Copo de 3: janeiro 2019

27 janeiro 2019

Vinho de Talha... a verdade escondida

Foto retirada do site: http://vinhodetalha.vinhosdoalentejo.pt
Não importa os anos com que lido com este tipo de vinho, que para alguns é como um brinquedo novo, não importa as vezes que o vi ser feito bebido ou provado, importa que o fenómeno das talhas reapareceu faz menos de uma década, e que de supetão deu-se uma corrida louca e desenfreada que colocou produtores de norte a sul de Portugal a correrem todo o Alentejo à procura de talhas, não importa tamanho, idade ou feitio... desde que fosse uma talha a festa está feita. Para os que não conseguem ter uma das centenárias, inventaram-se umas mais modernaças para não estragar a brincadeira. Depois grande parte desses vinhos nasce de forma confusa e direi de uma forma adulterada e vai contra aquilo que sempre foi e sempre caracterizou o vinho de talha. Há vinho que apenas toca ao de leve na talha e passa para o inox e é de talha, é de talha aquele outro em que apenas uma % do que lá foi feito é misturado com outro estagiado em madeira, pelo que me arrisco a dizer que é tudo menos o autêntico vinho de talha. O engraçado é que quem certifica (CVRA) por um lado diz uma coisa mas na hora de colocar o selo diz outra. Senão vejamos, no site dedicado ao Vinho de Talha podemos ler que:

Fotografia: Talhas Pesgadas, autoria Sovibor
"A Impermebiabilização da Talha

A talha, por ser porosa, necessita de um revestimento que a torne menos permeável. O método tradicional de impermeabilização é a “pesga” ou a “pesgagem” da talha, isto é, a rebocagem da mesma com resina de pinheiro a que se chama de pez louro. Nas tabernas e adegas particulares também há quem utilize tintas com efeito impermeável (tinta epoxi para revestimentos cerâmicos) que podem ser colocadas pintando o interior da talha. Todavia, estas tintas criam um isolamento de tal forma absoluto entre o barro e o mosto vínico, que não permitem que a talha cumpra a plenitude da sua função, não sendo portanto uma alternativa viável por não manter a marca nem o carácter típico desta forma clássica e natural de vinificação."

O insólito é que lendo o que a CVRA escreve no seu portal dedicado à promoção do vinho de talha, ficamos a saber que: “... a talha com epoxi... não cumpre a plenitude da sua função, não sendo portanto esta uma alternativa viável." É a mesma CVRA que no seu "regulamento" diz o seguinte:

"2. Das práticas enológicas Na elaboração do «Vinho de Talha» serão seguidos os métodos tradicionais e as práticas e tratamentos enológicos legalmente autorizados, devendo adoptar-se obrigatoriamente os seguintes processos:
a) desengace das uvas é obrigatório;
b) a fermentação terá lugar em talhas ou potes devidamente impermeabilizados;"

 Procurei esclarecimento junto daquela entidade e fui informado que é possível o uso de epoxi, contrariando aquilo que surge no site por eles criado para promoverem a dita tipicidade deste vinho. Relembro mais uma vez quanto ao epoxi: " não sendo portanto uma alternativa viável por não manter a marca nem o carácter típico desta forma clássica e natural de vinificação". 

Chego portanto à conclusão que perante tanto produtor a querer ter o seu "Vinho de Talha" e dado que pesgar as ditas não é para qualquer um, o vale tudo para ter o vinho certificado e com a máquina do marketing a rolar, se engole a tradição que por um lado se apregoa mas na altura que interessa, se deixa na gaveta. Deixo pois as seguintes questões:
- Não está o consumidor a ser ludribiado quanto à autênticidade do Vinho de Talha que compra, quando este é feito numa talha revestida a epoxi, que fugindo à tradição e que segundo site oficial, não é uma alternativa viável ? 
- Em que ponto ficam todos os produtores que seguem a preceito as regras e a tradição face aos restantes ? 
- Se forrar uma talha a inox, assegurando que fica devidamente impermeabilizada, o vinho pode ser certificado pela CVRA como Vinho de Talha ?

