Copo de 3: abril 2007

23 abril 2007

PROVA Dão Reserva 2004

Segundo os Estatutos da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, podemos ler no Capítulo I, Artigo 11.º Estágios e outras exigências:

4 – Na rotulagem dos vinhos DOC Dão referidos no número anterior podem ser utilizadas as menções tradicionais “Garrafeira” e “Reserva”, em associação com o ano de colheita, desde que constem de registos específicos, apresentem qualidade destacada, o título alcoométrico volúmico total seja no mínimo de 11,5% vol. e sejam comercializados após um estágio mínimo de:

a) Garrafeira:
Vinhos tintos: 36 meses, dos quais 12 meses em garrafa;
Vinhos brancos: 12 meses, dos quais 6 meses em garrafa;

b) Reserva:
Vinhos tintos: 24 meses;
Vinhos brancos: 6 meses.

Esta pequena introdução serve para apresentar dois vinhos que se provaram, não com o intuito de comparar mas apenas de provar e dar a opinião sobre cada um deles, são dois vinhos do Dão, dois Reserva e ambos de 2004.
O primeiro vinho provado foi o novo Cabriz Reserva 2004, caso já tenha notado a menção a Quinta ficou de fora, talvez estratégia de mercado...

Cabriz Reserva 2004
Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz - Estágio: carvalho francês - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de média/alta concentração.
Nariz com aroma de mediana intensidade, fruta de boa qualidade com ligeira compota, a parte floral (violetas) marca presença. Com um conjunto de bela elegância e com um perfil bastante apelativo, digamos até que pisca o olho a uma carreira internacional. São as notas de baunilha com tosta presente mas bastante elegante, toque de moka, cacau e tabaco (caixa de cigarrilhas) que revelam um aroma fino e cativante, com uma complexidade bastante aceitável. No fundo temos ligeiro fumo com especiaria e toque vegetal (caruma de pinheiro).
Boca com entrada de corpo médio, mostra-se com frescura e certa sedosidade, redondo no início, fruta bem presente com toque de torrado, cacau e tabaco, com vegetal em fundo dando ligeira secura no final. Equilibrado e com ligeiro especiado no final com suave balsâmico.

É um vinho que me pareceu ligeiramente superior à sua versão de 2003, ainda mostra sinais que pode ser guardado um pouco mais na garrafeira, não vai evoluir muito mais mas podemos contar com um limar de leves arestas que apresenta. Por cerca de 8€ é um vinho que merece ser conhecido e que foge um pouco ao Dão mais clássico, revela mais uma apetência internacional, pronto a agradar a todos. Um vinho a ter em atenção.
16

O outro vinho provado, tem o nome de uma parcela (Pedra Cancela) da Quinta do Vale do Dão, localizada em Oliveira de Barreiros.

Pedra Cancela Reserva 2004
Castas: Touriga Nacional, Aragonez, Alfrocheiro e Jaen. - Estágio: n/indicado - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar um vinho que precisa de tempo para se mostrar, ainda fechado de aromas, alguma austeridade, fruta bem madura (amoras) e ligeira compota das mesmas. Revela com mais algum tempo uma componente vegetal de boa complexidade, caruma de pinheiro, musgo, mato seco, um toque quente da terra, tudo isto brindado com uma suave brisa de violetas. Madeira de segundo plano bem integrada com o restante conjunto, torrado e tabaco, chocolate preto e balsâmico encerram o lote, com frescura presente no final.
Boca com entrada fresca derivada de uma acidez presente e equilibrada, bem estruturado, reparte as atenções entre vegetal, frutado, ligeiro cacau com tosta. Ainda que algo cerrado, tem final com secura vegetal e toque balsâmico.

É um Dão mais ligado à terra, de perfil mais tradicionalista e como uma flor precisa de tempo para se mostrar. Um vinho que pede tempo para se ajustar, afinar e colocar tudo no seu devido sítio. Não sendo mais um, é um Reserva a ter conta para agora e para deixar a repousar, ele merece e quem o beber também. Daqui por mais algum tempo voltamos a falar.
16

PROVA Andreza 2003

Dando um ligeiro salto pelo Douro, falamos de um vinho que resultou de um desafio lançado pela UVA a dois enólogos, Anselmo Mendes e João Silva e Sousa.
A ideia era simples, estabelecido um patamar de preço, era preciso arranjar um lote que nos surpreendesse, e assim surge o Andreza 2003 produzido pelas Caves do Salgueiral.
Proveniente da zona do Cima Corgo, vinhas com uma média de 20 anos, Touriga Franca e Tinta Roriz com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho americano.

