Copo de 3: junho 2013

29 junho 2013

J.M.S. Moscatel Superior 1993


Em jeito de homenagem a seu pai, António Saramago achou que era altura de lançar no mercado um Moscatel de gabarito. Este Senhor do Vinho que trata o Moscatel como poucos, meteu mãos à obra e com toda a sua mestria colocou no mercado 1000 garrafas deste precioso néctar. Para os interessados o vinho custa 30€ e pode ser comprado na loja online do produtor.

Considero algo complicado descrever um vinho destes, a complexidade que encerra faz com que andemos literalmente à deriva por entre um mar de cheiros e sabores, resta a cada um de nós encontrar as palavras que melhor o definem. Faz-se notar no imediato pelo modo como se apresenta assim que entra no copo, tonalidade âmbar com laivos acobreados a mostrar sinais da boa evolução que o tempo já despoletou, casca de laranja caramelizada, geleia, leve vinagrinho, bálsamo, caixa de especiarias, sensação de untuosidade e frescura. Na boca é envolvente, amplo de sabor intenso e conquistador do palato, laranja caramelizada com muito boa frescura, untuoso e rica harmonia de conjunto, final de grande persistência. Um grande vinho para terminar em beleza o final de noite, a sós ou acompanhado. 95 pts

Dona Berta Reserva Rabigato 2011


Depois de um interregno nas provas dos Vinhos Dona Berta (Douro), voltam ao copo ao mesmo tempo que relembro as longas conversas que tinha com o carismático Hernâni Verdelho, 2011 foi a colheita da despedida ainda supervisionada pelo grande entusiasta da casta Rabigato. O rótulo apresenta-se ligeiramente diferente devido à edição comemorativa do 50º aniversário do Navio-escola Sagres tendo também outro rótulo comemorativo do 75º aniversário do Navio Creoula, o preço ronda os 14€.

O vinho está ainda muito novo, boa frescura embora algo tenso e a mostrar alguma austeridade que só o tempo poderá amaciar por completo. Pareceu-me com menos impacto como era costume em colheitas anteriores. Por agora é momento de fruta (citrino, maçã) fresca e limpa meio envergonhada, toque mineral a marcar o fundo, levemente perfumado com leve toque vegetal. Boca com estrutura firme, guiado por uma acidez que se destaca com toque mineral pelo meio, fruta escorre pelos cantos, secura no ponto final com boa persistência. É um vinho que seguramente vai refinar com alguns anos em garrafa. 91 pts

27 junho 2013

Bouchard Père & Fils - Chassagne-Montrachet 2011

A Borgonha dispensa grandes apresentações, o simples nome faz cócegas na barriga de muito enófilo. A região é considerada a meca de muitos apreciadores de vinho, ostenta no vasto rendilhado de terroirs e classificações alguns dos rótulos mais caros do mundo. Pode-se dizer que é um modo de estar, um vício que se entranha e dificilmente se larga, por outro lado o preço dos vinhos faz com que a entrada no clube "Borgonha" se limite aos mais abastados na carteira, não bebe quem quer mas apenas quem pode. Isto implica que com preços são quase sempre altos, a probabilidade de enfiar um barrete dourado é muito grande, ainda por mais para aqueles que se aventuram à toa sem aconselhamento prévio. O vinho que se segue é da Borgonha, da zona chamada Côte de Beaune, um Chassagne-Montrachet base (village) sem os refinamentos de 1er ou grand cru. O preço é como se poderia calcular alto, neste caso acima dos 30€ e em Portugal é distribuído pela Adega Algarvia.

Grande subtileza e harmonia de aromas numa boa intensidade com a fruta redonda e a mostrar frescura, qualidade e algum volume. A madeira por onde andou não belisca, confere-lhe arredondamento com uma suave nota baunilha, no segundo plano são flores brancas bem frescas com toque de estrela de anis, o vinho sente-se muito novo e a dar sinais de querer evoluir em garrafa. Boca com frescura, entrada ampla e suave, um misto de frescura e cremosidade numa presença mediana onde a fruta se faz notar. Final persistente e de ligeira mineralidade.