26 janeiro 2019

Quinta da Sequeira Grande Reserva 2007


Oriundo do Douro Superior, este Grande Reserva da Quinta da Sequeira (Vila Nova de Foz Côa) em Magnum, brilhou alto para deleite de todos os presentes à mesa. Nascido de um lote de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela e Tinta Barroca, passou 24 meses de clausura em barricas novas de carvalho francês. O tempo que passou por ele só lhe fez bem, num vinho que quando saiu para o mercado era um verdadeiro colosso indomável, agora temos um tinto adulto e com tudo plenamente integrado e bem afinado. Amplo, rico e complexo, com aromas de fruta macerada bem fresca, ligeira ginja com licor, chocolate preto, aquele travo de esteva mais balsâmico que o envolve. Saboroso e amplo no palato, a marcar a passada a fruta repleta de sabor, num final médio/longo com muito prazer. 93 pts

25 janeiro 2019

Mamoré de Borba 2016


Dando continuidade à prova dos novos vinhos da Sovibor (Borba), surge o Mamoré de Borba 2016, na linha do 2015. Um vinho com preço a rondar os 6€ e que se mostra bastante amigo da mesa, algo que se verifica em toda a gama do produtor. Neste caso temos um tinto muito franco de aromas, carregado de frutos silvestres, fresco e elegante com notas de cacau e balsâmico muito ligeiro em pano de fundo. Mostra-se muito pronto a ir à mesa, já com elegância, alguma macieza dada por uma fruta rechonchuda e repleta de sabor, apesar de ainda ir durar uns anos em garrafa, com um final de boa persistência. 90 pts

24 janeiro 2019

Marquês de Marialva Baga Reserva 2014

Para muitos será um porto seguro, daqueles que não falha e que se costuma ter por casa, mas para outros passa despercebido, mais agora que nas últimas colheitas sofreu uma bela mudança de imagem. A Adega de Cantanhede (Bairrada) continua a colocar no copo do consumidor vinhos que dão prazer a beber, que nas suas mais variadas gamas nos dão um gozo tremendo bebericar mais um copo deste ou daquele vinho. Este é o Marquês de Marialva Reserva, um 100% Baga com estágio em barricas e posterior estágio em garrafa, o preço ronda os 6€. De momento temos um tinto guloso, com a madeira a bailar com uma fruta suculenta e macia, toque de cacau, baunilha da madeira que lhe arredonda os cantos. No palato escorre equilibrado, saboroso e com um toque de austeridade a pedir tempo em garrafa. 91 pts

22 janeiro 2019

Conciso branco 2016


O topo da gama dos vinhos Niepoort criados no Dão, mais propriamente da Quinta da Lomba onde predomina o vinhedo velho. Como castas como Bical, Encruzado, Malvasia entre outras, o vinho estagiou 20 meses em barricas usadas de 500 litros. Vai na terceira edição e o preço ronda os 16€ por garrafa, num estilo sempre muito fresco e preciso. Bonitas notas de fruta de caroço marcam o ritmo, com toques de pederneira, ligeira erva de cheiro em fundo com arredondamento suave dado pela madeira. Muitas energia num conjunto a mostrar uma bonita complexidade e um pronunciado final de boca, saboroso e com secura a pedir comida por perto. 93 pts

20 janeiro 2019

El Duende de Andrés Herrera 2010

El Duende de Andrés Herrera é um tinto feito com a casta Syrah, com uvas da zona de Borba mas pensado à moda Australiana, não chegam a ser 1500 garrafas deste Grande Reserva 2010, a 25€ a garrafa. André Almeida é filho de pai português e mãe espanhola, nascido na linha do Estoril foi na Herdade da Murteirinha (Estremoz) que se estabeleceu, estudou em Évora e os vinhos nasceram todos na região, grande parte oriundos de vinhas velhas propriedade do seu sogro. São vinhos todos eles peculiares e cheios de salero, vinhos com garbo, bom porte mas sempre a pedirem comida de bom tom por perto. Este mostra-se opulento e fresco, raçudo com elegância da fruta negra um pouco a acusar o toque macerado (a graduação ajuda neste toque), alguma pimenta preta, folha de tabaco seco, ligeiro perfume de violeta que paira no ar muito sibilante. É um vinho de impacto, investe e não se fica, grande estrutura suportada por uma boa acidez, a dar sinais de estar num belo momento para se beber com pratos de temperamento forte. 92 pts

