31 março 2006
PROVA Quinta dos Grilos 2004
II Prova Virtual no Copo de 3
Desta vez o escolhido foi o Quinta dos Grilos 2004 Tinto, depois de um 2003 com grande relação preço/qualidade vale a pena acompanhar este novo 2004, que pode ser encontrado com relativa facilidade em Hipers (Pingo Doce, Carrefour, Continente, Feira Nova) e com um preço a rondar os 3€
28 março 2006
PROVA Couteiro-Mor Branco 2005
20 março 2006
PROVA Colombard/Chardonnay Lidl 2005
Mais um branco de 2005, desta vez Australiano e elaborado com a famosa Chardonnay e a menos conhecida Colombard, uma casta muito cultivada em França na zona das Charrentes que costuma ser utilizada no Brandy que necessita vinhos de grande acidez para destilar. Apesar disto a casta Colombar é utilizada na Califórnia, África do Sul e Australia em que se destaca a frescura frutada e aromas delicados.
Apresenta-se com 13% com tonalidade amarelo de concentração média. Na prova de nariz tem intensidade mediana a mostrar-se fresco com notas de fruta (maracujá, maçã verde, limão, lima) em conjunto com alguma especiaria e floral de fundo. Na boca tem entrada média/baixa com com fruta (maçã verde) em perfil que se mostra fino, simples e refrescante, acidez bem colocada num final de boca médio com ligeira especiaria.
Pelo preço a rondar os 2,40€ é uma boa compra, fresco, leve e agradável, um vinho para o dia a dia. 14,5
Vai sair novo Barca Velha esta semana...
19 março 2006
PROVA Barão do Sul 2003
17 março 2006
Um Copo de 3 com João Geirinhas
- Copo de 3: Como entrou no mundo do vinho? E o gosto pela prova quando foi? Como foi parar à Revista dos Vinhos ?
- João Geirinhas: Não sei precisar com exactidão o momento em que comecei a gostar de vinhos. Mas lembro-me que quando ganhei o meu primeiro ordenado quis comprar duas garrafas de Porto para marcar bem o momento. Comecei bem cedo a devorar jornais, revistas e mais tarde livros que falavam nos vinhos e a aspirar entrar um dia naquele mundo que achava tão fascinante.
Já à Revista de Vinhos vim parar um pouco por acaso. Trabalhava numa distribuidora de revistas na área de comunicação e um dia fui convidado por um editor que era parceiro da empresa onde estava a vir trabalhar como director comercial de um conjunto de revistas entre as quais estava a RV. Na altura não era essa a minha prioridade nem gostava particularmente daquela revista. Mas percebi que havia ali um produto com enorme potencial que vi (e ajudei um pouco) a crescer.
- Copo de 3: Com mais de 10 anos ligado à Revista dos Vinhos quais as principais diferenças entre os vinhos de antes e os vinhos de agora ?
- João Geirinhas: Quando comecei a trabalhar a RV, logo por azar o ano foi péssimo: 1993! Parece que nunca tinha havido um ano tão mau! Mas lembro-me que nessa altura já havia bons vinhos, embora em número muito mais reduzido do que há hoje. A principal diferença, contudo, encontro-a nos vinhos baratos. Era muito raro encontrar naquele tempo um vinho engarrafado que fosse barato e … já não digo bom mas pelo menos bebível. Hoje em dia, felizmente, começa a ser raro encontrar vinhos com defeitos tão evidentes mesmo entre os mais baratos.
- Copo de 3: A iniciativa de um vinho por mês é de enaltecer pois o consumidor pode provar vinho de qualidade a um preço bastante apelativo, que mais iniciativas estão previstas no futuro… seria viável um aroma por mês ?
- João Geirinhas: A iniciativa da venda integrada de um vinho com a RV é de facto pioneira não só em Portugal mas penso que em todo o mundo. Ela surgiu da ideia de comemorar com algo que fosse fora do habitual os 15 anos da RV e ao mesmo tempo chamasse mais leitores e fidelizasse os que já tínhamos. Como os resultados foram tão animadores, decidimos prolongar a campanha pelo resto do ano e também pelo ano 2006, aqui já sob a bandeira de outra comemoração, o ano das 200 Edições. Estamos a preparar outras acções de grande impacto para os amigos do vinho mas que ainda não podem ser reveladas.
