22 dezembro 2017
19 dezembro 2017
Duas Quintas Reserva Branco 2016
As uvas foram selecionados nas Quintas de Ervamoira e Bons Ares, quatro castas brancas do Douro: Rabigato, Viosinho, Arinto e Folgazão posteriormente fermentado em barricas de carvalho francês de diferentes capacidades e idade. Do que lhe conheci e elogiei na sua versão de 2009 pouco lhe encontrei neste 2016, cujo preço ronda agora os 16€. A madeira surge ligeiramente dominante no inicio da prova, o que retirou de certa forma algum protagonismo à fruta, agora menos fresca e mais pesada, perdeu-se aquele nervo que o sustentava no palato nas primeiras edições. Harmonioso, equilibrado, com uma passagem com bom nível mas um pouco desiludido por uma prestação ligeiramente abaixo do esperado. 91 pts
16 dezembro 2017
25 Vinhos para o Natal e Passagem de Ano.
São 25 sugestões, agrupadas em 5 tipos, para acompanharem o Natal e a Passagem de Ano. São vinhos com diferentes patamares de preço nos mais variados estilos e perfis, vinhos que se diferenciam pela identidade, frescura, qualidade, muito gastronómicos e pensados para a mesa. São estes, como tantos outros, que podem ajudar a engradecer momentos especiais junto da nossa família e amigos.
Entradas/Aperitivos/Bichos do Mar
Real Companhia Velha Espumante Chardonnay/Pinot Noir Bruto 2013
Messias Millésime Grand Cuvee 2012
Murganheira Millésime Bruto 2009
São Domingos Lopo de Freitas Bruto 2011
Luiz Costa Pinot Noir-Chardonnay Bruto 2010
Marquês de Marialva Blanc de Blancs Bruto 2013
Bacalhau & Amigos
Malhadinha 2015
Muros de Melgaço Alvarinho 2016
Quinta da Falorca Reserva 2013
Quinta das Bágeiras Avô Fausto 2015
Soalheiro Primeiras Vinhas 2016
Quinta dos Roques Encruzado 2015
Aperitivos/Entradas
Quinta do Cardo Reserva Caladoc 2015
Polvo/Perú/Cabrito
Monte da Ravasqueira Vinha das Româs 2014
Herdade do Arrepiado Collection 2015
Casa da Passarella O Fugitivo Vinhas Centenárias 2013
Messias Vinha Santa Bárbara 2011
Herdade do Rocim Terracotta 2015
Tapada do Chaves Vinhas Velhas 2010
Sobremesa
Monte da Ravasqueira Vinha das Româs 2014
Herdade do Arrepiado Collection 2015
Casa da Passarella O Fugitivo Vinhas Centenárias 2013
Messias Vinha Santa Bárbara 2011
Herdade do Rocim Terracotta 2015
Tapada do Chaves Vinhas Velhas 2010
Sobremesa
Grandjó Douro Colheita Tardia 2013
Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
Carcavelos Superior 15 Anos
Dalva Porto Colheita branco 2007
Barbeito Boal 10 Anos Reserva Velha
Mouchão Abafado
Mouchão Abafado
15 dezembro 2017
Conventual Reserva branco 2016
A Adega de Portalegre Winery nasce pela mão de Manuel Rocha e José Redondo, com a compra de alguns dos activos da antiga Adega Cooperativa de Portalegre, entre eles a Quinta da Cabaça, situada no Reguengo, em plena serra de São Mamede, bem como, as marcas Conventual e Portalegre. Projecto renovado e que se espera com uma dinâmica e qualidade que já por ali andaram noutros tempos. O rótulo mudou e parece que o inquilino também, este Conventual Reserva branco 2016 cujas uvas (Bical, Roupeiro, Arinto e Fernão Pires) provenientes de vinhas velhas localizadas na Serra de São Mamede, apenas teve passagem em inox. De aroma compacto, cheio com muita fruta (pomar e citrinos) a pingar de madura bem embrulhada em notas de perfume de flores brancas, tarte de limão e um fundo a mostrar ligeira austeridade mineral. No palato é amplo, saboroso e com a fruta bem evidente, ligeira geleia a marcar a passagem que termina com secura num longo final. Anda na casa dos 10€ e faz boa companhia com peixe no forno ou um caril de peixe. 90 pts
Monte da Capela Premium Branco 2016
O produtor alentejano Monte da Capela, dos conhecidos tintos Adega de Pias e Terras de Pias, acaba de lançar no mercado o novo Monte da Capela Premium Branco 2016. Este novo branco está integrado na linha de vinhos “premium” bivarietais e monovarietais do produtor e é criado a partir das castas Antão Vaz e Arinto. Vinho de aromas frescos e maduros, com fruta de polpa branca muito presente ao lado de flores brancas e citrinos. Início algo contido mas alarga alegremente os horizontes com o rodopio no copo, tudo isto com uma acidez certinha que marca a passada larga dos aromas. Na boca repete-se, directo, aromas compactados num conjunto que se bebe com prazer. O preço ronda os 7€ e é um daqueles vinhos descomplexados e sempre prontos para o petisco. 89 pts
12 dezembro 2017
Arrepiado Collection 2015
Está a chegar a colheita 2015 do Arrepiado Collection tinto e é a melhor de todas até à data. Ainda muito novo é daqueles vinhos que encanta desde o primeiro momento que nos cai no copo. Junta toda a força do conjunto com a austeridade que se deve esperar num vinho jovem deste calibre, mas ao mesmo tempo mostra que foi educado para se saber apresentar com grande equilibrio. A fruta surge em grande plano, ampla, madura e sumarenta, envolta em grande dose de frescura. Todo o conjunto proporciona prazer ao cheirar e beber, não cansa e pede sempre mais um trago, mais um rodopiar no copo. O tempo deixa escapar um ligeiro balsâmico, ervas de cheiro, ao fundo novamente a frescura a zelar por tudo. Na boca uma explosão de sabores, vincados pela juventude de um vinho suportado por uma belíssima estrutura e um longo final, fica na boca e na nossa memória. A beber com muito prazer desde já, mas é brinquedo para durar muito tempo se conseguirmos resistir em guardar algumas. 94 pts
