Copo de 3: Diga? 2006 branco

01 outubro 2007

Diga? 2006 branco

Hoje em dia ao falar de Bairrada um nome que está associado a qualidade, inovação e até mesmo revolução é Campolargo.
É sem dúvida alguma, um produtor irrequieto na constante procura e lançamento de novos vinhos para o mercado. Relembrando um bom exemplo da casa, o vinho tinto Diga? que se veio a afirmar como um belo exemplar de Petit Verdot em Portugal.
Em prova a recente versão Diga? branco, elaborado com a casta Viognier, que para os menos atentos a estas andanças leva mesmo a dizer, Diga?

Diga? 2006 branco
Castas: 100% Viognier - Estágio: carvalho francês - 12,5% Vol.

Tonalidade amarelo palha de média/baixa concentração.
Nariz a mostrar-se com boa entrada, frescura presente com boa intensidade, floral com fruta madura (pêra, pêssego, ananás). Um ligeiro toque vegetal contrabalança com anis, mineral de fundo. Suaves sensações de tosta e baunilha surgem no segundo plano dando alguma sensação de arredondamento e corpo ao vinho.
Boca com entrada vegetal, acidez presente a dar uma frescura agradável, toque floral com complexidade a não se aguentar durante toda a passagem de boca. O vinho tem uma quebra a meio palato e não mais se dá por ele, quase que nos deixa pendurados no meio da prova, com um final de persistência média/baixa e alguma lembrança de mineral.

Um vinho que claramente esquece de mostrar na boca aquilo que mostrou no nariz. Faltando largura e presença de boca para que o prazer seja bem maior. Dando o benefício da dúvida o vinho foi provado e acompanhado durante o aumento da temperatura e até se serviu em copos diferentes, o resultado acabou por ser o mesmo.
São 1350 garrafas já esgotadas no produtor que se podem comprar em garrafeira por cerca de 10-12€ , o que pelo resultado apresentado é caso de dizer Diga?
15,5

4 comentários:

VinhoDaCasa disse...

Como sabes, estou em completo desacordo contigo, o que é não costuma ser muito normal, pois por regra concordo com as tuas avaliações.

Mas quando me "irritas" é a sério. :)
Eu gostei muito desse vinho e achei um vinho muito bom para o preço.
Não lhe dava os 17,5 da RV, mas um 17 de certeza que encaixa bem.

Um abraço, e viva a opinião

João de Carvalho disse...

Caro amigo ainda bem que se discute desta forma a opinião de cada um.

Antes de mais convém ter em conta a escala que utilizo:
14,5-15,5 : Vinho de qualidade superior à média.
16-17 : Vinho Muito Bom.
17,5-18,5 : Vinho excelente, de elevada qualidade.

Tendo em conta o vinho em causa, posso dizer que a prova de nariz ficou classificado com 16,5 valores
No que toca a estrutura (alcool, acidez, taninos) também ficou com 16. Agora o 14 que teve na avaliação do palato leva o vinho para o valor final de 15,5

Um vinho que quebra na boca nunca pode ser em minha opinião, considerado como excelente, para ter uma nota de 17,5 teria de apresentar uma maior complexidade de aroma e mesmo de presença de boca.

E se tenho seguido sempre os mesmos critérios, não me parece correcto mudar apenas por este ou aquele vinho, ou pela nota que apareceu aqui ou ali.

Anónimo disse...

A justificação dada não deixa margem para dúvidas. Está explicada a nota.
E além disso esta é uma das belezas do vinho: a sua subjectividade de avaliação.

Eu pessoalmente subiria meio pontito, mas confesso que o meu rigor não está nem d perto nem de longe ao vosso nível. Essa matriz de avaliação não deixa margem para dúvidas!

Boas provas!

Anónimo disse...

Embora um mero curioso não posso dizer que estou totalmente de acordo com esta nota de prova. Depois de o beber fiquei com uma desilusão na boca por não perceber o porque de tanta nota de prova a enaltecer o vinho. Parabéns por esta nota de prova!

 
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