- Copo de 3: Com o sucesso ano após ano do ECVS, consegue enquadrar o Encontro do Vinho ao nível de uma IberWine, Vinexpo… o que falta?
- João Geirinhas: São coisas totalmente diferentes, com propósitos diferentes. Essas feiras que citou são certames de grandes negócios internacionais em torno do vinho. O Encontro com o Vinho e Sabores foi a forma que encontrámos de proporcionar aos nossos leitores e público em geral a prova de grandes vinhos que muitas vezes estão escondidos, são raros ou não são fáceis de encontrar. Por outro lado os produtores têm oportunidade de contactar directamente os consumidores e saber o que eles pensam sobre os vinhos aqueles produzem. Foi das coisas que criámos aquela que me deu mais prazer fazer.
Todos os anos temos que inventar algo de novo para manter o entusiasmo e a expectativa.
- Copo de 3: Temos viabilidade em Portugal para realizar provas especiais como as que foram realizadas no último LA MÚSICA DEL VI 2006 (IV Movimento) em que se provaram (Vega Sicilia e Le Pin)?
- João Geirinhas: Se for de borla, estará cheia de certeza, com famílias inteiras tentando entrar com as criancinhas, público que reclamará a quantidade de vinho que puserem no copo, etc. Se for pedido o preço equivalente ao seu custo real, estará às moscas.
- Copo de 3: Está previsto no futuro a presença de stands de produtores estrangeiros (sem contar com os representantes) no ECVS ?
- João Geirinhas: Sim, será a evolução natural. Mas primeiro tem que provar que os vinhos estrangeiros não são já um nicho reduzido mas um segmento com potencialidades. A maioria dos consumidores portugueses, contudo, sem nunca ter provado nada de vinhos estrangeiros (a não ser aquela garrafa de zurrapa que a tia lhe trouxe de Badajoz há 20 anos), está plenamente convencida que os melhores do mundo são os portugueses e que não vale a pena provar o que vem de lá fora.
- Copo de 3: Tendo participado em importantes eventos internacionais, como acha que os estrangeiros olham para o nosso vinho?
- João Geirinhas: Com alguma curiosidade de quem vê um produto exótico mas ainda sem o valorizar como devia. À excepção do Vinho do Porto, os nossos vinhos em geral não tem imagem nem reconhecimento internacional.
- Copo de 3: Devemos abdicar de uma identidade própria nos nossos vinhos por um perfil internacional correndo o risco de o vinho ficar todo igual ?
- João Geirinhas: Uma coisa não invalida a outra. Devemos fazer vinhos que o mercado não rejeite e aceite. Não podemos enviar para o Reino Unido, onde se consome vinho a copo ao fim da tarde num bar de Londres antes das pessoas irem para casa, um vinho pesado, áspero, carregado de taninos, dizendo que em Portugal aquele tem muito sucesso a acompanhar uma dobrada com feijão branco. Mas ganhamos pouco se apenas copiarmos o que os outros fazem. Um nosso Cabernet Sauvignon, por muito correcto que esteja, nunca será o melhor do mundo. Mas para certos mercados e para certo tipo de consumidores a nossa Touriga Nacional, por exemplo, pode ser um vinho surpreendente.
- Copo de 3: A exclusividade de algumas das nossas castas pode ser a chave do sucesso dos nossos vinhos, até que ponto concorda com esta afirmação ?
- João Geirinhas: É uma mais valia que só por si não faz nada mas que sendo bem trabalhada pode ser um factor positivo de diferenciação.
- Copo de 3: Nos 15 anos de vida da RV, o que mudou nos consumidores? Em que parte é a RV responsável?