Ainda novo e com um bouquet por desenvolver na totalidade, direi que de momento liga bem com carnes brancas ou por exemplo um clássico da cozinha regional francesa, Marmite Dieppoise. 91 pts

26 junho 2013

Assobio 2010


É um vinho feito à medida do consumidor, que transporta a visão do Douro por um dos grandes mestres da enologia que temos aqui no rectângulo. O Assobio 2010 é fruto da terceira vindima do Esporão na Quinta dos Murças, produzido na nova adega com parte do lote (20%) estagiou durante seis meses em barricas novas e usadas de carvalho francês e americano. Preço a rondar os 6€, justo face à qualidade apresentada, um vinho franco que nada esconde e tudo quer mostrar com muita serenidade, frescura e harmonia de conjunto. 

Sente-se a fruta fresca e bem madura, groselha preta e cereja, nada de gorduras pelo meio com ligeiro toque de rama verde, cantos arredondados pela passagem por madeira. Na boca é elegante, de corpo mediano e boa passagem no palato, final médio onde a fruta volta a ter lugar de destaque. Um vinho muito bem feito, muito apelativo e fácil de gostar e beber, a frescura e o peso da fruta são o seu elemento chave, no fundo mostra uma ponta de secura que o empurra para a mesa a acompanhar por exemplo um bom naco de novilho na grelha. 89 pts


25 junho 2013

Quinta dos Murças Reserva 2008

É o topo de gama resultante da incursão da Esporão em terras Durienses com a compra da Quinta dos Murças, que surge no mercado em formato Reserva. Um vinho capaz de mostrar todo o potencial e complexidade das vinhas velhas desta região, teve direito a todos os mimos que a região concede, desde a pisa a pé em lagar de granito ao estágio (12 meses) nas melhores barricas de carvalho Francês e Americano.

Este Reserva 2008 apresenta-se com vénia, elegante e de aprumada complexidade, fruto da sua enorme classe. Elegante de aromas, fruta (groselha, amora, cereja) fresca e muito bem delineada com banho de chocolate, baunilha e ervas de cheiro. Envolvente e cativante, desdobra-se no copo com o passar do tempo, profundo com toque balsâmico, folha de tabaco, toque fumado. Um belíssimo vinho do Douro, com uma prova de boca a condizer com o que já foi escrito, estrutura coesa mas muita finesse, frescura e sabor da fruta a marcar bem a passagem no palato. A ligeira secura que mostra ter no final é um bom presságio para os tempos que ainda pode dormitar na garrafa, mas resistir-lhe agora é complicado.

O preço ronda os 20€ e justificam plenamente o investimento, um vinho que se pode beber agora ou daqui por um bom par de anos. Um regresso a uma zona que o enólogo da casa (David Baverstock) tão bem conhece, o resultado só poderia ser este belíssimo vinho. 94 pts

Carrillera de Ternera de Aliste a baja temperatura al vino tinto y setas de Sanabria (Restaurante El Rincón de Antonio - Zamora)

Pontual branco 2012

Produzido a partir das castas Arinto, Antão Vaz e Verdelho, este vinho da Pontual Wines (Companhia de Vinhos do Alandroal) surge cheio de fruta branca no nariz, muita pêra madura com toques de maçã amarela e folha verde de louro, fresco e delicado, com leve baunilha a denunciar passagem por madeira. A boca replica a prova de nariz, isto é sempre bom sinal, tudo em plano sereno (a meu ver poderia ter um pouco mais de frescura) sabor a fruta a meio palato com leve secura de fundo. Mostra boa harmonia de conjunto, capaz de durar durante toda a refeição sem percalços.O preço recomendado ronda os 4,99€ 88 pts

24 junho 2013

Covela Escolha 2012



Eis que surge novamente na prateleira aquele que foi em determinado momento um dos meus vinhos de eleição, na altura com outra roupagem e outros protagonistas, agora o rumo mudou apesar de com os novos donos se ter mantido a mesma equipa de enologia a cargo de Rui Cunha. Aqui voltamos a ter um Regional Minho, um branco onde a Avesso brinca com a Chardonnay, o preço recomendado situa-se nos 16€ e o vinho bate no copo com uns estrondosos 14% Vol.

