Tenho procurado insistentemente por um vinho rosado (rosé) que me preencha os requisitos essenciais a modos de fazer parte da minha garrafeira, que tenha estrutura, acidez e qualidade na fruta mais que suficiente para o poder consumir em novo mas que dure algum tempo na cave, eu gosto de um rosé com algum tempo de cave, como este por exemplo. E para encontrar um que consiga atingir aquilo que quero, esta tarefa tem sido algo complicada, os vinhos que vou escolhendo por mais que me agradem nunca me chegam a convencer na sua totalidade, então quando bate o açúcar residual a coisa é logo encaminhada para o esquecimento.
Depois do Covela, que era Palhete, se ter extinguido andei à deriva, prova aqui prova acolá, assentei finalmente no rosé da Dona Maria (Estremoz). Um vinho que vi "nascer" e vi como no passar dos tempos tem vindo a ser melhorado a cada ano que passa, é hoje para mim o rosé que mais prazer me dá, aquele que faço questão em ter e que se dá maravilhosamente bem com uns anos em garrafa. O vinho de que falo é o Dona Maria Rosé 2007, já passaram 5 anos e o vinho continua em grande forma, cheio de saúde, muito perfumado, mais sereno mas com uma elegância que acho fantástica, a acidez ainda está presente, a suficiente para em conjunto com umas excelentes lulas servidas no Solar dos Pintor (Loures) me deixar plenamente satisfeito. Porque aquela untuosidade da lula combinava na perfeição com a frescura do vinho, tanto de aromas como de paladar tudo se casava em grande harmonia. Estava para não atribuir qualquer nota, mas ainda dizem que tenho dualidade de critérios e como tal aqui ficam os 17 valores, arriscando mesmo em afirmar que está melhor agora do que quando saiu para o mercado. Fica pois o aviso, se por sorte o encontrar perdido numa prateleira não o deixe fugir... eu já ando a tentar caçar mais algumas.
Foto by Nuno Ciríaco |