Copo de 3: agosto 2012

12 agosto 2012

Abreu Callado branco 2008

Vem de Benavila (Avis) da Fundação Abreu Callado, este branco de 2008 perfil bem Alentejano a revelar-se nobremente evoluído, o bouquet que debita é bastante interessante e ainda com saúde, a tudo isto temos de juntar o preço que a menos de 4€ o torna algo bastante apetecível de ter por perto. Foram-se buscar as castas Arinto, Roupeiro e Tamarez para um vinho que apenas conhece o inox, a presença do álcool ronda os 12,5% Vol. e o resto é merecedor de atenção e até algum elogio,.principalmente à mesa a acompanhar peixe no forno. 

A fruta que sem abundar em  grande quantidade está por lá, o aroma mostra-se limpo sem amontoado de cheiros, sente-se já com algum toque de geleia, tem frescura e uma fina dose de acidez que lhe percorre o corpo, toques de petrolina marcam a prova inicial, rodopia-se o copo e vai acalmando. Completa-se com flores brancas, citrinos, alperces. Na boca complementa-se, sereno mas a dar boa prestação, sem modas  este branco vale por si mesmo. Uma aposta segura de um vinho que mostra com brio a terra que o viu nascer. 88pts

10 agosto 2012

Domingos Soares Franco Colecção Privada Moscatel Roxo Rosé 2011

Este é certamente o mais sofisticado e exclusivo vinho rosé feito em Portugal, a cagança com que rodopia no copo debitando aromas de Moscatel Roxo fazem com que o vinho produzido pela José Maria da Fonseca se torne lascivo desde o primeiro instante. De graduação contida a rondar os 12% Vol. o vinho mostra-se fresco com uma fina mas rendilhada complexidade, os aromas da casta mostram-se de forma ordeira num todo equilibrado, harmonioso, delicado e fresco. Dá uma boa prova conseguindo balancear leve docinho com ponta de secura, mediano no corpo, fruta e flores, sem exageros é delicado mas com boa presença. O preço entende-se face à exclusividade que obviamente se tem de pagar, ronda os 10€ cada garrafa. Se na anterior colheita não me tinha dito grande coisa, nesta nova versão deixou-me satisfeito. Foi bebido em ambiente festivo como abertura de uma noite fantástica... 

09 agosto 2012

Tons de Duorum branco 2011

É difícil não se gostar deste branco, torna-se complicado não o comprar ainda por mais com a crise em cima das costas e com o preço mais do que sensato para a qualidade que o vinho em causa apresenta, recordo os 3.99€. Na primeira edição conquistou pela maneira simples mas séria com que se manifestou no copo, a frescura aliada a uma prova descontraída mas com muito boa qualidade fez deste um dos meus vinhos de Verão. Agora volto a ele na colheita 2011 que voltou a dar muito boa conta de si, ligeiramente mais fresco, com a fruta mais delineada, afinou ligeiros detalhes e consegue mostrar-se ligeiramente melhor. Desta vez acompanhei com uma sopa de peixe aromatizada com hortelã e coentros, servido fresco fez as delícias de todos os presentes. Uma das melhores relação preço/qualidade made in Portugal ? Sem dúvida.

Beyra Quartz 2011

Mais um vinho da Beyra, novo projecto do enólogo Rui Reboredo Madeira, na Vermiosa. No impacto do rótulo destaca-se a altura das vinhas mas não a idade das mesmas e ficando também a saber-se o solo onde as ditas assentam, entre os xistoso e o granítico com filão de quartzo pelo meio. Quartzo o mineral mais abundante na Terra, está um pouco por todo o lado e até no rótulo onde marca de forma determinante ou não o suposto terroir deste vinho. Foi-se buscar a Síria e a Fonte da Cal, pela informação técnica não cheira sequer a madeira, apenas conheceu o frio do inox. O resultado é um branco seco e mineral, a acidez desponta e os aromas citrinos com toque de pederneira são aquilo que mais se destaca no nariz. Na boca há  frescura inicial, uma acidez cítrica acompanhada por frutinha e mineralidade, num conjunto algo amontoado em perfil moderado que se esvazia ligeiramente em final com acidez um pouco "em pontas".

O vinho não me deixou fascinado, esperava algo um pouco mais afinado e equilibrado, mas entendo os que se agarram a ele qual bóia salva vidas num mar de igualdade... De resto e entrando no campo do (des)gosto pessoal, limita-se a ser um bom vinho, não apreciei a falta de definição que apresenta. Na realidade até o vejo algo forçado no seu conteúdo, dispenso a conversa da altitude, do quartzo e todo esse romantismo enológico. Pelos 5€ que custa não vou voltar a ele, apesar de cumprir aquilo a que se destina (pedir mais seria absurdo), pode ser que melhore, pode ser que não, vou ficar atento... 

08 agosto 2012

Quinta do Cardo Síria 2011

Mais um vinho da Companhia das Quintas a chegar ao copo, desta vez da Beira Interior (Figueira de Castelo Rodrigo) mais propriamente da Quinta do Cardo. O vinho em questão é o branco Quinta do Cardo Síria 2011, vinho sem debitar grande complexidade que se torna simples e directo, centrado nos aromas citrinos que tanto o caracterizam com sugestões de tangerina e limão. É rematado por toque floral e alguma mineralidade, tudo delicado e a evidenciar boa frescura. Boca com boa acidez, boa dose de secura, corpo médio e concentração moderada, centrado no que encontramos no nariz. 

Não é vinho que me faça dar os 5€ que pedem por ele, bem feito apenas mas não me conquista com o aquilo que me mostrou. Com as respectivas limitações da casta acabou por ficar um bocado abaixo do esperado, é um bom vinho e nada mais que isso. Peixe grelhado com salada foi o acompanhamento após a prova, encaixou sem queixumes o que revela a apetência para a mesa. Para os mais distraídos a casta Síria é a que no Alentejo chamam de Roupeiro. 86 pts

02 agosto 2012

Rembert Freiherr von Schorlemer Spatlese 2011



O vinho que se segue foi comprado no Aldi, custou menos de 2€ o que para um suposto colheita tardia é quase sobrenatural, também estranho como é que o vinho foi aprovado como tal. A apresentação é pobre tal como o vinho, nada de novo, nada que deslumbre ou mereça deslocação forçada para se comprar, não é um vinho que apeteça bater palmas mas também não desgostei. Está no limiar do sofrível, tipo água com sabores,, sabe bem mas nunca mais compramos outra. Isto é o puro vinho de chinelo, daqueles que apetece bem fresco à hora de almoço acabado de chegar da praia, é que não estou para abrir nada de grande especialidade e muito menos que tenha muito álcool, coisa leve portanto. Não passa pois de um  genérico simplório que nem sequer informa as castas de que é feito, cumpre à rasquinha desde que não se abuse no tempero, que acidez e corpo é coisa que por ali não mora com abundância.

Para o acompanhar investi numa pita shoarma versão alface ripada e temperada, queijo Gouda, peito de frango grelhado e tomate cereja com o trivial molho de iogurte. Depois foi refastelar-me um bocado até ser hora de pegar na toalha e voltar para dentro de água... 
 
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