O administrador da Casa d’Arrochella, Bernardo de Arrochela Alegria, é o grande impulsionador deste projecto. As vinhas da Sociedade Agrícola Casa d’Arrochella – Quinta do Cerval, Quinta do Nabo, Quinta das Trigueiras, Quinta de Vale d´Arcos e Quinta da Peça – estendem-se ao longo de 115 hectares. O centro de vinificação encontra-se na Quinta da Peça em Vila Flor e tem capacidade para a produção de cerca de 300 000 litros, com dois lagares de granito e cubas de fermentação em inox.
É da Quinta da Peça e da autoria do enólogo Luís Soares Duarte que saem estes novos vinhos, o Vila Flor tinto 2009 a ter uma produção de cerca de 80.000 garrafas, 13%Vol. e um preço simpático a rondar os 3,99€. Feito a partir de Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Touriga Nacional, mostrou-se um vinho jovem e bastante directo nos seus atributos frescos e cheirosos, boa intensidade sendo muito centrado na fruta madura e vermelha a rodar com algum vegetal, cacau e nota de fumo. Na boca complementa-se à prova de nariz, uma vez mais um vinho que quer mostrar a boa fruta com algum toque de vegetal, macio e arredondado a meio palato sempre com boa acidez e uma ligeira secura de taninos no fundo que pedem comida na mesa, bastante agradável sem ter de se gastar muito €€€€. 89 pts
O Vila Flor branco 2010, com 12,5%Vol. num total de 6.000 garrafas resultantes do conjunto da Malvasia Fina, Gouveio e Rabigato é um branco cheiroso e harmonioso, algo guloso no toque de maturidade da fruta, boa por sinal, citrinos, maçã e leve tropical, com mineralidade em fundo. Boca com entrada bem saborosa e frutada, arredondamento sentido com a acidez bem metida, mediano de corpo e final entre a mineralidade e a acidez do limão com algum prolongamento. 89 pts
Gostei destes novos vinhos, dois vinhos divertidos e que são duas óptimas escolhas para um consumo diário e que valem muito bem que se aposte neles. Bons amigos da mesa, optei por acompanhar umas Iscas de novilho cortadas bem finas e fritas com o Vila Flor branco, sim sempre gostei de acompanhar iscas com um copo de vinho branco e não se torna tão maçadora a refeição, aqui o resultado correspondeu com as expectativas, visto que a acidez do branco liga muito bem com a gordura e peso da isca enquanto prato, depois o toque da fruta tanto em nariz como na boca ajuda a contrabalançar, no final o toque de salsa fresca cortada ligou também muito bem. No tinto a conversa foi outra, e acompanhou uma simples Tajine de Frango pouco condimentada mas o suficiente para o tinto se portar à altura, na sua leve gulodice que apresenta com toda a sua frescura aguentou-se bastante bem.