Copo de 3: Copo de 3 no Jantar de Ano Novo 2006 de os5as8 na York House

15 janeiro 2006

Copo de 3 no Jantar de Ano Novo 2006 de os5as8 na York House

Sábado dia 14 de Janeiro realizou-se o Jantar de Ano Novo 2006 de os5as8, o lugar escolhido foi a carismática York House em Lisboa, e o Copo de 3 esteve presente.
Com prova marcada para as 18.30 os convivas foram chegando aos poucos, alguns já conhecidos outros nem tanto, foi bom conhecer as caras de alguns nomes bem conhecidos do fórum com destaque para o Luís Camisão, Luís Paiva e esposa, Paulo Rodrigues e Margarida Rodrigues, Abílio Neto e esposa, Leitão, JMS e esposa, José Nero, João Roseira, Francisco Bento dos Santos, Luís Ferreira, Rui Falcão, Tiago Teles, Pedro Gomes e claro, está o sempre bem disposto José Tomaz Mello Breyner.

Feitas as apresentações, foi altura de começar a prova, arranjando lugar a mesa acabou por ficar muito bem composta, com a esposa do Mlpaiva, José Nero, Paulo Rodrigues e Margarida Rodrigues, Abílio Neto e esposa.

Os vinhos em prova cega, sendo servidos pelo anfitrião José Tomaz, pelo Rui Falcão e Pedro Gomes.
Aqui ficam os vinhos provados pela sua ordem, com a apreciação possível no momento:

Montevalle branco (Douro) 2004 : Do produtor Bago de Touriga, tem uma tonalidade quase incolor, revela um vinho de estágio em inox, muito leve de aromas com alguma fruta, floral e leve mineral no fundo. Suave de corpo, acidez bem marcada, fino e muito equilibrado, final mineral com final médio/curto. Melhor na boca que em nariz, um vinho simpático sem muito que contar.

Casal Figueira Tradition (Estremadura) 2004 : Amarelo palha com reflexos esverdeados, no nariz no que toca a aromas mostrou-se fraco, leve floral (rosas), fruta (pêssego) tudo muito escondido e com um nariz estranho que não faz as minhas preferências. Na boca mostrou-se bem melhor, lembra um Esporão Private Selection Branco em ponto mais pequeno e menos concentrado, untuoso, com a madeira e a battonage a notarem-se bem. Tem as suas virtudes apenas para os seus seguidores nos quais eu não me incluo.

Quinta de Carvalhais Touriga Nacional (Dão) 1995: Cor granada com rebordo a revelar já evolução, muito aroma animal, não deu grande prova neste momento, mas seria provado mais tarde no jantar.

Vinha da Nora (Estremadura) 1998: Com uma boa côr, não indica a idade que tem... mostrando-se fresco de aromas, com fruta presente em ligeira compota, leve vegetal e alguma especiaria em conjunto com aromas da madeira a marcarem presença. Tem corpo médio, fruta e acidez a dar frescura, mostrou-se no final de boca um pouco vegetal. É vinho que não merece mais tempo de garrafeira.

Quinta do Perdigão (Dão) 2000: Tonalidade granada de boa concentração, aromas a evoluir bem no copo, com fruta a marcar presença em ligeira compota, floral (violetas) leve chocolate e café em companhia de algum tabaco, baunilha, aromas balsâmicos. Na boca tem bom corpo, equilibrado, fruta presente, fresco e muito agradável, com final mentolado.

Terroso (Douro) 2003: Mais um vinho da Bago de Touriga, surge com uma tonalidade granada escuro de mediana concentração, apresenta de principio ligeiro sulfuroso, dando lugar depois a fruta, aromas frescos, madeira ligeiramente presente acompanhada de balsâmico. Na boca mostrou-se leve e de bom corpo, com bom final de boca e ligeiramente balsâmico.

Quinta do Infantado (Douro) 2003: Granada escuro, mostrou-se frutado com leve vegetal no aroma, e final mentolado. Corpo médio, frescura média e balsâmico no final, mostrou-se correcto sem nada de mais.

Aurius (Estemadura) 2002: Uma surpresa ou melhor uma novidade, com boa concentração e entrada com fruta de boa qualidade e leve floral, madeira presente e de boa qualidade, baunilha, tabaco, mostrou-se como um dos melhores vinhos em prova, ainda com ligeira adstringência no final de boca que se mostrou médio/longo dando uma bela prova.

