Copo de 3: outubro 2006

31 outubro 2006

Desafio PROVA À QUINTA

Para iniciar Novembro da melhor maneira o Copo de 3 vem desafiar todos os Blogs que se dediquem ao mundo do vinho a participar.
Perguntam vocês o que é afinal o PROVA À QUINTA ?

Tudo se desenrola da seguinte maneira:
- O blog interessado lança um desafio, sempre no último dia do prazo que será obviamente uma Quinta, os desafios podem ser tão variados como por exemplo: provar um vinho de casta estrangeira, um branco inox, vinho clássico, vinho italiano, vinho para acompanhar Queijo da Serra... depende da imaginação de cada um.
- O blog que lançar o desafio fica responsável por receber todas as notas de prova dos restantes blogs que devem ser colocadas como comentários no respectivo post.
- Os restantes afixam a sua nota de prova com a foto acima colocada, para melhor se identifiar dos restantes artigos colocados.
- Após ser lançado o desafio, os bloggers têm 15 dias para responder, passado esse prazo voltamos ao primeiro passo e um outro blog poderá lançar novo desafio.
- Convém dizer que a escolha dos vinhos é livre e da responsabilidade de cada blog, desde que respeite os objectivos colocados.
- Como é óbvio e após vários pedidos, esta iniciativa é aberta à participação de todos os leitores dos blogs participantes.

Caros amigos, investiguem, procurem e finalmente provem, o objectivo é ficar a conhecer e partilhar esse mesmo conhecimento com os restantes.

Para começar fica aqui o meu desafio:
PROVA À QUINTA: UM VINHO TINTO PORTUGUÊS COM MENOS DE 13% VOL.

Até dia 16 de Novembro.

PROVA Quinta de Saes Colheita Exclusiva 2005

Uma breve passagem pelo Dão, onde das mãos do reputado enólogo Álvaro de Castro sai mais um ano este:

Quinta de Saes Colheita Exclusiva 2005
Castas: não indicadas - Estágio: não indicado - 13% Vol.

Tonalidade granada escuro de boa concentração.
Nariz com grande presença de fruta (ameixa, frutos silvestres) muito madura em que a compota marca presença ainda que ligeira, leve doçura pelo meio com especiado e ligeiro floral, boa frescura com algum fumo a dar entrada a um lado vegetal em segundo plano, ganhando claramente com o tempo no copo, surgem notas de cacau, mostra no final um suave balsâmico muito agradável.
Boca com boa entrada, acidez bem ligada a dar frescura num conjunto que apesar de não se mostrar muito complexo, mostra-se de bom nível com a fruta a marcar presença, final com ligeiro mineral e boa persistência.

Um vinho que se mostra correcto e bem feito, bastante apelativo e a mostrar mais uma vez que os novos Dão estão com boa relação preço/qualidade. Apesar de tudo parece que a colheita 2004 se mostrou mais bem conseguida que a 2005.
O ano não vem presente no rótulo mas sim na cápsula, vinho com um preço a rondar os 3€.
14,5

30 outubro 2006

ENCONTRO COM O VINHO E OS SABORES 2006


O evento mais esperado do ano para todos os Enófilos está quase a chegar, é já nos próximos dias 4, 5 e 6 de Novembro na antiga FIL, actual Centro de Congressos de Lisboa que cerca de 200 produtores vão apresentar os seus produtos, com muitas novidades a serem apresentadas, vão estar cerca de 1000 vinhos em prova, os melhores de Portugal e alguns dos melhores estrangeiros.
As tão esperadas Provas Especiais estão cada vez com mais qualidade, com preço unitário de 35€ e direito a entrada no evento, este ano o programa é o seguinte:

Programa:
Sábado, dia 4

14,00 horas, sala A
Espumantes Murganheira, Prova dirigida por Orlando Lourenço
Clássicos: Super Reserva Bruto 2000 e Velha Reserva Bruto 1997
Das principais castas nacionais:
Brancas: Malvasia Fina Bruto 2002
Tintas: Touriga Nacional Bruto 2001, Tinta Roriz Bruto (“Cuvée”) 1991
“Assemblage” evoluída: Grande Reserva Bruto 1991
Das principais castas de Champagne:
Brancas: Chardonnay Bruto 1998
Tintas: Pinot Noir Bruto (“Vintage”) 2002
“Assemblage” Chardonnay / Pinot Noir (Millésime) 1998

16.00 horas , sala B
Penfolds, Austrália (prova patrocinada por Vinalda)
Koonunga Hill Chardonnay 2005
Yattarna Chardonnay 2003
Koonunga Hill Shiraz / Cabernet 2004
Bin 128 2002
Bin 389 2002
Bin 407 2002
RWT 2002
Bin 707 2002
Grange 2001

18,00 horas, sala A
Mouchão, Prova dirigida por Paulo Laureano
Mouchão 1974
Mouchão 1979
Mouchão 1985
Mouchão 1990
Mouchão 1997
Mouchão 2000
Mouchão 2002
Herdade do Mouchão Tonel 3-4 2001
Herdade de Mouchão Tonel 3-4 2003 (amostra de casco)