De aroma com certa austeridade, desperta para notas de fruta de polpa branca com alguma nectarina, flores brancas com travo mineral marcante em fundo. Fresco e cheio de vida. Não mostra tanto detalhe nos aromas como o Covela 100% Avesso. Na boca mostra uma boa estrutura, firme e coeso, fruta madura e cheia de sabor, vincado na mineralidade com secura no final do palato em boa persistência. A nota menos vai para o álcool que sem se fazer notar muito, mais na boca que no nariz, consegue incomodar ligeiramente durante a prova (ainda mais quando a temperatura sobe no copo). Perde pois o vinho em graciosidade e ligeireza, facto esse que se reflecte na nota final.  89 pts


18 junho 2013

Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2012

É a mais recente aventura em formato Colecção Privada de um dos nomes maiores do vinho em Portugal, Domingos Soares Franco (José Maria da Fonseca). Nesta Colecção há lugar para um pouco de tudo, acima de tudo nota-se que a imaginação não tem limites e a experimentação e o factor novidade e irreverência vêm ao de cima. Desta vez dá-se seguimento a uma aposta na casta Verdelho, com um golpe de Verdejo para condimentar um pouco o resultado final que a meu ver se revelou o mais bem conseguido até à data. 

De nariz bem fresco com perfil marcadamente vegetal fresco (rama de tomate) e com boa dose de citrinos (lima, toranja), folha de louro, tudo muito bem composto e equilibrado, num fundo onde se sente alguma mineralidade. Na boca tem entrada fresca e suave, muito limonado no palato em corpo mediano com sabor da fruta bem marcado, fim com alguma secura e prolongada persistência que termina com ponta mineral. O preço indicado ronda os 10€, acompanhou uma salada de rucula com maçã, azeite e camarão, tudo isto com um golpe de limão. 90 pts

100 Hectares branco 2012

O branco 100 Hectares 2012 vem do Douro (Peso da Régua) onde tem por base os solos de xisto, cujas castas Viosinho, Rabigato e Gouveio se juntaram para lhe darem origem, com enologia da Francisco Montenegro. O preço varia entre os 4,60€ e os 8€, conforme o local da compra. 

Mostrou-se um vinho franco, pouco ou nada a esconder, certa austeridade de aroma que logo lhe passa com algum tempo de copo, notas de rama verde com fruta de caroço e citrinos, modo comedido e sem grande espalhafato. Na boca perde-se um pouco no palato, correcto e a dar uma boa prova com mais frescura que presença da fruta, tudo em final mediano. Notei o vinho algo tenso, como que a dizer que precisa de tempo em garrafa, talvez lá para o final do ano a conversa que tenha seja outra. Pela prova que dá neste momento não me conseguiu transmitir grandes sensações. 88 pts

17 junho 2013

10 Melhores Brancos de Portugal 2013/14 a menos de 10€


Para esta lista serão tidos em conta, todos os vinhos provados pelo Copo de 3, das últimas duas colheitas colocadas no mercado, com preço de mercado igual ou inferior a 10€, sempre verificado em garrafeira ou grande superfície comercial.

- Será sempre dada prioridade aos vinhos da colheita mais recente, deixando apenas os da colheita anterior que tiveram melhores notas. Em caso de empate fica o vinho que tiver melhor preço.

- Os vinhos de colheitas anteriores apenas surgem caso tenha sido lançado recentemente no mercado.

Pretende-se uma lista onde todos os vinhos presentes sejam o espelho das mais recentes apostas no mercado, facilitando a vida de quem procura bons vinhos sem ter de gastar muito dinheiro.
Esta lista será alvo, sempre dentro da disponibilidade, de uma constante actualização ao longo do ano, reflexo dos vinhos que se forem provando ao longo do mesmo e terá um prazo válido até à entrada da nova colheita no mercado. O factor de escolha dos vinhos aqui incluídos tem única e exclusivamente que ver com a nota atribuída a quando da sua prova.
  1. Quinta do Ameal Loureiro 2013 - 93pts 
  2. Vale da Mata branco 2013 - 92pts 
  3. Mapa branco 2013 - 91 pts
  4. Volupia branco 2014 - 90 pts 
  5. Quinta do Ortigão Arinto/Bical 2014 - 90 pts
  6. Covela Escolha Nacional Avesso 2014 - 90 pts
  7. Aphros Loureiro 2013 - 90 pts
  8. Maçanita Douro 2013 - 90 pts
  9. Adega de Pegões Colheita Selecionada branco 2014 - 89 pts
  10. Tons de Duorum 2014 - 89 pts

