Copo de 3: Monte do Castanheiro 2005

10 março 2008

Monte do Castanheiro 2005

Virada para a Serra d´Ossa fica a Quinta do Zambujeiro, ali bem perto de Santiago Rio de Moinhos (Borba). Este projecto iniciado em 1998 por Emil Stricker, um Suíço apaixonado pelo mundo do vinho, teve como visão o querer produzir grandes vinhos a partir das castas Portuguesas. A sua missão seria apenas e só, o conseguir proporcionar com os seus vinhos, sensações inesquecíveis aos seus consumidores.
Pelo que se conhece hoje dos vinhos desta casa, a missão está mais que cumprida, tendo em conta o sucesso que teve desde as primeiras colheitas, com uma entrada de pé direito com o Zambujeiro 1999. Um começo forte, onde a divulgação no mercado interno era muito pouca, um vinho que passava directamente para o estrangeiro tal como nos dias de hoje, apesar de ser bem mais conhecido e merecidamente reconhecido.
Com o passar do tempo, a Quinta do Zambujeiro avançou com o seu projecto e aparecem duas novas marcas, o Terras de Zambujeiro em plano intermédio e o Monte do Castanheiro em plano de entrada de gama. O fio condutor que guia estes vinhos é sentido desde o pequeno grande Monte do Castanheiro até ao ícone da casa, o Zambujeiro. Vinhos pujantes e ao mesmo tempo harmoniosos, cheios de alma Alentejana com um ar de Novo Mundo, contando com um trabalho de madeiras de grande nível conseguindo manter o mesmo cunho numa gama bastante acima da média, algo a que o consumidor apenas tem que agradecer.
O vinho em prova é a mais recente colheita do Monte do Castanheiro, 2005, um vinho que por ser entrada de gama merece todo o respeito, afinal este é um pequeno grande herói, que vale a pena conhecer.

Monte do Castanheiro 2005
Castas: 50% Trincadeira, 37% Aragonez, 13% Castelão - Estágio: 12 meses carvalho francês (30% novo) - 14,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta
Nariz a mostrar um vinho jovem com a fruta bem madura em ligeira compota, a mostrar-se com boa intensidade e concentração, de temperamento morno, desafogado é o abraço floral que envolve como perfumando o copo em companhia de baunilha, cacau e tostados derivados da passagem por madeira. Tudo muito bem de intensidade, e com nota fumada a acompanhar ligeiro balsâmico que nos leva por momento a pensar na brisa que nos chega da serra mesmo ali à frente.
Boca de entrada frutada e com compota, acompanhamento balsâmico onde desponta o toque tostado da madeira. A frescura bem colocada, está presente durante toda a prova, evitando que o vinho tenha uma queda para o lado mais guloso e enjoativo, antes pelo contrário, revela-se um vinho pleno, muito agradável e harmonioso. Não sendo muito encorpado, é um vinho de média estrutura com uma complexidade bem interessante, onde madeira e fruta se conjugam muito bem, em final de boca médio/longo.

Um vinho que nos deixa com vontade de repetir, bom sinal para quem prova pois são vinhos como este que dá vontade ter ao lado na guerra constante do consumo do dia a dia, sempre fiel e com argumentos de peso que o fazem destacar no confronto mano a mano com outros vinhos deste segmento. O preço ronda os 8€ por garrafa, equilibrado, bem feito, e acima de tudo a revelar que ainda vai evoluir mais um pouco se lhe dermos o tempo suficiente.
15,5

7 comentários:

Anónimo disse...

Pequeno grande herói?
8 euros nota 15,5...

"Um vinho que nos deixa com vontade de repetir, bom sinal para quem prova pois são vinhos como este que dá vontade ter ao lado na guerra constante do consumo do dia a dia, sempre fiel e com argumentos de peso que o fazem destacar no confronto mano a mano com outros vinhos deste segmento."

Já vi aqui vinhos provados por si com melhor nota a um preço mais baixo...

Porquê esta poesia toda?

João de Carvalho disse...

É verdade que já viu vinhos com melhor nota e preço mais baixo aqui no Copo de 3, mas também já deve ter visto vinhos mais caros com a mesma nota ou até vinhos do mesmo preço com a mesma nota, e se reparar bem ainda encontra vinhos mais caros e com nota mais baixa, como pode verificar temos um pouco de tudo, o mercado é muito amplo e vasto em todo o tipo de ofertas.

O vinho em causa mostrou-se bastante bem durante toda a sua prova, diga-se de passagem que na prova realizada com alguns vinhos do mesmo patamar (entrada de gama) em que esteve incluido, foi dos que melhor se comportou e por tal mereceu um merecido destaque.
É um vinho com a fruta de boa qualidade com uma envolvência derivada da passagem de madeira muito agradável, tem alguma complexidade e não se deixa cair em tentações demasiadamente gulosas com dose de frescura bem colocada.

É que sem ser pequeno é grande naquilo que mostra, porque está bem feito, porque dá prazer ao ser bebido, porque tem uma boa presença de boca, porque mostra capacidade de poder evoluir em garrafa...

Se o que lhe faz confusão são as palavras aplicadas a este vinho e não a outros, fique descansado que o que disse para este vinho com 15,5 diria sobre qualquer outro com a mesma nota.

A tal poesia que diz encontrar está longe de o ser, a nota de prova está lá, a nota final está lá, apenas escrevi dessa forma para não estar sempre a cair nas mesmas rotinas que acaba por ser a conclusão.

PS: E já provou o vinho em causa ?

Transparente disse...

Eu bem te avisei para não te armares em Manuel Alegre :)

Grande abraço

Anónimo disse...

Exmos. E onde seria possivel encontrar este vinho á venda? Muito Obrigado.

prtbarata disse...

Provei este vinho ontem e gostei bastante... dei uma nota um pouco superior à do Alentejano. :)

Pelo que eu sei está à venda em Garrafeiras e no Supermercado El Corte Inglés.

João de Carvalho disse...

Ainda bem que gostaste, e dar uma nota ainda que um pouco superior, penso que no teu caso deste 16 valores, é sempre bom sinal.

Fernando Souto disse...

Gostei bastante do vinho. Já o provei por duas vezes e fiquei fan. Vai ser o meu vinho para o quotidiano. Concordo com o 16.

Saudações enófilas
Blacko

 
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