20,00 horas, sala B
Niepoort, Prova dirigida por Dirk Niepoort
Robustus 1990
Redoma 1999
Batuta, 1999
Batuta 2001
Vertente 2004
Redoma 2004
Batuta 2004
Batuta 2005
Charme 2004
Charme 2005

Domigo, dia 5

14.00 horas, sala A
Quinta de Carvalhais, Prova dirigida por Manuel Vieira
Qta. dos Carvalhais Encruzado 2005
Qta. dos Carvalhais Espumante Rosé 2002
Qta. dos Carvalhais Coleita Tardia 1995
Qta. dos Carvalhais Colheita 2002
Qta. dos Carvalhais Alfrocheiro 1996 e 2003
Qta. dos Carvalhais Tinta Roriz 1998 e 2003
Qta. dos Carvalhais Touriga Nacional 1996 e 2004
Qta. dos Carvalhais Reserva 1996 e 2002

16.00 horas, sala B
Beringer (Nappa Valley) - 130 anos de Grandes Vinhos (Prova patrocinada por Uva)
Com Ron Egli (Fosters Group)
Beringer, Stone Cellars
Shiraz Cabernet
Chardonnay
Beringer, Founders Estate
Zinfandel
Shiraz
Sauvignon Blanc
Beringer, Appellation Collection
Cabernet Sauvignon
Fume Blanc
Viognier
Beringer, Private Reserve
Chardonnay
Cabernet Sauvignon

18,00 horas, sala A
Touriga Nacional – Os melhores vinhos de todo o país da mais nobre casta tinta portuguesa
Prova orientada pelos jornalistas Luís Lopes e João Paulo Martins

20,00 horas, sala B
Vinho do Porto – A excelência dos Colheitas Barros
Barros Colheita 1937
Barros Colheita 1941
Barros Colheita 1957
Barros Colheita 1967
Barros Colheita 1977
Barros Colheita 1986
Barros Colheita 1997
Barros 20 Anos
Barros 40 Anos

Mais uma vez vai ser possível comprar no local os vinhos e sabores mais apreciados, o concurso «Escolha da Imprensa» vai marcar presença mais um ano, e este ano a novidade vai ser um Festival Gastronómico, com a colaboração de alguns dos melhores restaurantes de Portugal (Sessenta Setenta, Arcadas da Capela, Quinta das Lágrimas,Terreiro do Paço, Eleven, A Galeria Gemelli, Vírgula, 100 Maneiras, Vilamonte) com a colaboração de alguns dos principais Chefes, colocando à disposição dos seus clientes um Menú Especial «Encontro do Vinho» que possibilitará desfrutar uma refeição completa com sugestão de um vinho para cada iguaria a um preço fixo.
Estão ainda disponíveis Workshops para os Gourmets mais exigentes, onde alguns dos melhores Chefes vão dar uma aula de cozinha, seguindo o programa:

Dia 4 de Novembro de 2006 - Sábado

14:00 h – Pav. 3 – Sala 3C Do Cacau ao Chocolate Preço: 35,00 €
Chefe Chocolateiro Alex, Leiria Chocolate: Cacao Barry

16:00 h – Pav. 3 – Sala 3C José Avillez: combinações com Vinho do Porto Preço: 40,00 €
Chefe José Avillez com comentários do Engº Bento Amaral

18:00 h – Pav. 3 – Sala 3C Os Cogumelos segundo Augusto Gemelli Preço: 40,00 €
Chefe Augusto Gemelli, Restaurante Galeria

Dia 5 de Novembro de 2006 - Domingo

14:00 h – Pav. 3 – Sala 3C O Chocolate na cozinha Preço: 35,00 €
Chefe chocolateiro Emmanuel Soares (Chefe Pasteleiro Jerome Quent
Chocolate: Valrhona

16:00 h – Pav. 3 – Sala 3C A Cozinha Criativa de Francisco Meireles Preço: 40,00 €
Chefe Francisco Meireles, Restaurante Sessenta Setenta

18:00 h – Pav. 3 – Sala 3C Conservas Ramón Peña – Um mundo a descobrir Preço: 40,00 €
Apresentação das famosas conservas Ramón Peña e o seu aproveitamento culinário

Resta desejar boas provas, e encontramos por lá.

27 outubro 2006

PROVA QM Alvarinho 2005

O tempo quente já nos deixou, instalou-se o Outono da folha caduca e das chuvas ao fim de tarde... começa a chegar o frio e a esplanada de Verão, transforma-se na sala e nas provas com os amigos, um tempo que nos sugere vinhos mais acolhedores, os brancos com mais peso e com mais madeira, e apetece mais um tinto encorpado com um assado no forno.
Mas com tudo isto é caso para colocar de lado os vinhos que se bebem no Verão, entre os quais os Alvarinhos ? Claro que não, para contrariar isso mesmo e a mostrar que os Alvarinhos não são vinhos apenas de Verão, fica aqui a prova de mais um exemplar, neste caso do produtor Quintas de Melgaço Agricultura e Turismo S.A. sai este:

QM Alvarinho 2005
100% Alvarinho - 12,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de mediana concentração.
Nariz a mostrar-se de boa intensidade, frescura com aromas vegetais (herbáceo) presente, em companhia com alguma presença de hidromel, fruta a marcar presença com notas citrinas (toranja) e tropical (ananás) em segundo plano e mais discreto, tudo muito fresco e afinado, final a mostrar-se com notas minerais e a ligeira sensação de fumo.
Boca com boa entrada, acidez a marcar presença e a dar uma boa dose de frescura, corpo mediano, fruta bem presente, mineral no final com persistência média.

