Copo de 3: outubro 2012

31 outubro 2012

Dona Maria Rosé 2007

Tenho procurado insistentemente por um vinho rosado (rosé) que me preencha os requisitos essenciais a modos de fazer parte da minha garrafeira, que tenha estrutura, acidez e qualidade na fruta mais que suficiente para o poder consumir em novo mas que dure algum tempo na cave, eu gosto de um rosé com algum tempo de cave, como este por exemplo. E para encontrar um que consiga atingir aquilo que quero, esta tarefa tem sido algo complicada, os vinhos que vou escolhendo por mais que me agradem nunca me chegam a convencer na sua totalidade, então quando bate o açúcar residual a coisa é logo encaminhada para o esquecimento. 
Depois do Covela, que era Palhete, se ter extinguido andei à deriva, prova aqui prova acolá, assentei finalmente no rosé da Dona Maria (Estremoz). Um vinho que vi "nascer" e vi como no passar dos tempos tem vindo a ser melhorado a cada ano que passa, é hoje para mim o rosé que mais prazer me dá, aquele que faço questão em ter e que se dá maravilhosamente bem com uns anos em garrafa. O vinho de que falo é o Dona Maria Rosé 2007, já passaram 5 anos e o vinho continua em grande forma, cheio de saúde, muito perfumado, mais sereno mas com uma elegância que acho fantástica, a acidez ainda está presente, a suficiente para em conjunto com umas excelentes lulas servidas no Solar dos Pintor (Loures) me deixar plenamente satisfeito. Porque aquela untuosidade da lula combinava na perfeição com a frescura do vinho, tanto de aromas como de paladar tudo se casava em grande harmonia. Estava para não atribuir qualquer nota, mas ainda dizem que tenho dualidade de critérios e como tal aqui ficam os 17 valores, arriscando mesmo em afirmar que está melhor agora do que quando saiu para o mercado. Fica pois o aviso, se por sorte o encontrar perdido numa prateleira não o deixe fugir... eu já ando a tentar caçar mais algumas.
Foto by Nuno Ciríaco

Fino La Ina

Na essência deste vinho mora a invejável apetência para ligar com bichos do mar, azeitonas, anchova, jamon ibérico e pasme-se, é fantástico com sushi entre tanta outra iguaria... O estilo Fino, o mais seco de todos, é isto tudo e muito mais, para tal basta ter no copo um dos meus vinhos favoritos, o Fino La Ina. Este vinho antes pertença Domecq, faz agora parte das Bodegas Lustau que comprou não só a marca mas também todas as botas da solera que a compõem. O vinho para espanto de muitos, provém de uma solera criada em 1919, portanto é fruto de um complexo, sábio e moroso processo acumulado saca após saca até aos dias de hoje. Falo mais uma vez de um vinho cujo preço ronda os 5€, que a solo se torna complicado para o mais desatento mas que é na pura petisqueira que melhor se manifesta. Rico no aroma, amêndoa torrada logo no início, pujança e elegância, muita mesmo, bom toque da "flor" a envolver tudo, invocação de ervas de cheiro, maçã fresca, todo ele com um perfume intenso, pleno de harmonia e com boa profundidade. Boca com entrada fresca e marcante, ligeiramente arredondado nos cantos, depois muito equilíbrio, frescura, marca o palato no médio corpo com secura mas apresenta harmonia num final persistente e a lembrar amêndoas salgadas. Um vinho extremamente polivalente, que exige mesa, cujas harmonias com comida por vezes resultam excelentes quando outros nem lá perto conseguem chegar. 93 pts