06 dezembro 2017
Casa da Passarella - O Fugitivo Vinhas Centenárias 2013
Vem do Dão e é dos vinhos que de momento mais prazer e gozo me dá a beber. Nasce pelas mãos do enólogo Paulo Nunes na Casa da Passarella, de pequenas parcelas de vinha muito velha. É um daqueles vinhos intemporais, que se bebe com um prazer maior, que nos mete um sorriso alarve e prazenteiro enquanto o rodopiamos no copo e damos mais um gole. É e continuará a ser durante muitos anos, tem estrutura para isso, um grande vinho nacional e que honra a tradição da sua região. A tonalidade é mais aberta, os aromas são puros e invocam o perfil mais clássico da região, embrulhado na frescura natural da Serra com aqueles travos de notas de pinhal e mato rasteiro, frutos do bosque bem ácidos e suculentos, bonita complexidade com tanto ainda para mostrar. Custa coisa de 25€, ao lado assamos uns nacos de vitela à moda de Lafões, acompanhada pela batata como manda a regra, depois servimos este tinto e ficamos em paz. Bem haja. 94 pts
João Portugal Ramos Alvarinho Reserva 2015
Durante largos anos a casta Alvarinho conviveu apenas com o estágio em inox, eram poucos ou quase nenhuns os produtores que ousavam sequer colocar a casta em contacto com a madeira. Os ensaios iam sendo feitos às escondidas com lançamentos algo tímidos e em quantidades quase sempre diminutas. Os primeiros que surgiram apenas fermentavam em barrica e o resto do "trabalho" era para o inox, até que com a aprendizagem que o tempo e a prática dão, começaram a surgir os primeiros Alvarinhos fermentados e estagiados em barrica que hoje se destacam por entre os melhores brancos nacionais. Este é o primeiro Alvarinho Reserva do produtor João Portugal Ramos e resulta de um lote de Alvarinho que fermentou e estagiou em barrica. O resultado é um branco elegante onde o carácter fresco e exuberante da casta se mostra envolta pelo toque aconchegante da madeira, embora muito ligeira. Diz-se bem integrada e concordamos, o resto é a casta no seu melhor e que todos lhe reconhemos quando bem tratada. Um belíssimo vinho com preço a rondar os 18€ para levar à mesa a acompanhar peixes nobres assados no forno. 92 pts
04 dezembro 2017
Manual de Cozinha Asiática por Paulo Morais
Manual de Cozinha Asiática por Paulo Morais
(A Esfera dos Livros, 2017, 25€)
(A Esfera dos Livros, 2017, 25€)
Paulo Morais para além de chef de cozinha é professor na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril desde 1997, onde leciona cozinha asiática e dietetica. Foi o primeiro sushichefe português e é reconhecido como o pioneiro da cozinha asiática em Portugal. Conta com mais de 28 anos de experiência no mundo da cozinha asiática, onde realizou eságios profissionais no Japão, assim como diversas viagens gastronómicas ao sudeste asiático. Ao longo das 256 páginas o autor leva-nos numa viagen de sabores pelo Sudoeste da Ásia – pelo Vietname, Tailândia, Camboja, Laos, Myanmar, Malásia, Indonésia, Singapura e Filipinas.
Depois de explicar a dieta asiática onde uma das principais características é o consumo diminuto de gorduras, é feita a devida apresentação da cozinha de cada um dos 9 países representados no livro. No final temos um pequeno Glossário e as recomendações de locais onde poder comprar os ingredientes mais exóticos que surgem ao longo das 90 receitas. Mas indo ao que interessa, as receitas estão divididas por Peixe, Marisco, Carne, Vegetais, Massas, entre outras sempre acompanhadas de belíssimas fotografias do prato em questão.
Tirando alguma dificuldade em arranjar ingredientes mais específicos como por exemplo as folhas de pamdam (as lojas sugeridas no final do livro ajudam) as receitas funcionam e quando se podia esperar algo de complicado, são facilmente executáveis. Ora isto é o melhor elogio que se pode fazer a um livro deste tipo, não fosse o seu autor para além de Chef também professor. Juntamos a tudo isto as dicas e pequenas informações que são colocadas junto a cada receita. Um Manual de Cozinha Asiática que para além de se tornar uma referência é também um bilhete para uma fantástica viagem repleta de aromas e sabores.
03 dezembro 2017
José Maria da Fonseca 'Trilogia' Moscatel de Setúbal
A José Maria da Fonseca é o mais antigo produtor de Moscatel em Portugal sendo os vinhos desta casta um dos seus patrimónios mais raros e preciosos que remonta a 1834. O Trilogia é a todos os níveis um vinho único e muito especial, mas também irrepetível, resultante de três das melhores colheitas do século XX, 1900, 1934 e 1965. Os vinhos que dele fazem parte envelheceram em pipas usadas de carvalho até à data do primeiro engarrafamento, foram cerca de 14.000 garrafas que se colocaram no mercado em Outubro de 1999. Agora restam apenas 2400 desta edição rara e especial, que saltam para o mercado com nova imagem e preço a rondar os 300€.
