Copo de 3: abril 2008

24 abril 2008

Quetzal branco 2005

O Kopilli Ketzalli, é o nome azteca que se refere à ''coroa sagrada'' de Moctezuma, o nono tlahtoani (imperador) do povo Azteca. Constituida por 400 plumas de Quetzal, pássaro que os Aztecas consideravam sagrado e representante da sabedoria, fertilidade, liberdade e paz. As suas plumas apenas eram oferecidas por feitos de superior importância, sendo que o número 400 era símbolo da eternidade e da imensidade.
Como curiosidade, da coroa original fazia também parte um capacete em ouro, confiscado durante a invasão Espanhola de Hernando Cortéz que como pessoa civilizada e culta que era, depois de assassinar Moctezuma, mandou transformar a coroa em barras de ouro, enviando o Kopilli Ketzalli como presente para o então rei de Espanha, Carlos I. Hoje em dia o Kopilli Ketzalli encontra-se na posse do Museu de Etnologia (Volkerkundmuseum) da cidade de Viena (Áustria), apesar dos esforços do governo do México para reaver aquilo que por direito lhe pertence, e faz parte da sua história.
Após esta breve introdução, fica-se a saber um pouco melhor sobre a imagem que se encontra no rótulo do vinho em prova, o Quetzal 2005, varietal Antão Vaz proveniente da Quinta do Quetzal (Vidigueira).

Quetzal branco 2005
Castas: 100% Antão Vaz - Estágio: fermentação de 30 dias em barricas novas de carvalho americano e francês com mais 8 meses com batônnage semanal - 14,5% Vol.

Tonalidade dourada de concentração média.

Nariz revelador de uma belíssima cumplicidade e entrosamento entre as notas de fruta madura, não esconde o toque tropical com o ananás a liderar todo o cortejo seguido de uma panóplia bem interessante de pequenos citrinos. Daqui parte para a faceta derivada da passagem por madeira, ganhou por isso mais complexidade e arredondamento, com sensações tostadas e de leve amanteigado. Se por um lado a fruta, já bem madura e com alguma geleia a dar um contraponto de ligeira doçura, a madeira confere ao vinho uma faceta de untuosidade. A prova de nariz complementa-se com um suave vegetal/floral que desponta com algum tempo no copo, com fundo de cariz mineral.

Boca de entrada fresca e bem estruturada, lembra toque de melaço, com a fruta a surgir de seguida bem encaminhada pela acidez que sem ser muito elevada, consegue evitar que se caia no campo do adocicado e cheio de madeira. O vinho antes pelo contrário, dá uma prova plena de harmonia e bastante equilibrado, tem untuosidade, presença de boca muito agradável com toque vegetal ligeiro e fundo mineral. Tudo com uma bela dose de delicadeza e persistência final média/alta.

Um belíssimo exemplar de Antão Vaz, produzido nas terras berço desta casta. Um vinho que casa muito bem a complexidade obtida com a passagem por madeira, com a qualidade e expressão da fruta. O resultado é um vinho afinado, harmonioso e que mesmo sendo de 2005 dá uma prova muito agradável. O preço é outro aliciante pois ronda os 9€.
16,5

22 abril 2008

Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2007

É insistentemente colheita após colheita, facto que é de agradecer da parte de todos os seus apreciadores, um dos vinhos brancos que melhor relação qualidade/preço apresenta do produzido em Portugal. O facto de ser um vinho produzido por uma Cooperativa, neste caso a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, faz com que muito consumidor o olhe de lado, esse estigma de que vinho de Cooperativa não é bom está está ainda presente na cabeça de muito consumidor, o que só demonstra o completo desconhecer da realidade vivida por parte das renovadas cooperativas, onde os exemplos de vinhos de qualidade são bem reais, com este vinho a ser prova disso mesmo.
Talvez por esta mesma razão, com receio do peso do nome Cooperativa, este vinho surge apenas e só como Adega de Pegões Colheita Seleccionada, uma maneira fácil de atrair quem de certa forma tem pavor ao nome Cooperativa num rótulo de vinho.
Com a enologia a cargo de Jaime Quendera, este vinho Regional Terras do Sado tem as suas vinhas plantadas na Península de Setúbal, onde predominam os solos de areia e arenitos, bafejados por um clima Mediterrâneo com certa influência marítima devido à proximidade do mar.

Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2007
Castas: Chardonnay 25%, Arinto 25%, Pinot Blanc 25% e Antão Vaz 25% - Estágio: 4 Meses nas pipas onde fermentou com Batonage - 13% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com leve toque dourado.

