Copo de 3: PROVA PRIORATOS

09 janeiro 2005

PROVA PRIORATOS

Nas nossas vidas temos momentos melhores que outros, desta vez ficou marcado e bem, uma prova que não se faz todos os dias, algo que se pode ter em sonhos, mas desta vez foi bem real, fazer uma prova de vinhos do Priorato, zona muito em moda de Espanha e em que os preços proibitivos já reinam a cada esquina...
Foram escolhidos a dedo estes meninos, com alguma ajuda lá fomos encontrando a bons preços vinhos que fossem estandartes da zona. Pois bem a prova foi cega, apenas se sabia que eram Prioratos, o resto seria cega sempre pois nunca se tinha provado qualquer dos vinhos presentes.


Cims de Porrera 2001

De cor granada intenso, mostrou no nariz muita fruta vermelha e preta bem madura com notas de madeira ainda muito presente. Em fundo notas de chocolate e leve mentol acompanhado de bombom de ginja, muito parecido com o MonCherry.
Na boca mostrou-se elegante com corpo médio, acompanha o nariz, acidez equilibrada, bom final sem grandes exageros.
Mostrou-se um vinho fácil de beber, sem grandes concentrações, elegante e que fica penalizado pela madeira que se nota muito para o meu gosto. Preço elevado de 40€ para a qualidade apresentada, neste caso a zona PRIORATO é a responsável pela especulação. 17,6


Clos Garsed 2001

cor rubi, comparando com os restantes vinhos não é tão potente em aromas, destacando-se fruta madura em aroma muito fino com elegantes notas tostadas da madeira, mas ainda que lhe falta uma suavidade que não tem, muita nota de café.
No boca mostrou-se um vinho potente, com fruta madura, redondo e boa estrutura, equilibrado com alguma adstringência que vai ao lugar com o tempo, finaliza muito bem na boca.
Muito bom vinho, mas não chega para os restantes em prova dada a alta qualidade dos mesmos.


Clos Erasmus 2001

Nariz muito intenso com muitos aromas de frutos vermelhos e negros bem maduros aliadas a umas notas de menta. Muito chocolate e torrados com leve toque a madeira bem integrada com o conjunto, e um final de Mon Cherry (bombom Ginja )
Na boca é cheio de força e garra, com um belo esqueleto a dar estrutura, com fruta em quantidade, boa acidez mas ainda algo adstringente, nota-se bem que ainda lhe falta tempo para tudo se harmonizar. Final de boca ficamos com a mesma sensação do nariz do tal bombom Ginja.
Ficou muito próximo do Vall llach, apenas perdeu pela tal adstringência ainda a notar-se facto que o penalizou. Falta-lhe tempo para se tornar um Senhor Vinho.
Vinho de culto para muitos, o preço não ajuda em nada já que ronda os 100 € , mas se pensarmos no que se pode vir a transformar este pequeno Sapo... Se bem que o nome também cobra uns bons Euros. Pessoalmente fico com outros...


Vall Llach 2001

Provado novamente, desta vez mostrou-se mais equilibrado, diferente para melhor. Apresentou-se com uma côr granada intensa e brilhante.
No nariz os ditos frutos vermelhos e negros bem maduros em grande dose, madeira presente em conjunto com notas torradas, chocolate, café e tabaco. Final com ligeiro toque a mina de lápis, os tais aromas minerais.
Potente na boca, mas ao mesmo tempo elegante, encontramos o chocolate a fruta e uma leve ponta de mentol, tudo bastante equilibrado. Grande persistência final mas a mostrar que ainda lhe falta tempo de garrafa para atingir o seu melhor.
Pessoalmente gostei muito deste vinho, parece que mais um tempo esquecido no escuro da garrafeira só lhe veio fazer bem, e ajudou a afinar mais um pouco.
Como tal a nota subiu de 18 para 18,5
Considerado dos grandes de Espanha, entende-se bem o porquê, o seu preço ronda os simpáticos 60 €, não é barato pois não, mas comparando com tantos outros até é justo face à qualidade apresentada. 18,5


