Copo de 3: Aprovar os Brancos das Cooperativas...

17 setembro 2006

Aprovar os Brancos das Cooperativas...

Para muito gente falar de vinho de Cooperativa é falar de vinhos menores, vinhos que nunca vão fazer parte da garrafeira pois tal seria a vergonha se algum amigo fosse encontrar uma dessas garrafas no meio de tanta estrela... felizmente essas pessoas andam enganadas pois o trabalho não de todas mas de algumas Cooperativas em Portugal tem sido muito grande, com um esforço notável para aumentar a qualidade dos seus vinhos.

Dois exemplos são a Cooperativa de Borba, que teve uma revolução nos seus vinhos, apresentou uma gama de varietais e bi-varietais, vinhos bem feitos com algo mais que uma simples qualidade e a preços mais que apetecíveis, a qualidade essa tem vindo a aumentar pouco a pouco a par das novidades, o Cinquentenário a entrar no mercado dos topo de gama, um espumante tinto de Aragonês foi outra das novidades e também o primeiro Garrafeira.
Outro fiel exemplo é a Cooperativa de Pegões, que faz algum tempo já se tinha afirmado no segmento médio e médio/alto com os seus Pegões Garrafeira, Pegões Colheita Seleccionada Tinto e Branco e recentemente lançou a sua gama de varietais, mais uma vez vinhos a preços sensatos que fazem as delícias de muitos apreciadores sem medo ou pudor do nome Cooperativa no rótulo.

Em prova estão os dois melhores brancos feitos pelas duas melhores Adegas Cooperativas em Portugal, o Montes Claros Reserva 2005 e o Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2005, com preços a rondar os 4€ foram recentemente os dois vencedores do painel 'Brancos de Verão' da reputada Revista de Vinhos.

Montes Claros Reserva 2005
Castas: Arinto, Antão Vaz e Roupeiro - Estágio: carvalho francês com batônnage - 13% Vol.

Tonalidade amarelo citrino leve dourado de concentração média.
Nariz com fruta presente (tropical) e pêro, ligeiro torrado com baunilha, leve de aromas, não muito intenso, sensação de leve adocicado, untuosidade com frutos secos
Na boca mostra-se fresco, bom corpo com acidez presente, fruto fresco e maduro, torrado leve com harmonia de conjunto, redondo e afinado com final mineral de persistência média.
O vinho mostrou-se bem melhor que a colheita anterior, com a saida da casta Perrum a dar entrada à casta Roupeiro, ganhou mais alguma complexidade e acidez, um branco a ter em conta que por cerca de 3,80€ promete uma boa prova com uma boa relação preço/qualidade. Uma sopa de peixe ou uns choquinhos fritos não lhe viram a cara.
15,5

Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2005
Castas: Chardonnay 25%, Antão Vaz 25%, Arinto 25% e Pinot Blanc 25% - Estágio: 4 meses carvalho americano com batônnage. - 14% Vol.

Tonalidade amarelo dourado de média intensidade.
Nariz com boa intensidade, fruta madura (tropical e citrinos), certa untuosidade, chá preto, torrada, melado, baunilha, leve frescura presente em conjunto harmonioso, frutos secos com fundo mineral.
Boca com boa entrada, fruta presente, untuosidade presente com acidez a dar frescura, presença de mel e algum fruto seco torrado, leve mineral presente de fundo com final de boca de persistência média/alta.

Vinho que ano após ano consegue manter uma bela fasquia de qualidade, claramente um vinho indicado para os tempos mais frios, vai ser bom companheiro de Outono e Inverno, o preço pode variar um pouco, mas é sempre um vinho a ter em conta face à boa qualidade que nos consegue oferecer pelo preço que nos pede. Um bacalhau no forno com espinafres faz-lhe boa companhia 16

11 comentários:

Chapim disse...

Caro copo, de facto estas adegas são dois exemplos de como é possível fazer bem, bom e relativamente barato no panorama nacional. Um exemplo para todas as outras adegas seguirem. Os bi varietais de Borba são magníficos e este branco de Pegões está sempre entre as minhas escolas. Para todo o ano. Excelente post este sobre as adegas!

Anónimo disse...

Costumo dizer que as adegas cooperativas do sul do país, foram as que melhor souberam adaptar-se às novas tendências. Começaram a cortar pela raiz a má qualidade da uva, investiram nas adegas e nas plantações dos seus sócios e tem bons enólogos.

João de Carvalho disse...