18 janeiro 2019

Club Lealtanza Reserva Rioja 2005


Das Bodegas Altanza (Rioja) sai este Club Lealtanza Reserva Rioja 2005. Um vinho que nasceu para ser exclusivo do Club dos clientes mais especiais do produtor, mas que se estreou no mercdo com esta colheita. São apenas 48.000 garrafas de um 100% Tempranillo de várias parcelas de vinhedo, algumas com idade a rondar os 80 anos. O preço de mercado para as novas colheitas ronda os 20€. É um tinto com os taninos bem postos, elegante e profundo, todo ele bem aprumado com complexidade e capacidade de sedução. A fruta com muitas bagas em tom escuro, escorre madura e fresca, pelo meio notas de especiaria, cravinho, ervas de cheiro com toque untuoso da passagem de 18 meses que teve por madeira (mais 24 meses em garrafa) a envolver o conjunto. Mostra boa frescura no palato, ainda com garra a pedir mais algum tempo de garrafa. Saboroso e com a fruta bem presente, chocolate negro, musculado e com uma bela presença, fundo erroso com final prolongado. É vinho para acompanhar pratos de carne com bom tempero. 93 pts

17 janeiro 2019

Herdade do Rocim Brut Nature Rosé 2016

Nova colheita deste Brut Nature Rosé da Herdade do Rocim que surge com nova roupagem, preço a rondar os 14€, equipado apenas com a casta Touriga Nacional. Teve dégorgement após um estágio de 12 meses sobre a própria borra. Espumante que apresentando-se algo tímido nos aromas inicais ganha uma interessante evolução no copo, com fruta madura em fruta de caroço, tudo num plano delicado com toque de biscoito a dar cremosidade, acidez a contrabalançar sem no entanto mostrar grande acutilância. Na boca uma ligeira e cremosa mousse dá entrada ao tom da fruta, fina e fresca, mas tudo delicado apesar de ser vincado e com algum nervo que o faz manter a presença enquanto dura no copo. 91 pts

Gorrondona Txakoli 2015


Começar por explicar que Txacoli não é nome de uma casta mas sim de um estilo de vinho produzido neste caso na D.O. Txacoli de Bizkaia (País Basco). Este branco oriundo das Bodegas Doniene Gorrondona, faz-nos entrar num novo mundo de castas em que a sua composição consta de 83% Hondarrabi zuri (zuri significa branco), 10% Hondarrabi zuri zerratia, 4% Munemahatsa, 3% outras.  A proximidade ao mar do vinhedo com mais de 30 anos, marca o perfil deste branco com aromas que lembram as conchas, os búzios, ouriços do mar, algas, num tom iodado, ao mesmo tempo salino e vegetal a recordar a salicórnia com lugar para uma toranja bem madura. Um surpreendente branco cheio de secura e mineralidade, com uma interessante vivacidade e frescura que faz um acompanhamento quase perfeito com uma selecção de sushi sem questionar o marisco e tudo o que é peixe e marisco. Preço a rondar os 12€. 91 pts

15 janeiro 2019

Dão Rótulo branco 2017


Segundo nos informa a Niepoort, este branco é oriundo de várias vinhas velhas de castas brancas, indo mais além da casta Encruzado, predominante na região. O Rótulo branco é o resultado de um blend de castas, quase esquecidas, como Borrado das Moscas, Rabo de Ovelha, Cercial, entre outras. Sem qualquer influência de barrica, é daqueles brancos que se mostra muito franco e fresco nos aromas de fruta de pomar fresca e suculenta, floral e ligeiro herbáceo que debita com ligeireza no copo. Na boca deixa-se beber com enorme leveza, apesar da boa acidez que junta com a fruta dá um conjunto apetecível de uma lasca de queijo, mais um naco de presunto e meia conversa para a garrafa ficar vazia. O preço ronda os 6€ numa aposta muito afinada e pronta para a mesa. 88 pts

13 janeiro 2019

Mamoré de Borba branco 2016


A Sovibor (Alentejo) foi recentemente comprada e literalmente remodelada de cima a baixo, desde ao espaço da adega aos próprios vinhos, tudo mudou para melhor. O que havia para restaurar foi restaurado, acompanhado pela instalação de um conjunto de imponentes talhas. O exemplo disto mesmo é a qualidade que agora começa a surgir com vinhos cheios de vida, frescura, mas acima de tudo cheios de carácter e aquele toque de diferença que por vezes tanto procuramos. As uvas oriundas de vinhas velhas, apenas 30% fermenta em barrica, o resto fica em inox. O resultado final é um vinho de aroma cativante e até guloso nas notas de geleia de laranja, flores, citrinos com alperce. A madeira arredonda-lhe o espírito e confere uma graciosa untuosidade no palato, muito ligeira mas que combina bem com a acidez e a presença da fruta. Tudo equilibrado e pronto a dar prazer à mesa com gastronomia local. Vende-se por coisa de 6€ na loja da adega. 90 pts