Mas e o que podemos esperar de um vinho como este quando nos cai no copo ? Denso, untuoso, carregado de caramelo e notas de passas de fruta, melaço, frutos secos e a meio termo o toque de vinagrinho para espevitar o nariz, muita harmonia entre acidez/doçura que convidam a sempre mais um trago. A complexidade deste vinho é tremenda sendo capaz de um copo perfumar toda a sala de jantar, muito tabaco, terciários de luxo tal como a prova de boca com uma entrada cheia de força, untuosidade e quase que se mastiga num final interminável. É um vinho que nos faz esquecer do tempo e são poucos os que o conseguem fazer. 99 pts
Permitido branco 2015
Um branco oriundo do Douro pela mão do produtor Márcio Lopes que em vinhas situadas a 700 metros de altitude foi buscar a casta Rabigato para criar este Permitido branco 2015. Apresenta-se com uma bonita austeridade aromática onde a fruta de pomar surge muito sólida e bem madura, boa complexidade com ervas de cheiro num laivo mais fresco e vegetal. Boca a mostrar uma fruta muito limpa em destaque, tenso com muita frescura. e equilibrio, a mostrar uma boa persistência final. O preço ronda os 15€ em garrafeira. 91 pts
02 dezembro 2017
Maçanita Os Canivéis Branco 2015
É certamente um dos grandes brancos que se deram a conhecer este ano, é também uma surpresa e uma confirmação entre tantas outras coisas bonitas que lhe podemos associar. Os irmãos Maçanita (António e Joana) que são também enólogos, reproduziram todo o carácter do vinhedo ancestral dos Canivéis num coro de mais de 17 vozes, leia-se castas, que ecoa no nosso copo. O vinho teve todo o carinho que necessitava, 25% aconchegado em barrica e o restante em inox, deu apenas para 860 garrafas a 25€ a unidade. Bem fresco e elegante, fruta de polpa branca e citrinos a surgirem cheios de vigor, leve tisana de ervas do monte, cêra de abelha num fundo com auteridade mineral. Palato amplo e tenso, com a fruta bem limpa em tons citrinos com enorme frescura, profundo, alguma geleia a meio com austeridade mineral em pano de fundo. Um belíssimo vinho de carácter bem vincado servido a acompanhar uns achigâs grelhados com hortelã da ribeira. 94 pts
29 novembro 2017
Vale dos Ares Alvarinho Limited Edition 2014
Surge como a primeira referência designada Limited Edition do produtor Vale dos Ares, em que a casta protagonista teve direito a 6 meses de estágio em barrica. A produção foi de pouco mais de 300 garrafas com preço a rondar os 15€, que rapidamente voaram das prateleiras. A casta Alvarinho ganha peso e complexidade nos aromas com a estadia em barrica, neste caso temos um vinho que ganhou complexidade, mas manteve a pureza de aromas com toques de alperce e ligeiro citrino. De tom melado deixa-se envolver por uma belíssima frescura, palato rico e de perfil gastronómico. 92 pts
27 novembro 2017
Quinta das Bágeiras Reserva 1987
Este foi o primeiro vinho tinto Quinta das Bágeiras (Bairrada), nascido de um lote de 1987 feito pelo pai e o avô do produtor Mário Sérgio. Proveniente de uma vinha centenária, iria ser vendido na altura às Caves São João, mas Mário Sérgio pediu para ficar com um tonel (o número 12) desse lote. Garrafa aberta pelo produtor e em perfeitas condições, um clássico Bairradino na plenitude das suas faculdades, fina complexidade com aromas frescos, vivos, ao mesmo tempo delicados com notas de pinho e fruta vermelha bem ácida envolta em capa acetinada e doce. Boca cheio de vida, frescura a envolver um conjunto onde a presença da fruta bem ácida se faz notar ao lado de um tom mais vegetal. Um vinho intemporal que nos remete para o melhor que uma região nos tem para dar e mostrar. Toda uma lição. 95 pts
26 novembro 2017
Cartuxa Espumante Reserva Bruto 2010
Feito na Adega da Cartuxa (Alentejo) a partir da casta Arinto, com fermentação a
temperatura controlada, efetuada em barricas de caravalho
francês. Estágio sobre borra fina durante 6 meses com
batônnage periódica. Segunda fermemtação em garrafa
pelo método clássico, seguida de estágio sobre borra e
batônnages intercalares durante 4 anos, nas caves do
Mosteiro da Cartuxa. Degorgement em Novembro de 2015. Aroma dominado pelos citrinos, muito limonado, com muita frescura e uma grande envolvente dada pelos toques de levedura e biscoito de manteiga (sensação de cremosidade/volume). Boca a condizer com o palato dominado por uma acidez bem revigorante, muitos citrinos e envolvente de ligeira mousse que se prolonga num conjunto pleno de grande elegância. Um belíssimo espumante cujo preço ronda os 30€. 93 pts
24 novembro 2017
João Portugal Ramos Alvarinho Espumante Bruto Natural Reserva 2014
Uma das recentes novidades lançadas pelo produtor João Portugal Ramos na região dos Vinhos Verdes é este Espumante Bruto Natural feito a partir da casta Alvarinho, preço ronda os 18€. Com boa expressão da casta num espumante que se mostra bem fresco, com a acidez em tons citricos a revigorar o palato, acompanhada de um ligeiro floral pelo meio. Bastante directo e em formato monocarril, é exemplar feito a pensar no consumo à mesa, seja com entradas ou com pratos de bichos do mar passados pela chapa e regados como uma pinga de limão. 91 pts
21 novembro 2017
Quinta dos Roques Garrafeira 2008
Nunca é demais repetir aquilo que já aqui foi dito, a Quinta dos Roques (Dão) é nome maior por entre o melhor que se faz em Portugal. Poder tocar num destes Garrafeira é ter o privilégio de beber a essência de toda uma região, um vinho monumental e inesquecível. Apresenta-se num misto de concentração e elegância, um verdadeiro gentleman na sua personalidade com uma frescura que o embala num percurso que tem tanto de complexo como de profundo. Bebe-se com um sorriso, cheio de fruta silvestre acompanhada de caruma de pinheiro, mato rasteiro e bergamota, brisa balsâmica, com passagem fresca e acetinada. É de 2008 mas tem lá bem vincada a garra e o nervo que lhe dá garantias de continuar por cá durante muitos anos à espera de ser aberto e bebido com um imenso prazer. 96 pts
20 novembro 2017
Quinta do Síbio Arinto 2016
Este Quinta do Síbio Arinto 2016 é uma novidade da Real Companhia Velha que surge depois da edição experimental lançada no mercado sob a designação Real Companhia Velha Séries Arinto. São apenas 6.000 garrafas com preço a rondar os 14€. As notas da casta estão presentes em conjunto de boa exuberância com notas de folha de limoeiro, lima, toranja e toque floral. Na boca é um misto de frescura com notas cítricas, fundo marcado pela austeridade mineral que se arrasta num longo final. 90 pts
Vale dos Ares Alvarinho 2016
Apresenta-se com nova roupagem este Alvarinho do produtor Miguel Queimado, que já aqui tinha sido falado na colheita de 2014. Oriundo da região dos Vinhos Verdes, o preço ronda os 10€, segue as pisadas daquilo que já tinhamos dito sobre ele na versão de 2014. Parece ter perdido algum do atrevimento e ganho algo mais de seriedade, todo ele bem marcado pela pureza da fruta, onde a frescura toma conta de toda a acção. Firme mas muito harmonioso e equilibrado, bonita complexidade com aroma de fruta bem fresca com recorte floral, com uma boca de estrutura firme capaz de proporcionar momentos muitos bonitos à mesa. 91 pts
Planalto Reserva branco 2016
O Planalto (Douro) deve ser dos vinhos que mais habita nas cartas de vinhos dos restaurantes Algarvios em tempo de férias. Não falha, onde quer que tenhamos uma dourada a ser grelhada lá vem a sugestão de um Planalto. Que diga-se, é pago a preço de ouro nesses mesmos locais. Mas que culpa tem o vinho, se na prateleira custa coisa de 5€ e até é daqueles exemplares que segue uma receita de sucesso ano após ano ? Com a acidez bem afinada, fruta presente e aquela ligeira ponta de austeridade a rematar o fundo. Aromas e sabores muito amontoados, mas com acidez a dar vivacidade e alegria ao conjunto. 88 pts
19 novembro 2017
Grandjó Late Harvest 2013
É a GRANja De AliJÓ (Real Companhia Velha) que dá o nome a este branco doce elaborado a partir de uma criteriosa selecção de uvas da casta Semillon, afectadas por podridão nobre (botrytis cinerea). A localização privilegiada da Quinta do Casal da Granja, no planalto de Alijó, com um microclima muito próprio com manhãs de nevoeiro e tardes quentes e húmidas, criam as condições ideais para o desenvolvimento em algumas parcelas do fungo responsável pela podridão nobre. Tem uma produção que não chega às 6.000 garrafas com preço a rondar os 18€.
