Copo de 3: Chateau Caillou d´Arthus 2005

17 março 2010

Chateau Caillou d´Arthus 2005

Mais um vinho proveniente de Bordéus, desta vez é um Saint-Émilion Grand Cru de nome Chateau Caillou d´Arthus 2005. Queria deixar uma não muito detalhada chamada de atenção, pois neste caso (Saint-Émilion) o simples facto de um vinho ostentar Grand Cru no rótulo no que a qualidade diz respeito pouco tem de relevante, podendo iludir por isso os menos esclarecidos no acto da compra. Os vinhos que realmente se destacam ou direi mesmo, aqueles que interessam nesta "appellation" são aqueles que são classificados (Classés) por uma espécie de comité que classifica os Domaines pelas visitas que faz e pelas provas realizadas das últimas 10 colheitas, neste caso a classificação de 2006 tem em conta as colheitas desde 1993 a 2002, que depois são divididos nos topo como os Premiers Grands Crus Classés A ou B, e Grands Crus Classés. O Grand Cru surge naqueles que não são sequer classificados, e a diferença entre um vinho que ostente Grand Cru com um que não tenha essa indicação é apenas devido à aplicação da lei da dita "appelation" que permite a um produtor colocar Grand Cru no rótulo apenas e só por detalhes da vindima, ter um mínimo de 11% Vol. e vindimar um máximo de 40hl/ha enquanto o que não tem Grand Cru no rótulo tem um máximo de 45hl/ha. Portanto um vinho pode ostentar Grand Cru que pouco significa no que a qualidade toca...

Chateau Caillou d´Arthus 2005
Castas: n/d - Estágio: n/d - 14% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média.

Nariz um pouco cerrado ou mesmo pouco comunicativo, sem grande intensidade, comedido, fruta escura com notas de groselha e cereja, tudo limpo e fresquinho. O vinho é todo ele fresco, talvez mais vegetal que frutado, com alguma especiaria presente, azeitona, barrica aporta alguns fumados, conjunto fino e com alguma harmonia.

Boca delicada, fruta presente com vegetal fresco (rama do tomate), alguma secura dada pelos taninos presentes, mediano de espacialidade, consegue agradar pela facilidade que mostra na prova, sem grandes complicações pelo meio, em final de boca de persistência média.

Um vinho que cresce ligeiramente no copo quando nos é servido, aguenta-se e começa lentamente a murchar, parece que perde força quando mais se precisa dele. Falando simples, é um vinho que se bebe bem mas que no final da garrafa esquecemos do que bebemos, não cria empatia, não é um daqueles vinhos que apetece comprar nem sequer é boa compra pelo preço indicado na Wine-Time, onde ronda os 20€. Não basta dizer Bordéus e ostentar Grand Cru no rótulo para ser garante de sucesso nem de alta qualidade, o preço esse é sempre puxado e o consumidor infelizmente cai na esparrela... há casos em que mais vale investir a sério €€€€€ do que ficar arrependido. Mais uma vez enalteço e destaco, há vinho Made in Portugal mais barato e melhor que este genérico... 15 - 87 pts

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