Copo de 3: Quinta do Vale Meão 2006

21 maio 2012

Quinta do Vale Meão 2006


A dias de ter sido lançado um novo Barca Velha em que grande parte da uva que lhe deu origem é da Quinta da Leda, antes era da Quinta do Vale Meão. Ora é dessa mesma Quinta que após cortar o cordão umbilical com a Casa Ferreirinha se começou a engarrafar com marca própria no ano 1999 (já lá irei a seu devido tempo), por agora falarei apenas do Quinta do Vale Meão 2006, um bom vinho do Douro fruto de um ano menos bom que teve como consequência um vinho algo fora de tom... pelo menos do que tenho provado não vi que este 2006 fosse de grande brilho. Com o decorrer das colheitas, o lote de castas presentes foi diminuindo e vimos desaparecer a Tinto Cão e a Tinta Amarela, sendo quase sempre assente na Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca.

Neste 2006 é a Touriga Nacional que domina no aroma seguida de Touriga Francesa e as duas Tinta restantes em igual percentagem. Todo ele é fácil de gostar, é o Vale Meão com mais gordura de todos, o mais balofo e redondo, anafado com fruta gorda, sumarenta e viscosa, baboso de geleia e cacau, a barrica já bem integrada com muita especiaria doce, está mais do que pronto a beber. Tem boa intensidade e complexidade, mas torna-se muito óbvio, sedentário e nada espevitado. Na boca apesar da frescura que mostra ter, falta-lhe a energia dos outros anos, não deixa de ser um vinho que enche o palato, redondo com muito sabor a marcar presença mas abaixo do normal, falta energia e nervo, aqui é mais bolos, chocolate e esteva seca. Mostra harmonia, muita prontidão, muito facilitismo. Esta foi a terceira garrafa que bebi do 2006 e de todas foi a que menos me disse, falha como Meão se comparar com anos como o 2001 ou 2005 e recentemente o 2009, para mim nem devia ter sido lançado para o mercado, acho que mais valia um grande Meandro do que um pequeno Meão. Não vale os cerca de 60/70€ que já vi pedirem por ele. 91 pts e a descer...                     

1 comentário:

Anónimo disse...

O Meão de 2005, a par do ano de 2007, foi das melhores colheitas que se fizeram por lá.

Lembro-me de ter conversado com Olazabal e ter-me dito que os vinhos Meão são apenas reflexo do ano em questão. Disse-me que não gosta de alterar o estilo de vinho ou contrariá-lo.

Talve por isso é que noto tanta diferença em cada colheita que se prova...

 
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