Apresenta-se com uma finíssima nota glicérica, com as notas características de Sauternes, tudo muito limpo e de grande qualidade com algum tropical seguido de alperce em calda, ligeira tosta em fundo, com toque de doçura equilibrada no imediato com a sensação de frescura do conjunto, que se repete no palato. Belíssimo equilíbrio do conjunto, fresco, delicado e ao mesmo tempo conquistador num longo e persistente final. 95 pts
Quinta do Noval Colheita 1937
O ano de 1937 foi marcado pela coroação do Rei George VI de Inglaterra, data em que a ponte Golden Gate (São Francisco) foi também inaugurada e J. R. R. Tolkien publica 'The Hobbit'. Apenas um vinho como este Quinta da Noval Colheita 1937 poderia estar à altura de tamanhos acontecimentos. Estrondoso tawny velho a mostrar uma fantástica complexidade, fruto seco, grande definição, especiarias, marmelada, caixa de tabaco e madeira velha. Palato luxuoso, com uma belíssima acidez. Tudo muito equilibrado com camadas de sabor que nos guiam num final interminável e sedutor. 97 pts
18 novembro 2017
Trimbach Riesling 2013
A casa Trimbach produz vinho desde 1626 e cedo ganhou notoriedade pelos seus vinhos. Este Riesling é um clássico cujo preço ronda os 15€. É o que se pode chamar um vinho de compêndio no que toca a conhecer a casta num branco seco. Sem tremores nem quebras a meio caminho, tem tudo no sítio conforme esperado. De perfil seco, mostra-se muito elegante e coeso com as notas da casta bem evidentes (malmequer, lima, alperce) em fundo mineral, tudo muito limpo e bem definido, o tempo deu-lhe o já usual toque de gasolina. Belíssimo corpo com a presença de alguma fruta na vertente mais sumarenta de inicio com alperce e depois mais ácida a lembrar uma rodela de limão, que faz disparar a acidez num final de boca seco e bem persistente. 91 pts
17 novembro 2017
Côto de Mamoelas Bruto Reserva Espumante 2014
A Provam é uma sociedade de 10 vitcultores da sub-região de Monção e Melgaço, que decidiram, em 1992, construir uma adega moderna e funcional para produção de vinhos da casta Alvarinho e de Alvarinho/Trajadura. O seu Vinha Antiga foi um dos primeiros Alvarinhos a ter passagem por madeira e o Portal do Fidalgo Alvarinho é um branco bem conhecido da nossa mesa. Desta vez o que nos cai no copo é o espumante Côto de Mamoelas Bruto Reserva 2014, com preço a rondar os 12€. Aroma delicado com a fruta característica da casta bem presente, tudo muito bem embrulhado numa boa dose de frescura, algum biscoito muito ligeiro a dar um extra de complexidade. Boa frescura de boca com bolha fina, elegante e fresco com a fruta a tomar o controlo das operações, num final seco e prolongado. 90 pts
16 novembro 2017
Palácio da Brejoeira Alvarinho 2016
O Alvarinho do Palácio da Brejoeira nasceu pelas mãos de Amândio Galhano na colheita de 1976 e cedo ganhou o estatuto entre as referências da altura. Passados 40 anos a realidade trouxe uma nova vaga de produtores e um consequente aumento da oferta/qualidade dos vinhos brancos Portugueses. Abrir nos dias de hoje um Brejoeira é encontrar no copo um vinho que não acompanha os quase 17€ que pedem por ele. É um Alvarinho fresco, de aromas finos e delicados, com pêssego, erva cidreira num conjunto aprumado, ligeiramente citrico com leve secura de fundo e um final mais curto que o desejado. Falta-lhe confirmar no copo um estatuto que já teve e do qual parece viver. 89 pts
14 novembro 2017
Bebes.Comes Collection 2014
O Pedro e a Joana são um casal apaixonado que queriam ter um vinho. Dessa vontade nasceu um projecto que nos dias de hoje tornou esse sonho uma realidade. Um vinho com conceito, os Collection como lhes chamaram é isso mesmo, uma colecção de vinhos escolhidos pela sua singularidade, terroirs distintos e de certa forma que se desmarcam do trivial. A acompanhar convidam artistas plásticos para vestir as suas garrafas, o resultado é brilhante e digno de colecção, até porque a tiragem é bem limitada (1700 garrafas neste caso). Nesta segunda edição o coube ao artista João Noutel a parte gráfica, enquanto a enóloga Rita Marques foi a autora deste tinto Duriense.
