Nome maior da estratosfera vínica Mundial, leia-se Bodegas Vega Sicilia, fundada em 1864 e com localização na vizinha Espanha na D.O. Ribera del Duero... ainda continuo nos vinhos que nascem no berço do Douro/Duero. Este foi servido novamente entre amigos e em grandioso jantar de Caça que organizo anualmente em Vila Viçosa... sempre regado com grandes vinhos e rodeado de grandes amigos, voltou a ser memorável mais um ano.
Não sendo um vinho barato, o efeito procura faz com que o preço suba quase sempre, mas com atenção consegue-se encontrar este vinho na casa dos 68-88€ o que por vezes é quase metade do preço que algumas lojas o colocam à venda em Portugal. Lamentavelmente continua-se a querer ganhar dinheiro à conta dos vinhos estrangeiros em Portugal, não em todos mas em alguns casos é mais que evidente... o mais grave é que se abusa da "ignorância" de quem compra e paga mais caro porque ou desconhece ou simplesmente o dinheiro não lhe custa a sair da carteira e não lhe interessa encontrar locais mais baratos. Dito isto prossigo com o vinho, um senhor entrada de gama que não fosse o seu irmão mais velho a elevar ainda mais a fasquia, seria um normal topo de gama em qualquer outra adega.
Resultante de um lote de Tinto Fino (90%) e Merlot e Malbec nos restantes 10% do conjunto, passa por barricas novas (60% Americano e 40% Francês) durante 16 meses, posteriormente passa a barrica avinhada (7 meses) para voltar a depósitos de madeira, antes do seu engarrafamento, com lançamento no mercado 5 anos após a colheita.
Não fosse o preço e seria vinho que gostaria de ter mais vezes no copo, a maneira como se desenrolou durante todo o jantar foi algo de notável, um vinho que de inicio pede decanter, pede tempo para estender todo o seu bouquet, um vinho de perfil clássico, todo um senhor muito bem aprumado, a fruta fresquíssima com pureza e certeza, intenso e ao mesmo tempo suave, o resto é festa bem animada ainda com tempo pela frente, se bem que foi apanhado num belíssimo momento de forma. Aromas secos no fundo, algum chá preto com toques depois de mineralidade em fundo, café bem escuro com algo de cremosidade e continua a brincar e a dar que falar... com o ir e voltar da fruta bem madura e limpa, de enorme pureza.
É na boca que se confirma tudo o que foi dito, corpo médio/largo, com entrada fresca e a saber a fruta em enorme harmonia com o restante conjunto, madeira a dizer que vai amparar o jogo durante muito tempo, taninos calminhos com ligeiríssima secura e prolongado final... pede mesa, pede pratos ricos e apaladados... apesar de durar por mais uns bons anos. Perfil todo ele muito refinado, tudo o que mostra é de categoria, pode falhar apenas um pouco na complexidade ou na finesse do trato algo que certamente será matéria abordada pelos seu irmão mais velho, mas neste patamar está a marcar por isso mesmo, senhor do seu nariz e a não cansar e a convidar sempre para mais um copo... e o vinho é para isto que se quer. 94 pts
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