Andreza 2003
Castas: Touriga Franca e Tinta Roriz - Estágio: 12 meses em barricas novas de carvalho americano - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de média concentração.
Nariz de mediana complexidade, fruta (amora, ameixa, framboesa) com ligeira compota presente, cruzamento entre floral e balsâmico num segundo plano. Pelo meio as notas de baunilha, leve torrado, especiaria e chocolate de leite mostram-se bem afinadas e integradas no conjunto, convém destacar que temos um conjunto que prima pela elegância e finesse e não pela força dos seus componentes. É com o tempo que o vinho vai mostrando tudo o que tem, não deixa de lado o toque de vegetal seco, do mato e do toque de esteva, sempre banhado por uma brisa de suave frescura.
Boca com entrada macia, a mostrar frescura e boa dose de fruta, redondo e bem equilibrado. Tem um ligeiro traço vegetal no final, com toque muito subtil de balsâmico acompanhado de especiaria, tudo isto em final de persistência média.

Temos um vinho mais no lado de mostrar alguma elegância e finesse do que pela força de aromas, está muito equilibrado e a precisar de atenção. Um Douro em momento alto de forma, a dizer que não o deixem dormir mais, que é agora que ele quer ser conhecido.
O desafio sempre foi cumprido, com um preço que rondou os 4€ numa grande superfície, revela-se uma aposta muito acertada.
15,5

PROVA Risco 2005

Na enologia nomes como António Saramago são motivo para lembrar imediatamente inúmeros vinhos e produtores a ele associados Este reputado enólogo, optou por lançar a sua própria gama de vinhos, os Escolha António Saramago, lançando o Alentejo e o Palmela.
Recentemente o mesmo enólogo e produtor, lançou um vinho virado para o consumo do dia a dia, um vinho proveniente da Terra Mãe de Vinhos, Terras do Sado. O nome escolhido está associado à serra com o mesmo nome, sendo parte integrante da cordilheira onde se inclui a Serra da Arrábida. Terminando abruptamente sobre o mar do alto dos seus 318 metros, esta falésia é a mais alta da Europa Continental.

Risco 2005
Castas: castas tradicionais - Estágio: n/indicado - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de mediana concentração.
Nariz a mostrar-se frutado com ligeiro vegetal em segundo plano, ligeira compota dá a sensação de alguma doçura. Frescura presente com toque de tabaco, cacau e fumo em fundo.
Boca com entrada de estrutura mediana, fruta bem madura presente, ligeira secura vegetal presente em final com ligeiro tabaco de enrolar de persistência baixa/média.

Temos um vinho bem feito, bem equilibrado e a dar prazer durante a prova. É um vinho indicado para um consumo do dia a dia com qualidade, entra num grande mar de escolhas onde os preços podem vacilar, este pelo que custou 4€ não apresenta qualquer risco para o consumidor.
15

PROVA Esporão Verdelho 2004

Faz quase dois anos que este vinho foi provado no Copo de 3, vendo bem, o vinho tem sido provado várias vezes desde que foi lançado, sendo esta a quarta nota de prova aqui colocada.
Acompanhar a evolução de um vinho em garrafa é sempre muito interessante, permite entender melhor o que podemos contar em futuras colheitas, permite saber se vale ou não a pena guardar determinado vinho.
A verdade é que raramente estas iniciativas são feitas, principalmente no que toca a Revistas da especialidade, resta ao consumidor «desenrascar-se» com as garrafas que tem em sua posse, sem saber como estão de saúde.
É desta que o Copo de 3 acompanha mais uma vez o Esporão Verdelho 2004

Esporão Verdelho 2004
Castas: Verdelho(Gouveio) - Estágio: n/indicado - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo com citrino de leve dourado e rebordo esverdeado
Nariz a mostrar-se de intensidade média/baixa em entrada frutada (líchias, ananás) com toque melado (nógados) com toque de esteva em frescura leve no conjunto.
Boca com entrada de mediana intensidade, mel e esteva com frescura suave, redondo e a mostrar-se já um pouco sem força. Fruta presente com frescura que acompanha até ao final de leve toque mineral de leve persistência.

Um vinho que mostra o efeito do tempo, não tem a frescura nem a exuberância a quando do seu lançamento. Neste momento é quase certo que a colheita de 2006 esteja a aparecer ou mesmo já no mercado, talvez seja melhor dar espaço para as novas e despachar as de 2004.
Passou de um belo vinho para um vinho de patamar mais normal e que rapidamente vai cair no esquecimento.
Passa de 16 para 14,5

18 abril 2007

PROVA Vinhos Quinta do Sobreiró de Cima

Rumamos até Trás-os-Montes, aquela que por ter um clima semelhante ao das regiões do Sul de Portugal é chamada de ''Terra Quente''.
É em Valpaços que se situa a Quinta do Sobreiró de Cima, que dentro da sua gama de vinhos produz os aqui apresentados:

Quinta do Sobreiró de Cima Rosé Touriga Nacional
Castas: Touriga Nacional - Estágio: n/indicado - 12% Vol.

Tonalidade salmão com ruby brilhante pelo meio.
Nariz sem grande intensidade aromática, mostra-se frutado (groselha e morango) em harmonia com suave toque floral e pouco mais que isto, denota alguma frescura mas tudo sem grande exuberância.
Boca com entrada de estrutura mediana, afinado e suave tal como a sua frescura. Peca pela falta de largura na boca, concentração ligeira revelando a falta de mais conteúdo, final de boca curto.

