Copo de 3: outubro 2016

31 outubro 2016

Graham´s Colheita 1982


Fundada em 1820, a Graham’s é uma empresa independente, detida a 100% pela família Symington, produtores de Vinho do Porto desde o século XIX e cujos antepassados estiveram na origem das primeiras exportações de Porto em 1652. Para assinalar o nascimento do novo príncipe britânico, George de Cambridge, a Graham´s engarrafou um Porto Colheita de 1982, ano de nascimento do duque e da duquesa de Cambridge – William e Kate. Uma edição comemorativa, muito limitada em termos de quantidade de garrafas, tem um PVP de 120€, formato garrafa 75 cl. O Porto Colheita 1982 envelheceu durante mais de 30 anos em cascos de carvalho avinhados, nas caves da Graham’s.

Sedutor de aroma, complexo e muito preciso nos aromas, com ligeiro toffee a envolver um conjunto de grande classe. Provado recentemente ao lado dos seus irmãos mais velhos, 1952, 1969 e 1972, mostra ser o mais sereno e calmo de todos, aquele onde a frescura se mostra menos espevitada dando uma prova muito elegante e envolvente, num registo mais rechonchudo e cheio de sabor. 94 pts

Barca Velha 2008


Serve este pequeno escrito, apenas como notícia sobre o lançamento daquele que é seguramente o mais aclamado, emblemático e o que reúne sempre um misto de mistério e surpresa na altura do seu lançamento, o Barca Velha. Está pois anunciado o lançamento da mais recente colheita, não porque o mercado pediu mas porque se entendeu que 2008 atingiu a nível de qualidade exigido para ser proclamado como tal. Vai na sua 18ª edição, com esta será a 19ª, atingindo assim a mais que maioridade, deste vinho que nasceu em 1952. Quanto ao preço e a ver pela especulação absurda em torno de vinhos desta natureza, não se espantem se lhe pedirem 300 ou 400€ por uma garrafa.

30 outubro 2016

Vértice Grande Reserva branco 2009

O lote reinante é bem nosso, reinam a Viosinho e o Gouveio, num vinho do Douro que teve um estágio de 12 meses em barricas novas e usadas. O tempo já passou por ele, passou mas fez magia como acontece nos grandes vinhos. Passaram quatro anos desde a última prova que nos deu aqui no Copo de 3, foi provado desta vez com o produtor Celso Pereira. Um branco adulto, sério e que dá uma prova tremenda na qualidade e no prazer que debita a cada gole. A acidez que tem suporta todo o conjunto, a fruta bem gulosa com ligeiros toques de geleia, alguma calda a envolver todo o conjunto, pelo meio aquele toque de tarte de limão bem vincada. Muita qualidade e muita vontade de não largar o copo, pena que não me tenha sobrado nenhuma perdida na garrafeira. A prova de boca mostra-se ao nível dos aromas, saboroso, amplo e requintado com sensação de untuosidade, mantendo a mesma raça que mostrava enquanto novo. É um grande branco a dar provas que nestes vale a pena apostar, a qualidade e satisfação estão garantidas ao longo do tempo. 94 pts

21 outubro 2016

Quinta dos Carvalhais 2012


O tempo passa e o Quinta dos Carvalhais (Dão) continua fiel às suas origens, neste caso da colheita de 2012 criado a partir de um lote de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz, com passagem por madeira a durar 12 meses. O preço ronda os 6,50€ num tinto cheio de aromas que nos invocam o Dão, tal como o aroma de pinhal com o seu toque balsâmico, frutos do bosque  bem rechonchudos e sumarentos. A madeira está muito bem integrada, ligeiro toque de baunilha num conjunto de média estrutura no palato, onde volta a marcar presença a fruta e o toque fresco e balsâmico acompanhado por uma boa frescura.Um belo vinho para levar à mesa a acompanhar um bom assado no forno. 90 pts