12 janeiro 2019

Quintas de Borba branco 2017


Nova marca da Adega de Borba (Alentejo), cujas uvas oriundas das Quintas dos associados dão origem a esta nova gama. Desperta a curiosidade pela boa apresentação da garrafa, na loja do produtor o preço não passou dos 4€ a garrafa. Roupeiro, Arinto e Verdelho foram as castas escolhidas, o vinho é elegante, jovam e fresco, com muito citrino a conferir aromas frescos e florais, fruta de pomar, conjunto frutado e muito harmonioso. Boca com boa frescura, fruta presente ligeira untuosidade num tom atractivo com ligeira secura no final. Uma bela surpresa para um consumo diário com qualidade bem acima da média. 89 pts

11 janeiro 2019

Murganheira Único Bruto 2013


Inserido na categoria dos Especiais das Caves da Murganheira, este espumante Bruto é exclusivamente feito a partir da casta Sauvignon Blanc, com um preço a rondar os 20€. É certamente um espumante diferenciado do que normalmente encontramos neste patamar de qualidade, muito equilibrio como é nota deste produtor mas também as interessantes notas que a casta aporta a esta versão. Tudo muito refinado, dominado pela fruta limpa em tons citrinos (limão, toranja), algum vegetal com fruto seco e tosta pelo meio. Puxa pela acidez e depois somos brindados com uma mousse fina no palato que nos reconforta e prolonga o prazer. Uma proposta aliciante e diferente do que é normal, por isso até mesmo única. Os mexilhões servidos ao natural com umas gotas de limão e coentros finamente picados fizeram o resto da festa. 91 pts

09 janeiro 2019

H.M. Borges Boal 15 Anos


Mais um belo vinho oriundo da casa H.M.Borges (Madeira), desta vez um 15 Anos da casta Boal com preço a rondar os 31€ por garrafa. O vinho obviamene que é uma belíssima porta de entrada para os 20 e 30 Anos da mesma casa, apesar aqui se mostrar um Boal de bouquet muito bem composto e cheio de fruto seco com ponta de calda, caramelo de leite, num tom fresco e muito untuoso e envolvente. Pleno de sabor no palato, prolongado pela boa acidez e pelo sabor meio doce  da fruta passa com algum toffee.  92 pts

08 janeiro 2019

Reguengos Garrafeira dos Sócios 2013


Foi das mãos de João Portugal Ramos que na colheita de 1982, na Carmim (Alentejo),  nasceu o primeiro Reguengos Garrafeira dos Sócios. Desde então tornou-se um clássico, mesmo com os seus altos e baixos de forma, somando uns quantos pequenos ajustes no rótulo que sempre lhe conseguiram manter o traço original. Com a colheita 2013 no copo, o vinho mostra um Alentejo nos tons mornos da fruta embalada por boa frescura, compota, especiarias nuns toques de tabaco seco, ligeira fruta em passa. Um vinho robusto, cheio e roliço que dá muito prazer a beber neste momento. Um tinto que na tentativa de manter aquela linha mais sóbria e clássica que sempre o marcou, se desviou ligeiramente para aquele lado mais moderno e apelativo, tornando-o quiçá um pouco mais polivalente perante os consumidores. O preço ronda os 18€ por garrafa num vinho que vai ganhar certamente com o tempo de garrafa, como é seu costume, mas que de momento dá muito prazer a ser bebido com um assado de borrego. 92 pts