Curiosamente temos um vinho Regional onde a data da colheita não aparece mencionada, ou se aparece está muito bem camuflada... encontrei um tal 2005 perdido ao lado de um lote. Sendo assim o consumidor não fica esclarecido, e isso não é nada bom.
Em conclusão, temos um vinho parco de complexidade, a mostrar muito pouco, mesmo assim melhor na boca que no nariz. Sem chama e sem o brilho que já deve ter tido noutra altura, o preço ronda os 6€. Colheita de 2006 precisa-se.
12

Quinta do Sobreiró de Cima Branco 2004
Castas: 85% Verdelho e outras - Estágio: n/indicado - 13% Vol.

Tonalidade leve amarelo dourado com nuance citrino.
Nariz de boa intensidade, floral presente ainda que forma algo discreta, com fruta (pêra e maçã verde com toque citrino), frescura ligeira, ponta mineral de fundo.
Boca a mostrar alguma estrutura, fruta presente com ananás e limão espremido que liga a uma acidez de bom nível, a dar boa frescura durante a prova. Toque vegetal, bom equilíbrio em final de persistência média.

Um vinho a mostrar-se de boa saúde, quando já se falou dos 2005 e começa a falar dos 2006, este vinho mostra que sendo 2004 ainda tem sinais de vida... mesmo assim será de começar a abrir estas para dar lugar à colheita de 2005 ou porque não, a de 2006.
15

Quinta do Sobreiró de Cima Tinto 2004
Castas: Tinta Roriz (30%), Touriga Nacional (50%) e Trincadeira Preta (20%) - Estágio: n/indicado - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a revelar fruta bem madura, compotado com toque floral. Vegetal em segundo plano com toque de seiva, algum torrado muito suave acompanhado de ligeiro balsâmico e um fundo com toque lácteo que lembra um yogurte de frutos silvestres.
Boca de entrada mediana, certa macieza que se esbate em vegetal de fundo com ligeira secura, toque de chá preto no final de boca, persistência média/baixa.

É um vinho que dá tudo o que tem durante a prova, consegue ser agradável mas não deixa saudade, é um vinho com um preço a rondar os 6€ que se junta num lote de muitos outros.
15

15 abril 2007

Altas Quintas Reserva 2004

Aproveitando a embalagem dos vinhos Alentejanos provenientes de vinhas em altitude, convém destacar melhor aquele que foi considerado pela Revista de Vinhos o Produtor Revelação do Ano. Falo como é óbvio do produtor Altas Quintas, um projecto recente com a sua localização no Parque Natural da Serra de São Mamede, bem perto de Portalegre, com duas quintas situadas a uma altitude que varia entre os 496 e o 770 metros, com um total de 256 hectares onde apenas 48 são de vinha (22 em produção). Se a entrada foi cheia de força por parte do Altas Quintas 2004, a recepção ao novo vinho deste produtor não podia ser melhor, falo do Altas Quintas Reserva 2004.
Um vinho que foi buscar as melhores uvas de 2004, aquelas uvas mais concentradas, e com elas fez este vinho, que teve uma longa maceração que durou 4 meses, extraindo assim toda a alma da uva.

Altas Quintas Reserva 2004
Castas: Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet - Estágio: 12 meses em barricas novas de carvalho francês e americano - 14,5% Vol.

Tonalidade granada escuro com concentração média/alta.
Nariz a indicar um vinho de bela complexidade, muita fruta (amoras, ameixa, cereja)madura com grande qualidade, compotas presentes em harmonia com lado fresco e floral. A integração da madeira no conjunto está de grande qualidade, grande equilíbrio, notas de baunilha, chocolate preto, tabaco ligeiro com torrado de bom nível e café, tudo isto muito harmonioso e envolvente com toque fumado em fundo. Num segundo plano surgem notas balsâmicas de bom nível, que dão um ar fresco em boa sintonia com as notas especiadas (pimenta, cravinho) presentes.
Boca com uma belíssima entrada, grande harmonia de conjunto, redondo e envolvente com fruta bem presente com compotas, a frescura ainda que controlada está presente durante a passagem de boca, balanceada com notas de especiaria, baunilha e balsâmicos de fundo. No final mostra alguma secura vegetal, nada de mais, com um toque de chocolate preto, fim de boca de persistência alta.

Um vinho de grande qualidade, joga muito bem com a fruta e a madeira, grande afinação de conjunto que ainda vai durar uns bons anos.
Foram feitas 6.600 garrafas, com preço indicado a rondar os 30€, que face à qualidade apresentada está muito mais em conta que o Altas Quintas 2004.
17,5

13 abril 2007

PROVA Alto Alentejo 2004

Faz alguns anos quando me dedicava à prática do BTT, era costume ouvir de outras pessoas que no Alentejo era tudo plano... diziam em tom de brincadeira que não tinhamos subidas, o pior era quando as tinham de fazer, nessa altura a cara de gozo era nossa ao ver as carinhas de esforço serra acima.
É nessas serras, nesses altos com as tais subidas em que as forças são quase sempre levadas ao nosso limite quando se vai de bicicleta, que no Alentejo de hoje se faz vinho.
É nesse Alentejo Alto, diga-se «em altitude» que essas mesmas vinhas estão situadas, por curiosidade os vinhos em prova são ambos do Alto Alentejo, talvez a zona Alentejana capaz de mais variações de estilo, digo eu...
Foi realizada uma prova cega, talvez uma prova de esguelha, pois dois dos vinhos já sabia que iam estar presentes, entretanto para animar a prova foi colocado um vinho mistério... obviamente que a ordem de serviço foi completamente aleatória após 30 minutos de decantação.
Seguem-se as respectivas notas de prova com uma breve conclusão sobre cada vinho, no final será colocada um conclusão geral do painel.