Um alvarinho algo diferente onde a exuberância da fruta dá lugar a uma componente vegetal que marca mais presença no conjunto, apesar de tudo temos um vinho equilibrado e bem feito, com um preço bastante aliciante que ronda os 6€.
16

23 outubro 2006

PROVA Porca de Murça Reserva Branco 2005

Aproveitando esta vaga de prova de vinhos do Douro, foi altura de provar um vinho branco do Douro, após uma conversa com um amigo da causa, o Rui Miguel sugeriu-me que provasse o Porca de Murça Reserva Branco 2005, um vinho produzido pela Real Companhia Velha, que comemora este ano os seus 250 anos de existência, um facto memorável pelo que o Copo de 3 deixa aqui os seus Parabéns e desejos da continuação de um excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo de todos estes anos.

Muitos devem perguntar de onde vem o nome Porca de Murça ? A Porca de Murça simboliza a vila. Trata-se de uma escultura granítica representando um quadrúpede. O povo considerou que se tratava de uma ursa que devastava a região e foi necessário eliminar. Depois, passou a ser uma porca. Mas os atributos masculinos bem visíveis não enganam: é na verdade um berrão, do mesmo género dos que se encontram frequentemente na zona oriental de Trás-os-Montes, relacionados com um culto da fertilidade de povos pré-romanos.

Porca de Murça Reserva Branco 2005
Castas: Boal, Gouveio, Codega e Cercial - Estágio: Boal com 6 meses carvalho nacional - 14% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de concentração média/baixa com leve toque dourado.
Nariz a mostrar-se com uma intensidade média/alta, as notas derivadas do estágio em barrica (baunilhas, e ligeiros torrados), começam a mostrar-se de início sem chegar a dominar o conjunto, a fruta mostra-se presente em boa quantidade e variedade, domínio de notas de ananás (em calda), pêra, maçã verde, meloa, leves citrinos (limão, lima), tudo num conjunto que mostra ligeira untuosidade (amanteigado) com notas em segundo plano a lembrar chá preto e toque mineral de fundo.
Na boca a entrada mostra um vinho não muito complexo de corpo, mas o suficiente para aguentar todo o conjunto do vinho, boa acidez a contrabalançar com a madeira, a fruta marca também presença no conjunto com calda de ananás (tom mais adocidado) a destacar-se ao lado de leves anotações cítricas e maçã, ligeiro arredondamento na boca apesar de mais uma vez a acidez dizer presente e estar bem colocada, boa passagem de boca com ligeiro mineral e persistência final média.

Um vinho que se mostra bastante apelativo, com um preço que ronda os 3,60€ a mostrar boa relação preço/qualidade, vale a pena conhecer um dos bons representantes dos brancos durienses disponiveis no mercado.
15,5

PROVA Trinca Espinhas 2004

O Copo de 3 continua a sua caminhada por terras Durienses, do produtor Caves da Montanha sai este tinto de nome curioso, onde a originalidade se alia a uma imagem simples e muito simpática.

Trinca Espinhas 2004
Castas: Locais - Estágio: Não indicado - 12,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração mediana.
Nariz de intensidade média, a fruta (vermelha e negra) bem madura aparece ao lado da componente vegetal que apesar não se mostra em excesso, uma pitada de especiarias guiam-nos até um final marcado por notas de fumo. Tudo muito juntinho e afinado sem grandes alaridos.
Boca de entrada simples e agradável, frescura suave que abraça notas de fruta mais uma vez ao lado de algum vegetal que não incomoda, o final de boca mostra-se mediano e sem grande memória.

Um vinho que se mostra simples e equilibrado nos poucos atributos que tem, faz parte daqueles vinhos que muita gente procura com o objectivo de não gastar muito dinheiro e ter alguma qualidade. Este é melhor que muitos na sua gama de preço, ronda os 2,50€ , um Trinca Espinhas que ao lado de alguns da sua gama é um autêntico campeão.
13,5

20 outubro 2006

PROVA Quinta do Judeu 2004

É de um recente produtor do Douro, situada no Peso da Régua, a Quinta do Judeu conhecida na zona pela existência de uma pequena estátua de um judeu romano no cimo do seu telhado, de onde terá vindo o nome da quinta, estátua essa que infelizmente foi roubada, tendo sido substituida por uma nova estátua que se tornou o novo símbolo desta quinta.

Quinta do Judeu 2004
Castas: Touriga Nacional e Touriga Franca - Estágio: 7 meses carvalho francês e 6 meses em garrafa - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de média concentração com toque violeta.
Nariz de média intensidade, o vinho mostra-se fechado e rigoroso, com a fruta negra escondida dando lugar a notas de mato seco, algum restolho, vegetal que se mistura com notas derivadas do estágio em madeira em (torrados, fumo), ainda se nota um toque químico com um tímido floral de fundo, conjunto muito concentrado e em bloco, fechado e austero, um pouco rústico que parece ter algo a dizer mas que fica mudo na altura em que devia falar.
Boca a mostrar-se bem estruturado, fruto presente, ligeira frescura e especiaria com ligações a vegetal que se prolonga até um final ligeiramente balsâmico de boa persistência.