- João Geirinhas: Mudou muito. Embora continuem a haver pessoas que sobretudo bebem rótulos por uma questão de estatuto ou de afirmação, os consumidores estão hoje mais informados. Não são todos os consumidores (longe disso) mas é cada vez uma maior fatia deles. Falta sermos mais exigentes com o serviço de vinhos, no que se refere aos preços nos restaurantes, às temperaturas, aos copos, etc. O papel da imprensa especializada e da RV em particular nesse crescimento está à vista e acho que é por todos reconhecido.
- Copo de 3: Durante todos estes anos de trabalho na Revista dos Vinhos qual o momento que maior alegria lhe deu?
- João Geirinhas: Disse há pouco que é sempre no fim de cada ECVS. E acrescento agora no dia do jantar dos Prémios «Os Melhores do Ano». São momentos inesquecíveis em que sentimos que valeu a pena trabalhar e ter aquela canseira toda.
- Copo de 3: Um vinho que o tenha marcado?
- João Geirinhas: Não chegam os meus dedos das duas mãos…
- Copo de 3: O que acha mais importante: aumentar a qualidade dos topo de gama ou aumentar o número de garrafas produzidas por cada um deles?
- João Geirinhas: Os nossos «vinhos de garagem» têm qualidade para se bater com os melhores. O problema (e o que faz falta a um país que quer desesperadamente exportar) é conseguir manter a qualidade dos vinhos chamados Super Premium que se vendem a menos de 10€ e produzi-los em quantidades na ordem das centenas de milhares de garrafas.
- Copo de 3: Como avalia a crítica de vinhos em Portugal? E a relação de produtor/crítico e critico/consumidor ?
- João Geirinhas: Tem havido alguma renovação mas muito limitada. Os que contam são ainda os que cá andavam há mais tempo. Por outro lado, acho que os que chegaram mais recentemente têm revelado alguma falta de humildade, parecendo que já nasceram ensinados. Nada que a vida não ensine a moderar.
A relação produtor / crítico é complicada porque o critico revela por vezes alguma altivez e displicência na sua análise e o produtor português está muito longe perceber o papel do crítico.
Na relação com o consumidor a situação é mais transparente: ou se tem ou não! Refiro-me à credibilidade.
- Copo de 3: Já alguma vez bebeu um copo de 3?
- João Geirinhas: Graças a Deus, não!
- Copo de 3: É melhor provar sozinho ou em grupo?
- João Geirinhas: É preciso distinguir entre prova e degustação. Aquela é um acto solitário. Esta, uma actividade social
- Copo de 3: Com que tipo de vinho se identifica mais?
- João Geirinhas: Cada vez tenho menos pachorra para vinhos feios, fortes e rústicos. Cada vez gosto mais da elegância, finesse, bom balanceamento entre o álcool, açúcar e acidez. Cada vez bebo mais brancos, embora não deixando de gostar de tintos. Cada vez gosto mais de Vinho do Porto que acho que é a obra prima que os portugueses deram ao mundo.
- Copo de 3: Existe o vinho perfeito?
- João Geirinhas: Seria o fim da história.
- Copo de 3: O vinho está caro?
- João Geirinhas: Depende. Está definitivamente caro nos restaurantes portugueses que ainda não perceberam que não pode ser o vinho a salvar o seu negócio muitas vezes decrépito e que venderiam mais se fossem mais razoáveis, vendessem vinho a copo, etc.
No geral há vinhos sobreavaliados que ainda vivem do nome ou de um pretenso estatuto que já não se justifica. A crise por outro lado acabou com aqueles casos ridículos em que o primeiro vinho de um produtor novo já era apresentado com um preço de topo de gama. Mas é preciso estar ciente de uma coisa: nunca se compraram como hoje tantos vinhos razoáveis a preços tão decentes.
- Copo de 3: Qual a garrafa mais cara que comprou? Quantas garrafas tem em casa?
- João Geirinhas: Terá sido estrangeiro mas não me lembro. De uma maneira ou outra tenho, por dever de ofício, acesso fácil aos melhores vinhos portugueses, pelo que as compras mais caras reservo-as para os vinhos estrangeiros. Não há vez nenhuma em que não saia do país que não regresse com a mala cheia de garrafas. Gosto de provar e de ter outras experiências.
