Foi pioneiro na introdução de castas estrangeiras, sendo que em 1974 introduziu em Espanha as variedades de uva Cabernet Sauvignon e Merlot, que posteriormente estendeu para Chardonnay, Petit Verdot e Syrah. Os primeiros vinhos, realizados debaixo da direcção do Professor Emile Peynaud de Bordéus, foram o Marquês de Griñón Rueda Superior branco 1982 e o Marquês de Griñón Cabernet Sauvignon 1982.
A sua paixão pela enologia, levou a que fosse construída em 1989 uma adega em Malpica de Tajo, onde a sua família é proprietária desde 1270, da Finca Valdepusa, um histórico edifício do Séc. XVIII dentro do histórico domínio com o mesmo nome.
Convém relembrar que o Domínio de Valdepusa, foi reconhecido pelo governo Espanhol como o primeiro ''Vino de Pago'' oficial, e que tem desde 2002, o estatuto de D.O. própria. Por essa mesma razão esta colheita de 1998 ainda era considerada como ''vino de mesa'', que aparece mencionado no contra rótulo.
O Domínio de Valdepusa ocupa uma superfície de 50ha, das quais 42ha destinam-se a vinha, onde a variedade mais cultivada é a Cabernet Sauvignon, com cepas datadas de 1974.
Nos dias que correm os vinhos desde produtor estendem-se para além dos Montes de Toledo, até à Rioja, passando pelo Alto Duero e Argentina.
Focando atenções no Domínio de Valdepusa, onde tal como nos restantes ''Pagos'' o enólogo Michel Rolland dá a devida assessoria, o lote de vinhos produzidos varia entre o topo de gama Emeritvs (produzido desde 1997), aos varietais (Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot) e em 2001 saiu ao mercado o Svmma Varietalis.
Em prova o Cabernet Sauvignon da colheita de 1998 do Domínio de Valdepusa, um vinho que segundo o produtor, pode-se beber quando sai para o mercado, mas que melhora sem dúvida num prazo de 10 anos, e feita a vontade é altura de o provar:
Castas: Cabernet Sauvignon (90%), Merlot (10%) - Estágio: barrica de carvalho francês Allier e Nièvre durante 18/24 meses - 14% Vol.
Tonalidade ruby escuro de concentração média/alta.
Nariz essencialmente fino e dono de uma boa complexidade, a denotar fruta do bosque de muito boa qualidade, destacando groselha preta, amoras e um ligeiro toque de ameixa (alguma compota presente). A passagem por madeira conferiu-lhe uma maior complexidade, tornou-o mais interessante e mais envolvente, invocando ligeira tosta e baunilha que dão seguimento a toque especiado (mais no campo das pimentas) bem patente durante a prova. A complementar surge a componente vegetal, mas um vegetal seco que opta por se acomodar ao que já se conhece, mostrando-se ligeiro e permitindo divagar ao lado de folhas de tabaco, algum mato rasteiro, e no final aquele bálsamo vegetal que remata a frescura sentida durante toda a prova.
Boca a mostrar um vinho de nobre estrutura e fino trato, com a fruta (amora, groselha negra e ameixa bem mais presente) a sentir-se bem fresca e a marcar presença de imediato, estando a barrica muito bem integrada, ao nível da prova de nariz. A delicada complexidade que mostra, vagueia entre o seu toque especiado e o vegetal, permitindo uma boa envolvência a todo o conjunto, em final de boca de boa persistência.
Desta colheita foram engarrafas 62.530 garrafas cabendo a esta o nº 031047, com um preço que rondou na altura de compra os 14€. Como alguém disse durante a prova, é um vinho feito e que ainda tem pernas para durar mais alguns anos em garrafa. Os 10 anos de vida que já leva, em nada o prejudicaram, antes pelo contrário, o vinho apresentou-se muito elegante, fresco e assente numa bela dose de complexidade. Foi servido a 14ºC atingindo o ponto ideal de consumo aos 18ºC.
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