Um vinho que foge a um perfil de elegância, não é exuberante mas sim fechado a sete chaves, tudo num conjunto algo casmurro e com a sua dose de rusticidade, ficando na dúvida se o vinho vai mudar com o tempo ou fica como está.
Melhor na boca que no nariz, foge claramente a uma boa relação preço/qualidade visto ser vendido a um preço que ronda os 15€
15

19 outubro 2006

PROVA Aragonês de São Miguel dos Descobridores 2005

Mais uma novidade da Herdade de São Miguel, o seu primeiro varietal em formato Aragonês, que dá pelo nome de:

Aragonês de São Miguel dos Descobridores 2005
100% Aragonês - Estágio: 6 meses em carvalho americano - 13% Vol.

Tonalidade ruby escuro de mediana concentração.
Nariz com entrada de intensidade média, a fruta vermelha madura bem presente (leve compota) seguida de um lado vegetal que se mistura por entre notas derivadas do estágio em madeira, com baunilhas em destaque num conjunto a mostrar-se com leves tendências doces e quentes, o couro junta-se com notas de fumo, ligeiro cacau, tabaco e bolo de passas fazem companhia a especiarias (gengibre) tudo isto num conjunto que mostra no final alguma frescura.
Boca de corpo médio, fresco, com fruta vermelha (amora, cereja) bem presente, certo arredondamento com torrados, cacau e final de ligeira secura vegetal que se torna agradável e de boa persistência final em tom balsâmico.

Um vinho com um preço aproximado de 6€ no Continente, mostra-se maduro, ainda a dizer que se pode guardar por mais uns tempos. Um pouco mais de concentração seria bem vinda, mas mesmo assim é um Aragonês a descobrir.
15

PROVA Merino 2005

Situada no concelho de Redondo, a Herdade de São Miguel, lança para o mercado este novo vinho que se situa como a sua entrada de gama, invocando a raça de ovelhas merinas, foi baptizado como Merino.

Merino 2005
Castas: Aragonês, Trincadeira Preta e Periquita - 12.5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de média/baixa concentração.
Nariz a apresentar-se fraco de intensidade, com a fruta madura a marcar presença em companhia de apontamento vegetal, ainda que de conjunto leve e com sugerências que por vezes sugerem um leve adocicado, com alguma frescura e ligeiro aroma de fumo no fundo.
Boca com boa entrada, o vinho mostra-se suave e equilibrado, fruta presente bem madura, redondo a parecer por vezes adocicado, com boa frescura, final de boca agradável e de boa persistência.

Um vinho que se pode considerar certinho e simples, directo nos seus atributos mas bastante agradável, o que o torna ideal para o dia a dia sem se ter de gastar muito dinheiro, cerca de 1,90€ no Continente.

14

16 outubro 2006

PROVA Castelo Rodrigo Touriga Franca 2001

Inspirado ainda na onda do cooperativismo, deu-se um salto por uma região quase sempre esquecida, a Beira Interior,onde da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo se provaram 4 varietais (Alfrocheiro, Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional).
O primeiro vinho em prova foi o mais antigo, um Touriga Franca da colheita de 2001.

Castelo Rodrigo Touriga Franca 2001
100% Touriga Franca - Estágio: 6 meses em barrica - 14% Vol.

Tonalidade granada de média concentração, a mostrar a passagem do tempo denotando uma ligeira tonalidade laranja no rebordo do copo.
Nariz de intensidade média, com a fruta madura (amoras) acompanhada de sensação de compota, aroma vegetal em harmonia com notas de barrica (baunilha leve, torrado, cacau, café e ligeiro fumo de fundo), muito certinho e afinado, a dar a sensação de leve adocicado.
Boca com fruta a marcar presença, estrutura média, leve secura vegetal, final ligeiramente balsâmico com persistência média/alta.

Um vinho correcto e equilibrado, a dar sinal que a sua melhor fase já passou, perdeu grande parte do encanto que provavelmente já teve, brilhar brilha muito pouco, por isso é aproveitar a pouca luz que ainda tem, preço que ronda os 2,70€.
13,5

PROVA Castelo Rodrigo Tinta Roriz 2003

O segundo vinho provado da Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, é um varietal Tinta Roriz (Aragonês).

Castelo Rodrigo Tinta Roriz 2003
100% Tinta Roriz - 13% Vol. Garrafa nº 0296 de 6.800

Tonalidade ruby escuro de concentração média.
Nariz com notas de fruta vermelha (amora) madura de boa intensidade, café moído a marcar presença com algum floral (erva de cheiro) presente em conjunto com baunilha em segundo plano discreto, com alguma frescura.
Boca de média estrutura sem grandes concentrações, frescura presente mas leve, toque vegetal com entrada simples, fruta presente com especiaria, mostra-se fino e sem grande complexidade, melhor na boca que no nariz, final de boca mediano.

