Ladredo é nome de vinha, de uma pequena vinha velha, com cerca de 50 anos, virada a nascente e debruçada vertiginosamente sobre o Rio Sil. A sua inclinação é tão acentuada que torna a vindima uma tarefa quase hercúlea. Nesta vinha, coabitam duas castas: A Mencia (em Portugal, Jaen) e Alicante Bouschet, que se traduzem no lote em 65% e 35%, respectivamente. Um vinho que leva cerca de 50% de engaço, com estágio de 19 meses em barricas, preço a rondar os 45€. É um vinho, feito por Dirk Niepoort (Niepoort), cheio de carácter que dá a conhecer a Ribeira Sacra em todo o seu explendor, frescura e elegância, com uma tonalidade mais aberta catapulta-nos para um festival de sensações. Muito bem delineado, puro, especiarias com a fruta vermelha bem limpa, fundo mineral, vivo e cheio de energia. Na boca complementa-se, amplo e gastronómico, saboroso e fresco ao mesmo tempo que mostra garra e uma ligeira austeridade mineral. É um belíssimo vinho a ter muito em conta, quer pela qualidade quer pelo potencial que tem de guarda. 94 pts
29 outubro 2018
26 outubro 2018
Ponte das Canas 2014
O Ponte das Canas desde que saiu para o mercado que se afirma como a versão mais atrevida deste icónico produtor Alentejano que é o Mouchão. O Canas tem vindo a ser afinado colheita após colheita, digamos que está cada vez melhor. Quanto ao 2014 nasce do lote de Touriga Nacional, Touriga Franca e Syrah, com estágio de 24 meses em tonéis antigos e em barrica nova com posterior estágio em garrafa, o preço ronda os 17€. Muio centrado na fruta preta silvestre com grande frescura, especiarias, ligeiro balsâmico num conjunto com uma bela complexidade. Vigoroso e cheio de energia, sente-se harmonia e sedução no palato, tempo é o que não lhe falta para afinar tudo isso. Bebe-se como muito prazer mas o melhor está ainda para vir. 93 pts
21 outubro 2018
Kyrie branco 2014
Vamos até à famosa zona do Priorato(Espanha) que entre a fama e a polémica, tem conseguido colocar nas últimas décadas alguns dos mais caros vinhos de Espanha na ribalta internacional. Neste caso o vinho é o branco topo de gama do produtor Costers del Siurana. Aviso que por ali não são nada meigos nos preços praticados, é um mal de toda a região e este ronda os 75€ por garrafa. Provado às cegas o vinho causa impacto, é um belíssimo branco, robusto mas firme e com harmonia, num toque bem mineral de fundo tenso e fumado. Depois destaparam a garrafa e fiquei a saber o preço, ao lado rótulos nacionais tinham brilhado um pouco mais alto, a comparação do preço nem se questiona, é absurda. Mas deixando o preço de lado, é daqueles brancos que faz uma festa incrível à mesa com um peixe de nobre porte assado no forno. 94 pts
20 outubro 2018
Desnível Touriga Franca Unoaked 2017
É novidade do produtor este varietal de Touriga Franca da colheita de 2017, um tinto do Douro apenas com passagem por inox e que nos mostra o lado mais frutado e puro da casta. O facto de ter passado apenas por inox retira-lhe o factor aconchegante que desponta no Desnível tinto, aqui é a fruta em tons maduros e nos ligeiros cacaus e compota que se mostra airosa, precisa e limpa. Lá ao fundo são os taninos que nos acenam, a indicar ainda a força da juventude deste vinho. Mais uma vez feito num sentido gastronómico de levar à mesa e descontraidamente acompanhar uma refeição à base de carnes grelhadas. 90 pts
13 outubro 2018
Quinta dos Roques branco 2017
Há vinhos dos quais já se perderam as contas às vezes que se abriram garrafas, vinhos que se bebem à desgarrada porque apetece um branco fresco a acompanhar a refeição ao final do dia. Sim, este é um desses vinhos que costuma morar quase sempre na porta do meu frigorífico, jusifica-se pela consistência da qualidade colheita após colheita e o preço em conta, por acaso agora ronda os 4€ em promoção numa superficie comercial. Lote de castas do Dão, mimado como todos os que nascem naquela adega (Quinta dos Roques) e que é sem dúvida alguma uma referência a ter sempre em conta quando queremos vinhos acessíveis, com identidade da região e a dar prazer a quem o bebe. 89 pts