Nariz a apresentar-se fresco e limpo de aromas, bem frutado onde a vertente tropical (ananás, maracujá) se mistura com notas de pêra, alperce e citrinos. A fruta parece ficar suportada por um fio de geleia que lhe confere um toque agridoce, notas florais (laranjeira) marcam presença. Diga-se que o vinho tem um belo equilíbrio entre fruta e madeira, revelando-se harmonioso e com uma complexidade bastante satisfatória. Complementa-se com a presença de ligeira baunilha e alguma tosta/torrado da madeira por onde passou, a conferir uma maior envolvência de todo o conjunto, com final a mostrar-se fresco e mineral.

Boca com entrada fresca e frutada, inicialmente com toque mais tropical passando para um final onde a vertente citrina marca a sua presença. Sente-se algum arredondamento, resultante da passagem por madeira, resultante uma maior envolvência e equilíbrio de todo o conjunto. Baunilha e suave untuosidade marcam a passagem de boca, com ponta vegetal sem incomodar muito em final de boa persistência e de cariz mineral.

Um vinho que aparece mais fresco e enérgico que o seu antecessor, temos uma versão 2007 com mais frescura, mais afinado e mais equilíbrio, onde aquele toque de ligeiro adocicado que surgia na colheita 2006 se encontra mais esbatido, tornando o vinho muito apetecível.
O preço a rondar os 2,99€ no Pingo Doce, é quase impossível de resistir, num vinho que é uma excelente opção para o dia a dia, para um consumo com qualidade bem acima da média, e podendo ser guardado por algum tempo sem medos, pois aguenta-se bem na garrafeira.
16

21 abril 2008

10 Melhores Tintos portugueses a menos de 10€

Para esta lista serão tidos em conta, todos os vinhos provados pelo Copo de 3, das últimas quatro colheitas no mercado, com um preço de venda igual ou inferior a 10€.

Os vinhos de colheitas anteriores apenas surgem em caso de excepção e que se justifique (atendendo à facilidade de encontrar o vinho), ou caso o vinho em causa tenha sido lançado recentemente no mercado.

Desta maneira o que se pretende é uma lista onde todos os vinhos presentes sejam o espelho das mais recentes apostas no mercado, facilitando a vida para quem procura bons vinhos sem ter de gastar muito dinheiro.
Esta lista será alvo de uma constante actualização ao longo do ano, reflexo dos vinhos que se forem provando ao longo do mesmo, e terá um prazo válido até à entrada da nova colheita no mercado.

O factor de escolha dos vinhos aqui incluídos tem única e exclusivamente que ver com a nota atribuída a quando da sua prova, dando sempre destaque para as colheitas mais recentes. No caso de dois vinhos com a mesma nota, será colocado o de colheita mais recente.

-- Terra a Terra Reserva 2007 (Douro) - 16
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10 Melhores Vinhos abaixo dos 10€

Nos dias que correm, a procura pela melhor relação qualidade/preço é cada vez mais ponto assente na vida do consumidor. A crise sem fim à vista, faz com que cada vez mais consumidores olhem para os vinhos que apresentam os preços mais convidativos e sempre com um olho na qualidade, deixando os topos de gama para um consumo que por vezes se torna meramente ilusório.
O facto é que a qualidade dos vinhos portugueses tem vindo a subir nos últimos anos, colheita após colheita é cada vez maior o destaque dentro e fora de portas para os nossos vinhos, e com um mercado onde surgem cada vez mais novas marcas, novos rótulos, o acto da compra pode transformar-se numa autêntica odisseia.

O Copo de 3, em atenção a vários pedidos que têm vindo a ser feitos ao longo destes últimos meses, vai a partir de agora criar duas listas (brancos e tintos) com os 10 melhores vinhos abaixo dos 10€ em cada uma das categorias.

O objectivo não é outro que tentar dar uma pequena orientação na hora da compra aos mais indecisos, sobre os vinhos que segundo o Copo de 3, são as melhores escolhas dentro do patamar estabelecido.
O tecto ficou nos 10€ porque entendo ser um valor que permite encontrar vinhos de muito boa qualidade, com bom potencial de envelhecimento e em alguns casos, virados para um consumo a curto/médio prazo.
Cada lista terá as suas próprias normas, pelas quais os vinhos são colocados, o factor a ter em conta será a nota final atribuida e nunca o preço do vinho em causa.