Um vinho que apesar da diferença da casta, tem uma semelhança com o anterior, mostrando-se um pouco no mesmo perfil, ligeira diferença de nariz.
Um Tinta Roriz simples e sem grandes atributos que nos prendam a atenção, por um preço de 2,50€.
14

PROVA Castelo Rodrigo Alfrocheiro 2004

O terceiro varietal provado nesta passagem pela Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo foi um Alfrocheiro.

Castelo Rodrigo Alfrocheiro 2004
100% Alfrocheiro - Estágio: não indicado - 14% Vol. - Garrafa nº 909 de 13.500

Tonalidade ruby escuro de média concentração
Nariz com noção imediata de fruta madura (morango, framboesa, amoras) em conjunto a mostrar boa intensidade aromática, algum aroma químico que se esbate com a presença de notas de chocolate, tabaco e fumo de fundo num bom conjunto aromático com final de ligeira frescura e floral.
Boca com entrada fresca e bem estruturada, cacau e café torrado fazem companhia a alguma fruta, tudo sem ser muito concentrado, suave na passagem de boca com frescura integrada, final com ligeiro balsâmico.

Um vinho que se mostra muito bem para o preço praticado (3,25€), não ganhando pela complexidade tem alguma exuberância interessante no conjunto que vale a pena conhecer.
15

14 outubro 2006

PROVA Quinta do Paraíso Avesso 2005

Falar em Vinho Verde é mais associado ao tempo quente, tardes de Verão com umas conquilhas ou uns perceves fresquinhos...
Mas estes vinhos também podem ser consumidos noutras alturas do ano, não merecendo serem colocados de parte como acontece muitas vezes.
Produzido e engarrafado por Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição do Porto.

Quinta do Paraíso Avesso 2005
100% Avesso - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de baixa concentração, com leves reflexos dourados.
Nariz com boa intensidade aromática, fruta madura tropical (ananás em calda, manga) e citrino (lima), mostra-se com boa frescura em conjunto com leve sensação de mel, companhia de flores num fundo mineral.
Boca com boa entrada, fruta tropical e citrinos presentes novamente, boa passagem pela boca, acidez presente em boa dose o que torna o vinho fresco e com uma persistência final alta em lembrança mineral.

Mostrou-se com uma acidez marcante que não chega a incomodar mas que dá uma dose de frescura ao vinho, ligou muito bem com o Sushi, numa harmonia bastante agradável de aromas e sabores. Pelo preço de 2,59€ no Continente, mostrou-se um vinho que vale a pena conhecer mesmo em tempos mais frios.
15

12 outubro 2006

PROVA José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961

É engraçado ouvir falar durante a nossa juventude de certos vinhos, principalmente nas reuniões de família ouvir os mais velhos contar que bebiam este ou aquele vinho, lembro-me de ainda nem saber o que era vinho e já ouvia o meu tio-avô falar no Barca Velha, Palácio da Brejoeira e nos José de Sousa Tinto Velho, que depois da morte do senhor eram conhecidos como os Viúva José de Sousa, e que seria na altura a resposta do Alentejo ao duriense Barca Velha.
Gostava de ficar sentado à mesa a ouvir todas aquelas histórias, «os melhores» era como o meu tio lhes chamava, e eu olhava para ele e perguntava se o vinho não era todo igual ? ao que ele me dizia, um dia quando fores grande e os provares, entendes o que eu queria dizer.
Hoje foi um desses dias, um dia em que confirmo o que me foi dito pelo meu tio, e entendo muito melhor a associação da palavra mito a um determinado vinho.
Em prova esteve um José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961, da zona de Reguengos de Monsaraz, esta casa foi adquirida pela JMF em 1986, surgindo então um José de Sousa Tinto Velho (já extinto) e mais tarde o José de Sousa Tinto e o José de Sousa Garrafeira (numa tentativa de reproduzier o mítico Tinto Velho 1940) que é conhecido nos dias de hoje como José de Sousa Mayor.

José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961
Castas: Trincadeira, Aragonez, Bastardo, Grand Noir... - Estágio: não indicado - 13,5% Vol.

Tonalidade granada escuro de média intensidade com rebordo alaranjado.
Nariz literalmente surpreendente para um vinho com 45 anos, a fruta muito madura está presente ainda com alguma frescura, aromas compotados, fruta passa, aromas terciários de grande nível e em grande forma, não se podiam esperar grandes exuberâncias, pelo contrário, temos um vinho que ganha pela finesse, tem bouquet muito requintado, notas de charuto, tabaco, cacau, especiarias, madeira velha (o cheiro dos móveis antigos), frutos secos, nota de licor presente, o vinho mostra ainda um tom quente compensado por uma frescura inesperada para a idade.
Boca com estrutura muito afinada, delicado e equilibrado, acidez a dar uma frescura e consequente vivacidade ao vinho, a harmonia entre nariz e boca está muito bem, algumas notas de cacau, especiarias, taninos mais que domesticados, com final de boca de boa persistência.