30 outubro 2012

San León Manzanilla

Enquanto vou fatiando uma bela "mojama" de Atum Catraio vou bebericando um copo deste fantástico San León Manzanilla da Bodega Herederos de Argüeso. O encanto não é novo, já vem de longe, desengane-se o tolinho que pense que é esta a minha última descoberta no campo enófilo, não é. Como ia escrevendo, Jerez ganhou vai para largos anos, bem mais de 10 anos, um cantinho muito especial nos meus vinhos de eleição, naqueles vinhos que gosto de beber sozinho ou bem acompanhado, costumo ter sempre por perto umas garrafinhas deste e de outros. O vinho de Jerez é singular, complexo e ao mesmo tempo apaixonante na história e mistério que encerra, é o derradeiro vinho de terroir, o vinho da maturidade e o grande embaixador de uma região esquecida ou forçosamente ignorada por aqueles que se dizem "amantes" do vinho, os enófilos. Recentemente tive oportunidade de realizar uma prova de iniciação a esta fantástica realidade, o vinho de Jerez, apresentei e dei a provar a doze enófilos curiosos e ávidos em descobrir a verdadeira essência de Jerez, as emoções fruto do prazer da descoberta durante toda a prova são reflexo do sucesso da mesma. Ora enquanto escrevo isto, a mojama ou muxama, acabou de ficar cortada, fina, regada com um fio de azeite e a Manzanilla rebola e gira no copo, fresquíssima e como se quer, boa intensidade com  aquela brisa de frescura e elegância, frutos secos (amêndoa torrada) , flores na trivial camomila, o travo presente da fermentação debaixo do véu de flor no seu toque de levedura e aquele iodado a lembrar o mar. Tudo à sua vez, sem amontoados desnecessários, na boca a sua presença é marcante, ligeira, presença seca com toque de amêndoa, levemente "salgada" no final e bastante persistente. Bebe-se sem se dar conta, é o vinho com que se começa o petisco, a acompanhar um peixe frito, um arroz de marisco, uma mojama ou tantas outras coisas que a polivalência destes vinhos é enorme... custou cerca de 5€ e vale cada cêntimo. 91 pts

29 outubro 2012

Ferrer Bobet Vinyes Velles 2009

Enquanto continuas a bater com a cabeça na parede uma e outra vez, do outro lado aparecem coisas tão belas e boas como os vinhos Ferrer Bobet (Priorato). Projecto criado em 2002 que apenas em 2008 começou a lançar os seus primeiros vinhos no mercado, conquistou e maravilhou tudo e todos, a brincadeira não é para menos e em menos de nada os vinhos tornaram-se objecto de cobiça tamanha a qualidade e prazer que proporcionam, aliado claro está ao potencial de guarda, somando ainda por último o preço mais que aliciante que apresentam. Dito isto o aviso fica feito, depois não digam que ninguém avisa ou sugere vinhos de topo a preço sensato face à qualidade do dito... este custa apenas e só 27€. O que temos no copo é uma versão do Priorato com frescura, elegância e nada de explosões mal controladas que nos enchem a boca de taninos. O vinho todo ele é elegância, apesar da pujança e raça que obviamente não podia deixar de ter, até pela uva e mesmo a região imprime nos respectivos vinhos. As vinhas são velhas, Cariñena e Garnacha, 15 meses em barrica de carvalho francês e 11 meses em garrafa. Ainda bastante jovem permite uma prova de grande qualidade e prontidão, elegância e frescura, intenso, sedutor, a fruta negra ainda algo tapada com compota com toque de licor que por aqui costumo encontrar, o regaliz que tanto gosto e bálsamo, ainda alguma especiaria. A conivência com a madeira é grande e faz-se notar, em boca repete a prova de gabarito que fornece no nariz, enche a boca, largo e profundo, elegante, já com macieza apesar da estrutura lhe permite ainda caminhar uns longos anos, é uma gulodice na boca, mineralidade em fundo longo e muito persistente. A evolução no copo foi tremenda, beneficiava claramente de uma decantação, o tempo foi-lhe dado no copo... e foi um luxo enquanto durou. 95 pts

Quinta Sardonia 2006

Volto de novo ao Quinta Sardonia, desta vez o 2006, mais uma vez bebido em ambiente festivo com gente boa à sua volta, grandes vinhos são para ser homenageados desta forma. A apresentação deste projecto já foi feita a quando da prova do 2004, aqui. Sobre este em particular pouco mais a dizer, o ano quente 2006 fez-se sentir, do que me lembro do anterior este 2006 mostra-se mais morno, mais redondo embora igualmente explosivo e intenso, apesar de mais controlado. Claramente menos fresco que o 2004, mais doce e menos frescura, a subtileza dos aromas continua presente, complexo e muito pronto a beber, direi no ponto de marcha. Trincam-se as bagas sumarentas, aromas de cacau, café expresso, leve bálsamo e plena integração de uma madeira plena de harmonia com creme de baunilha. Na boca é desfrute pleno, um regozijo de macieza com fruta madura e sumarenta, envolvida em especiarias doces, boa estrutura com corpo médio e final longo. É um belíssimo vinho mas que não chega ao nível do 2004, mantem intacta a sua apetência e vontade de brilhar ao mais alto nível no copo e na mesa, a chanfana de vitela não apresentou qualquer queixa. 93 pts

