Copo de 3: abril 2005

17 abril 2005

Pera Manca 1995


Este vinho considerado um verdadeiro ícone da enologia de Portugal, para muitos um sonho para alguns uma realidade, o que é certo é que dos 30 euros que custou na adega passa facilmente para uns 150 nas Garrafeiras.
Constitui sempre um grande mistério se temos Pera Manca num ano ou não, mas a qualidade é quem manda e se não chega a esses pontos então temos tudo estragado.
Aqui vai ser apresentado o de 1995 considerado por muitos, mesmo pelo Eng Colaço do Rosário como o melhor vinho feito em Portugal, mas para isso temos de tomar contacto com ele, neste momento já temos um vinho com 10 anos, vamos ver como se deram o Aragonês com a Trincadeira durante todo este tempo... com 14,5%
Foi provado a 16º e decantado com filtro uma hora antes, e dita assim esta prova:

Cor: Granada escuro, com bordo tijolo revelando já a bela idade de 10 anos

Nariz: Ao princípio as notas de madeira e licor com um ligeiro toque verde da Trincadeira, com o tempo vai abrindo, aparece fruta vermelha e preta em compota, tabaco, café, mentol, torrados, tudo muito bem equilibrado e muito fino. Vinho que perdeu a pujança e ganhou em finesse. As duas castas perfeitamente casadas.

Boca: Notas verdes de início, com ligeira ponta de álcool, licor, passado o tempo compota de fruta, mais notas verdes,mentol , um pouco de café, boca e nariz perfeitamente interligados sem perder o seu Verdadeiro estilo PERA MANCA, bem me parecia que já tinha provado este tinto.

Observações: Qualidade e finesse bem marcadas num vinho de culto, mesmo com 10 anos coisa a que muitos não vão chegar, provado em outras alturas e estava bem melhor, mesmo assim ainda não perdeu o estilo.

13 abril 2005

Expo Alimentaria 2005

Foi durante os dias 12 e 13 deste mês que eu mais dois amigos, Nuno e Filipe nos deslocámos à Alimentária para provar algumas novidades presente.

Herdade da Malhadinha Nova:
Rosé da Peceguina 2004: O melhor rosé da exposição, fresco muito fresco, com aromas a fruta vermelha onde o morango groselha, cereja e algum rebuçado se destacam. Vai ser vinho para o Verão com um custo de 5 euros por garrafa não se pode pedir mais.

Monte de Peceguina Branco 2004: Bastante atractivo , notas florais e de fruta exótica, boa acidez. Pede uma prova mais atenta. Preço de 5 euros.

Monte da Peceguina Tinto 2004: Dentro dos moldes do 2003, preço de 7,5 euros

Malhadinha 2003: Topo de gama, vinho onde a madeira de excelente qualidade se junta a um excelente conjunto, a provar com calma e afixar aqui a nota... preço de garrafa a rondar os 23 euros.

Outros vinhos:

Baron B Reserva Branco 2003 - Vinho onde se destaca a Antão Vaz com todo o seu explendor, aliada a um bom trabalho de barrica. Não gostei tanto como do primeiro reserva da casa.

Baron B Reserva Tinto 2001 - Mostrou-se de bom nível mas não do meu agrado.

Monte das Servas Touriga Nacional 2003 - Ainda em amostra, este caldo já mostra grande qualidade, provado a primeira vez no Encontro do Vinho, foi para mim dos melhores Touriga provados no Encontro. Muito floral, com fruta e madeira bem presente, precisa de afinar, mas o trabalho está lá... esperemos para ver como sai para o mercado.

Herdade das Servas Reserva 2003 - Tem força, tem poder, tem corpo... e parece que com o tempo vamos ter vinho.

Dolium Selecta Touriga Nacional - Um Touriga diferente, irreverente como o chamaram, notas muito florais, vinho com muito bom corpo, bons aromas, mas nota-se ainda fechado e a precisar de umas férias na nossa Garrafeira... a 15 euros é mesmo de Reservar quarto.

Plansel Touriga Nacional - Excelente vinho, floral com uma boa madeira, gosto muito deste perfil e nunca entendi porque se fala tão pouco dos vinhos deste produtor... mas enfim.

Dorina Linderman 2003 Aragonês-Syrah - Estes vinhos nasceram no ano de 1998 desde lá que os tenho seguido um pouco, com uma bonita garrafa, penso ser mesmo única no nosso mercado, este produtor tem conseguido vinhos bastante interessantes, este não foge à regra, ainda um pouco confuso, mas sempre foram vinhos que precisam de tempo... o preço de 35 euros e a quantidade limitada não ajudam, antes era bem mais barato.

Ravasqueira Rosé - Este vinho por força da senhora que o servia tinha de ser bom, dizia ela que pretendia ser um rosé diferente, eu também achei mas para pior, notas muito sumidas, com um travo na boca meio esquisito, fresco estava ele, agora o rosé da Peceguina arrasa este completamente...

Encostas Estremoz Selecção Touriga Franca 2003 - Casta estranha por terras do Alentejo, mesmo assim um vinho que se mostrou muito interessante e pelo preço recomendável, penso que os 4 euros e pico na adega está tudo dito... sobre o vinho propriamente dito gostei muito da prova de boca e o aroma bem misturado da madeira com a fruta.

Encostas Estremoz Touriga Nacional 2003 - Melhor que o Selecção, no Pingo Doce anda pelos 4.80 euros, tem a casta presente, vinho simples bem feito e que pelo preço não se pode pedir muito mais...

12 abril 2005

PROVA de vinhos Gregos

Foi para mim uma grande novidade, o provar vinhos da Grécia, pois é sempre com entusiasmo que se tem contacto com vinhos de outros países, o conhecer outras castas outras ideias de fazer vinho... Fui juntamente com o amigo Tiago fomos servidos por uma simpática Grega que o mais que fazia era sorrir, pois falar Português nem pensar e Inglês muito menos...
Foram provados vinhos do Produtor Kechri, 2 brancos e 1 tinto.

Syllogi Sauvignon Blanc 2003 - Este vinho mostrou uma côr amarela muito pálida , com estágio em inox, no nariz algumas notas de fruta verde, melão e limão. Na boca mostrou-se seco e pouco interessante, talvez a temperatura de serviço não tenha sido a melhor, mas pelo provado não convenceu muito. Temos melhor por Portugal.

Proteios 2003 Roditis Branco 11.5% - Vinho elaborado com domínio da casta Roditis e da casta Zoumiatis, agora sim já é um olhar atento a castas desconhecidas.
Mais um vinho muito esbatido em côr com toques esverdeados, mostrou um nariz com alguma fruta onde se destaca pêra e maçã verde. Na boca mostrou-se fresco, um vinho interessante pelo que mais não seja, ter conhecido as castas.

Xynomavro 2003 Tinto - Vinho elaborado pelas castas Xinomavro e um pouco de Negoska.
Interessante logo pela côr apresentada, uns tons cebola que mais parecia o vinho ter anos em cima ou então estar completamente oxidado. Afinal era mesmo assim, pois tal tonalidade deve-se às castas, estamos sempre a aprender.
No nariz tinha toques de fruta, ameixas, amoras, tudo em passa... Depois na boca mostrou-se com muito corpo, a saber a terra molhada... enfim algo agreste e que sai fora dos meus gostos.

Gostei desta prova, porque tive contacto com outros vinhos vindos lá de fora, mas para o meu gosto gosto muito mais dos nossos.
 
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