalidade amarelo muito pálido, de fraca concentração, quase incolor.
Na prova de nariz, sobressai com grande intensidade a Antão Vaz, exuberante e com muita fruta tropical bem madura, (ananaz, líchia) algum pêssego, pêra, notas florais, um aroma meloso, quase que adocicado, com um ligeiro toque mineral.
Na prova de boca tem boa entrada, corpo médio/fraco com notas de fruta (pêra, ananaz) acompanhada de alguns florais, com final mineral. Tem acidez a dar frescura ao conjunto, que se mostra fresco e agradável, com final de boca médio. Este vinho mostrou-se com boa relação preço/qualidade. 14

22 novembro 2005

PROVA Conde de Vimioso 2004

Vinho produzido pela Falua Vinhos, a empresa Ribatejana do Eng João Portugal Ramos.
Elaborado com as castas Trincadeira, Aragonez, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon, teve ainda um estágio em madeira de carvalho durante 6 meses, apresentando-se com 14%.
Cor granada de concentração mediana, na prova de nariz, mostrou-se
com uma boa entrada a fruta negra bem madura, acompanhada de algumas notas de especiarias (pimenta), leves aromas do estágio de madeira (fumo, leve baunilha) , notas vegetais (pimento) e lá no fundo ainda a presença de notas florais.
Boca, tem corpo mediano, com uma boa entrada, equilibrado com a prova de nariz, a fruta a marcar presença acompanhada de notas vegetais (pimento), leve adstrigência e uma acidez correcta que dá leve frescura ao conjunto. Tem um final de boca mediano e apimentado.
Este vinho tem uma boa relação preço/qualidade, e para quem não quer gastar muito dinheiro, já que ronda os 4€, é uma boa escolha.
14,7

18 novembro 2005

Barricas, uma questão de madeira...

Hoje em dia facilmente se constata que não encontramos um tinto de renome mundial que não tenha estagiado em madeira. Também se costuma diz que por trás de um grande vinho está sempre uma grande barrica, e claro um grande enólogo.
Obviamente que neste campo temos de prestar atenção aos vinhos brancos, pois temos exemplos de brancos de nível mundial que não passam por madeira.

Tudo isto começou à muito tempo no tempo dos Celtas (inventores do Barril) quando o transporte de vinho se começou a fazer dentro de depósitos de madeira, após longas viagens o vinho ia estagiando e adquiria os gostos e aromas desse mesmo estágio pelo que as pessoas começaram a gostar do resultado na altura ainda casual, repetindo e melhorando então o processo do estágio até aos nossos dias.
A madeira utilizada nestes casos é a madeira de Carvalho (Quercus), árvore da família das Fagaceae com mais de 300 espécies de Quercus espalhadas pelo mundo. Podemos encontrar várias espécies num mesmo País, onde o Carvalho Americano normalmente é da espécie Quercus alba, podendo também ser Quercus rubra, na Europa temos Q. sessifolia, Q. pedunculata, Q. robur (Limousin), Q. petraea entre outros.

O principal factor na qualidade de uma barrica, como se deve calcular é a qualidade da madeira com que é feita, e o Grão, e a sua porção na madeira. O grão na madeira quanto maior foi a sua concentração, menor é o impacto da madeira e dos seus sabores no vinho (este factor é um dos mais importantes na qualidade da madeira e também no preço da barrica e normalmente varia entre os 22mm e os 27mm), outro factor a ter em conta é a secagem natural, no caso das melhores madeiras podem ter um período de secagem natural ao ar, durante cerca de 30 a 36 meses, e também que essa qualidade seja constante no seu fabricante, algo conseguido apenas pelas grandes Tanoarias de renome mundial, com grande capacidade de armazenamento e secagem de madeira.
Para se fazer um vinho de topo, o estágio em madeira é mais que obrigatório, sendo a madeira responsável por parte do preço final de um vinho, devido ao valor das melhores barricas utilizadas nos mesmos, e também pelo trabalho que as mesmas requerem para serem feitas.

