Copo de 3: Grandes Quintas 2007

19 abril 2011

Grandes Quintas 2007


Tem fervilhado bastante o caldeirão dos caldos vínicos Portugueses, se antes fora no Alentejo que as novidades não paravam de surgir eis que o Douro lhe tomou a vez e tem lançado para o mercado novos produtores com respectivas marcas. Boas notícias para os consumidores que vêm por um lado o leque da oferta aumentar como também a uma maior competitividade nos preços a praticar pelos respectivos vinhos. Do leque das novidades destaco a Casa de Arrochella, com os vinhos Grandes Quintas, que faz parte da nova geração de produtores de vinhos DOC Douro e azeites DOP Trás-os-Montes. Descendente e Sucessor de Nicolau de Arrochella Moraes e Castro Pimentel, 1.º Conde de Arrochella, Bernardo de Arrochella Alegria é o grande impulsionador deste projecto que possui mais de 600ha no Douro Superior, com mais de 115ha de vinhas distribuídas por 5 quintas ( Peça, Cerval, Trigueiras, Nabo, Vale d´Arcos), e que procurou unir as ligações e a história dos importantes Vínculos da Casa de Arrochella na região de Trás-os-Montes e Alto Douro à sua paixão e entrega ao Douro, assumindo assim este projecto como um desafio também cultural no qual a Casa de Arrochella pretende valorizar a excelência e as potencialidades únicas da sua região duriense, como o seu legado para as futuras gerações. É, na sub-região do Douro Superior, entre Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Vila Flor, nas margens dos Rios Douro e Tua, que todo o projecto de produção de vinhos e azeites se desenvolve. O seu primeiro vinho é o Grandes Quintas Colheita 2007, um vinho que provei no seu lançamento para o mercado mas porque o achei a precisar de tempo em garrafa, voltei a ele novamente neste momento, e o tempo que passou apenas lhe fez bem. 
O colheita é um vinho feito a partir de uvas da Quinta do Cerval, vinha nova com 4 anos, as castas utilizadas para este lote foram a Touriga Nacional (60%) e o Alicante Bouchet (40%), e do Vale de Canivens, vinha com cerca de 22 anos, entraram para o lote as castas Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Nacional, em que 60% do lote estagiou 4 meses em barricas de carvalho francês, com enologia a cargo de Luís Soares Duarte.

Nariz com boa expressão e mediana intensidade, bastante fruta vermelha ao lado de componente vegetal e flores da Nacional menos evidentes e mais discretas, num perfil pronto a beber, a barrica aqui ampara muito bem com toques de baunilha, cacau, coisas que o tornam arredondado e guloso, mas com o tal travo vegetal em fundo colado a alguma especiaria e frescura. Na boca um pouco mais agreste, frescura com fruta vermelha (cereja com caroço que se sente na boca, secura com toques de baunilha e a madeira a amparar o conjunto, conferindo bom balanço ao dito. Não dificulta a prova em nenhum momento, se bem que decantado com alguma antecedência se mostre melhor na altura de o bebermos. Passagem de boca firme, com mediana largura e boa persistência final, a mostrar-se bom para acompanhar comida temperada, num todo que com um preço atractivo que ronda os 8€ faz dele uma aposta séria para a mesa do fim de semana. Este casou lindamente com borrego e batatinha assados no forno e seus temperos. 89 pts

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