Altas Quintas 2004
Castas: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet - Estágio: barricas novas carvalho francês - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de bela concentração.
Nariz a apresentar-se completamente diferente do normal, de boa intensidade com fruta de boa qualidade em primeiro nível aliada a boa dose de frescura. As especiarias marcam boa presença em conjunto com toque vegetal (anis) e balsâmico (eucalipto) suave, tudo isto muito bem integrado com a madeira, baunilha, torrado, chocolate e café. Num segundo plano temos uma corrente de ar floral com um final mineral discreto.
Boca com entrada bem estruturada, muito afinado na prova de boca, redondo e fresco com boa integração da fruta com notas da madeira. Presença de torrados, compota e café, balsâmicos presentes,bela envolvência de conjunto com especiarias de fundo em final de persistência média.

Temos um vinho que se desmarca claramente pela diferença, um perfil que sai da norma talvez derivado ao facto das vinhas estarem a 600 metros de altitude. Tudo em grande sintonia, barrica em plena harmonia com fruta de bela qualidade e a mestria do enólogo Paulo Laureano fazem deste vinho um alvo muito apetecível. Podendo ser consumido agora ou guardado por mais um tempo, o único senão será o preço a que é vendido nas garrafeiras, que ronda os 22€.
16,5

Dão Álvaro de Castro 2004
Castas: Touriga Nacional e Alfrocheiro - Estágio: n/indicado - 13% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz a prender de imediato a atenção, muita fruta madura (framboesa, amora, cereja) invade o copo com ligeira compota, frescura bem presente com toque floral de belo efeito. Num segundo plano surge baunilha ainda que leve com mineral e fumado em fundo com ligeiro vegetal. Tudo em grande harmonia.
Boca de estrutura média, frescura com fruta presente, tom balsâmico que se funde em ligeiro torrado da madeira, cacau em pó, mas tudo muito bem ensaiado sem desafinar, sem grandes complexidades dá uma boa prova de boca, em final de persistência média.

Um vinho que cativa claramente pela sua irreverência de nariz, apanhando desprevenido quem não esteja à espera. Mostra-se bem melhor na prova de nariz que na prova de boca, pela complexidade que apresenta não se antevê um vinho de grande guarda, podendo ganhar um pouco mais na garrafa... é beber no ano e esperar pelo próximo, com um preço a rondar os 8€.
16

Azamor 2004
Castas: Syrah, Merlot, Alicante Bouschet, Touriga Nacional... - Estágio: 15% Carvalho Francês, 15% Carvalho Americano e restante em inox - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a revelar uma boa intensidade, mostra um aroma inicialmente marcado pelo cariz vegetal, certo toque de esteva e caruma de pinheiro presente em harmonia com fruta madura de qualidade, leve compota. Uma brisa suave de balsâmico paira no copo, surgindo floral ligeiro com notas derivadas do estágio em barrica com baunilha, cacau, torrado e especiarias bem aconchegadas. Tudo isto num perfil fresco com toque de fumado no final, num conjunto de complexidade média com bastante envolvência.
Boca de estrutura mediana, fresco e de entrada suave, foge um pouco ao mostrado no nariz, mais fresco, redondo, torrado presente com fruta presente, tudo em plano equilibrado e de belo efeito, final com ligeiro travo vegetal. Final de boca de persistência média/alta.

É um vinho cujas vinhas estão situadas a 350 metros de altitude, vai na segunda edição com uma ligeira mudança de estilo e de lote em relação ao 2003. Este parece precisar de mais tempo em garrafa para afinar todos os seus componentes, mesmo assim mostra-se um tinto diferente do que estamos acostumados nos tintos Alentejanos. O preço ronda os 8€
16

Temos três vinhos de 2004 onde se pode encontrar um ponto comum, a frescura que nos conseguem transmitir durante a sua prova. Se no exemplar do Dão seria de esperar, nos dois Alentejanos o caso muda de figura e podem ser considerados atípicos para a zona que os vê nascer. De resto temos um conjunto de vinhos com perfil bastante diferente entre si, um Dão bastante irreverente e fresco, um Altas Quintas a jogar forte nas madeiras e aromas derivados, e um Azamor que destaca mais a fruta em prol de um estágio em madeira mais acentuado. O Alentejo a mostrar uma nova faceta nos seus vinhos, mostrando por isso mesmo uma boa versatilidade no perfil que pode apresentar nos seus vinhos, falta ainda um vinho ao pé da bacia do Alqueva. Se formos pelo preço final a coisa muda de figura e temos dois vinhos com a mesma nota e o mesmo preço, já o Altas Quintas apresenta-se mais caro mas com um pequeno acréscimo de qualidade, talvez um pouco caro para a qualidade apresentada, mas isso cabe ao consumidor decidir.