A diferença enquanto um vinho topo de gama tem estágio em barricas novas, que mudam todos os anos, os vinhos de entrada de gama ou gama média podem ter estágio em madeira de segundo ano ou por diante.
Recentemente surge o fenómeno das aparas ou cubos de madeira (em que nos mesmos pode variar o tipo de madeira como o tipo de tosta).

Mas o estágio numa boa barrica, é meio caminho para um grande vinho, enriquecendo o vinho com taninos extras, responsáveis pela longevidade do mesmo. Dependendo da utilização das barricas, quer seja em fermentações alcoólicas, malo-lácticas, ou o simples estágio, do sucesso de um vinho depende o bom ou mau recurso da barrica, muito tempo vai ofuscar a fruta, pouco tempo não vai dar em nada. Quanto mais estruturado e mais concentrado o vinho, mais ele suporta e interage melhor com a madeira. Para vinhos mais leves e fracos de corpo que não iriam aguentar com uma barrica nova, visto que a carga de taninos secos da madeira seria enorme comparando com os taninos da fruta mais suaves, ao ponto de a madeira ofuscar por completo a fruta, são utilizadas aparas ou cubos de madeira que são largados nos depósitos de inox, dando a estes vinhos alguma complexidade que de outra forma não iriam ter.


É este o jogo que se tem de fazer, sempre com a ideia de que o objectivo é conseguir aromas e sabores com mais complexidade e mais oxigénio, que durante o estágio é o principal causador da evolução dos aromas.
Tudo devido a que o vinho dentro de uma barrica, só recebe oxigénio, que passa através dos micro-poros da madeira, sendo este mesmo oxigénio o responsável pela lenta oxidação que muda a cor dos vinhos, os tintos ficam mais escuros e violáceos; os brancos mais escuros e dourados, mas esta oxidação também afecta os aromas, onde a fruta evolui para aromas mais compotados.
Atendendo a este factor, o tipo de madeira a ser escolhido tem uma grande importância no tipo final de vinho, sendo que por exemplo uma barrica de Carvalho Limousin deixa passar muito mais oxigénio, ao contrário do Carvalho Americano, Allier e Nevers em que a porosidade é menor. Convém explicar que Allier ou Limousin não é um tipo de madeira, mas sim o nome das florestas de França de onde a madeira vem, entre outras florestas conhecidas em França como Tronçais, Nevers, Bourgogne e Vosges.


Então podemos concluir que um vinho com estágio em madeira, não se mostra tão frutado como um de inox, que o nível da queima influência os aromas a madeira, outros dos aromas que está ligado à presença de madeira no estágio do vinho é o aroma fumo/torrado, que depende da Queima da barrica, que pode variar entre Light, Medium, Medium-Plus ou Heavy, normalmente a queima mais pesada serve para corrigir erros na madeira, e marca excessivamente os vinhos.

O aroma a madeira deve-se então à presença de um composto volátil cis-metil-octalactona que existe em todas as espécies de carvalho, variando a sua concentração de espécie para espécie e por sua vez da localização da mesma.
Nos vinhos brancos temos ainda um processo que se pode utilizar durante o estágio em madeira, chamado batonnage, palavra francesa que significa mexer com um baton... este processo serve para melhor dissolver as moléculas, juntar os aromas primários com os da madeira, para que o vinho fique mais suave, a battonage é realizada uma ou mais vezes por dia e pode durar alguns meses, dependendo do perfil que o enólogo quer dar ao vinho.

Como curiosidade aparece em 1980, das mãos do Sr Vincent Bouchard, o tampão em Silicone que podemos encontrar a selar as barricas nos dias que correm, que veio substituir os trapos enrolados ou mesmo os pequenos pedaços de cortiça ou madeira, que tantos problemas davam aos produtores.

Os principais aromas de um vinho com estágio em madeira, são: Baunilha, aparas de lápis, fumo, café, tostados, tabaco, caixa de charutos, coco...

Dentro tipos de Carvalho mais conhecidos a nível mundial, temos algumas variações a nível de aromas e de características:

Carvalho Francês é mais suave com aromas e sabores mais finos, destaque para as especiarias e dá uma maior estrutura e longevidade ao vinho. Dentro dos vários tipos de Carvalho Francês contamos com:



Limousin (li-moo-sahn) : A maior área, encontra-se com mais facilidade nos produtores de Cognac. Dá cor ao vinho (amarelo dourado) e perfuma rapidamente o vinho com grande finesse. Pouco agressivo no palato, com uma elegante baunilha presente.