26 outubro 2012

Herdade do Peso Reserva 2005

Se havia coisa que gostava de ver numa garrafeira eram as antigas garrafas dos vinhos da Herdade do Peso. Todo aquele colorido fazia-me recordar as várias paisagens do Alentejo nas várias estações do ano. Agora por obra da moda em que se pega no que as pessoas já se tinham acostumado e se apresenta a "cousa" com nova roupagem acaba-se por estranhar e pensar que temos algo de diferente à frente do nariz. Vendo bem, talvez seja este um dos objectivos da mudança de visual, o novo look mais sério, pesado e sem a alegria que tinha antes... o vinho continua o mesmo. Tipicamente Alentejano, ali da Vidigueira, já com uns anos em cima que apenas o ajudam a acomodar-se melhor no copo, Aragonez, Alicante Bouschet e Alfrocheiro nadam em barrica durante 12 meses e mais 12 meses em garrafa por causa das teimosias. Da frutaria vermelha e preta com amoras, framboesa, ameixa redonda com toque de geleia, tem cacau fino, bálsamo e algum couro. Notei um ligeiro espaçamento a meio da prova, por vezes dava impressão que o vinho ficava meio perdido... na boca repete a gracinha, bom de sabor, suave na frescura com compota, toque morno com passagem suave no palato. Ganha claramente a boca ao nariz, mas esperava dele um pouquinho mais pelo que já me tinha acostumado anteriormente, aguenta mais uns aninhos mas sem grandes deslumbres face ao apresentado. 90 pts

24 outubro 2012

ALVEAR PEDRO XIMÉNEZ 1927

Este vinho das Bodegas Alvear não deixa ninguém indiferente (como por exemplo o Carlos Janeiro), para muitos é o chamado amor à primeira prova... é guloso, doce, espesso e com uma belíssima acidez que lhe percorre o interior e que convida sempre a mais um sorvo, que este é para se beber devagar e pouco de cada vez. Tudo começa na uva Pedro Ximenez, uva que tanto origina vinhos secos como o Fino CB, até colossos de doçura natural proveniente de uvas deixadas a passificar ao sol que posteriormente terá direito a um estágio de 5 anos no sistema de "criaderas y soleras" típicos da região. A doçura que apresenta é extrema, com o açúcar a rondar os 405 g/L, num vinho que se deve servir a 10º-12ºC, a sua ligação brilha ao mais alto nível com chocolate negro ou como base de um gelado de baunilha, depois a imaginação também nos permite utilizar o dito para reduções em alguns pratos. Uma gulodice a preço bastante apetecível a rondar os 8.50€. Nariz potente e repleto de açúcar queimado, lembra o creme brulee, tâmaras, avelã, bolo inglês, sensação de corpo e de untuosidade que se confirma na boca intensa e explosiva que se agarra ao palato com enorme persistência. 94 pts

Niepoort Projectos Moscatel Dócil 2010

Este vinho faz parte da gama Niepoort Projectos e é o típico vinho para quem gosta de mimos. Desde que começa até que acaba, não há forma de dizer que não se gosta, que já chega ou que já nos fartámos, é daquelas coisas boas da vida que dá prazer beber num jantar com a nossa cara metade. Esta versão lamechas do Moscatel da Niepoort, 11,19€ , consegue com a sua subtileza e graciosidade da fruta, boa frescura e igual presença de boca, com ligeiro toque de untuosidade, cativar tudo e todos. A produção é reduzida, 500 garrafas de um vinho que será curioso guardar algumas para ver como se comporta em garrafa, bastante polivalente na mesa, permitindo ser servido com entradas, pratos de cozinha oriental ou mesmo com sobremesas, como por exemplo uns Pêssegos assados com xarope de baunilha. 91pts