07 janeiro 2019

Maçanita Os Canivéis branco 2016


Foi sem sombra de dúvidas um dos melhores brancos que bebi em 2018 este Maçanita Os Canivéis 2016, oriundo de vinhedo ancestral e feito pelos irmãos Maçanita. Neste como noutros casos, recomendo a decantação prévia de meia hora para o vinho entrar em pleno no copo e a festa ser ainda maior. Enche com toda a complexidade dada pela vinhas velhas, pela quantidade de mais de uma dezena de castas misturadas. Naqueles toques de fruta (pomar, citrinos) madura, limpa, recantos plenos de mineralidade e um toque de cêra de abelha que na sensação de untuosidade vai enrolando todo o conjunto que desliza pela palato. A frescura está à altura de um grande vinho, pleno de carácter com juventude e austeridade sentida ainda que de forma ténue em fundo. Para beber ou se conseguir aguentar umas em casa. 95 pts

Quinta de Pancas Special Selection Cabernet Sauvignon 1997

Caramba, que afronta, uma pessoa vir aqui colocar um vinho de 1997 quando a grande maioria quer é mostrar a última novidade que conseguiu sacar a um qualquer dos novos produtores. Na verdade e para os muitos que desconhecem, este é um clássico e um vinho icónico, daqueles que fizeram parte do crescimento enófilo (pelo menos do meu), da partilha de momentos à mesa ou até mesmo das primeiras compras em lojas da dita especialidade. Esta foi bebida recentemente e mostra o potencial que a Quinta de Pancas (Lisboa) tem para nos dar e mostrar o lado mais Bordalês da "coisa". Portanto pegamos nos descritores da casta, juntamos-lhe o carácter mais Lusitano e por isso um pouco mais acolhedor com toda a complexidade que o caracteriza, a fruta fresca, carnuda, ainda viva e todo um conjunto cheio de finesse que nos ajuda a matar muita saudade de momentos que já não voltam. A nota já pouco interessa porque depende de garrafa para garrafa, mas nesta de tão sublime que estava não sobrou uma gota.

Quinta do Cardo Vinha Lomedo Síria branco 2014


Na renovada Quinta do Cardo ( Beira Interior), nasce um branco muito especial feito da casta Síria proveniente de uma única vinha, a Vinha Lomedo. Dos meses que passa em barrica nem sinal, plena integração dando aquela ligeira untuosidade que o envolve num complexo ramalhete de frescura com destaque para os citrinos com recordações a tangerinas, limão, ervas de cheiro com flores do monte. O fundo é ligeiramente austero, pede "coisas" com gordura do tipo lombos de bacalhau no forno regados com bom azeite e broa de milho. O tempo que lhe dei em garrafa só ajudou a afinar e ganhar a complexidade com que nos brinda no copo. É puro prazer ser bebido neste momento da sua vida, mesmo com a nova colheita já aí a espreitar, com preço a rondar os 22€ a garrafa. 94 pts

06 janeiro 2019

Herdade do Rocim 2016


Não é novidade para ninguém e para muitos até se poderá mostrar na actualidade como um dos vinhos da moda. O certo é que a Herdade do Rocim (Alentejo) nada nasceu feito e tudo foi feito em pouco mais de uma década com o erguer do seu vinhedo, adega, retocou os rótulos e estilo dos vinhos apresentados. Nos últimos anos renasceu por ali o espírito das talhas e a revolução foi o passo seguinte. Não há dúvidas que hoje a Herdade do Rocim é um dos mais sólidos projectos e que deve ser seguido bem de perto pela qualidade dos seus vinhos. Este é o mais recente colheita, o Herdade do Rocim, preço ronda os 8€ e mostra-se fiel a si mesmo como sempre nos tem acostumado. É fresco, a fruta está presente, limpa e airosa, com aquele toque morno da planície que lhe marca a alma. Um daqueles tintos que nos ajuda a serenar o espírito ao fim de semana. 90 pts

04 janeiro 2019

Rótulo Dão 2016



Desejando um fantástico 2019 para todos, começo o ano com este Rótulo Dão da Niepoort colheita de 2016, criado a partir de Baga, Jaen, Tinta Roriz e Tinta Pinheira. O vinho compra-se a coisa de 6€ a garrafa e facilmente permite fazer a festa de copo em riste perante caras risonhas de amigos e família. O perfil dito tradicional, mostra um tinto fresco e descomprometido que sendo leve no trato, é pouco rebuscado na formalidade, emparelha-se com uma avantajada quantidade de pratos da nossa gastronomia. Muita é a fruta que vinca o palato, fundo com ligeira frescura vegetal e ligeira austeridade num saboroso final. Depois de aqui ter provado a sua colheita inaugural, este pareceu-me um pouco melhor. 89 pts
 
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