Quinta de Lemos (rótulo branco) Dão 2003 : Ruby de intensidade média de boa concentração, mostrou-se muito aromático com destaque para frutos silvestres muito maduros lembrando compota (bagas) e floral (violetas), muito fresco de aromas um vinho diferente, leve baunilha tudo num bouquet muito concentrado.
Na prova de boca tem boa estrutura, fresco, fruta presente, bem cativante, ligeiro chocolate e um final de boca balsâmico de boa persistência. Uma surpresa este vinho que como foi dito é vinho para se beber um copo e não para acompanhar uma refeição que se torna enjoativo.

Herdade dos Grous Reserva (Alentejo) 2004: Granada escuro, muito bom de aromas com fruta vermelha e negra madura presente, em conjunto com um bom trabalho de madeira dando aromas logo de entrada a lembar baunilha, cafe, chocolate, fumo, tabaco, tudo muito bem ligado com um final ligeiramente balsamico. Na boca é mais do mesmo, com acidez a dar uma frescura mais que precisa de maneira a não tornar o vinho pesado, mostrou um final com grande qualidade e de boa persistência. O melhor vinho da prova cega na minha opinião, vale a pena esperar por ele.

Quinta da Palmirinha (verde tinto) Minho 2004: Quando servido mais parecia um vinho em amostra de cuba, tal a tonalidade que apresenta este vinho, grande concentração, paredes dos copos com lágrima muito intensa e que pinta completamente as paredes do copo, muita fruta com ligeiro carbónico, mas que se revelou um verde tinto.

Durante toda a prova cega, foram sendo revelados os vinhos provados, sempre com um pequeno e saudável confronto de ideias entre provadores.
Finalizada a prova cega foi altura de seguir para o Restaurante da York House onde tudo estava a postos para continuar o excelente convívio até agora vivido.
Preparados os vinhos que seriam servidos durante o jantar, e sentados os convivas, a refeição foi servida:

O primeiro vinho a ser servido foi:
Trimbach Riesling Clos Saint Hune 1997 , da região da Alsácia Francesa. Mostrou-se muito bom este vinho, muito floral, fruta presente (pêssego com acidez marcante, fresco e final mineral. Na boca tem um recorte de grande nível, corpo médio muito afinado e bem equilibrado, dando uma bela prova com um final persistente e mineral. Dos brancos provados foi o que me deu mais prazer a provar.

Para acompanhar uma maravilhosa Sopa de Peixe foram servidos os vinhos
Casal Figueira Tradition 2004 já provado anteriormente e o Gouvyas Reserva 2003 alvo de prova mais atenta em breve no Copo de 3.

Com o Pato com Azeitonas, e de destacar as Cheróvias trazidas pela Margarida Rodrigues que ligaram muito bem com o pato, foram servidos os vinhos:
Quinta das Castas Touriga Nacional 2005 :Foi decantado 4 horas antes para um vinho com 10 anos e algo mais, decantado fazia já 4 horas, simplesmente estava com grande nível. Mostrava-se um vinho já com a marca da idade, mas ainda fresco de aromas, madeira bem ligada com a fruta, na boca dava prazer a ser bebido, tudo bem ligado entre si, com aromas de chocolate, café, baunilha e leve floral muito bem presentes, digamos que aromas terciários a dizer presentes.

Altas Quintas 2004 : Vem da Serra de São Mamede em Portalegre, com as suas vinhas situadas a 600 metros de altitude, tem um perfil diferente dos normais Alentejanos. Mostrou-se concentrado de côr, intensidade média com fruta presente e bem ligada com a madeira, chocolate, baunilha, café, torrados com tudo bem ligado e fresco nos aromas. Dá uma boa prova de boca, com boa estrutura, equilibrado, fruta, chocolate, frescura com os taninos bem afinados e dando uma bela prova de boca. Um vinho que precisa de algum tempo de garrafeira mas esperava algo mais de um vinho tão badalado.

Campolargo Pinot Noir 2004 : Ruby de intensidade média, delicado no nariz com fruta madura bem ligada com a madeira, leve balsâmico, muito interessante, pelo primeiro impacto lembrou-me um vinho da zona da Borgonha. Na prova de boca está equilibrado, delicado com corpo médio, fino e com final de boca agradável e persistência média aliado a um ligeiro mentolado.