Nevers (ne-vere) : Juntamente com Allier é uma das melhores madeiras a ser utilizada nas barricas. Contribui com especiarias, se não for o suficientemente tostado pode mostrar-se agressivo com a carga de taninos.

Allier (ah-leay): Das melhores madeiras. Liberta o seu perfume com grande finesse, algumas especiarias, ideal para brancos e tintos.

Tronçais (tron-say) : Entra na concorrência com Allier e Nevers, liberta o seu perfume mais lentamente que o Allier, oferece um maior nível de finesse no palato. Tem o grão mais junto que todos os outros o que explica a percentagem de baixa extracção nos vinhos.


Vosges (voej) : Oferece um aroma suave e doce a baunilha que complementa a fruta, de textura macia no palato.

Carvalho Americano: Mais comercial e agressivo (com mais taninos), capaz de se sobrepor à fruta mais facilmente, tem 2,5 vezes mais baunilha que o Francês, é mais aromático, aparecendo por vezes mais doce lembrando côco ou piña colada.

Temos ainda outros tipos de madeira, como por exemplo o Carvalho Búlgaro, Carvalho Russo, Carvalho Checo, Carvalho Português...

Fontes :
http://www.bouchardcooperages.com/australia/index.html
http://elmundovino.elmundo.es/elmundovino/ http://www.frenchoakbarrels.com/index.asp

15 novembro 2005

Vêm aí os vinhos Light... chamados LIR

Notícias recentes indicam que uma empresa francesa, consegue transformar qualquer vinho, numa bebida com apenas 6% de álcool, sem que se perca o aroma, o sabor ou o carácter do mesmo. Chama-se LIR porque o vinho é submetido a um processo chamado de Lirização e porque em França a lei não deixa chamar vinho a uma bebida com menos de 8% de álcool, este processo que demorou 4 anos a ser desenvolvido e com um custo de 1milhão de euros, faz com que o vinho fique com metade do álcool, e das calorias, através de um processo de separação molecular sem ultilização de produtos químicos.
Este novo LIR, promete ser coisa séria, e talvez uma nova revolução no mercado do vinho quem sabe, será esta a futura moda no vinho mundial ?
Até que ponto o vinho rosé fresquinho no Verão como os conhecemos será substituido por um LIR ROSÉ, com menos álcool e todo o sabor ? Ou quem fala de rosé, fala de branco.
Para quem não gosta de beber antes de conduzir, está aqui uma boa solução.

Para mais informação consulta o site oficial do LIR: http://www.the-lir.com

11 novembro 2005

11 de Novembro Dia de São Martinho

Hoje é dia de São Martinho vai à adega e prova o vinho, na tradição popular São Martinho é o "amigo" dos bons bebedores e há quem lhe chame - com todo o respeito - o santo patrono dos bêbados! Manda a tradição que no dia de hoje se faça o dito Magusto de São Martinho, mas o costume do Magusto, que tradicionalmente começava no Dia de Todos-os-Santos, é simultaneamente uma comemoração da chegada do Outono e um ritual de origem religiosa: o dia do Santo Bispo de Tours (São Martinho) está historicamente associado à abertura e prova do vinho que foi feito em Setembro, com castanhas assadas e água-pé. Comemora-se o dia, mas será que as pessoas sabem quem foi São Martinho ?