12 abril 2008

Tiara 2006

Fazer um riesling sem a uva riesling... este foi o objectivo de Dirk Niepoort quando pensou em lançar o vinho branco Duriense de nome Tiara para o mercado. Um vinho que à semelhança de uma tiara, teria de ser acima de tudo muito fino e elegante, realçando uma notável frescura e leveza.
Assentando principalmente na casta Códega do Larinho, e em tantas outras castas tradicionais do Douro (Rabigato, Viosinho, Arinto...) provenientes de vinhas velhas, sendo sujeito a fermentação maloláctica, responsável por conferir ao vinho uma maior complexidade e delicadeza, como dando mais equilíbrio de conjunto e tornando o mesmo mais redondo e harmonioso.

Tiara 2006
Castas: Codega, Rabigato, Donzelinho, Viosinho, Arinto e outras proveniente de vinhas velhas - Estágio: 6 Meses em Cuba em aço inox - 14% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com reflexo esverdeado.

Nariz fino de aromas, delicado na maneira como se mostra, com toque frutado bem marcado inicialmente, entre o tropical maracujá e os citrinos bem maduros e frescos. Desponta uma boa componente vegetal que se acomoda ao restante conjunto. No fundo é assente em toque mineral. Tudo muito bem equilibrado e pleno de harmonia, com uma bela frescura a servir de apoio durante toda a prova.

Boca de entrada fina e fresca, equilibrado na sua estrutura com fruta bem madura entre citrinos e toque tropical, vegetal marca novamente presença em boa sintonia com toque mineral de fundo. É delicado em toda a presença de boca, com leve sensação de doce (geleia) e untuosidade. Apesar da pouca largura que consegue apresentar, ganha no comprimento da prova, com final de persistência média/alta.

Um vinho claramente a mostrar que não é preciso as grandes intensidades aromáticas nem os enjoos de boca para que seja aclamado ou colocado no lote dos vinhos que merecem destaque na hora de compra. Este Tiara que se apresenta em garrafa renana, talvez a invocar os Riesling de outras paragens, é um vinho que se distingue acima de tudo pela sua finura de trato com a inegável frescura e harmonia do seu todo. Foi companheiro dos mais variados canapés, com o preço a rondar os 15€ numa boa garrafeira.
16

10 abril 2008

Vinum Callipole 2008

Numa iniciativa d´ O Copo de 3, decorrerá no próximo dia 26 de Abril, nos Claustros do Convento dos Capuchos, em Vila Viçosa, o evento Vinum Callipole 2008, com a participação de alguns produtores de vinho, a nível nacional.

Lista dos 12 produtores presentes: Altas Quintas, Quinta dos Roques, Casa de Cello, Niepoort, Zambujeiro, Cortes de Cima, Herdade da Malhadinha Nova, Herdade do Portocarro, Alves de Sousa, Vinhos Dona Berta, Herdade das Servas e Quinta do Quetzal.

Um evento em que poderá provar o que de melhor eles têm para nos oferecer, assim como, e de um modo informal, falar com produtores, enólogos e responsáveis, sobre os vinhos presentes, o que têm no mercado e as novidades que estão para aparecer.

VINUM CALLIPOLE – 2008

26 Abril | 15h – 20h00

Claustros do Convento dos Capuchos Vila Viçosa

Entrada: 5 €
Copo Schott Din Sensus incluído

Linha de Informação: 967 344 226

copo_de_3@hotmail.com (reserva de entradas)
www.copod3.blogspot.com

Apegadas branco 2007

O barco Rabelo é sem dúvida alguma uma das mais conhecidas e típicas embarcações Portuguesas. Aquele que foi o primeiro meio de transporte de pipas de vinho desde o Douro até às caves de Gaia, este barco tem na sua essência qualquer coisa dos juncos chineses e das embarcações vikings. Como barco de rio de montanha que é, não tem quilha sendo um barco de fundo chato, à semelhança dos Knorr Vikings. Sensivelmente a meio e para a ré, elevam-se as apegadas, o castelo onde é manejada a espadela, um remo longo que governa a embarcação.
Hoje ''Apegadas'' é mais do que a plataforma atrás referida. É o nome de uma Sociedade Agrícola, produtora de vinhos do Douro cuja comercialização se iniciou em Abril de 2006. Em Março de 2008 é lançado o primeiro branco deste produtor Duriense, agora em prova no Copo de 3.


Apegadas branco 2007
Castas: Viosinho, Rabigato e Malvasia fina - Estágio: Sobre borras finas com "batonnage" até Fevereiro de 2008- 12,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com reflexos esverdeados.