PROVA Status Touriga Nacional 2005

Dando um pequeno salto até ao Dão, para apresentar uma novidade no mercado, um vinho 100% Touriga Nacional com estágio em inox de uma colheita recente.
É desta maneira que a Vinícola de Nelas lança o novo Status Touriga Nacional 2005.

Status Touriga Nacional 2005
Castas: 100% Touriga Nacional - Estágio: Inox - 12,5% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Nariz com aroma de média intensidade, revela-se com fruta bem madura acompanhada de uma suave brisa floral (violeta), sensação de alguma frescura presente com toque especiado a surgir (pimenta). No final mostra alguma austeridade, ligeiro químico, com toque vegetal de fundo e ligeiro fumado.
Boca de entrada ligeira, estrutura mediana, frescura presente, redondo e com boa afinação de conjunto, fruta presente com ligeira secura vegetal. No final mostra-se com toque mineral e ligeiro especiado em persistência média.

Um vinho bem feito que se apresenta sem grandes complexidades, joga directo e sem grandes fintas, a casta manifesta-se sem grandes exuberâncias. Com um preço indicado de 2,5€ é mais uma boa opção para um consumo do dia a dia com qualidade.
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PROVA Preta 2004

Depois de já ter provado o Sexy 2004, chega a vez de provar o topo de gama do recente produtor Alentejano, Fita Preta, cujo vinho dá pelo nome de PRETA 2004.
Convém destacar a imponente imagem que a garrafa nos transmite, num conjunto sóbrio e muito elegante com destaque para o perfil desenhado, das duas personalidade patentes nesta empresa, António Moita Maçanita (enólogo) e David Booth (viticultor).

Preta 2004
Castas: 52% Touriga Nacional e 48% Cabernet Sauvignon - Estágio: 12 meses em barricas novas 85% Francês e 15% Português - 14,5% Vol.

Tonalidade granada muito escuro de elevada concentração.
Nariz a revelar um aroma de boa intensidade, com grande maturação de conjunto, fruta vermelha de grande qualidade com toque de compota/geleia bem presente. O lado especiado (canela, cravinho e pimenta) acompanha ligeira baunilha e torrado com cacau, um toque floral (violeta) de bom efeito liga-se com vegetal/balsâmico em segundo plano.
Boca com entrada bem estruturada, frescura durante a passagem de boca, canela com compota, ligeiro cacau e vegetal presente em pequena dose com balsâmico em fundo de boa persistência final, ficando com a sensação de chá preto.

Temos um vinho que tem vindo a evoluir bastante bem em garrafa desde que saiu para o mercado, mais tempo em cave não lhe faz mal mas também não o vai mudar muito mais. Um vinho que pode ter um perfil que não agrade a muitos consumidores, talvez digam que é um vinho que chega a ser enjoativo, mas gostos à parte, o vinho está bem feito e com bastante qualidade.
São 6.000 garrafas com um preço a rondar os 20€, num vinho que se for apreciador do estilo vale bem a pena conhecer.
16,5

12 abril 2007

PROVA Tiara 2005

É dito e sabido que da casa Niepoort não sai mau vinho, qual Rei Midas, tudo o que sai é bem feito, o consumidor só tem de agradecer e elogiar.
Ora se já se tinham tintos de grande nível, chegaram a seu tempo os brancos com os Redoma, mas a determinada altura faltava um branco diferente, de perfil mais fresco e com mais acidez.
Foi assim que aparece na colheita de 2004 o Tiara, um vinho de perfil diferente ao Redoma, sem passagem por barrica, mais jovem e mais irreverente, proveniente de vinhas velhas plantadas acima dos 600 metros.

Tiara 2005
Castas: Codega, Rabigato, Donzelinho, Viosinho, Arinto e outras - Estágio: 6 meses Inox - 13% Vol.

Tonalidade amarelo citrino muito pálido com rebordo esverdeado.
Nariz a revelar um vinho fino de aromas, mostrando ligeira complexidade, fruta madura bem presente (pêra, ananás, pêssego, maçã e leves citrinos) aliada a boa dose de frescura, hortelã com mineral de segundo plano.
Boca a revelar uma entrada suave apoiada numa boa estrutura, fruta bem presente, bom na passagem de boca, acidez a deixar bela dose de frescura durante toda a prova, equilibrado e de boa harmonia, final mineral de belo efeito e com boa persistência final.