13 junho 2013

Covela Edição Nacional Branco 2012

Qual fénix renascida das cinzas a Quinta da Covela está de volta ao panorama vínico, fazia falta, os vinhos começaram a ser lançados e para ajudar a passar o tempo mais quente já contamos com dois brancos, o Escolha e o que aqui agora falo, o Edição Nacional branco 2012. Um 100% Avesso, é também o primeiro desta casa a surgir como Vinho Verde.

Estava muito curioso por provar os novos Covela, o vinho em causa superou as minhas expectativas que já de si eram elevadas. É um vinho bonito pela forma graciosa como serpenteiam os seus aromas no copo, belíssima expressão no nariz, com carácter bem vincado, encanta pelo exuberante aroma a fruta bem fresca e bem definida (lima, pêra, laranja) seguida de flores airosas, no fundo um rasgo mineral. Na boca a acidez confere uma frescura acutilante, secura em fundo, fruta a meio palato com corpo médio cheio de sabor, terminando num longo travo mineral. Um regresso em grande, apetece beber, andar à volta dele durante a refeição que dura e perdura, brincou com uma Sopa de Peixe, encantou todos aqueles que estavam à mesa, por 8€ é vinho que apetece ter e beber, a evolução em garrafa deve ser encarada com bons olhos, o complicado vais ser conseguir guardar algumas. 92 pts

11 junho 2013

Radix branco 2010

Proveniente do produtor Quinta da Bica (Dão), este vinho branco inserido na linha de nome Radix (raiz) teve ao que parece apenas uma edição. Os Radix (tinto, rosado e branco) tal como os Quinta da Bica, gozam de uma belíssima relação preço/satisfação, neste caso o que temos no copo é uma visão mais arrojada embora a tipicidade esteja bem marcada. No momento da prova é de empatia imediata, apetece ter umas quantas garrafas em casa para ir saboreando na passada do tempo, porque pela prova que dá nota-se que foi educado com boas maneiras e dando garantia de uma nobre evolução em garrafa. Para o efeito foram escolhidas as castas Encruzado, Gouveio e Terrantez (Folgasão), numa edição limitada a 2400 garrafas com preço a rondar os 8€ em garrafeira.

É um vinho de aroma elegante, fresco, com refinada complexidade, boa limpeza de conjunto com frescura da fruta (citrinos, alperce) ao lado de geleia, cera de abelhas, flores e rasgo mineral em fundo com invocações a tisana de lima-limão. Todo ele assente numa acidez muito viva, bom corpo com longo e refrescante final, presença de limão e mineralidade que perdura no seu longo e persistente final. Um vinho que apetece beber e ter por perto. Pena que sejam poucas garrafas, mas já me precavi. Dos brancos do Dão que mais me entusiasmou nos últimos tempos. 91 pts

Cogumelos recheados com gambas (Restaurante São Rosas)

07 junho 2013

Esporão Reserva 2009

O Esporão Reserva é daqueles vinhos que desde cedo me acostumei a ver à mesa, colheita após colheita goza de uma consistência qualitativa respeitável. Um verdadeiro clássico oriundo das terras de Reguengos de Monsaraz (Alentejo) onde fica situada a Herdade do Esporão. Por ali tudo começou em 1985, com a passada do tempo o Reserva soube-se adaptar, mostrando desde sempre uma boa capacidade de guarda e uma tremenda apetência para a mesa. É daqueles vinhos que nunca nos deixa ficar mal, com preço a rondar os 15€ e o fácil acesso ao mesmo a ajudar à festa. 

