Copo de 3: março 2005

28 março 2005

Páscoa 2005 - Vinhos -

Como é costume neste dia Segunda-Feira de Páscoa aqui na zona vai-se comer o Assado de Borrego para o campo...
Neste dia choveu para desgosto de todos principalmente do amigo João Casaca, mas nada impediu o almoço, e na minha casa lá de baixo, lá nos reunimos.
Aqui fica uma leve impressão sobre cada um dos vinhos provados desde o mais apreciado ao menos, com a nota dada em conjunto:

Quinta das Tecedeiras Reserva 2000 - Este vinho foi a surpresa total, desconhecido para todos, foi numa de experiência, e digamos em tom de brincadeira que o único Douro se destacou e bem, digamos que este vinho é de outro campeonato.
Mostrou-se muito floral e com boas notas de fruto, rebuçado, leve toque de madeira, tostados, cacau, especiarias, chocolate.
Bom conjunto e bastante agradável, boca com fruto bem presente corpo médio e com alguma frescura... foi uma bela e agradável surpresa. 17

Coop Borba Syrah 2003 - Mantém o mesmo nível mas com álcool mais disfarçado, mais fresco e a mostrar mais a casta. Com menor adstringência, ainda a precisar de mais um tempo de garrafa. Mesmo assim quase toda a gente gostou do perfil deste vinho. 16,5

Herdade Grande 2000 - Mostrou uma boa evolução este vinho, com um bom perfil e harmonia de conjunto, ficou por isso à frente do 4 Castas... 16,5

Esporão 4 Castas Reserva 2001 - Notou-se algum alcool que incomodou a prova, os seus 15º disseram presente... Bom nariz e boa boca, com notas de cacau, tostados... 16

Convento da Tomina 2003
- Mostrou-se dentro da linha dos anteriores mas ainda com o alcool um pouco vivo e um pouco duro... quando acalmar fica naquilo que se conhece, característico dos vinhos deste produtor. 15

Casa Zagalos Reserva 2001 - Este vinho não foi muito bem aceite, um perfil inicial um pouco verde com alguma adstrigência não favoreceu em nada o dito... talvez com mais tempo para abrir mas mesmo assim deixou vontade de repetir. 15,5

21 março 2005

Monte das Servas 2003 e Conventual 2003

Monte das Servas 2003

Cor - Mostra um tom granada com boa concentração.

Nariz - Fruta vermelha, tabaco, fumo, algum cacau, notas verdes.

Boca - Fruta vermelha a marcar presença, leve adstringência final com final de boca médio, vinho simples e equilibrado.

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Adega Coop Portalegre Conventual 2003

Cor - Granada vivo, com pouca concentração.

Nariz - Fumo e fruta vermelha muito concentrada, alguma ponta de álcool, mais fruta vermelha, groselha, amora.. alguma esteve e notas verdes.

Boca - Fruta aliada a uma adstrigência que fica na boca e persistência média. Vinho bem conseguido, talvez um pouco mais de garrafa e afine, mas para o preço já era pedir milagres, excelente relação preço/qualidade.

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12 março 2005

PROVA Vinhos de 2000

Prova de vinhos de 2000 foi feita às cegas, com os vinhos a serem decantados e servidos à temperatura ambiente uns 15º que depois iriam parar à temperatura ambiente mais ou menos de 18-19 graus.

O primeiro vinho já mostrava notas de evolução e não agradou muito a gregos nem a troianos, algo cansado, com notas de fruta passa, compota, chocolate e pouco mais... apaga-se na boca em menos de nada. Não deixou saudades este Herdade Grande 2000.

Segundo vinho mostrou um outro nível, completamente diferente e arriscando com toda a certeza estar perante um Douro. Muita concentração de aromas, boa madeira mas um final que nao me agradou lá muito, a verdade é que já tinha bebido este vinho e agora pareceu bem melhor, Quinta da Leda 2000.

