Copo de 3: maio 2019

31 maio 2019

I Concurso de Vinhos de Talha 2019 - Vencedores

No passado dia 25 de Maio, decorreu nas instalações da Sovibor o I Concurso de Vinhos de Talha 2019. O Concurso contou com a presença de 31 vinhos e teve como objectivo escolher o melhor de cada categoria, Branco e Tinto. Foi unânime a decisão final do júri que ditou como vencedores: 

MELHOR VINHO DE TALHA BRANCO
Mamoré de Borba Vinho de Talha Branco 2018

MELHOR VINHO DE TALHA TINTO 
Mamoré de Borba Vinho de Talha Tinto 2018





I Concurso de Vinhos de Talha 2019

O Júri (esquerda para a direita): João Canena, Joaquim Arnaud, João Alabaça, Pedro Hipólito, Gilberto Marques, Francisco Brito, João de Carvalho (organização), Carlos Janeiro, Pedro Mota, Paulo Amaral, Sandra Alves, Rita Tavares (organização), António Ventura e Luís Sequeira.


O vinho de talha é uma paixão que me acompanha vai para mais de 20 anos. A um grande amigo que já partiu, devo grande parte deste entusiasmo e deste saber que tão pacientemente me foi passando nas longas conversas que tinhamos. Mas com o tempo ficou sempre um desejo que finalmente consegui transformar naquilo que foi a maior prova de Vinhos de Talha feita até hoje e que contou com 31 vinhos de produtores de todo o Alentejo, o I Concurso de Vinhos de Talha, realizado no passado dia 25 de Maio nas instalaçãos da Sovibor (Borba).

O Concurso foi um sucesso onde a principal regra ditava que apenas vinhos oriundos de talhas pesgadas poderiam participar. A prova foi cega e bastante animada, com muito debate entre provadores, muita partilha de opinião face à alta qualidade de todos os vinhos que participaram. Os melhores de cada mesa foram apurados para a finalíssima, com cada jurado a dizer qual o seu preferido e a contagem feita por todos, assim nunca haveria enganos e o vencedor seria claro e inequívoco. No próximo post irei divulgar quais os dois vinhos que foram considerados Melhor Vinho de Talha tinto e Melhor Vinho de Talha branco.

Quero deixar um agradecimento muito especial ao Sr. Fernando Tavares à Rita Tavares e ao Engº Antonio Ventura que tornaram possível tal acontecimento, um obrigado à Joana Garcia (Queijaria Monte da Vinha) ao Joaquim Arnaud (Charcutaria) e ao Fontainhas Dias (Fotografia). O último agradecimento vai para todos os que gentilmente acederam ao convite para fazerem parte do júri. Para o ano há mais.

30 maio 2019

Soalheiro ALLO 2018


Do produtor dos vinhos Soalheiro (Vinho Verde) sai a nova colheita do ALLO, Alvarinho e Loureiro, cujo preço bem catita se situa perto dos 5€. A relação preço/satisfação é de elogiar uma vez mais, o vinho mostra-se num nível de qualidade a que sempre nos tem acostumado, sem falhas, nariz exuberante e cativador para depois dar uma prova de boca com uma frescura capaz de harmonizar com pratos de peixe ou marisco numa qualquer mesa em dia de mais calor.  90 pts

16 maio 2019

Cistus Reserva 2015


Produzido na Quinta do Vale da Perdiz (Douro) perto de Torre de Moncorvo localizada já no Douro Superior, tem o lote dominado pela Touriga Nacional seguida da Tinta Roriz e da Touriga Franca. Passou 17 meses em barricas. Um vinho com preço a rondar os 10€, intenso e carregado de fruta madura com evidente toque de licor a envolver todo o conjunto, envolvente com notas de chocolate preto e um travo de esteva em flor confere alguma rusticidade no fundo. Na boca é a fruta madura e com compota, doseado na frescura em companhia de alguma austeridade em pano de fundo. Os 15% que apresenta fazem-se notar com o tempo no copo, passando uma rasteira e o vinho fica algo desequilibrado perdendo a boa postura inicial. 89 pts

09 maio 2019

Mamoré de Borba Vinho de Talha branco 2017


A Sovibor (Alentejo) renasceu e rejuvenesceu a sua alma cinquentenária, as suas instalações foram totalmente renovadas e as novidades surgem em cada recanto. A aposta no Vinho de Talha foi total e o resultado é surpreendente pela qualidade que os vinhos desde a primeira colheita apresentaram. Este é a segunda edição do Branco, preço a rondar os 22€, que nasce a partir de vinhedo velho onde brilha a casta Antão Vaz. Um vinho capaz de invocar memórias, conversas e mesmo recordar pessoas que o tempo já levou, um vinho de memória, a mesma memória e história que as talhas onde nasceu transportam dentro de si. Pesgadas com resina de abelha, processo mais dispendioso e menos duradouro mas que não marca tanto o vinho como as antigas pesgagens, muitas vezes a "sequestrarem" os vinhos com aromas e sabores mais vincados e menos apetecíveis. 

