Copo de 3: Marques de Riscal Reserva 1949

21 julho 2013

Marques de Riscal Reserva 1949


Corria o ano de 1949, a 4 de Abril era criada a Nato, inicia-se neste mesmo ano a produção industrial da pilha alcalina e é criada a República Popular da China. Na Rioja nascia este Reserva, filho da adega Marqués de Riscal fundada no ano de 1862, os seus primeiros vinhos foram pré-filoxéricos mas aquela que viria a ser considerada a primeira grande colheita apenas iria nascer no anos de 1936. No reboliço do tempo por volta de 1924 foram plantadas castas estrangeiras entre as quais se destaca a Cabernet Sauvignon, com os vinhos desse período a serem apelidados de Reserve Medoc. A partir de 1950 deu-se a mudança de perfil para o 100% Tempranillo, terminavam os Reserve Medoc, dando origem aos hoje chamados Riojas Clássicos.

Abrir um vinho destes é uma emoção, ao mesmo tempo uma enorme responsabilidade, olhos colocados na rolha, olhos colocados na garrafa, aquele momento em que se sustem a respiração na esperança que a rolha não se parta e o desejo que finalmente o vinho vertido no copo esteja com saúde e que se dê lugar à magia com todos os seus aromas e sabores a divagarem pela nossa memória.  Momentos antes tinha-se tentado a sorte com um Marqués de Riscal Reserva 1943, infelizmente saúde era coisa que o tempo já tinha levado, mas tudo se esqueceu com o saltar da rolha do 49, apesar do inicial aroma estar um pouco "preso" bastou rodopiar no copo para mostrar toda a sua classe e estampar um sorriso nos que estavam presentes.

Um vinho fino de bonita e limpa tonalidade ruby, nada concentrado, a invocar fruta ainda fresca e limpa com toque de cereja negra, depois o bouquet de classe de um vinho já nobremente evoluído com  toda a patine de terciários de luxo que o tempo faz surgir nos grandes vinhos, passa de figo, caixa de especiarias, ramo de cheiros já seco...


Na boca uma surpresa, frescura presente, delicado embora com elegância e estrutura que o ampara sem sinais de grande desgaste, passagem marcante pelo palato com sabores entre fruta, especiaria, couro e algum travo de cacau, licorice, alguma secura que desponta no final e lhe retira um final em grande. Mesmo assim não deixa de ser aquilo que é, um grande vinho com os seus 64 anos de idade. 96 pts

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