É um dos lendários vinhos do Alentejo, os seus feitos heróicos ainda hoje são conhecidos e dão que falar, hoje mostrou ter ganho algo que só alguns conseguem, a batalha contra o tempo.
São 45 anos num vinho que parece não os ter, pela vivacidade e harmonia de conjunto que apresentou, pela qualidade do conjunto de aromas, por tudo isto e muito mais... é um hino aos vinhos do Alentejo e de Portugal.
Quem disse que os vinhos do Alentejo não sabem envelhecer ?
19

11 outubro 2006

PROVA Laurent Charles Brotte Côtes du Rhône Villages Cairanne Réserve Christine 2000

Um salto até França, mais propriamente pelo vale do Rhône onde encontramos os famosos Chateauneuf du Pape, os Côtes du Rhône e os Côtes du Rhône Villages, onde o nome Villages é o nome da aldeia/comuna onde as vinhas estão situadas, até se pode afirmar que cada Village tem um terroir muito próprio, em que alguns são melhores que outros. Dois dos grandes terroirs são os de Rasteau e de Cairanne, de onde provem este vinho aqui provado:

Laurent Charles Brotte Côtes du Rhône Villages Cairanne Réserve Christine 2000
Castas: 50% Grenache, 30% Syrah e 20% Mourvédre - Estágio: Não indicado - 13% Vol.

Tonalidade ruby escuro de média concentração com rebordo ligeiramente laranja
Nariz a mostrar-se muito apelativo, de boa intensidade, a mostrar-se complexo e elegante, frutos pretos bem maduros e alguma compota, toque especiado presente no vinho em conjunto com aromas de chocolate, baunilha, caixa de charutos, couro, a certo momento lembra o aroma a licôr, no final tem um toque vegetal muito discreto, tudo isto num vinho com conjunto equilibrado e harmonioso.
Boca com boa estrutura, a mostrar um vinho concentrado de sabor e sedoso na passagem de boca, fruta presente, especiaria, frescura presente, equilibrado no seu todo com final longo e persistente com recordação de licôr.

É um vinho que surpreendeu pela sua finesse e harmonia de conjunto, muito elegante nos seus atributos, muito apelativo, com uma ligação muito boa entre nariz e boca, a fugir claramente ao que se faz por Portugal. Sai a 8€ do produtor.
17

10 outubro 2006

PROVA Francisco Nunes Garcia Reserva 2001

Vinho da zona de Moura, com a vinha localizada perto da margem do rio Guadiana, os terrenos são muito pobres (calhau rolado e xisto), e onde as temperaturas altas se fazem sentir acompanhadas de períodos largos de seca.
Foi no ano de 1999 que tudo começou, o Engº Francisco Nunes Garcia lança para o mercado 3 vinhos, um Aragonês, um Alicante Bouschet e um Reserva, nas duas colheitas seguintes apenas se iria manter o Reserva, com o andar do tempo é colocado no mercado o Convento da Tomina, mas é com os seus Reservas que este produtor se tem afirmado cada vez mais no mercado de vinhos de alta qualidade, recentemente e já na sua nova adega que lança o seu topo de gama o António Maria 2002.
Aqui em prova temos provavelmente o melhor Reserva desta casa:

Francisco Nunes Garcia Reserva 2001
Castas: Aragonês, Alicante Bouschet, Trincadeira e Cabernet Sauvignon - Estágio: 10 meses em carvalho francês - 13,5% Vol.

Tonalidade granada escuro de boa concentração, um vinho que se mostra escuro.
Nariz inicialmente fechado, abre com o tempo mostrando um vinho de grande categoria,denso com fruta vermelha muito madura (amora, cereja, groselha) ligeira compota e fruta passa, as notas derivadas da barrica são de grande qualidade e encontram-se integradas num bouquet de grande nível (baunilha, torrados, tabaco, café, fumo, especiarias) pelo fim destaque para leve floral que se junta a vegetal e algum balsâmico no final.
Boca bem estruturada, harmonioso com a fruta e ligeira compota a marcar presença em conjunto com notas do estágio em barrica, o perfil mantém-se como no nariz, elegante e muito sedutor, tem uma bela passagem de boca, frescura suficiente, taninos a não incomodar, um vinho que conjuga força com finesse, tudo isto com ligeiro balsâmico num final que se mostra com persistência alta.

Um vinho que é classe pura, um dos grandes do Alentejo, junta força com equilibrio e harmonia, fruta muito bem ligada com a barrica (grande trabalho de madeiras), está a dar uma prova de grande nível e merece uma prova atenta. É um vinho que dá uma grande prova quando é colocado à venda, mas pode ser esquecido por uns anos na garrafeira que não nos vai deixar ficar mal. Preço a rondar os 20€ num vinho com excelente relação preço/qualidade.
17,5

PROVA Grand´Arte Touriga Nacional 2003

Breve passagem pela Estremadura, região muitas vezes esquecida e que nos apresenta ano após ano, vinhos com grande qualidade. Em prova temos um vinho do produtor DFJ, trata-se de um varietal Touriga Nacional que veio como vinho do mês numa Revista dos Vinhos.

Grand´Arte Touriga Nacional 2003
100% Touriga Nacional - Estágio: 6 meses em carvalho americano, francês (allier) e português - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar-se inicialmente dominado por aromas a lembrar chocolate, eucalipto, tudo em grande concentração e com frescura presente (lembra em muito os chocolates After Eight), a fruta madura (alguma compota) aparece algo perdida no meio de tudo isto, torrados da madeira de mãos dadas com especiarias, o toque floral marca presença (ainda que leve) com notas de violetas, tudo isto num conjunto que se mostra com final balsâmico e algo enjoativo.
Boca com frescura presente, denso, guloso, redondo na boca, compota, mentol mais uma vez a marcar presença em conjunto com o chocolate, café torrado, final balsâmico de persistência alta.