Vinho raçudo e cheio de energia, muita vida da fruta bem madura e compacta, estevas, notas de grafite com amparo de leve chocolate preto de fundo. Respira-se Douro, ainda cerrado e com alguma austeridade a pedir tempo, na boca está com muita energia, nervo, fundo coeso e apimentado com os taninos a pedirem tempo para se acomodarem. Comprar agora por coisa de 25€ e deixar repousar uns bons anos pois potencial não lhe falta. 93 pts
Vinho raçudo e cheio de energia, muita vida da fruta bem madura e compacta, estevas, notas de grafite com amparo de leve chocolate preto de fundo. Respira-se Douro, ainda cerrado e com alguma austeridade a pedir tempo, na boca está com muita energia, nervo, fundo coeso e apimentado com os taninos a pedirem tempo para se acomodarem. Comprar agora por coisa de 25€ e deixar repousar uns bons anos pois potencial não lhe falta. 93 pts
11 novembro 2017
Chispa Negra El Paso del Tiempo
Um daqueles que bebemos uma vez por sorte e ficamos com ele bem guardado na memória. Antony Terryn nasceu em França mas foi nas suas viagens pelo mundo que decidiu assentar na zona de Toro e ali fazer os seus vinhos no Dominio del Bendito. Numa das suas últimas vindas a Portugal disse-me que tinha algo de muito especial que queria dar a provar. E foi assim que num jantar apresentou em primeira mão este El Paso del Tiempo. A carga emocional da sua explicação está ao nível da qualidade do respectivo vinho, um lote único de 386 garrafas de 50cl a preço de 38€ criado numa unica barrica de 500 litros, da qual se retirou fruto das colheitas 2006, 2008, 2009 e 2011 do Chispa Negra cerca de 184 litros. A barrica foi atestada na mesma quantidade da colheita mais recente.
Como em todos os seus vinhos, destaca-se a pureza da fruta bem carnuda, suculenta e com uma dose de doçura muito equilibrada a contrastar com a frescura, numa complexidade fina e rendilhada que nos prende ao copo. Imagine-se um Porto Vintage ao estilo tinto da Borgonha no estilo menos concentrado mas com uma qualidade muito acima da média. Foi beber até ao fim. 94 pts
09 novembro 2017
Dalva Porto Colheita Branco 2007
A C. Da Silva é uma casa de forte tradição no Vinho do Porto, fundada em 1862, bem conhecida pelos seus fantásticos Golden White de 1952, 1963 e 1971. Em prova temos o Colheita White 2007 que será, daqui por uns largos anos em cascos, lançado na série Golden White. Por enquanto podemos deliciar-nos com esta versão mais jovem de aroma elegante e que mistura citrinos cristalizados e geleia dos mesmos, alperce, algum fruto seco a conferir untuosidade ao conjunto com fundo fresco e doce. É um vinho fantástico, o preço ronda os 25€, indicado para abrilhantar o final de uma refeição e também, uma entrada com o pé direio para quem desconhece este tipo de vinho. 93 pts
07 novembro 2017
Grande Rocim Reserva Tinto 2013
O Grande Rocim apresenta-se apenas nos melhores anos, como o topo de gama da Herdade do Rocim. Criado a partir da casta Alicante Bouschet, afirma-se a cada lançamento como um super vinho, pela sua envergadura, músculo e também finesse com que se apresenta. Se tivermos em conta a prova de excelência que dá neste momento a versão 2009, ficamos com a garantia que são feitos para perdurar no tempo. Este 2013 está ainda com toda a sua força e pujança, o prazer que proporciona é muito, com fruta bem madura, toque balsâmico, fino cacau, conjunto coeso e profundo. Boca de grande impacto com enorme presença a mostrar um vinho poderoso, amplo, fresco, muito boa estrutura com frutos do bosque a explodir de sabor ao lado de algum bálsamo, quase que se mastiga, terminando longo com travo de especiaria. Tudo com grande detalhe, enorme estrutura num conjunto coeso, limpo e fresco. Na linha das anteriores colheitas o preço ronda os 50€ com a garantia que se leva para casa um grande vinho. 95 pts
06 novembro 2017
Cálem Colheita 1989
Nasce nas Caves da Cálem este Colheita 1989, engarrafado em 2010, de aroma convidativo, complexo e sedutor. Marcado pelo fruto seco com alfarroba e figo em passa, muito coeso, ligeiro caramelo salgado, algum verniz e notas licoradas com folha de tabaco seco. Boca cheia de sabor, arredondado de inicio com fresco e prolongado final, onde a secura e a nota de fruto seco predomina, enquanto de inicio nos seduz com notas mais mornas e doces como as passas de figo. Grande harmonia e equilíbrio num conjunto de grande qualidade a dar muito prazer a solo ou à mesa. Compra-se por coisa de 45€ 94 pts.