10 outubro 2018
Kracher Auslese Cuvée 2017
Terei de recuar quase 20 anos para a primeira vez que tive contacto com os vinhos deste produtor da região de Burgenland(Áustria). As garrafas quase sempre surgem no formato meia garrafa e conquistam com facilidade o enófilo menos atento, o preço das gamas mais baixas ajuda à festa. Neste caso um blend de Chardonnay com Welschriesling onde o estágio de 12 meses foi em inox e a segunda casta foi afectada pela podridão nobre (Botrytis). Desponta frescura e delicadeza, a fruta centra-se nos tons de alperce em calda, laranja e algum gengibre ralado. Muito preciso num conjunto delicado que nos consegue envolver e seduzir o palato, ligeira frescura e untuosidade arredonda o palato. Pede sobremesas delicadas, com um preço que ronda os 12€. 92 pts
09 outubro 2018
Maçanita Gouveio 2017
Vai na sua segunda edição este branco duriense nascido no Baixo Corgo pelas mãos da enóloga Joana Maçanita (Maçanita Vinhos). Como já foi dito é um extreme da casta Gouveio com passagem durante seis meses por inox. Depois do sucesso da primeira colheita a produção aumentou para as 1600 garrafas com preço a rondar os 15€ em garrafeira. Continua muito preciso nos aromas com uma acidez firme que o domina. Embora veja esta edição mais tensa e menos "faladora" que a anterior, algo mais presa como que a pedir tempo. Por agora somoos brindados com as boas notas de fruta madura (pêssego, limão), com laivos de anis estrelado, tisana e no fundo uma boa austeridade mineral. Equilibrado na boca, dominado pela frescura e pelo leve sabor da fruta, termina longo e seco. 92 pts
04 outubro 2018
Fiuza Reserva Alicante Bouschet 2016
Lembro-me dos vinhos Fiuza como sendo dos primeiros vinhos do Ribatejo que bebi e gostei, quem é que não se lembra do fantástico Reserva 1996. Depois o tempo foi passando e fui conhecendo mais do que se fazia por aquela região, hoje denominada como Tejo. A realidade é que voltando aos vinhos da Fiuza parece que a emoção já não é a mesma, poderei ser eu que esperava algo a mais onde não se encontra. O certo é que quando vejo Alicante Bouschet no rótulo associado a Reserva, algo em mim desperta a curiosidade e a vontade de ter e encontrar ali mais um belo vinho da casta. O resultado é mais um vinho feito para cumprir os mínimos de agradar ao consumidor, para aquele que tanto se dá ser Cabernet ou Syrah, bebe e sabe-lhe bem. E o vinho em causa é isso mesmo, bebe-se e sabe bem, mas podia dizer outra coisa qualquer que continuava a beber-se e a saber bem. 90 pts
03 outubro 2018
DSF Sauvignon Blanc 2017
Depois do Rosé de Moscatel Roxo e do Verdelho, resta falar do DSF Sauvignon Blanc 2017 que surge também com a nova imagem criada para os vinhos da Colecção Particular Domingos Soares Franco (JMF). Uma casta de várias caras conforme a nacionalidade onde é criada, assim são tão distintos os da Nova Zelândia ou Austrália como os Franceses e por aí fora. Este é comedido no que mostra, certinho com as notas da casta num tom de fruta madura a lembrar meloa, citrinos, ervas aromáticas, tudo muito equilibrado e com grande elegância. É esse pendor que perdura e se mantém na boca, a suavidade e harmonia sempre no mesmo tom fresco e saboroso. O preço ronda os 10€ e arranja-se na loja do produtor em Azeitão. 90 pts .
02 outubro 2018
Dom Rafael branco 2017
Ajustou-se na Herdade do Mouchão o lote com a saida da casta Perrum, e deu-se uma nova vestimenta para este Dom Rafael. Agora mais sério, mais fresco e com uma maior acutilância. Digamos que no copo é um verdadeiro "Don" e mete respeito, porque para além da fruta suculenta e fresca, não passa aquela linha da doçura e fica mesmo no tom limpo e airoso, quase austero, da lima e do limão com arestas de flores e eucaliptos ali das redondezas. Com preço a rondar os 10€ é um branco sério e que acompanha pratos de bom tempero, desde caldeiradas a uma boa poejada de bacalhau. 90 pts
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