É aqui que tudo se decide... |
Muito se tem escrito e debatido sobre as famigeradas medalhas que habitam em rótulos e garrafas das mais variadas regiões. Durante este texto o que pretendo é contar a minha experiência e contributo num concurso que se realizou recentemente. Se a subjectividade da prova estará sempre presente da parte de quem prova com o gosto pessoal a ser determinante, o grau de exigência e responsabilidade exige que sejam tidos em conta factores como a coerência ou seriedade.
As duas salas estavam repletas de provadores, cinco por mesa onde um assume o papel de presidente de mesa e fica responsável por orientar o debate e recolher as respectivas folhas de prova de cada um dos elementos. Na mesa que me calhou apenas iríamos provar 23 vinhos entre brancos, tintos e vinho do Porto, para além de todas as mesas provarem também os três finalistas de cada categoria. Era cedo e o relógio já apontava para as 9 horas da manhã, à espera de serem provados estavam mais de 100 vinhos, daqui iriam sair os grandes vencedores com as respectivas medalhas do 4º Concurso de Vinhos do Douro Superior nas categorias de vinho Branco, Tinto e Vinho do Porto.
Em prova cega foram sendo servidos seis vinhos de cada vez, fomos entretanto informados que uma vez que havia pouco vinho para ser provado teríamos mais tempo para dedicar a cada ronda, óptimo. Para avaliar os vinhos que iam caindo nos copos apenas teria de utilizar o meu critério e pontuar mediante a escala colocada à disposição, sem necessidade de andar a somar pontinhos de visão, olfato... o que a meu ver dispersa a atenção de quem prova. Será normal que em mesas onde o critério seja mais amplo as notas sejam elas mais altas face a mesas onde o cunho apertado e exigente dos provadores se contrasta nas notas finais.
Os primeiros seis vinhos foram brancos, as evidentes diferenças entre eles dariam azo a grande discussão entre os provadores da minha mesa com as diferenças pontuais no final a não divergirem muito face aos vinhos que tinham sido apresentados. Discussão que se iria prolongar pelas restantes rondas, duas de tintos e uma de Porto com quatro Vintages. Com os dados lançados e as pontuações atribuídas, seria altura de uma pausa e no regresso estavam à nossa espera a ronda dos finalistas, os três melhores vinhos apurados de cada tipo. Desta vez apenas se pediu para colocar na folha de prova por ordem de preferência, colocando o número 3 para o que se gosta mais e o 1 para o que se gosta menos. Os resultados apenas seriam divulgados no dia seguinte, com algumas surpresas e outras confirmações, desta forma nasceram os grandes vencedores do 4º Concurso de Vinhos do Douro Superior organizado pela Revista de Vinhos.
Os grandes vencedores: Bons Ares branco 2013, Duorum Reserva 2012 e Ramos Pinto Ervamoira Vintage 2005 |