Em casa não tenho uma grande garrafeira – moro num andar. Deve andar à volta das 400 garrafas
- Copo de 3: Como vê as regiões de Portugal uma a uma?
- João Geirinhas: Temos o Douro, cujos vinhos de topo são já de classe mundial. Mas a média da região deixa ainda muito a desejar. O Alentejo, que é a região preferida dos consumidores domésticos, tem mais homogeneidade e é mais consistente. O Dão, quando a natureza o permite, produz coisas maravilhosas. A Bairrada é uma região mal amada, muito por culpa própria, que tem no entanto coisas espantosas. O Ribatejo, Península de Setúbal e Estremadura têm um enorme potencial que não conseguiram ainda confirmar, pese algumas excepções que todos conhecemos. A região dos Vinhos Verdes continua prisioneira da rede em que se enredou e ainda não soube tirar partido das jóias que lá tem como é o caso dos Alvarinhos. Do Vinho do Porto já falei atrás, pena que os portugueses ainda o ignorem de forma tão ostensiva. O Vinho da Madeira infelizmente não existe no continente. O resto tem pouca expressão.
- Copo de 3: Um conselho para alguém que agora entra neste mundo...
- João Geirinhas: Que prove, prove e volte a provar. Sem medo e sem complexos. Que comece no «gosto – não gosto» e depois tente tirar mais alguma coisa. Deixe-se orientar nas escolhas pelos críticos com quem mais se identifica mas não desista de ter opinião própria.
- Copo de 3: Agradecido pela sua atenção…
15 março 2006
PROVA Thasos 2002 Moscatel de Setubal
14 março 2006
PROVA Status Grande Escolha 2003
PROVA Romeira 2003 Branco
08 março 2006
PROVA Castello D´Alba Reserva 2004 Branco
Este vinho da VDS, (Vinhos do Douro Superior, Lda.) teve fermentação em barrica com batonnage durante 6 meses, apresentando-se com 14,5% e tonalidade amarelo dourado de concentração média e ligeiramente glicérica.
Com intensidade média de aromas, destaca aromas a baunilha, fruta (citrinos) e frutos secos torrados (caju, avela) bem integrados com componente floral a mostrar-se bem equilibrado e com leve mineral de fundo
Na boca mostrou corpo médio, suave e elegante, ligeiramente untuoso a dar boa prova com fruta (citrinos) presente em conjunto com acidez a dar uma frescura agradavel, ligeiro toque vegetal em conjunto com algum fruto seco e ponta floral, com persistência final média/alta.
Um vinho muito agradável que custou cerca de 4€ por isso com boa relaçao preço/qualidade.
15,5
06 março 2006
PROVA Casal da Coelheira 2004
PROVA Quinta da Pacheca Branco 2005
01 março 2006
Descubra as diferenças...
Está mais amplo nas escolhas, com mais vinhos escolhidos e separados pelas respectivas zonas, com uma breve introdução onde o provador diz que todo o vinho foi provado em prova cega e com destaque para as novidades que ainda vão ser lançadas durante este ano, o que é sempre ponto de interesse.
Tudo muito bem, até ao momento em que tive a sensação de déjà vu ao ler uma nota de prova. Achei estranho e segui a minha leitura quando noutra nota de prova tive novamente a mesma sensação. Fui ler o guia "101 Vinhos Portugueses para 2005", do mesmo autor, e foi então que me deparei com a situação de que a grande maioria dos vinhos que marcam presença no Guia 2006 têm as suas notas de prova ou iguais ou baseadas na nota de prova do ano passado, mudando em algum caso apenas um aroma (por exemplo em vez de aroma mineral aparece grafite). Claro está que me refiro a vinhos de diferentes anos.
Para uma prova de vinhos dita cega, mas com notas finais iguais para vinhos apesar da mesma marca mas com anos diferentes dá muito que pensar.
Posso pensar que se tratou de uma lamentável erro, mas quando este se vai repetindo uma e outra vez , cada vez mais tenho dificuldade em aceitá-lo.
A questão que ponho é esta: Até que ponto é correcto esta situação aqui relatada ?
Quem souber que me responda, até lá vou tentando descobrir as diferenças...