Foi no passado dia 2 de Agosto que se encontraram para uma prova o Copo de 3 e o Vinho da Casa, mais propriamente o Douro desceu ao Alentejo e a prova foi em Vila Viçosa como combinado.
Um encontro de amigos, onde a boa disposição esteve sempre presente, a conversa animada, penso que foram momentos bem agradáveis e a repetir mais vezes sempre que seja possível.
Tinha sido combinado cada um colocar dois vinhos, um branco e um tinto, claro que seriam Douro e Alentejo mas sem objectivos de comparar mas sim de apreciar e dar a conhecer dois vinhos de cada região, e penso que o resultado foi satisfatório.
As minhas escolhas tal como as do Paulo recairam em vinhos que representem bem o perfil de onde vieram, seja nos brancos ou nos tintos.
Pela parte que me toca vou dizer os dois vinhos que escolhi e o porquê das minhas escolhas, o Paulo no Vinho da Casa vai colocar o porquê das suas escolhas, tal como as respectivas notas de prova dos 4 vinhos.
No branco escolhi o recente D. Januário Branco 2005 que teve a Talha de Prata nos Melhores Vinhos do Alentejo atribuido pela Confraria dos Enófilos do Alentejo, é um lote de Antão Vaz com Arinto bem representativo do Alentejo e com uvas do concelho de Vila Viçosa.
No vinho tinto escolhi o Azamor 2003 já aqui provado no Copo de 3, o objectivo foi dar a conhecer mais um vinho de Vila Viçosa e acima de tudo um vinho que foge do perfil de vinho Alentejano, a mostrar que no Alentejo nem tudo tem de ser igual.
Os vinhos foram servidos a uma temperatura sempre controlada muito de perto, para que fosse possível tirar o máximo proveito da prova, notando-se que no primeiro branco se revelou melhor nos 12ºC o segundo foi na casa dos 14ºC que se destacou mais, nos dois tintos a temperatura inicial foi de 14ºC deixando depois evoluir no copo.
Deixo aqui umas leves anotações sobre cada um dos vinhos, sendo que as notas completas dos mesmos serão colocadas mais tarde.
D. Januário Colheita 2005: Mostrou-se bem no nariz, bem feito, fruta tropical (ananás), fresco, perde na boca precisando de mais estrutura e um pouco mais de acidez, com alguma complexidade e frescura. Passagem um pouco discreta na boca.
Ázeo 2005: Boa intensidade de aromas, perfil mais fresco, fruta, menos côr e mais acidez, na boca mostra-se com grande equilibrio e finura dando uma bela prova, mineral, um branco muito bem feito e uma boa referência da zona.
Azamor 2003: Aberto meia hora antes, equilibrado e fresco com algum químico presente, baunilha e derivados do estagio, leve compotado, vegetal, na boca está afinado, não parece um vinho Alentejano fugindo claramente ao perfil da zona, balsâmico no final que se mostra médio/longo mostrando-se mais pronto a beber e a dizer que o tempo em cave não lhe fez mal.
Vertente 2003: Um pouco mais concentrado de cor, aromas mais pesados e mais concentrados com mais madeira e derivados a aparecerem com elegancia e suavidade, esteva presente, frutos silvestres, na boca conjuga-se muito bem com a prova de nariz, final de muito nivel tal como a passagem pela boca, redondo e equilibrado. Um vinho cheio de finesse e harmonia com o toque sedutor da madeira.