Mais um copo mais um vinho, este a mostrar uma grande concentração cromática, quase tinta da china, com muitos aromas de fruta, chocolate, madeira em boa dose e bem equilibrada no conjunto, este vinho mostrou-se um pouco em baixa forma comparado com as provas do mesmo em anteriores ocasiões, o que fez com que a sua classificação não tenha sido das melhores. Falamos do Brunheda Reserva 2000, irmão mais novo de um tal Brunheda Vinhas Velhas 2000 que comparado com este é um Deus.

Deixando o melhor para o fim, aparece um vinho mais que conhecido por estas bandas, nas suas primeiras colheitas era quase sempre identificado, agora mudou um pouco mas a qualidade está bem presente, ano após ano, vinho que nunca nos deixa ficar mal, depende do ano mas que culpa tem o vinho que o ano tenha sido mau ??? Destaque para uma bonita côr granada, com ligeiro toque tijolo na unha. No nariz vai abrindo com o tempo, nitidamente um vinho do Alentejo... fruta em compota, baunilha, torrados, a madeira está muito bem trabalhada em todo o conjunto, dando uns aromas amanteigados que ainda se notam na garrafa, notas verdes, pimento, café, com a boca a corresponder e a mostrar um vinho que se mostrou evoluir muito bem na garrafa e está aí para as curvas, digamos que mais uns anos, só agora o 97 mostra sinais de queda. No final de boca marca presença com grande qualidade. Belo vinho belo preço face à qualidade, um Vila Santa 2000 no seu melhor...

Por ordem de escolha ficaram como está na foto, do primeiro para o último.

05 março 2005

PROVA Vinhos de 1999

Esta prova foi feita com vinhos do ano de 1999

Prova cega, com vinhos decantados 1 hora antes e filtrados para remover possível depósito.

Primeiro vinho provado mostrou logo grande nível, a prova prometia ser boa, boa cor para um vinho com 6 anos, bom perfil aromático com boa qualidade de aromas, pimento bem presente, os aromas terciários estavam presentes, o trabalho da madeira veio afinar o conjunto e só mostrou o porquê da fama deste vinho. Todos gostaram do vinho, mostrou finesse elegância, um saber estar no copo de grande nível, bom final de boca, para este Bacalhoa 1999.

Segundo vinho, e a coisa já não parecia muito famosa, pelo aroma apagado e meio confuso eu não gostei do vinho, e como se diz o primeiro impacto conta muito, pois o vinho pode abrir, eu sei, e esperei e esperei mas o dito ficou tão mudo que pensei estar morto, na boca então pior, umas notas verdes que o tornaram seco, leve adstringência e um final de boca que parecia um fantasma diziam que estava lá mas eu nem o encontrei... pena para este Callabriga 1999.

Mais um vinho, mais uma surpresa , e que surpresa, um malandro colocou um vinho Espanhol na prova, coisa que ninguém estava à espera, mas numa prova cega quem pode estar à espera de uma coisa ?? Ninguém... Ora bem este Marboré 1999 no copo mostrou boa cor granada escuro, outra coisa não seria de esperar, no nariz a madeira mostrou-se muito bem como todos os aromas do vinho, é uma delícia cheirar este vinho, uma e outra vez, deixa saudades pois deixa, eu pelo menos de vez em vez tenho de as matar... Mas no nariz a boa qualidade da fruta juntamente com o bom trabalho da madeira e os aromas secundário e terciários a aparecerem em grande forma. Apenas um senão, na boca não se mostrou tanto como no nariz, um pouco mais apagado o que fez com que o seu lugar fosse o segundo.

Ora bem, este vinho no copo já mostrou um sinal de idade, a côr de tijolo no bordo estava presente mas muito leve. No nariz mostrou-se muito tímido de início mas com o tempo foi começando a falar e a falar notando-se pelo sotaque que era senhor lá do Douro, contava coisas sobre uma fruta vermelha, e uma fruta preta em compota, que depois tinha uma madeira de boa qualidade presente mas discreta e uns aromas de chocolate, café, torrados, baunilha, manteiga, fumo, tabaco e pimenta preta. Que na boca se encontrava tudo o que se encontrou no nariz em grande forma, com grande qualidade, e o vinho continuava a falar e a falar, com um final de discurso excelente daqueles que ficam para recordar, muito bom mesmo este Quanta Terra 1999 que seria o vencedor da noite.

 
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