Também conhecido por S. Martinho de Tours, nascido em território do império romano - Sabaria na antiga Panónia, hoje Hungria, entre 315 e 317, foi o primeiro santo do Ocidente a ter a sua biografia escrita por um contemporâneo seu - o escritor Sulpício Severo. Martinho era filho de um soldado do exército romano e, como mandava a tradição, filho de militar segue a vida militar, como filho de mercador é mercador e filho de pescador devia ser pescador. Martinho estudou em Pavia, para onde a família foi viver, e entrou para o exército com 15 anos, tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial. Serviu na guarda imperial até aos 40 anos, altura em que foi ao encontro de Santo Hilário, bispo de Poitiers, que lhe conferiu ordens sacras para entrar na vida religiosa, tendo sido nomeado Bispo de Tours.
No calendário litúrgico, o dia de S. Martinho celebra-se a 11 de Novembro, data em que este Santo foi a enterrar, no ano de 397. Segundo a igreja, «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares do Ocidente".
Durante toda a Idade Média e até uma época recente, São Martinho foi o santo mais popular de França; é aliás, o Apóstolo das Gálias. O seu túmulo em Tours, transformado numa Basílica no século V, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. Graças à sua generosidade e humildade, e também fama de milagreiro, foi um dos santos mais queridos da população.
O facto do dia do seu enterro coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura em que termina a faina agrícola contribui para a componente festiva e popular das celebrações, que assim integram os produtos das colheitas e também um forte espírito de solidariedade.


O Verão de São Martinho
Um dia aconteceu um facto que o marcou para toda a vida. Numa noite fria e chuvosa de Inverno, às portas de Amiens (França), Martinho, ia a cavalo, provavelmente, no ano de 338, quando viu um pobre com ar miserável e quase nu, que lhe pediu esmola e Martinho, que não levava consigo qualquer moeda, num gesto de solidariedade, cortou ao meio a sua capa (clâmide) que entregou ao mendigo para se agasalhar. Os seus companheiros de armas riram-se dele, porque ficara com a capa rasgada. Segundo a lenda, de imediato, a chuva parou e os raios de sol irromperam por entre as nuvens para que nem o pobre nem o soldado ficassem com frio. Assim, todos os anos temos o Verão de São Martinho.


Neste dia também temos em destaque a Castanha:
A História: Pensa-se que a castanha assada seja uma invenção de pastores e lenhadores há mais de mil anos, quando nas noites frias se aqueciam à fogueira e ali cozinhavam as castanhas colhidas nas proximidades. Assadas, cozidas ou transformadas em farinha, substituindo o pão na ausência deste, sempre foram um alimento bastante popular, cujo aproveitamento remonta talvez à pré-história.
Por saborosas que sejam as castanhas assadas, a verdade é que actualmente não passam de uma guloseima da época. E feitas as contas, os nossos antepassados haveriam de se pasmar com a falta de criatividade na sua utilização... Na verdade, as castanhas chegaram a ser a grande base da nossa alimentação na Idade Média, muito utilizadas em sopas, guisados e cozidos, e até na preparação de pão e biscoitos e em épocas em que os cereais escasseavam.
Se as castanhas são dispensadas do seu regime alimentar por causa da calorias, não sabe o que está a perder! Apesar de muito calóricas, estão recheadas de nutrientes que trazem vários benefícios à saúde, como as gorduras mono-insaturada e poli-insaturada, vitaminas e minerais, destacando-se os glícidos, o potássio e as vitaminas C e B.
Mas há mais, estas oleaginosas, fazem parte do selectivo grupo de frutos ideais para emagrecer. Estudos indicam que, quando aliadas a uma dieta, auxiliam na perda de peso, pois são ricas em gorduras monoinsaturadas, responsáveis por manter o nível de açúcar no sangue estável e activar o metabolismo da queima de gorduras.
Graças à sua composição rica em fibras, proteína, cálcio, ferro, potássio, zinco, selênio, vitamina E, ácido fólico, entre outros, as castanhas actuam no equilíbrio da tiróide (evitando oscilações de peso); previnem tumores; fortalecem o sistema imunológico e protegem contra a acção dos radicais livres. São ainda poderosas na prevenção de doenças cardíacas.

In:http://mulher.sapo.pt/Xt91/619276.html

E falando um pouco sobre Água-pé:
O água pé é o resultado da água lançada sobre o bagaço da uva, donde se retirava o pouco de mosto que aí se mantinha. Esta bebida pode ser consumida em plena fermentação ou, depois disso, adicionando-lhe álcool.

E já se dizia que Dos Santos até ao Natal, é um saltinho de pardal !

 
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