Neste Reserva 2009, boa intensidade e complexidade que mostra uma madeira (tosta e baunilha suave) em harmonia com a fruta negra bem madura (bagas a ameixa), pimenta verde e outras especiarias, bom equilíbrio. Na boca mostra-se bem estruturado, amplo mas com saber estar, com boa dose de elegância (a dar mostras de algum arredondamento). Palato fica entretido com fruta fresca e suculenta num fundo especiado e de persistência final média. Com preço a rondar os 15€, é daqueles vinhos que nunca nos deixa ficar mal. 91 pts

Herdade do Perdigão Espumante Tinto bruto 2010

Quando o vi de soslaio pela primeira vez, pensei que fosse o espumante bruto que já conhecia de outras colheitas produzidas com a chancela Herdade do Perdigão (Monforte). Apenas quando peguei na garrafa reparei que o que tinha na mão era um Espumante Tinto (2010) coisa rara ou direi única por terras do Alentejo. É um tipo de espumante que não costumo beber, das vezes que o fiz foi quase sempre a acompanhar Leitão Assado, o resultado nunca foi entusiasmante para o meu palato pelo que acabei quase sempre a mudar para a versão "branco".

Neste caso gostei do que encontrei no copo, não tem aquele travo "agreste" que me recorda o verde tinto bebido em malgas, aqui temos um perfil tinto espumoso com fruta farta e redonda, bem gulosa e atraente, canela e leve vegetal fresco em pano de fundo. Na boca mostra-se com boa envolvência, marca pela fruta madura e pela frescura (mais no palato que no nariz) com prestação bem positiva. É diferente e claramente feito para  a mesa, calhou mais uma vez um Leitão assado para o acompanhar, resultado positivo com agrado de todos os presentes... o único senão é o preço que bate nos 10€. 89 pts

04 junho 2013

Poças Reserva branco 2011

Oriundo do Douro, feito pela casa Poças, um Reserva branco que  apenas é produzido em anos excepcionais como calhou ser a colheita 2011. Antes de provar esperamos por vezes um perfil que depois acaba por não ser o encontrado, neste caso esperava encontrar um perfil menos marcado pela madeira, mais limpo onde o papel principal fosse dominado pela fruta limpa e airosa, com mais nervura e mineralidade. 

O que aqui temos é um vinho onde a madeira rouba de certo modo o protagonismo da fruta, redonda e gulosa, mostrando-se ao mesmo tempo fresco e com uma boa nota de cremosidade. Todo ele respira saúde, de cantos bem arredondados com toque melado e floral em segundo plano. 

Na boca nota-se mais a presença da fruta, madeira menos presente apesar dos cantos bem arredondados, mostra-se com boa frescura, piña colada, com bom volume e equilíbrio. É um vinho do Douro de perfil mais cheio e roliço, onde a barrica lhe confere um toque de cremosidade muito presente, mais no nariz que na boca, não deixando em algum momento a frescura de lado, um vinho bastante apetecível com preço a rondar os 7€. 91 pts

03 junho 2013

.Com branco 2011


Vem ali das terras de Estremoz este vinho idealizado por Tiago Cabaço, irreverente mas com os dois pés bem assentes na terra. O Tiago é um apaixonado pelo seu trabalho, entusiasta em mostrar e falar dos seus "meninos" que vão crescendo na sua nova e bonita adega. 

Os vinho têm vindo a ganhar o seu espaço na mesa dos consumidores, refinando-se e afinando a cada colheita que passa. Este branco .Com de 2011 é a prova de que os seus vinhos estão cada vez melhores, mais adultos, sérios, com uma acidez que muitos teimam em não querer ver nos vinhos do Alentejo.

Da união de várias castas, Roupeiro, Antão Vaz, Arinto... resulta um vinho divertido, algo tenso, com nervo e com boa frescura. A fruta (bastante por sinal) branca com apontamentos citrinos e ponta tropical completam o ramalhete da boa fruta que debita no aroma, pelo meio flores brancas, tudo coeso com boa harmonia. Na boca mostra-se com muita fruta, saboroso, mediano de corpo sempre a dar toque de envolvimento e algum arredondamento nas pontas. 

Vinho de fácil acesso, custa 3,99€ em grande superfície comercial, uma grande aposta para o consumo diário com qualidade assegurada. É vinho que costumo ter por casa, liga bem com uma sopa de peixe perfumada pelos coentros. 89 pts
 
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