18 outubro 2016

Fernão de Magalhães Porto 10 Anos


Uma Adega Cooperativa forte, seja em que região for, ajuda de certo modo a nivelar a qualidade dos vinhos da região onde está inserida. Grandes exemplos como Adega de Borba, Vidigueira, Cartaxo, Cantanhede ou Monção, são autênticos portos de abrigo dos consumidores na hora da compra. Neste caso damos um salto ao Douro, mais propriamente à Adega Cooperativa de Sabrosa, de onde nos chega este Fernão de Magalhães Porto 10 Anos, preço a rondar os 9,50€. Desconhecia os seus vinhos, que se apresentam com o nome do navegador Fernão de Magalhães, nascido em Sabrosa, e pelo que mostraram foram uma boa surpresa, daquela que se pode vir a afirmar como a Adega Cooperativa de referência no Douro. Um Porto 10 Anos que se mostra dono de uma boa complexidade, nota de barrica velha com toque de fumo que cobre em certa medida os aromas de fruto seco e fruto em passa, algum caramelo. Dá uma prova com boa frescura e presença na boca, num estilo algo mais rústico e menos refinado que o de outras casas. Acompanhamento feliz com um bolo de noz. 89 pts

17 outubro 2016

Encontro com o Vinho e Sabores (Lisboa) 2016


Vai para a sua 17.ª edição aquele que é o principal evento de vinhos realizado em Portugal, o 'Encontro com o Vinho e Sabores', que se realiza de 11 a 14 de Novembro, no Centro de Congressos de Lisboa
Trata-se de uma prova única no seu género em Portugal na qual mais de 450 produtores de vinhos, queijos, presuntos, enchidos e azeites, seleccionados pela Revista de Vinhos, apresentam os seus produtos aos consumidores e público interessado. 

Se pertence aquele grupo de pessoas que não quer perder as grandes provas de vinhos raros ou preciosos, então as Provas Especiais (clicar para mais informação) são uma ocasião única que não deverá perder.

DATAS E HORÁRIOS

Horários:
11 de Novembro (6ª feira) – 18:00 / 22:00
12 e 13 de Novembro (Sábado e Domingo) – 14:00 / 20:00
14 de Novembro (2ª feira) – dia exclusivo para Profissionais – 11:00 / 18:00

Entrada: 10 euros
Bilhetes à venda no Centro de Congressos de Lisboa durante os dias do evento.

Entrada gratuita para crianças até aos 12 anos de idade.
50% de desconto para leitores da Revista de Vinhos, mediante a apresentação do cupão publicado na Revista de Vinhos de Outubro.

14 outubro 2016

Contos da Terra branco 2015


Mais um daqueles que já tinha visto e ouvido falar, já tinha lido nos mais variados recantos da blogosfera nacional, mas curiosamente nunca o tinha tido no meu copo. Este Contos da Terra branco (Quinta do Pôpa) ronda os 5€ em garrafeira, o lote é composto por Viosinho, Rabigato, Cerceal, Folgazão, com passagem apenas pelo inox. É segundo o produtor um vinho em que se pretende homenagear o Douro e as suas gentes, mostra-se com mediana intensidade onde a fruta (citrinos e tropical) surge gorda e suculenta, leve floral, conjunto cheiroso e feliz, um vinho muito polivalente que facilmente agrada à mesa. Servir fresco, a acompanhar por exemplo um prato de Iscas com elas. 88 pts

13 outubro 2016

Quinta do Pôpa Rosé 2015


Uma "novidade" do produtor Quinta do Pôpa (Douro), que se pode dizer bem fresca, fruto de um lote de Tinta Roriz e Touriga Nacional. Como já antes tinha escrito, é um rosé a mostrar-se muito fresco, delicado nos aromas com a fruta (morango, framboesa) em plano de destaque, sumarenta e cheia de sabor. Na boca é um misto de sensações, entrada mais arredondada com a fruta em destaque para terminar com uma boa dose de secura num final de boa persistência. 89 pts

12 outubro 2016

Pardusco 2013


Pardusco era o nome dado aos primeiros vinhos tintos exportados para Inglaterra no século XIV, este vinho com a assinatura de Anselmo Mendes é um tributo a esse passado. Feito a partir de Vinhão, Alvarelhão, Cainho, Borraçal e Pedral é um Verde tinto que será a surpresa de muitos. E é uma surpresa pela forma elegante com que se mostra desde o primeiro momento em que nos cai no copo, pouco ou nada concentrado nos seus atributos, no seu quê de delicado, cheio de fruta vermelha sumarenta e muito limpa com toque guloso e fresco, pelo meio um ligeiro terroso, nota fumada, tudo envolto em alguma especiaria. Na boca renova a elegância e a frescura, com passagem fresca e marcante, bebe-se sem cansar até ao último respiro da garrafa. O preço torna-o apetecível, ronda os 5,50€ numa versão de Verde Tinto fora do normal. 90 pts