20 outubro 2012

Casa da Urra 2008

Este Casa da Urra é produzido na Herdade do Carvalhal, na aldeia de Urra com Portalegre à vista. É vinho de um projecto recente, resultante do lote das castas Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Touriga Nacional e Trincadeira, com direito a estágio de 10 meses em barricas novas de carvalho francês. Nunca tinha ouvido falar deste projecto, a imagem é muito apelativa, gostei da simpática avezinha que de olho esbugalhado aparece no rótulo. Quanto ao vinho foi uma feliz surpresa acima de tudo pela harmonia e frescura que mostra ter, um perfil mais moderno que se tem instalado por Portalegre, no seu médio corpo com fruta (ameixa, morango, amora) sumarenta e madura sem ser demasiadamente pesada em doçura e contraposta por uma frescura que a torna mais leve. Vinho de fácil abordagem, suave, elegante num todo, passagem macia com toque de chocolate de leite, leve tosta, baunilha e pimenta preta. Tanto no nariz como na boca a presença é convidativa a mais um copo, porque os taninos já se acomodaram, não mostra quebras no palato e o vinho está em grande ponto de consumo, com final longo e de boa persistência. O preço rondará os 7/8€ em garrafeira, é daqueles vinhos que eu chamo de fim de semana, quando sem se gastar muito se consegue ter um vinho de qualidade para abrilhantar a refeição. 90 pts

17 outubro 2012

Gonzalez Byass "Vina AB" Amontillado


Volto com um Amontillado das Bodegas Gonzales Byass, fundadas no ano de 1835 em Jerez (Andaluzia) e que nos dias de hoje estão nas mãos da quinta geração da família fundadora. O vinho como não podia deixar de ser é feito de Palomino Fino, cujas uvas são provenientes do "Jerez Superior" dominado pelos solos brancos chamados de "Albariza". Em palavreado muito simples, um Amontillado é um Fino que vê desaparecer a flor deixando de estar em ambiente redutivo para pasar para um lento processo de oxidação. Não é nem nunca foi um vinho de consenso, um vinho de agrado fácil ou que todos provem e fiquem delirantes com o que encontraram... diz-se que o vinho de Jerez é o vinho da maturidade, um vinho que requer alguma capacidade para que se consiga entender o porquê de ser como é. Para muitos é o derradeiro vinho de terroir , um vinho de extremos onde a super polivalência com a mesa é esmagadora e o transforma os vinhos de Jerez em verdadeiras máquinas de combate. O vinho que agora falo é barato para o que nos mete à disposição, relembro que o preço rondará os 10€ para um vinho que estagiou no sistema de criaderas e soleras durante 10/15 anos até ver a luz do dia. Um vinho cuja uva provêm de solos muito especiais, direi únicos, cujo processo de elaboração foi refinado durante séculos e cuja peculiaridade de todo o processo o transforma em algo único e inimitável. Destaca-se pelo aroma expressivo e ao mesmo tempo delicado e complexo nos variados matizes que apresenta, faz lembrar frutos secos com predominância da amêndoa e avelã, algum citrino caramelizado, verniz, notas salinas e camomila. Tudo isto com seriedade, tal como a secura que se instala com uma boca cheia de força, largura, saborosa, untuosidade ligeira que parece ter e toques salinos, amêndoa e avelã,  num final longo e bem persistente. Um vinho que servi com uma salada de mojama regada previamente com umas pingas de azeite, canónigos, amêndoa torrada e ananás. Uma perfeita ligação de contrastes... 92 pts
Foto by Miguel Pereira

16 outubro 2012

Séries Rufete 2010


A casta Rufete é uma das mais antigas castas autóctones do Douro e segundo consta terá sido praticamente abandonada. Muito recentemente surge pelas mãos da Real Companhia Velha o projecto Séries, um conjunto de ensaios que ao mesmo tempo que visam recuperar um património esquecido também lhe tenta imprimir uma nova abordagem, castas como Tinta Francisca, Donzelinho Tinto, Cornifesto e Malvasia Preta têm vindo a ser estudadas e quem sabe possam também elas ser o próximo Séries a entrar no mercado. Em 2010 nasceu este Rufete proveniente de vinhas com 6 anos das quintas das Carvalhas e Cidrô, produção de 5 mil garrafas com preço a rondar os 7€
O vinho tem a sua dose de arrojo, de diferente, a garrafa surge com um cacho de uva em 3D e o próprio vinho sugere ser servido a baixa temperatura com sugestão do produtor a recair nos 10ºC. Capta de imediato o olhar pela uma tonalidade mais aberta da que estamos acostumados num tinto do Douro. É um aroma silvestre, carregado de fruta fresca e toques de ervas cheirosas (cidreira, hortelã). Boca muito fresca, fruta com boa acidez (groselha, cereja) que quase apetece trincar, taninos finos a dar secura numa estrutura que sem ser muito ampla tem a firmeza suficiente para abrilhantar uma boa petiscada. 90 pts.