Um vinho que se veio afirmar nesta segunda colheita, bem mais afinado e equilibrado. Neste momento mostra-se um pouco menos exuberante que na altura do seu lançamento, está menos irrequieto, mas nem por isso perdeu o encanto. Por cerca de 15€ acompanha em grande estilo uns camarões grelhados na chapa.
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PROVA Azamor Selected Vines 2004

Depois de provados os Azamor 2003 e o Azamor Petit Verdot 2004 chega agora a vez de provar o Selected Vines 2004.
Um vinho cujo nome nos leva a pensar em Colheita Seleccionada, neste caso talvez a pensar na exportação. Curiosamente são vinhos que não costumam aparecer em guias ou revistas da especialidade.

Azamor Selected Vines 2004
Castas: 33% Syrah, 33% Touriga Franca, 19% Alicante Bouschet, 16% Trincadeira - Estágio: 15% em carvalho francês e 15% em americano durante 7 meses, restante em inox. - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz inicialmente a revelar um aroma de boa complexidade, frescura aliada ao conjunto com a fruta (ameixa, amora, framboesa) madura em bom destaque, com colherada de compota. Especiarias dançam no fundo acompanhadas pelo ritmo balsâmico, baunilha, cacau e torrado de bom efeito, em segundo plano temos o toque vegetal e leve balsâmico que se liga em harmonia com o restante conjunto em final ligeiramente fumado.
Boca bem estruturada, complexidade média, acidez presente a dar frescura ao vinho durante toda a prova. Redondo e equilibrado na boca, tem bela ligação entre madeira e fruta muito madura, aliada a notas de cacau e torrado. No final mostra um toque balsâmico com ligeira secura vegetal em persistência média/alta.

Um vinho com o cunho da casa bem presente, aquele nervo que liga todos os vinhos entre si, lembra por isso o seu irmão mais novo Azamor 2004. São vinhos que dadas as características da localização das vinhas, conseguem transportar o provador para paragens mais frescas. Com um preço a rondar os 18€ é vinho para beber agora ou para guardar por mais uns tempos, mas que desde já se mostra cativante e com grande nível.
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11 abril 2007

PROVA Quinta de Cabriz Touriga Nacional 2003

A casta Touriga Nacional é considerada a rainha das nossas castas, mas é em grande parte graças ao Dão que ganhou a sua mais que merecida fama, sendo nos dias que correm a responsável por alguns dos melhores vinhos que se fazem em Portugal.

É da Quinta de Cabriz, pertencente ao gigante Dão Sul que nos sai este varietal Touriga Nacional, um vinho que já tinha sido provado pelo Copo de 3 no ano passado.
É sempre bom e bastante útil, tornar a provar um vinho, permite saber o estado em que se encontra, como foi a sua evolução com o passar do tempo... e obviamente que quem tenha o vinho guardado agradece sempre esta informação.

Quinta de Cabriz Touriga Nacional 2003
Casta: 100% Touriga Nacional - Estágio: 6 meses carvalho francês - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de boa concentração.
Nariz com aroma de boa intensidade e complexidade, frutos silvestres (morango, amora, framboesa) muito maduros a marcar inicialmente o vinho, com frescura a acompanhar o conjunto. Grande ligação entre notas de vegetal (mato e esteva), algum balsâmico (pinhal) em segundo plano, com brisa perfumada de violetas. Fumo e torrado de bom recorte, brincam com notas de baunilha, tabaco e chocolate preto, derivada da madeira de boa qualidade, em sintonia com especiado (pimenta, cravinho) ligeiro no final, que não vira a cara a uma lasca mineral.
Boca de estrutura média, entra com frescura evidente com fruta muito madura a marca presença, certa suavidade na passagem de boca com notas do cacau, torrado, chocolate, fundo balsâmico com ligeira secura vegetal no final, revelando um final de boca de boa persistência.

Um vinho que continua em grande forma, o tempo se passou por ele só lhe fez bem, está mais aprumado no seu conjunto, revela maior equilíbrio e harmonia entre boca e nariz. Perdeu um pouco da frescura que apresentava na primeira prova, mas está mais senhor do seu nariz, um vinho que dá muito prazer neste momento. Viva a Touriga Nacional, viva o Dão.
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PROVA Quinta da Garrida Reserva Touriga Nacional 2003

Hoje em dia dizer-se que as Caves Aliança é um dos grandes produtores a nível Nacional, não deverá espantar ninguém, e as dúvidas também devem ser poucas quando se diz que os seus vinhos gozam de uma relação preço/qualidade de aplaudir.
É esse mesmo factor que me leva a ser fiel a determinadas marcas, determinados nomes que se encontram nos guias e nas revistas da especialidade, são aqueles nomes que ano após ano conseguem manter um nível de qualidade muito acima da média, vinhos que tem tudo para agradar agora e passado uns tempos.
É o caso deste Quinta da Garrida, topo de gama das Caves Aliança na região do Dão, um varietal Touriga Nacional que desde que surgiu no mercado tem feito as delícias dos consumidores, aqui em prova a sua versão Reserva 2003.

