Como curiosidade, da coroa original fazia também parte um capacete em ouro, confiscado durante a invasão Espanhola de Hernando Cortéz que como pessoa civilizada e culta que era, depois de assassinar Moctezuma, mandou transformar a coroa em barras de ouro, enviando o Kopilli Ketzalli como presente para o então rei de Espanha, Carlos I. Hoje em dia o Kopilli Ketzalli encontra-se na posse do Museu de Etnologia (Volkerkundmuseum) da cidade de Viena (Áustria), apesar dos esforços do governo do México para reaver aquilo que por direito lhe pertence, e faz parte da sua história.
Após esta breve introdução, fica-se a saber um pouco melhor sobre a imagem que se encontra no rótulo do vinho em prova, o Quetzal 2005, varietal Antão Vaz proveniente da Quinta do Quetzal (Vidigueira).
Quetzal branco 2005
Castas: 100% Antão Vaz - Estágio: fermentação de 30 dias em barricas novas de carvalho americano e francês com mais 8 meses com batônnage semanal - 14,5% Vol.
Tonalidade dourada de concentração média.
Nariz revelador de uma belíssima cumplicidade e entrosamento entre as notas de fruta madura, não esconde o toque tropical com o ananás a liderar todo o cortejo seguido de uma panóplia bem interessante de pequenos citrinos. Daqui parte para a faceta derivada da passagem por madeira, ganhou por isso mais complexidade e arredondamento, com sensações tostadas e de leve amanteigado. Se por um lado a fruta, já bem madura e com alguma geleia a dar um contraponto de ligeira doçura, a madeira confere ao vinho uma faceta de untuosidade. A prova de nariz complementa-se com um suave vegetal/floral que desponta com algum tempo no copo, com fundo de cariz mineral.
Boca de entrada fresca e bem estruturada, lembra toque de melaço, com a fruta a surgir de seguida bem encaminhada pela acidez que sem ser muito elevada, consegue evitar que se caia no campo do adocicado e cheio de madeira. O vinho antes pelo contrário, dá uma prova plena de harmonia e bastante equilibrado, tem untuosidade, presença de boca muito agradável com toque vegetal ligeiro e fundo mineral. Tudo com uma bela dose de delicadeza e persistência final média/alta.
Um belíssimo exemplar de Antão Vaz, produzido nas terras berço desta casta. Um vinho que casa muito bem a complexidade obtida com a passagem por madeira, com a qualidade e expressão da fruta. O resultado é um vinho afinado, harmonioso e que mesmo sendo de 2005 dá uma prova muito agradável. O preço é outro aliciante pois ronda os 9€.
16,5