Copo de 3: Lavradores Feitoria Grande Escolha 2007

18 setembro 2011

Lavradores Feitoria Grande Escolha 2007


O jantar estava marcado, desta vez deixei as facas a descansar e rumei a casa de mais um grande amigo... tinha escolhido uma garrafa de vinho para levar, fica sempre bem e esta já estava no cepo vai para longos meses, escolhi um Lavradores de Feitoria Grande Escolha da colheita de 2007, vinho exaltado e anunciado noutros lugares como Melhor do Ano. Dar importância a mais a estas coisas do Melhor lá do que seja é sempre causador de melindres na hora de provar o vinho, quase sempre as expectativas são colocadas mais altas daquelas a que o vinho realmente corresponde... não falha. O jantar seria Arroz de Pato no forno... prato delicioso que eu adoro, tanto fazer como comer, não dispenso os patos da Quinta da Marinha, para mim o melhor pato que se compra por aí... a gordura que larga durante a sua cozedura é a suficiente para depois passarmos à cozedura do respectivo arroz, sem falar nos aromas que podemos potenciar com o cravinho, algumas bolas de pimenta preta, meia cebola... coisas boas que fazem com que ligação com o vinho seja muito boa por sinal. Não esquecer que temos um Douro, boa frescura, esperada suficiente para combater a gordura do P(r)ato, estrutura para a carne com os aromas e sabores a combinar com os temperos, a nota artística vai-se buscar à cobertura de gema de ovo tostada com rodela de chouriço assado e a salsa fresca finamente picada, um cheirinho, a espalhar por entre a carne e o arroz, o tal lado vegetal impresso nos vinhos do Douro.

O vinho lá foi aberto e decantado uma boa meia hora, fez-lhe bem, mostrou boa complexidade, desenvolveu durante o tempo em que esteve à espera, fino e elegante desde a barrica que se notava a suportar o conjunto, à fruta madura e especiarias... apesar disto esperava um pouco mais de presença aromática, mais e maior envolvimento na boca apesar de uma entrada com frescura e presença de frutos negros, o vinho mostra ligeireza (não foi a primeira vez tendo o que já disseram por estes lados) e alguma quebra no final... cai sem avisar... perde-se no palato, perdendo encanto e caso fosse , pontos. Estrutura mediana, final de boca mediano para o curto... e eu que esperava bem mais de um vinho como este. Atenção que o vinho não é mau, é muito bom, mas fora de qualquer loucura enófila à sua volta, o preço ronda os 30€ para mim caro para o que mostrou... Provando este vinho em novo dá para entender o que se encontra depois nele passado uns anos... confirma-se com o Grande Escolha 2001. Ainda se foram abrindo outros vinhos a modos de complementar o jantar, saudável e grata recordação de um Quinta do Além Tanha Vinhas Velhas 2002... surpresa das surpresas o vinho mostrou-se em muito boa forma, talvez um bocado doce na maneira como a fruta se mostrou... de resto uma belíssima prova de nariz e de boca muito bem, começa ou vai já numa fase descendente, fazemos adeus e começar a pensar no Vinhas Velhas 2004. Num breve tira teimas ainda se abriu um Conde de Vimioso Reserva 2005 que espreitava por lá a um canto, a manter o nível dos restantes, com a fruta mais desembaraçada e fresca que no anterior caso, evolução nobre e com pernas para andar, apostar neste vinho parece valer a pena se levarmos em conta o exemplo deste 2005... são 6 anos de vida com vontade de uns tantos mais.Voltei ao Grande Escolha, sem melhoras, estável durante uma noite inteira... a quebra na prova de boca mantinha-se na mesma, não é defeito é feitio e se não fosse assim a conversa seria outra. 91pts

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