Quinta da Garrida Reserva Touriga Nacional 2003
Castas: 100% Touriga Nacional - Estágio: 12 meses barricas novas carvalho francês (60%) e russo (40%) - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar que temos um vinho com boa complexidade, a fruta (negra e alguma vermelha) madura marca presença logo de início, com alguma compota a juntar-se ao conjunto. Ao mesmo tempo temos um toque fresco com floral (violetas, rosmaninho) a envolver o conjunto a meias com as notas derivadas do estágio em barrica, notas essas que estão muito bem integradas em todo o conjunto. A baunilha, torrados, cacau, pimenta, tabaco marcam a sua presença, tudo muito correcto e de grande envolvência e equilíbrio, nada sai do lugar, lá no final encontramos um balsâmico de bom recorte que acaba com ligeira sensação mineral.
Boca a mostrar uma boa complexidade, boa dose de frescura com harmonia de conjunto, redondo e muito equilibrado, baunilha, fruta preta bem madura, cacau, e uma ligeira secura vegetal no final de boca que se mistura entre balsâmico e mineral, acabando em final de persistência média/alta.

Um vinho que se destaca claramente pela sua elegância e equilíbrio de conjunto, grande harmonia entre madeira e fruta. Neste momento encontra-se numa fase de grande equilíbrio, mas não vai virar a cara a mais um tempo de cave, voltamos a falar no Natal. O preço ronda os 9€ num vinho que cada vez mais se torna uma referência da zona que o vê nascer...
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05 abril 2007

PROVA Vermentino di Sardegna 2006

Em prova temos um vinho varietal Italiano, proveniente da ilha da Sardenha, elaborado a partir da casta Vermentino di Sardegna:

Vermentino di Sardegna 2006
Castas: 100% Vermentino di Sardegna - Estágio: n/indicado - 12,5% Vol.

Tonalidade pálida com toque citrino.
Nariz bem frutado, de ligeira concentração, mostra-se fresco e com um floral tímido, no fundo parece ter um lado mineral, até algo salgado não tem muito mais para mostrar. Muito simples e a não despertar grande interesse durante a prova.
Boca com entrada de corpo médio/baixo, frescura presente com ligeiro mineral, fruta presente ainda que muito sumida, com final curto e aguado.

É um vinho que não transmite nada de novo, o pouco que pode mostrar como característico da sua zona, da sua casta, não tem a qualidade suficiente para agradar. Pelos 4€ que custou no Lidl arranja-se melhor e mais barato.
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03 abril 2007

PROVA Sommerauer Schlossbergkellerei Rheinhessen Eiswein 2005

O vinho do gelo.

Tal como nos vinhos Late Harvest (Colheita Tardia) as uvas são deixadas na vinha por um determinado período de tempo, neste caso podemos dizer que é um método extremo de fazer Late Harvest, onde as uvas atingem um nível de passificação que entra numa espécie de dormência com a chegada do frio. É por alturas de Dezembro, quando a temperatura bate bem abaixo dos -7 ºC pedidos por lei na Alemanha para a elaboração de EISWEIN, que se chega à altura ideal para a nova vindima.
Podendo ser realizada durante a noite ou pela madrugada, de maneira a ter as melhores condições possíveis, permitindo a chegada à adega ainda geladas, onde são prensadas cuidadosamente, para que a água na forma de cristal de gelo seja afastada, dando origem a um mosto com alta concentração em açúcar.
De referir que a quantidade de açúcar varia entre 180 g/L até aos 320 g/L, sendo a média situada nuns 220 g/L, ao perfil temos de adicionar a sua vertente fresca com uma bela acidez e um baixo teor de álcool.

Sommerauer Schlossbergkellerei Rheinhessen Eiswein , Edelsüss 2005
8,5% Vol.

Tonalidade amarelo dourado de mediana concentração, glicérico com leve citrino.
Nariz de bom impacto, cativa com a sua elegância e doçura, mediano de complexidade mostra-se bem desde o início da prova. Mostra-se frutado com notas de geleia de pêssego, fruta cristalizada, citrinos ligeiros com ananás em calda, num segundo plano tem brisa floral acompanhada de boa dose de frescura. Muito harmonioso e banhado por um toque meloso a dar uma bela envolvência de conjunto, final com toque mineral bem agradável.
Boca com entrada suave, acompanhada de evidente doçura mas muito bem controlada com uma acidez bem balanceada, ligeira untuosidade em conjunto bem redondo. A fruta mostra-se presente (ananás, maçã) com alguma compota e geleia, suavidade global com final mineral.

Um vinho que foi um belíssima surpresa, não esperava tal coisa de um vinho que custou 6,99€ no Lidl. Dá prazer durante a prova, não compromete e promete belas ligações com grande variedade de pratos, não é isto que se quer ? Penso que sim.
Claro está que não é um topo de gama dos mais badalados, mas sempre temos um EisWein a preço de saldo. Num conjunto que prima pela elegância, certo é que com um pouco mais de acidez e largura de boca, seria um vinho bem mais sério, mas com este preço não podemos pedir muito mais.
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01 abril 2007

PROVA Herdade dos Lagos

Vamos de visita até ao Baixo Alentejo, distrito de Beja, onde de uma importante vila com nome que já vem de longe, os romanos chamavam-lhe Myrtilis Iulia e os muçulmanos de Mārtulah, hoje é conhecida por vila de Mértola, saem os vinhos aqui provados.
Foi numa freguesia de Mértola, Alcaria Ruiva, que há 25 anos o capitão da marinha mercante e armador Horst Zeppenfeld adquiriu a Herdade dos Lagos.
Com uma dimensão total de cerca de 1.000 hectares, a produção principal são vinhos e azeites, com a vinha a ocupar 20,5 hectares repartidos pelas castas: Aragonês, Syrah, Alicante Bouschet e Touriga Nacional.
A enologia está a cargo dos enólogos António Saramago e Dorina Lindemann.