04 novembro 2017
Cartuxa 50 Licoroso Reserva 2011
Cinquenta anos depois de Vasco Maria Eugénio de Almeida ter criado a Fundação Eugénio de Almeida, para promover o desenvolvimento social, cultural, educativo e espiritual da região de Évora, a Instituição renova-se no compromisso de fazer mais pelas pessoas, para mais pessoas e comemorou o seu cinquentenário. Neste âmbito, foi elaborado este Licoroso a partir das castas Alicante Bouschet e Syrah. O vinho estagiou durante 2 anos em barricas usadas, feitas com a madeira dos antigos tonéis onde estagiava o famoso Pêra Manca. Mostra-se amplo, guloso e com uma bonita frescura que lhe dá graciosidade, muita fruta passa, compotas, alguma canela e cacau. Na boca é um festim de passa de figo com ameixa, guloso, bem marcado pela frescura com final longo, ainda alguma austeridade a fazer-se sentir, mas muito persistente. 93 pts
03 novembro 2017
Aliás branco 2014
É da Bairrada renascida que nos últimos anos surgiram uns quantos novos projectos, como este VPuro, que passo a passo se têm afirmado como referências da região. Este Aliás enquadra-se nesse lote e é disso um puro exemplo. Na alma tem a magia da vinha velha 100% Bical. Mostra-se fino e muito elegante, com aquelas notas de uma evolução que se faz sentir ao de leve na sua complexidade. Um grande branco que gosta de respirar em copo largo, amplo com muita frescura e harmonia nas linhas que cozem os tons florais com os citrinos, a cêra de abelha e aquele toque mais terroso e mineral que se instala no fundo. Na boca replica o apresentado, sério com a austeridade mineral em fundo, pelo meio a pureza da fruta vai abrindo caminho e sorrisos. 94 pts
02 novembro 2017
Vidigueira Signature branco 2016
É recente este Signature da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA), um vinho que apenas pode ser encontrado nas prateleiras da loja da Adega e dos super e hipermercados Continente. Feito a partir de lotes de Antão Vaz, Perrum e Arinto, o Branco Vidigueira Signature 2016 estagiou três meses em barricas de carvalho francês. Assinado pelo enólogo da casa, Luis Morgado Leão o vinho mostra aromas limpos e maduros, muita fruta com laivo tropical e citrino banhados por alguma frescura ao mesmo tempo que o toque da baunilha o envolve. Um branco elegante fácil de se gostar a mostrar qualidade acima da média. O preço ronda os 5€ em campanha de promoção. 89 pts
31 outubro 2017
Henriques & Henriques Terrantez 20 Anos
Sobre a casta Terrantez pairou durante muitos anos a tenebrosa palavra extinção, algo que quase esteve para acontecer embora nos dias de hoje continuam a ser muito poucas as parcelas espalhadas pela ilha da Madeira. Os vinhos a que dá origem são obras de arte, raros e muito procurados, a qualidade dos mesmos ecoa pelos séculos. Não se estranhe portanto que fiquemos rendidos perante um vinho como este 20 Anos Terrantez. Inicialmente com toque salino, iodado e com notas de ranço, entrando de imediato no registo de frutos secos (amêndoa torrada), tabaco doce, caril, laranja cristalizada, ramalhete de flores num bouquet muito rico e complexo. Belíssimo volume, entrada tipo berlinde mais arredondado, belíssima acidez mas ao mesmo tempo untuoso, com um final agri doce e muito prolongado. Daqueles vinhos que quando chega à mesa se torna o rei da noite, fantástico. 95 pts
30 outubro 2017
Henriques & Henriques Verdelho 20 anos
Os Madeira 20 Anos são recentes no mercado, têm a particularidade de as quantidades serem reduzidas e o lote ir variando, por isso alguns são mesmo edições exclusivas e irrepetíveis. Neste caso é um Henriques & Henriques Verdelho 20 Anos, casta que tem a particularidade de conseguir manter durante muito tempo os seus aromas e sabores frutados, algo que se destaca e bem neste vinho de muito bom recorte. Frutos tropicais com maracujá bem fresco, ananás em calda, especiarias, madeira velha, laca, melado, complexo a mostrar harmonia entre concentração e frescura. Boca a condizer, acidez bem presente com sabor inicial a fruta, abrindo depois num conjunto untuoso e com boa concentração, algum fruto seco a complementar, final longo e persistente.Com preço a rondar os 65€. 94 pts
26 outubro 2017
Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores 2017
São 17 os anos de experiência que a equipa de Luís Lopes e João Geirinhas, ex-directores da Revista de Vinhos e, agora, directores e co-proprietários da Grandes Escolhas, tem na realização do maior evento vínico do país. Um acontecimento muito esperado e que este ano muda de nome, de data e de local. O ‘Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores’ vai ter lugar de 27 a 30 de Outubro de 2017 (sexta a segunda-feira), no Pavilhão 4 da FIL – Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, onde o maior interface de transportes é uma mais-valia para profissionais, enófilos e fãs da comida regional que atravessa Portugal de lés-a-lés. É caso para dizer que os mais de 6.000 m2 eleitos vão proporcionar uma experiência de ‘Vinhos & Sabores’ à Grande(s Escolhas)!
Horários e preços:
Sexta, das 18h às 22h; Sábado e Domingo, das 14h às 20h; e Segunda, das 11h às 18h.
O preço da entrada é de €15 (inclui o copo).
25 outubro 2017
H.M.Borges Pather 1720
É mais conhecido pelas garrafas com a letra P lhe dá o nome de Pather (Father), o Pai, e guarda no seu interior um vinho que tem tanto de especial como de misterioso. Henrique Menezes Borges foi o fundador da empresa H.M.Borges (Madeira) em 1877, viria a falecer em 1916 e como legado para os filhos, deixou um conjunto de vinhos muito especiais e que sempre se recusou a vender (Terrantez 1877, Terrantez 1760, Bual 1780, Sercial 1810, Verdelho 1800 e o Pather 1720). Seria o seu filho João a transferir os vinhos para demijohns em 1930, onde iriam permanecer até que parte deles foi engarrafado após a sua morte em 1989 e distribuído entre os membros da família.