15 outubro 2012

Pêra Manca 2003

Mataram o Pêra Manca.
Foi a completa desolação após aqueles 5 segundos que me levaram do céu ao inferno, o vinho que tantas boas memórias me faz invocar no pensamento, literalmente morreu, não é mais o mesmo... aquela enxovia que se prostrou no meu copo não podia ser Pêra Manca. Nada ali me fazia recordar o 94, 95, 97 ou mesmo o tremideiro 98. Não chego a entender as razões da mudança, o porquê da mudança, afinal de contas este 2003 é um vinho a preto e branco que por azar encontrei no meu copo naquela fatídica noite, um vinho sem a graça que os anteriores mostravam ter, falta de alma e daquela fantástica solidez de fruta e madeira exótica que nos envolvia o nariz e o a palato, nada ali mostrou ser o que já foi, resulta triste mas apesar da qualidade que tem é apenas igual a tantos outros que ficou cansado, de aroma desgastado pelo tempo e com uma boca mortiça e sem chama, pouca definição ou complexidade e fugaz presença no final... deixou de ser o clássico do Alentejo para ser um mutante travestido de velho clássico. Paz à sua alma...

09 outubro 2012

Copo de 3 recomendado pela redacção da revista Prazeres da Mesa

A redacção da revista Prazeres da Mesa, uma das publicações Brasileiras mais respeitadas na área da gastronomia, elaborou recentemente uma lista de blogs recomendados em diversas categorias, com especial destaque para a categoria Bem Beber (Vinho) onde o blog Copo de 3 está inserido. É com bastante prazer e alegria que recebo esta notícia, vem dar ânimo e ainda mais vontade de continuar, aumenta a responsabilidade e é sinal de que o trabalho aqui realizado é lido, visto e tido em conta do outro lado do Atlântico. Muito obrigado.

03 outubro 2012

Sentido 2009

Continuo empoleirado na janela a olhar lá para fora, novamente para Espanha e desta vez um Ribera del Duero produzido pelas Bodegas Neo onde brilham as criações do enólogo Isaac Fernández Montaña. É assumidamente um gosto e praticamente um vício que tenho, o de ser curioso com o que se faz lá fora, esta faceta de enobisbilhoteiro sempre a querer conhecer um pouco mais sobre os aromas e sabores lá de fora leva-me a encontrar no copo vinhos diversos que por vezes gostamos mais e por vezes nem gostamos assim tanto. Sobre o vinho que agora escrevo, preço a rondar os 6/10€, não terei muito que dizer ou afirmar, de forma até bastante sucinta direi que é um perfeito exemplo da moderna enologia que se instalou na Ribera del Duero, em duas palavrinhas Smooth & Supple. Um 100% Tempranillo com 12 meses em barrica, suave de taninos com corpo mediano que rebola  muito bem na boca, especiaria doce com fruta negra gorda e saborosa envolta em toque de cacau, denso com bálsamo a dar frescura. Um vinho extremamente apelativo e formatado ao gosto fácil pela suavidade dos taninos e a macieza e candura da fruta. 89pts

02 outubro 2012

LZ 2010

Enquanto apanho um pouco de ar fresco lá fora, olho de esguelha pela janela e dou de caras com esta proposta vinda da Rioja, o LZ 2010, cujo produtor Telmo Rodriguez é bastante conhecido pela sua Compañia de Vinos estabelecida em 9 regiões de Espanha. Com uma aposta nas variedades específicas de cada zona de origem (neste caso um 100% Tempranillo sem direito a madeira), a gama de vinhos na Rioja é composta por três tintos, este será o mais básico e funciona como entrada de gama cujo preço ronda os 7,80€. Sem muito mais que dizer, passou de supetão pelos copos dos convivas, um vinho básico, simples mas carnudo, de aromas directos e francos, muita especiaria (pimenta) com nota terrosa, fruta vermelha e azul (morangos e bagas). Boca de corpo mediano, frescura, fruta redonda com especiaria e toque seco no final. É vinho com grande apetência para a mesa, carne de novilho grelhada, poderá eventualmente melhorar um pouco mais com algum tempo em garrafa, no final resulta um bom vinho com preço algo puxado para o que mostrou. 88 pts
 
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