HDL 2004
Castas: Aragonês e Syrah. - Estágio: ligeiro estágio em carvalho francês e americano. - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de mediana concentração.
Nariz a mostrar boa intensidade, mostra-se frutado (fruta vermelha e negra bem madura), baunilha, fumo, caixa de charutos, suave caramelo de leite e cacau em pó, especiaria com ligeiro toque químico em fundo e ligeiro vegetal, mostra ainda ligeira frescura num conjunto bem equilibrado.
Boca de corpo mediano, presença de fruta bem madura, frescura e balsâmico em boa harmonia de conjunto, com suavidade inicial e leve secura no final de persistência média.

São 36.000 garrafas de um vinho a entrar com o pé direito, com um preço que ronda os 6,5€
15,5

HDL Aragonês 2005
Castas: 100% Aragonês - Estágio: parte do lote estagiado em barricas novas de carvalho francês e americano. - 13,5% Vol.

Tonalidade granada escuro de concentração média.
Nariz com aroma de boa intensidade, revela boa maturação e bastante frutado (frutos silvestres, ameixa e uma interessante alfarroba) em boa integração com suaves notas de madeira a darem complexidade e elegância ao conjunto, baunilha, caramelo, baunilha. Ligeiro floral marca presença com boa frescura cruzada com toque vegetal e fumo ligeiro de fundo.
Boca com entrada média, vegetal presente com bela dose de fruta presente, acidez da boa frescura ainda que com uma ligeira macieza inicial, cacau e caramelo, acaba com suave adstringência. Final de boca médio/baixo.

São 13.000 garrafas de um vinho bastante equilibrado e com fruta aliada a boa dose de frescura, alegre e cativante, sem grandes complexos mostra-se bem feito. Perde um pouco em complexidade mas no seu segmento está em grande forma, um dos melhores exemplares exemplares de Aragonês dentro do preço indicado, 5€.
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HDL Reserva 2003
Castas: Aragonês e Syrah - Estágio: 12 meses em carvalho francês e americano - 13,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar um aroma de boa intensidade, revelando boa complexidade, fruta bem madura (frutos do bosque) com ligeira compota e geleia, baunilha com suave tostado, caramelo derretido, sensação de ligeiro amanteigado. Revela boa ligação entre madeira e fruta, vegetal e químico dão ligeira austeridade de fundo ao vinho, especiarias fundem-se com toque fumado, tudo isto navegando numa brisa fresca que nos acompanha desde o início.
Boca mostra estrutura mediana tal como a sua complexidade, entrada fresca e suavidade (macieza), fruta bem presente, arredondamento de conjunto, toque de doçura inicial com belo balsâmico, que em conjunto com um torrado ligeiro nos acompanha até uma secura vegetal que se no final, de boa persistência.

São 17.500 garrafas com um preço unitário a rondar os 12€, um vinho que se mostra bem equilibrado e a mostrar bela frescura durante toda a prova. Mais um a juntar ao bom lote de Reservas que se fazem no Alentejo.
16

HDL Reserva Syrah 2004
Castas: 100% Syrah - Estágio: 12 meses em carvalho - 15% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz a mostrar uma bela intensidade aliada a uma boa sensação de complexidade, frescura marca presença aliada a uma sensação de coco ralado com chocolate (lembra os Bounty), fruta muito madura (amora, framboesa, groselha) em ligeira compota a fazer bom conjunto com madeira de boa qualidade. Temos a presença de boas notas de baunilha a envolver o conjunto, que já por si se torna apelativo, chocolate de leite dá uma sensação de cremosidade ao vinho, o lado vegetal dá a cara colado a mão de especiarias no fundo.
Boca de estrutura firme e bem sólida, entra bem redondo e de certa forma guloso na boca, acidez em dose suficiente para não deixar cair o vinho em tentação, fruta bem presente com mais uma vez o coco e chocolate a marcarem presença. Rasto vegetal na passagem de boca, com ligeira secura no final que se mistura com chocolate preto e especiaria, tudo isto numa persistência média/alta.

Temos um vinho de aroma muito maduro, apesar da acidez mostra-se algo morno, muito mais apelativo na prova de nariz que na prova de boca. Mostrou que ainda vai agradecer um tempo em garrafa, para se entender com os taninos e com os 15% que por lá andam a passear de vez em quando.
Começa a ser alarmante o número de vinhos que facilmente chegam ao mercado com 15%, será preciso tanto ? São 7.000 garrafas com um preço a rondar os 15€.
16,5
 
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