Nariz a mostrar uma boa intensidade aromática, pleno de aromas primários, remetendo inicialmente para fruta de qualidade e bem madura. Por entre as nuances tropicais de frutos como maracujá ou abacate, mostra-se com ligeira presença de citrinos e pêra, com um segundo plano preenchido pela componente floral, e ligeiro mineral em fundo. Tudo isto num conjunto que denota uma boa vivacidade e harmonia entre as suas variadas componentes.

Boca de entrada fresca e frutada, acidez a mostrar-se presente e a conferir uma boa dose de frescura a todo o conjunto. Mostra-se com corpo médio/baixo de concentração e com ligeiro arredondamento sentido no palato. Um vinho que tem uma bela presença durante toda a passagem de boca, integro e muito correcto, agradável no seu todo, com final de boca de persistência média.

Uma bela estreia este novo branco da Quinta das Apegadas, pleno de juventude e com uma bela frescura que faz dele uma bela aposta para o Verão. Não será vinho de grande guarda, mas com o tempo quente a chamar por ele, quem é que pensa em guardar algumas ?
15,5

08 abril 2008

Altas Quintas Crescendo Branco 2007

Nada nasce de um acaso e por vezes é preciso tempo para que tudo seja feito com rigor e precisão. O produtor Altas Quintas precisou de esperar, para que as vinhas garantissem um produto digno da qualidade já mostrada pelos tintos, só assim estariam reunidas as condições para lançar para o mercado o primeiro branco deste produtor.
É num terroir único a 660 metros de altitude, num planalto em pleno Parque de São Mamede (Portalegre), onde a partir de uma selecção de uvas das castas Verdelho, Arinto e uma pequena percentagem de Fernão Pires, se elaborou este Altas Quintas Crescendo Branco 2007.

Altas Quintas Crescendo Branco 2007
Castas: Verdelho, Arinto e Fernão Pires - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com leve toque dourado.

Nariz bem fresco,directo naquilo que tem para mostrar e a denotar uma bela intensidade aromática, notando-se o contributo da casta Verdelho em todo o conjunto, aliando um toque de verdor bem presente e com certo impacto, a fruta mostra-se bem madura, entre notas de melão, citrinos, pêssego, banana. Um vinho que denuncia sem problemas a sua frescura, segundo plano um manto de flores cobre por completo, com harmonia conjunta ao toque mineral que se instala em pano de fundo.

Boca com entrada de boa estrutura, e marcada pela vivacidade da acidez presente que lhe assegura uma bela frescura durante toda a prova de boca. A fruta marca mais uma vez presença, o vinho perde um pouco de força em comparação com a prova de nariz (notando-se mais na entrada de boca, entrando de fininho para se rejuvenescer e revigorar a partir do meio palato) de corpo médio é moderado na sua concentração, com toque vegetal sentido na parte final da passagem de boca, em final de persistência moderada.

É uma belíssima surpresa este vinho Alentejano, mostrando a quem o prova uma bela frescura e um conjunto que tem tudo para agradar e se tornar uma companhia mais que desejada em pleno Verão. O preço indicado é de 8€ e pode ser encontrado em grandes superfícies comerciais. Acompanhou com grande classe umas Amêijoas à Bulhão Pato.
15,5

02 abril 2008

Heidsieck & Co. Monopole Brut Blue Top NV

Champagne é hoje em dia sinónimo de festa ou celebração com prestígio em todo o mundo, marcando presença nos mais importantes eventos. Enquanto outras regiões produzem bons vinhos gaseificados, nada se compara com um bom Champagne.
Aquela que é a região vinícola mais nortenha de França, goza de um clima fresco onde o amadurecimento lento da fruta permite assegurar uma acidez elevada, tudo isto a juntar aos solos calcários e ao saber do homem.
Na grande maioria dos casos, os Champagne são fruto de uma mistura de 3 castas (Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier) provenientes de várias vinhas (Crus), e cujo blend final (chega a misturar até 100 crus para criar o sabor que se pretende) é feito com vinhos de várias colheitas (NV ou Non Vintage). É raro o caso em que as casas de Champagne possuem as suas próprias vinhas, comprando a uva aos agricultores da appelattion.
O momento da escolha é difícil, pois ou se recai nas marcas costumeiras da publicidade, ou a escolha pode ser muito complicada, ainda por mais quando o preço é elevado.
O destaque dado a este tipo de vinho gaseificado em Portugal é escasso, as provas em revistas da especialidade são poucas e quase sempre a contemplar os topo de gama. Nos guias de vinho a oferta é um pouco maior, o que de certa forma pode ajudar na hora da compra.