Um vinho que se mostra bastante concentrado, o que durante a prova o tornou algo enjoativo e pesado. Um Touriga que se mostra diferente, onde a componente balsâmica se mostra bem mais presente, está em forma e a dizer que nos podemos esquecer dele na garrafeira por mais algum tempo.
16,5

09 outubro 2006

PROVA Conde D´Ervideira Reserva 2000

Situada na zona de Reguengos de Monsaraz, mais propriamente na Vendinha, a Sociedade Agricola Ribeira da Ervideira surgiu no mercado com a colheita de 1998, com o primeiro Terras D´Ervideira, em 1999 surge o primeiro varietal desta casa, o Touriga Nacional, em 2000 o primeiro Reserva, que aqui se encontra em prova.

Conde D´Ervideira Reserva 2000
Castas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon - Estágio: 8 meses em barricas novas, mínimo de 1 ano em garrafa - 13% Vol.

Tonalidade granada escuro de média/alta concentração, com ligeiro rebordo laranja.
Nariz a mostrar uma boa intensidade aromática, mostra inicialmente um rasgo vegetal que abre para aromas de fruto bem maduro, sensação de compotas já presentes em conjunto com notas de baunilha, um toque ligeiro de especiarias em nuance torrada complementam o vinho, tudo bem ligado e afinado com leve balsâmico a dar uma frescura no conjunto, onde o carácter vegetal parece ter gosto em se mostrar.
Boca com boa estrutura, fruta presente, compota, fresco com vegetal presente, especiado, final de boca médio/longo com o balsâmico a marcar leve presença, tudo num conjunto onde a elegância e alguma simplicidade de conjunto se conjugam, com ligeira ponta de álcool no final de boca.

Em conclusão o vinho mostra-se em forma, mas não justifica muito mais guarda, sendo um vinho que ganha em ser consumido nos primeiros anos de vida. Para breve a prova do Reserva 2001.
16

03 outubro 2006

PROVA Encostas de Estremoz Touriga Nacional 2001

Por vezes surgem vinhos ditos especiais, vinhos que desde o princípio estão destinados para o sucesso, um ano especial com um lote que superou as expectativas (talvez Dionísio tenho regado essas uvas), após lançamento para o mercado com um pequeno flash todas as garrafas estão vendidas. Ouvimos falar num vinho que saíu com uma grande qualidade e um preço competitivo, vamos procurar e encontramos uma referência na crítica especializada que confirma o que nos foi dito... ficamos intrigados e começamos a procurar o dito, vamos à feira de vinhos onde foi lançado e não chegou para as encomendas, passamos pela adega para tentar comprar e somos informados que se encontra esgotado, procuramos mais um pouco e eis que encontramos o dito num pequeno estabelecimento, são apenas 4 garrafas as que restam... e para não deixar nenhuma sozinha vêm todas comigo.
Na altura com enorme curiosidade abri uma para provar, mostrou-se um vinho enérgico e cheio de fruta madura, as violetas davam saltos no copo juntamente com as notas de madeira, conjunto muito bom mas que se notava precisar de um tempo para afinar, o vinho sussurava-me que queria descansar mais, tinha mais e melhor para dar... confiei nele e instalei-o na garrafeira.
Passaram alguns anos, e vi novamente uma nota de apreciação do tal vinho, parece que tinha razão, o vinho tinha ganho com o tempo em garrafa, sempre gostei destes vinhos que não me enganam, mesmo assim esperei mais um tempo e ele agradeceu... hoje de passagem pela garrafeira, ouvi novamente aquela voz que já me tinha falado antes, aproximei-me e disse-me: leva-me contigo, chegou a hora de te recompensar pela tua espera...
E foi assim que numa noite de chuva, eu e este fiel companheiro mantivemos uma longa e animada conversa.

Encostas de Estremoz Touriga Nacional 2001
100% Touriga Nacional - Estágio: 175 dias em carvalho americano e francês (Allier) - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar uma bela entrada, de boa intensidade e cativante para os sentidos, fruta preta (amora) mostra-se bem madura (ligeira compota), ao mesmo tempo surgem notas florais (violetas) e chá preto, tudo num perfil em que a fruta está muito bem casada com a madeira, baunilha em destaque seguida de tabaco, cacau, especiarias e torrados a completarem um bouquet bastante elegante.
No final a mostrar alguma frescura que atira por terra a possibilidade de o vinho se tornar enjoativo ou pesado.
Boca com boa entrada, corpo presente mas com tudo no sítio, fruta em compota, redondo e bem afinado, sem chegar a ser pastoso, torrados leves com especiaria e toque balsâmico a dar ligeira frescura no final, de persistencia média/alta.

É um belo exemplar de Touriga Nacional, num perfil mais Alentejo (Esporão Touriga 2001) do que propriamente os exuberantes Dão. Mesmo assim a mostrar que os vinhos quando querem sabem evoluir e vale a pena esperar por eles, pois quem o bebeu na altura, não sabe o que perde agora.
Foi este o vinho que catapultou para o mercado dos varietais este produtor, e pode-se afirmar que foi sem dúvida o melhor de todos. 17

01 outubro 2006

Feiras de Vinhos - O antes e o agora...