Este misterioso Pather, acredita-se que seja da casta Terrantez, surge com uma fantástica tonalidade ambar de centro mais carregado com rebordo de laivos esverdeados tão caracteristicos destes vinhos centenários. Nariz muito preciso, limpo e delicado, camada após camada num compasso muito certo e de grande complexidade qual bazar do oriente. Divagamos pelos tons de melaço, avelã, toffee e frutas cristalizadas num jogo agri-doce interminável. Na boca torna-se algo de fantástico e inesquecível, toque de toffee a dar as boas vindas e a esbater-se numa fina capa acetinada que cobre o palato, delicado, fresco mas de extrema elegância e persistência. São quase três séculos de história que passaram até o poder ter no copo, inesquecível. 100 pts
Este misterioso Pather, acredita-se que seja da casta Terrantez, surge com uma fantástica tonalidade ambar de centro mais carregado com rebordo de laivos esverdeados tão caracteristicos destes vinhos centenários. Nariz muito preciso, limpo e delicado, camada após camada num compasso muito certo e de grande complexidade qual bazar do oriente. Divagamos pelos tons de melaço, avelã, toffee e frutas cristalizadas num jogo agri-doce interminável. Na boca torna-se algo de fantástico e inesquecível, toque de toffee a dar as boas vindas e a esbater-se numa fina capa acetinada que cobre o palato, delicado, fresco mas de extrema elegância e persistência. São quase três séculos de história que passaram até o poder ter no copo, inesquecível. 100 pts
Alambre Ice
Foi a partir de uma prova que a equipa de Enologia da José Maria da Fonseca fez de um espumante de Icewine Canadiano, que nasceu a ideia de fazer algo com perfil semelhante, embora da região da Península de Setúbal. Com base num vinho generoso Moscatel Roxo de Setúbal 2005 e após um trabalho árduo de enologia, nasceu o primeiro Espumante Licoroso de Portugal, o Alambre Ice. Devido à grande viscosidade do vinho, são 185 g/l açúcar residual a libertação de bolhas não é visível. No entanto, são percetíveis no paladar, dando o crocante, tão normal em vinhos espumantes. Tudo resumido é muito mais do que uma mera curiosidade, é um miminho bom que se serve no final da refeição ao lado de sobremesas mais delicadas. Notas de geleia de toranja com apontamento de fruto seco, tudo com conta peso e medida. Bem concentrado com a doçura compensada na boca pela boa acidez e pela finissima bolha que lhe dá uma vivacidade inesperada. Ronda os 28€ na loja online do produtor. 91 pts
20 outubro 2017
H.M. Borges Terrantez 1877
A história remonta ao ano de 1877, o ano em que Henrique Menezes Borges fundou a empresa H.M.Borges (Madeira), actualmente gerida pela quarta geração da sua família. Henrique Menezes Borges, dedicou toda a sua vida à procura de uma selecção de vinhos produzidos na Ilha da Madeira, com o intuito de proceder ao seu envelhecimento. Este vinho faz parte, entre outros, da frasqueira particular da família, tendo sido adquirido em 1877 e transferido em 1900 para demijohns de 70 litros. Um vinho que está para além do prazer, é magia pura dentro do copo por todas as sensações que nos envolvem os sentidos. Com uma enorme pureza de aromas, camada após camada mostra-se muito concentrado e com uma complexidade tremenda. A maneira como se afirma no palato num misto de untuosidade e frescura, que se prolonga num tom agridoce, é algo de fantástico e único. 99 pts
19 outubro 2017
Lisboeta : Recipes from Portugal's City of Light
Lisboeta: Recipes from Portugal's City of Light
(Bloomsbury Publishing PLC, 2017, 22,27€)
Há 11 anos a viver em Londres, nomes como O Viajante ou mais recente a Taberna do Mercado, fazem do chef Nuno Mendes um dos grandes embaixadores da cozinha Portuguesa no estrangeiro. Com o seu novo livro de nome Lisboeta, Nuno Mendes que nasceu em Lisboa, torna-se num guia da cidade, das suas histórias, dos seus recantos favoritos ou dos sabores que sempre que volta procura encontrar de novo.
São ao todo 327 páginas repletas de informação com muitas e boas fotografias mas também com um receituário típico da cidade de Lisboa e que se foi instalando por cá ao longo dos anos fruto das mais variadas influências migratórias. Algumas receitas por vezes são alvo de um toque mais pessoal do chef. Todas as receitas tem uma pequena introdução, por vezes da sua história outras vão buscar as memórias de infância do autor. Desde os pastéis aos salgados, passando petiscos, almço, sandes, jantar e sobremesas.
A escolha varia entre os Jesuitas até aos Travesseiros, passando pelas Empadas de pato em vinha d´alhos, Arroz de marisco terminando numas Farófias. É muito mais que um guia da gastronomina de uma cidade, é o conseguir alimentar a saudade de quem por cá passa.
Cistus Grande Reserva 2009
O Grande Reserva produz-se na Quinta do Vale da Perdiz (Douro) apenas em anos excepcionais. Após a vinificação os lotes são avaliados regularmente durante o estágio em barrica. Os melhores lotes vão sendo seleccionados e após a análise final dos mesmos é tomada a decisão de engarrafar sob a marca Grande Reserva. Das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz nasceu o Grande Reserva 2009 com 21 meses de estágio em barrica e mais 34 meses de estágio em garrafa. Um tinto muito expressivo, opulento e com fruta negra muito madura envolta em notas que vieram da passagem pela barrica (côco, chocolate preto, pimenta) e um fundo onde a sensação de doçura dada pelos 16% VOl. se faz por notar. Intenso, boa frescura e pujança no final de boca mas com um equilibrio que o controla e o torna companheiro à mesa com um bom pernil assado no forno e tudo aquilo a que tem direito. O preço ronda os 20€ por garrafa. 91 pts
17 outubro 2017
Soalheiro Nature Pur Terroir 2016
Preciso e delicado é como se apresenta o primeiro Alvarinho Biológico produzido sem adição de sulfitos. Diferente ou como está na moda dizer, "fora da caixa" se tivermos em conta a maior parte dos Alvarinhos que encontramos no mercado. Não sendo tão expressivo como o Soalheiro normal, não é tão seco como o Granit e é menos complexo que o Terramatter. Pouco consensual entre um grupo de provadores, é o próprio produtor a afirmar este é daqueles que pode ser amado, ou não. Para mim pedia um pouco mais de presença no palato, um pouco mais de nervo capaz de nos espevitar os sentidos. Vamos ver como evolui, por agora ficou algo aquém do esperado, até pelo preço que ronda os 15€ em garrafeira. 89 pts
12 outubro 2017
João Portugal Ramos Alvarinho 2016