A casa Heidsieck & Co. Monopole, é uma das mais antigas e respeitadas casas de Champagne e também uma das primeiras Grandes Marques de Champagne. Surge em 1785 pelas mãos de Florens-Louis Heidsieck em Epernay, hoje em dia é propriedade da Vranken Company, sediada em Vernay, que gere também as casas Pommery, Demoiselle, Charles Lafitte e Rozés.

Heidsieck & Co. Monopole Brut Blue Top NV
Castas: 70% Pinot Noir, 10% Pinot Meunier, 20% Chardonnay

Tonalidade amarelo citrino e nuance esverdeada com toque platinado conferido pela bolha fina, a mostrar boa vivacidade.

Nariz com boa expressão aromática, mostra-se fresco e frutado, com citrinos (laranja, limão) a marcarem boa presença com ligeiro toque tropical oferecido pelo ananás. Dentro da bela frescura com que nos brinda, a brisa floral e primaveril junta-se ao conjunto, que com um ligeiro torrado complementa muito bem a prova, dando a sensação de alguma cremosidade., terminando com um toque mineral que complementa ainda mais a delicada e sedutora complexidade que este vinho apresenta.

Boca com entrada elegante e plena de vivacidade, aliada à fruta com citrinos em claro destaque, temos uma cremosidade (amanteigado) bem ligeira e que tão bem liga todo o conjunto durante a passagem de boca. Sente-se um toque fresco e revigorante, dado por uma acidez bem equilibrada, conjugando o fundo mineral com uma presença de boca mediana, ficando um pouco fora da envolvência sentida quando se prova um Champagne de maior qualidade.

Este belo exemplar, fruto de um lote de castas e de um blend de vários anos, consegue dar uma bela noção do real mundo dos Champagne. O preço rondou os 28€ numa grande superficie comercial, ficando mais barato que por exemplo o tão badalado Moët & Chandon Brut Impérial, que curiosamente numa prova conjunta ficou bem longe dos predicados que se esperava.
É um Champagne que dá muito prazer a beber, e pode ser guardado por vários anos desde que bem acondicionado.
16,5

Casa de Canhotos Alvarinho 2007

Em tempos longínquos, num lugar chamado ''Canhotos'', foi construida uma casa que durante muito tempo foi a única a existir nesse lugar, e que a população apadrinhou de ''Casa de Canhotos''. Inicialmente a área adjacente, a esta casa, era formada essencialmente por campos agrícolas, mas com o passar do tempo, e com o aparecimento das várias Adegas Cooperativas, resolveu-se plantar vinhas como meio de subsistência para a região.
É com o decorrer dos anos que as próprias Adegas Cooperativas, tiveram que arranjar forma de ''bloquear'' quer a inscrição de novos sócios, como também a elevada oferta que tinham, e começaram a retrair nos preços que ofereciam às uvas.
Foi a partir deste momento que em Agosto de 2006, Fernando Rodrigues, avançou com uma marca de alvarinho, e pelo facto de a maioria das vinhas serem circundantes à Casa de Canhotos, viria a atribuir-lhe o mesmo nome da casa.
A primeira colheita foi o Casa de Canhotos Alvarinho 2006, lançado no ano passado, e foi muito bem acolhido pela crítica nacional.
Em prova temos a segunda colheita do Casa de Canhotos Alvarinho 2007, um vinho que tem uma produção de 10.000 garrafas e que vem da sub-região de Monção.

Casa de Canhotos Alvarinho 2007
Castas: 100% Alvarinho - 13% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de média/baixa concentração.

Nariz a mostrar um alvarinho cheio de juventude e frescura, com sugestão à casta, a fruta encontra-se bem madura (ananás, pêra, melão, citrinos) com flores brancas a acompanhar muito de perto a componente vegetal, que parece entrelaçar todo o conjunto. Sem grande exuberância aposta num perfil mais delicado e elegante, mostra-se até com alguma sobriedade, com ponta mineral em fundo.
Boca com acidez a proporcionar uma boa dose de frescura que nos acompanha durante toda a prova. Está tudo muito bem enquadrado entre a fruta e a parte vegetal, concentração moderada em estilo sóbrio e elegante. O final de boca tem uma ligeira mineralidade com persistência final média.

Um Alvarinho convincente e a dar indicações que vai refinar um pouco mais, durante os próximos meses, no Verão estará ainda melhor, com um preço que se torna muito convidativo a rondar os 5€. É sem dúvida uma boa aposta para os tempos quentes que se avizinham, onde a prova de nariz se complementa com a prova de boca dando prazer a quem o beber.
15,5
 
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