Como todo o enófilo sabe, esta é a altura mais esperada do ano para comprar vinhos e reforçar um pouco a garrafeira, é altura das Feiras de Vinhos das grandes superficies comerciais.

Não é preciso recuar muito no tempo para encontrar Feiras de Vinho dignas desse nome, recordo com saudade a do Pingo Doce com os seus Raros e Preciosos, da correria que se instalava para apanhar este ou aquele vinho que era lançado nessa feira(alguns nem paravam na prateleira), só de me lembrar que o Homenagem António Carqueijeiro 1999 custou 35€ nessa mesma feira...

Mas o que é bom não dura sempre, a pouco e pouco as feiras de vinho baixaram de qualidade, o Pingo Doce e o Feira Nova recuaram anos luz no que toca a vinhos de gama alta, o Carrefour está em forte concorrência aos dois nomes que já falei, sobram o Continente, o Jumbo e o El Corte Inglês, com maior nível de oferta e qualidade da mesma.

Se antes se visitava uma feira de vinhos para comprar vinhos que depois se tornam difíceis de arranjar, principalmente para quem mora no interior e não tem tanta oferta de outras regiões. Hoje em dia uma feira de vinhos serve simplesmente para se comprarem vinhos de gama média, média/alta que vão servir para um consumo do dia a dia... salvo alguns exemplares que podemos colocar na nossa garrafeira o resto é vinho de consumo a médio/curto prazo.

Curiosamente nas actuais feiras, junto as duas vertentes, compro vinhos que não consigo arranjar no Alentejo para consumir no dia a dia. Claro está que sempre de olho na qualidade e no preço pois o que não falta por aí são rótulos vendedores pelo seu nome e não pela sua qualidade, mas isto é outra história.

Um fenómeno que já faz parte destas Feiras são os vinhos fantasma, aqueles que vimos no catálogo, depois nas prateleiras é o que se sabe... lá vamos nós perguntar e podem acontecer duas situações:
Situação 1- Pergunta ao empregado da zona dos vinhos...
- Olhe tem Pêra Manca Branco ?
- Ummm deixe cá ver... não esse não temos, nem o tinto nem o branco.
- Mas o branco é que está no catálogo, e vão receber ?
- Olhe não sei, mas tem aí outros parecidos...
(sem comentários)

Situação 2 - Pingo Doce - última feira dos Raros e Preciosos
- Podia-me dizer se tem este vinho ?
- Esse vinho só mandaram uma caixa, o patrão mandou dizer que era dele, e que não era para meter nas prateleiras...
(Completamente de acordo)

E temos vinhos surpresa, que não são colocados no catálogo e quando temos no carrinho todos aqueles vinhos que iamos comprar, olhamos para o lado e vimos algo diferente, algo que foge ao que previamente tinha sido estudado em casa... rápidamente fazemos contas a ver se ainda dá para levar mais uma ou duas garrafas daquele vinho que parece valer mesmo a pena.

No meio disto tudo encontramos sempre aqueles vinhos Block-Busters, são vinhos que raramente se encontram na prateleira e são vendidos com limite de unidades por pessoa, duas das maiores loucuras que me lembro foi faz alguns anos o Herdade do Pinheiro 2001 (talvez o melhor até hoje), nunca vi mais do que uma garrafa nas prateleiras do Continente do Vasco da Gama, as pessoas faziam esperas às garrafas para comprarem o dito.

Em jeito de conclusão as actuais feiras já não são o que eram, mas mesmo assim ainda servem para se comprar um ou outro vinho bem cotado na crítica e que forçosamente não tem de ser caro.

Algumas sugestões de vinhos que vi pelas feiras numa fasquia que não tente ultrapassar os 10€ (salvo algumas raras excepções)

Verdes:
Deu la Deu Alvarinho 2005

Alentejo:
Pontual Syrah 2004
Pontual Touriga Nacional/Trincadeira 2004
Rapariga da Quinta 2004
Casa de Santa Vitória 2004
Paço do Conde Reserva 2003
Vinha do Mouro 2005
Couteiro-Mor Colheita Seleccionada 2004

Douro:
Vallado 2004
Quinta do Além Tanha Vinhas Velhas 2002
Sedna 2004
Evel Grande Escolha 2002
Quinta de Cidro Reserva Chardonnay 2004

Dão:
Status Grande Escolha 2004
Quinta dos Grilos 2004
Quinta de Saes Colheita Exclusiva 2005
Cor Dão 2004
Dão Álvaro de Castro 2004
Quinta da Garrida Touriga Nacional 2003

Setúbal:
Coop Pegões Colheita Seleccionada Branco 2005
Coop Pegões Colheita Seleccionada Tinto 2003
Coop Pegões Cabernet Sauvignon 2004
Ermelinda Freitas Touriga Nacional 2003

Bairrada/Beiras:
Quinta das Baceladas 2003
Versus 2004
Quinta do Encontro 2003 Baga/Merlot
Quinta de Baixo Grande Escolha 2004 Touriga Nacional/Baga

Moscatel Bacalhoa 1997
 
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