11 outubro 2016

Quinta dos Carvalhais branco 2015


No copo este branco do Dão, um Quinta das Carvalhais da colheita de 2015, com Encruzado em maioria (80%) e o restante de Verdelho. Um vinho que se mantém num registo muito próprio da marca que sempre se apresentou com umas gordurinhas a mais. O que quero dizer com isso é que tanto no aroma como no sabor sempre se mostrou com um toque mais untuoso, elegante e envolvente, tanto nos brancos como nos tintos. Agora com enologia de Beatriz Cabral de Almeida, este branco destaca-se pela frescura e elegância de conjunto, fruta limpa e fresca envolvida por uma madeira muito suave que ampara o conjunto. Na boca é perceptível a harmonia entre fruta/madeira/acidez que o tornam elegante, fresco e saboroso. O preço ronda os 6,50€ e é uma aposta ganha para quem nele apostar, ligação perfeita à mesa por exemplo com bacalhau com espinafres ou galinha tostada no forno. 91 pts

10 outubro 2016

Murta Rosé 720 Nuits 2012


Feito a partir de uvas de Touriga Nacional da colheita de 2012, este peculiar rosé descansou durante 720 noites em barricas de carvalho Francês antes de um novo sono em garrafa. Um vinho fora de modas, fora de sintonia com as tendências de mercado e que se perfila como vinho de nicho. Não será de fácil abordagem, penso que foi esse o objectivo, a expressão fresca que caracteriza os vinhos da Murta está aqui bem presente, a embrulhar todo o conjunto. Dominado por uma fruta (amora, mirtilo) bem robusta e suculenta, algum floral envolto em frescura, com notas fumadas da madeira em segundo plano. Vinca o palato com uma bela presença, fresco, tenso e com um final seco a pedir pratos de bom tempero e até alguma gordura. Fantástico com uma feijoada de chocos. 90 pts

07 outubro 2016

Quinta da Covada Reserva 2013


Um belo tinto do Douro é como se pode classificar este Covada Reserva 2013 elaborado por João Lopes Pinto.São três as vinhas que cedem as suas uvas, em maior percentagem o vinhedo velho com idade a chegar aos oitenta anos. Lote marcado por Touriga Nacional, Touriga Franca e um lote alargado de castas presentes nas vinhas velhas, tudo com passagem durante 14 meses por barrica. O resultado é animador e conquistador à mesa, o vinho mostra o fulgor da juventude onde a fruta comanda toda a prova, tenso, com nervo e aquele toque vegetal, algo terroso, que lhe confere boa secura no final. A madeira serenou-lhe um bocadinho os ânimos e os cantos, deu-lhe um sentido que percorre guiado por uma bela frescura. Pode ser aberto e bebido com agrado desde já mas tem estrutura para durar mais uns bons anos em garrafa, tendo em conta as colheitas anteriores. Não é fácil de encontrar e o preço ronda os 14€ a unidade. 91 pts

03 outubro 2016

Fojo 1996


Quando nasceu teve a capacidade de marcar uma época em que o vinho do Douro se começava a afirmar nas bocas do mundo. Oriundo de vinhedo velho com enologia de David Baverstock, este Fojo 1996 tornou-se na altura um ícone da região e foi aclamado como um dos grandes de Portugal. Um vinho que inicialmente era pujante, cheio de energia, mas com algum descontrolo emocional que nunca soube esconder, nunca foi de temperamento fácil e sempre almejou alcançar um patamar de elegância que sempre lhe fugiu. Na passada do tempo, conta agora com 20 anos, surge desgastado, cansado e a mostrar que o melhor já passou por ele. O aroma está sujo, decadente e com pouca definição, notas de licor e especiarias onde sobressai ligeiramente o álcool, a frescura continua por lá com toque de couros e terroso em pano de fundo. Ficou no meio de tantos outros, sem nota porque essas são para os vivos e este já não faz parte desse lote, estando longe de valer as exorbitâncias que ainda pedem por ele.
 
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