Aqui o que encontramos para além da pureza da fruta de caroço já com alguma calda, é a frescura que se esbate em notas de cêra de abelha a dar alguma untuosidade, tangerinas, flores e tisana, ligeiro fumado. Na boca claramente a pedir comida, marcado pela fruta, novamente o toque ceroso, textura muito marcante com frescura e secura no fim a pedir umas iscas ou uns pezinhos de coentrada. 93 pts

07 maio 2019

Quinta do Côtto Vinha do Dote 2015


Cada vinho conta uma história diferente, a história deste Quinta do Côtto (Douro) começa na vinha velha com mais de 80 anos que lhe dá origem, a Vinha do Dote. Uma vinha que chegou à família Champalimaud via dote de Rosa Carolina Pinto Barreiros, aquando do seu casamento com António Montez Champalimaud, em 1865. Rosa viria a fundar, em 1922, a empresa Montez Champalimaud Limitada. Em sua homenagem, esta vinha velha foi cuidadosamente recuperada e batizada, simbolicamente, como Vinha do Dote. Posso dizer que o vinho é tão bonito como a história da vinha que lhe dá origem, um tinto estagiado 15 meses em barricas usadas e ronda os 20€. Dotado de um aroma muito fresco, perfumado com notas de frutos vermelhos, leve terroso com sinal de austeridade, complexidade fina num todo delicado e a dar muito prazer, especiarias, cacau, tudo bom de cheirar e beber. Boca com sinais de presença da fruta de grande qualidade, equilibrio dado pela madeira, frescura e final persistente. Daqueles vinhos que dá gozo tremendo beber à mesa com um guisado de javali. 92 pts

06 maio 2019

Herdade do Rocim branco 2018


Da Herdade do Rocim (Alentejo) sai o primeiro branco da colheita de 2018, feito a partir das castas Antão Vaz, Arinto e Viosinho. Desde a anterior colheita que no rótulo surge a figura da Linária, uma planta endémica da Cuba alentejana e que se encontra em perigo de extinção. No que ao vinho diz respeito, pareceu-me ligeiramente melhor que o 2017, com uma elegância e ao mesmo tempo uma frescura que se combinam num misto de austeridade da fruta ainda jovem e suculenta, mas ao mesmo tempo com nervo, travo vegetal, sem quebras num final saboroso. Um branco pronto para a mesa e que acompanha em grande uns mexilhões à la marinera. O preço ronda os 7,50€ no que revela ser uma excelente aposta agora que o tempo quente se começa a fazer sentir. 91 pts

05 maio 2019

Canena Vinho de Talha branco 2017


Nascido na Quinta da Pigarça, em Cuba (Alentejo), criado com mestria em ancestrais talhas de barro, devidamente pesgadas. Na alma leva as castas Roupeiro, Antão Vaz, Arinto e Rabo de Ovelha, sendo neste caso um branco de 2017 onde a bonita tonalidade alaranjada invoca no imediato memórias de outros tempos. Complexidade e frescura notáveis num branco que debita muitos aromas da boa evolução, cêra de abelha, resinas, tons de fruta de caroço (alperce) e citrinos maturados, a envolvente é quase que rodeada de ervas de cheiro, flores de esteva, num conjunto com uma acidez que lhe dá uma vivacidade e vertente gastronómica tipica dos vinhos de talha. Novos tempos em que em vez de o vinho ser servido em jarro vindo da talha, vem em garrafa e ronda os 10€. A qualidade e a memória está toda bem presente, tal como o cariz gastronómico. Sirva a acompanhar uns rins com miolos e faça a festa. 92 pts

02 maio 2019

Astronauta Moscatel do Douro

Da parceria entre o enólogo Aníbal Coutinho e a Adega de Alijó, nasce este Moscatel Galego Dourado, fruto de um lote de vários anos. O preço mais uma vez a tornar apelativa a compra, ronda os 8€, e o que temos na garrafa é um Moscatel do Douro alegre, fresco e cheio daqueles aromas que invocam compotas de laranja, leve tropical mas com floral pelo meio. É um vinho com corpo mediano mas envolvente e que conjuga bem a frescura com o toque doce sem ser em demasia, perfeito para aqueles dias de calor a acompanhar uma boa torta de laranja. 89 pts
 
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