A aventura do produtor João Portugal Ramos pela região dos Vinhos Verdes, apesar de recente, confirma-se como mais um sucesso a juntar aos seus 25 anos de carreira. No copo surge o Alvarinho 2016, um branco onde 10% do mosto fermentou em barricas novas o que lhe arredondou ligeiramente o espírito. Temos pois a casta bem presente num conjunto muito preciso, boa exuberância sem excessos da fruta madura (citrinos, tropical), floral mais em segundo plano com uma austeridade muito subliminar. A acidez apesar de presente não é tão vincada como se poderia esperar, permitindo uma abordagem mais serena e de fácil agrado. O preço ronda os 10€. 90 pts
11 outubro 2017
H.M. Borges Sercial 1979
A casta Sercial dá origem ao tipo de vinho da Madeira mais seco, este exemplar da H.M. Borges não lhe foge à regra e surge no copo envolto numa fina película de austeridade. Feitas as apresentações mete ao dispor uma bonita e rica complexidade, inicialmente num tom mais exótico com notas de flores, maracujá e algum caramelo de leite e amêndoa torrada. Mostra um grande equilíbrio e um toque mais concentrado e guloso que distingue os vinhos desta casa das restantes. Cheio de energia, muito limpo e bem definido, um miminho bom que aconchega o palato com notas de fruta fresca bem ácida, novamente o travo de amêndoa salgada e um agri-doce do maracujá a surgir num longo final. 94 pts
Messias Tradição Baga 2016
Dizem que a primeira impressão é a que mais conta, neste caso confirma-se e não há dúvidas que este Tradição das Caves Messias começa com o pé direito. Surpreende pela tonalidade aberta e pouco concentrada com aquele brilho que nos cativa o olhar. Ainda muito novo, marcado pela força da fruta (silvestre com muitas bagas, ameixa) bem fresca e carnuda. Passou 10 meses em depósito de madeira avinhada que lhe deu um ligeiro arredondamento, com travo a mocha envolto pela energia da fruta, tudo ainda muito novo com os taninos a marcar o ritmo mas ao mesmo tempo a espevitar os sentidos e a vontade de bebericar mais um pouco. Um vinho fora de modas, como manda a tradição. O preço ronda os 10€ na loja da Rota da Bairrada. 90 pts
09 outubro 2017
Vale da Mata branco 2015
A sua qualidade e respectiva consistência colheita após colheita, fazem dele uma referência a ter em conta quando falamos dos melhores brancos da vasta região de Lisboa. É criado nas encostas da Serra de Aire, mais precisamente nas Cortes, com o crivo da Herdade do Rocim (Alentejo). O preço ronda os 8,50€ mas em feira da especialidade consegue-se na casa dos 6,50€. As castas Arinto, Viosinho e Vital tem passagem por cinco meses em madeira que dá ao conjunto uma ligeira tosta, mais quatro meses em garrafa.Conjunto com uma boa acidez, focado na fruta de pomar com citrinos bem frescos, não sendo muito expansivo mostra um bonito floral em destaque com ligeira austeridade mineral de fundo. Boca com frescura a confirmar boa vivacidade onde a fruta ganha mais protagonismo, final de boa persistência num branco que gosta de mesa e de boa companhia. 90 pts
30 setembro 2017
Alvear PX Solera 1927
Este vinho das Bodegas Alvear nasce de uma das Soleras mais antigas da casa, acima deste só o Solera 1830. Não é um vinho datado, apenas contém numa pequena parte do seu lote, vinho do ano 1927. Muito ao jeito da música Depois de Ti Mais Nada (Tony Carreira)este vinho toma conta do palato por completo e esmaga toda a concorrência, mesmo Madeira. Pelas notas já caracteristicas, figo em passa, toffee, licor de café, xarope de caramelo, num todo que surpreende pela frescura que mostra ter. Na boca quando se esperava um total enjoo perante tamanha doçura, eis que a acidez chega de rompante e refresca o palato, prolongando-se pelo final numa surpreendente harmonia que incita a bebericar sempre mais um pouco. Custa pouco mais de 15€ em garrafeira online, mas o aumento da procura faz com que ande quase sempre esgotado. 96 pts
Quinta de San Joanne Escolha 2014
Este Quinta de San Joanne (Casa de Cello) é criado a partir das castas Alvarinho, Avesso, Arinto e Trajadura. Cheio de nervo, dominado pela frescura e acidez acutilante, são os aromas de citrinos (toranja) e frutos de polpa branca que nos acenam no primeiro momento. O fino e delicado rendilhado completa-se com um toque verdasco a lembrar as azedas. Na boca é um mono-carril de acidez e austeridade mineral que lhe marca o tom até ao final. Sai a coisa de 10€ a garrafa na loja do produtor, um branco para ir rodopiando no copo a acompanhar uma boa selecção de sushi. 90 pts
26 setembro 2017
MR Premium Touriga Nacional 2012
Segue na linha dos topos de gama do Monte da Ravasqueira (Arraiolos), este monocasta de Touriga Nacional nascido na colheita de 2012. Após 24 meses de estágio em barrica nova, passou mais 20 meses de pousio em garrafa. Foram cerca de 3500 unidades as que sairam para o mercado, à venda na loja do produtor. É um vinho em fase adulta, na senda da qualidade a que a linha MR nos acostumou, aqui também ele dotado de bom descernimento no que toca a aromas e sabores, mostrando uma Touriga Nacional bem fresca e envolvente, com nota floral, cacau, leve balsâmico e apontamento de grafite no fundo. Bonitas sinergias num conjunto de grande finesse, suportado por uma estrutura que lhe permitirá uma vida tranquila por muitos e longos anos. Elegância e frescura num vinho feito para momentos muito especiais. 93 pts
25 setembro 2017
CARM branco 2016
Este branco da CARM (Douro) nasce no Douro Superior pela mão da família Roboredo Madeira. As uvas das castas Rabigato, Códega do Larinho e Viosinho, foram vinificadas na Quinta das Marvalhas, em Almendra. Apresenta-se com frescura, fruta fina bem elegante e a lembrar citrinos com laivo de vegetal fresco e um ligeiro rebuçado. Tem na sua frescura o seu ponto alto, cativando o palato com aquele toque de rebuçado de limão, mostrando-se um vinho que faz boa companhia à mesa. Preço de 7,39€ em garrafeira. 89 pts
Porta 6 2015
O colorido do rótulo chama a atenção, podia ser na primeira análise um qualquer rótulo criado para uma tasca da moda num qualquer bairro alfacinha. Mas não, é de um vinho criado pela Vidigal Wines na região de Lisboa. Neste caso um lote de uvas de Aragonês, Castelão e Touriga Nacional deram origem a um vinho que custa 2,70€ nas actuais feiras da especialidade. Portanto um vinho acessível, de sabores e aromas onde a fruta compotada abunda, temperado com uma pitada de pimenta preta e envolto com frescura suficiente para não ser enjoativo. Lá no fundo tem aquele toque mais agreste dos taninos marialvas que pedem petisqueira farta na mesa. Por mim pode ser um prato de iscas e umas moelas. 87 pts
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