Não posso estar mais de acordo com o que disse o Chapim e o Caloiro30.

Pois é Caloiro30 mas se formos reparar a Coop de Monsaraz e a Coop de Redondo não se souberam adaptar, pelo menos a ver pela qualidade dos seus vinhos ainda têm muito que andar pois parece que regrediram um pouco. Enquanto que a CARMIM tem uma gama que penso ser demasiado grande com vinhos muito semelhantes, o Garrafeira dos Sócios já não é o que era (saudoso 97), a Coop de Redondo anda num marasmo, como que parada no tempo, tem os seus Anta da Serra, melhor os brancos desta adega que os tintos, depois o reserva que se destaca com alguma graça, e os varietais Chardonnay e Arinto são vinhos que quando provei me pareceram ácidos e desequilibrados.
Ainda temos a Coop da Granja e Amareleja, parece que parou a sua produção visto não encontrar novos vinhos no mercado, a Coop da Vidigueira anda ela por ela e não evoluiu assim tanto e mais a norte a Coop de Portalegre que viu os seus Portalegre descerem de qualidade, e o Cinquentenario para mim foi uma grande desilusão.
De todas estas as que me dão garantias de qualidade acima da média são a Coop de Borba e a Coop de Pegões, quanto às restantes resta continuarem a trabalhar.

Pingas no Copo disse...

Viva pessoal. O Pegões CS é o meu eleito. Pelo preço que pedem a um vinho destes só posso considerar pechincha.

No entanto, algumas adegas do Norte ou mais a norte, também conseguiram adaptar-se a novas realidades.

Estamos a esquecer-nos da COOP de Monção, da COOO de Nelas, Silgueiros e Tázem. Com a entrada de novos enólogos e novos métodos estão a meter no mercado vinhos bastante interessantes.

Abraços cordiais

João de Carvalho disse...

Caro Pingus mas esses vinhos que falas conseguem fazer frente aos Pegoes Col Sel e aos Garrafeira da Coop Borba, apenas para sitar uns exemplos...

Estou a pensar fazer uma prova de Touriga Nacional, e seria curioso colocar os Tourigas nacional das Cooperativas, que me dizes Pingus ?

Pingas no Copo disse...

Não teria qualquer problema em colocar o Touriga Nacional da Coop de Tazém. No entanto, devo dizer-te que a Coop de Tázem têm um Garrafeira (entrou no lote dos melhores vinhos do José António Salvador na Visão Gourmet de 2004)Ou mesmo o Touriga Nacional de Nelas. Já agora nunca provaste o Pé Franco desta última?

João de Carvalho disse...

Nunca provei vinhos dos produtores de que falaste, de Tázem penso que provei um ou outro mas já lá vai o tempo dos outros nem por isso... mas a prova fica em aberto, é só combinar.
Entretanto vou realizar uma vertical de Touriga Nacional da Cooperativa de Borba.

Blog De Vinis disse...

Chicos, estoy aprendiendo un montón.Gracias, Joao, y gracias a todos. Aquí en España el movimiento cooperativo también ha tenido que despertarse a la fuerza porque, si no, le pasaba el tren por encima!!! Tomo nota de la información y espero con ganas la cata de TN que prometes. Es una pena tremenda que no lleguen estas cosas aquí.
Saludos cordiales,
Joan

João de Carvalho disse...

Hola Joan

Yo como referência de Cooperativas por tierras de España tengo la Cooperativa de San Alejandro en Catalayud (gracias a Antoliano que me apresento estos vinos) es la bodega que hace el Baltasar Gracian Vinas Viejas Garnacha... ya e catado el Garnacha e el Tempranillo e por el precio son excelentes vinos, con las viñas a 700-900 metros sobre el nivel del mar.
Penso que sea una Cooperativa como los que yo hablo por aqui.

Saludos desde Portugal.

Blog De Vinis disse...

Sí, en efecto, llevas razón. Otra interesante es la de Poboleda, en DOC Priorat, que hace cosas muy dignas aunque abandonara hace dos años lo que prometía más: Mas Igneus.
Saludos cordiales,
Joan

Anónimo disse...

Já me passou pelo estreito este Adega de Pegões, e tal qual disseram , e eu também confirmo, está a um alto nível não ficando atrás de grandes brancos pertencente a grandes casas de renome. Está acessível a muitas carteiras, e isso é bom, mais que não seja para "encurtar" a difrença de nível financeiro dos apreciadores. Muinto acertádo o teu comentário a este vinho...

 
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