Doix 2002

Nariz em que se encontra fruta vermelha e negra bem madura, começa a ser marcante nestes vinhos esta presença, acompanhada de notas de mentol (balsâmicas), leve sensação de mina de lápis (mineral) e torrados da madeira.
É um vinho com boa estrutura, boa acidez, potente e muito concentrado a ver pela quantidade de fruta e torrados que aparecem. Final de boca muito bom mas ainda com os 15% a notarem-se bem.
Este vinho mostrou-se muito bem, e agradou bastante a todos os provadores, talvez a razão seja porque se mostrou mais pronto a beber do que os seus colegas, com mais harmonia de conjunto, por isso ficou à frente de Vall llach e Erasmus.
A fama deste vinho é grande do outro lado da fronteira, o motivo é porque estamos com um grande vinho à frente e porque não temos de esperar muitos anos para o beber no ponto, pronto um pouco menos de tempo é verdade, mas por vezes esperar cansa e eu neste momento gostei bastante desta pinga. 18,7


Finca Dofí 2001

Nariz com aroma de fruta vermelha e preta madura, que com o tempo vai-se misturando com umas notas de tabaco e café e uns suaves toques de madeira muito bem integrada em todo o conjunto e torrados vindos da mesma. Fundo com refrescante mentol e uma ponta mineral a grafite e o tão famoso bombom ginja também a marcar presença na prova.
Na boca é muito frutado com uma excelente entrada, vinho guloso, com madeira e fruta em excelente equilíbrio e ligação mostrando um sábio trabalho de enologia. Vão surgindo com o tempo chocolate e o dito mentol, acompanham com uns toques de torrados. Acidez excelente com um final muito persistente e com alguma frescura.
É um Vinho com V grande, muito expressivo e que fala com a gente, aprecio vinhos destes, com quem se pode ter sempre uma interessante conversa e aprender sempre algo.
Elaborado por um Senhor do Vinho Álvaro Palácios pai do mítico L´Ermita este é o irmão do
meio e o nível é mais que muito.
São 75 € de vinho que se justificam e muito e a nota também, quanto ao L´Ermita resta continuar a sonhar... 19


Clos Martinet 2001

Potente e Intenso, com aromas de fruta vermelha e preta bem madura, envolvidos entre aromas de madeira muito bem integrada.
Surgem também chocolate, café, notas balsâmicas de mentol, especiarias com canela e baunilha, tabaco e uma ponta de pimenta preta.
Este vinho com um excelente Bouquet, muito harmonioso onde todos os seus aromas parecem estar ligados entre si.
Na boca podemos contar com o mesmo do nariz, potente e cheio de harmonia, redondo, guloso, dotado de uma persistência magnífica.
Acidez e adstringência ?? O que é isso ?? Gostei mais do nariz, que maravilha, do que a boca, ficou penalizado por tal por isso ficou em segundo. Temos tudo o que se pode encontrar num grande tinto Extraordinário.
Custou cerca de 45€, acho que não preciso de falar muito mais... para um vinho com esta qualidade e preço. 19.2


Clos Mogador 2001

Apresenta-se Granada com toques roxos.
Mais uma bomba de aromas de grande qualidade e elegância.
A fruta vermelha e preta madura marcam presença, a estas juntam-se com o tempo no copo tabáco, chocolate, café e notas excelentemente integradas de torrados da madeira de altíssima qualidade.
Fundo de especiarias (baunilha, pimentas) e ligeiramente balsâmico (mentol).
Como não podia deixar de ser no final temos o famoso e quase sempre presente Mon Cherry.
Este vinho dá vontade de cheirar e voltar a cheirar, simplesmente súblime.
Na boca o que se pode esperar de um grande vinho... Potência excelentemente controlada, digamos que deve ter ABS, com uma entrada frutada, aparece chocolate, leves notas de madeira dão a restante elegância ao conjunto sendo o final igual ao do nariz.
Grande em todos os sentidos, fiquei apaixonado por este vinho, por 60 € um bocadinho do céu dentro do copo... e ainda vai melhorar dentro da garrafa. 19.5


Após a prova concluímos que:

-À presença das castas Garnacha\Carinhena se juntam outras como Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot.

-São vinhos de elevadas graduações 14%-15% salvo raras excepções Finca Dofí com 13,5%

-Que a prova é dominada por fruta vermelha e negra, licôr, mineral e fundo mentolado.

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