Montevale 2003, Gouvyas 2003 e f
oi provado também um vinho de Bordéus que no meio da conversa me esqueci de anotar. Com uma entrada de nariz muito aromática, lembrava chocolate leves torrados e algum cafe, na boca tinha estrutura mediana com final ligeiramente especiado e persistência média.

Com a Sopa de Frutos do Bosque com Gelado de Natas foram servidos um
Quinta do Infantado LBV 2001 e um Casal Figueira Vindima Tardia 2002: feito com Petit Manseng, mostrou-se tímido de aromas, pouca fruta e algum floral acompanhados de algum mel, tudo muito afinado e sem se mostrar muito, na boca falta um pouco mais de estrutura e de frescura, tem pouco para dizer este Vindima Tardia que se mostrou pouco exuberante.

Foi uma noite bastante agradável e que espero se volte a repetir, um abraço a todos os presentes.
Espero os vossos comentários.
Copo de 3

10 comentários:

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Finalmente o Alentejano deu-se a conhecer. E ainda por cima teve direito a boleia para casa com o FBS lol que se queixa assim:

De resto, tenho a certeza de que o meu fim-de-noite foi o mais original: depois de ir deixar o nosso amigo Alentejano a casa do diabo mais velho (ele achou perto... pudera, habituado às distâncias do Alentejo!)

João de Carvalho disse...

Curioso que fizemos todo o percurso em coisa de 5 minutos.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

5 minutos Alentejano? Grande Francisco não lhe conhecia essas suas qualidades de Fangio"

João de Carvalho disse...

Pois como viemos de conversa o tempo deve ter passado num instante e pareceu bem menos... my fault... mas normalmente não demoro mais de 15 minutos com trânsito a fazer o percurso em causa, mas o que interessa é que está tudo bem e a noite foi excelente.

Anónimo disse...

Caro Alentajano,

Parece-me a mim que falta o Quinta do Perdigão?

De resto, foi um imenso prazer conhecê-lo e a sua acompanhante.

A Angela partilha da opinião, aliás, muito geral, que não tem nada a ver com o postador.

Tivemos muito gosto e gostamos dos dois, do Alentejano e do João Pedro.

Keep going

Abraços,

Abílio Neto

João de Carvalho disse...

Grande Abílio, bons olhos te vejam no Copo de 3... repara bem que o Quinta do Perdigão está colocado no artigo :)

Também gostei muito de conhecer o simpático casal, Abílio Neto e Angela.

Continua a comentar por estas bandas que aprecio bastante a tua opinião, e mais que não seja nos vinhos de Espanha.

Anónimo disse...

Pelos vistos a boleia fez efeito, que o Vinha da Nora e o Aurius tiveram boas apreciações ;)

Estou a brincar, longe de facto não era e a prosa fez com que o tempo passasse depressa! Pior foi o Zé Tomaz que acabou a noite na prisão de Caxias... :D

Anónimo disse...

(um post, uppps aki é comment, à Alémtejano)
Parece que escapou a todos os presentes no magnífico jantar YH um generoso espanhol que se revelou o vinho da noite.
Apesar de encorpado e ainda muito jovem, a mineralidade, elegância e fruta, conjugadas com um potencial de envelhecimento enorme, fazem do LBV 2001 da Finca del Espantado um marco na produção de Oportos de nuestros hermanos. Isto sim, há de vir a ser um vinho de Kulto.
Agora não me venham falar de Portos de Portugal.

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Olivença, é outra paixão

João de Carvalho disse...

De quem será o Post anterior ? he he quase que adivinho ;)
Pois de facto o Quinta do Infantado LBV 2001 foi o generoso da noite, sem dúvida interessante e o primeiro LBV de 2001 que provei, pena que não tenha tirado notas de apreciação do mesmo, e também me falta o nome do Bordéus, mas outras oportunidade não vão faltar de provar este LBV.

Vitor e Ana disse...

Adoramos o blog, teremos como referência futura e admiramos esse grupo de amigos conhecedores dos vinhos. Já tinhamos visitado o 5as8 e agora temos mais um caminho a trilhar. Em nossa terra, estamos desenvolvendo o palato para bons vinhos, mesmo sob temperaturas de 35 graus Celsius, habituais em 10 meses do ano. Esperamos juntar alguns amigos e formar a confraria dos vinhos de Jaboticabal, SP - Brasil. Abraços "in vino veritas" - Vitor e Ana (www.py2ny.blogspot.com).

 
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