É deveras interessante a maneira como vamos educando e refinando o nosso gosto ao longo do tempo, para isso contribuem alguns amigos que temos à nossa volta e que nos ajudam nessa tarefa, que transpiram conhecimento e que o gostam de partilhar, provar com eles são autênticas aulas de enofilia, a todos eles só tenho que agradecer. A aventura faz parte da vida, no imenso mundo de vinho que é a França, optei por começar nos brancos do Vale do Loire e depois passei para o Vale do Rhone, tenho tido o privilégio de ir conhecendo alguns dos maiores produtores e vinhos feitos nas duas regiões, não todos mas os suficientes para saber o que de bom por ali se faz, os preços que pedem é que não permitem grandes deslizes, convém precaver e apostar naqueles que nos dão garantias, mesmo assim os vinhos do Vale do Rhone são dos que melhor RPQ apresentam. Só depois de estarmos algo mais à vontade poderemos entrar no jogo da aventura, do experimentar... eu para isso ainda não tive muita coragem.
Mas deixem-me mergulhar num dos grandes nomes do mundo do vinho, situado em Courthezon no Sul do Vale do Rhone, mais concretamente na appellation de Chateauneuf-du-Pape fica o Château de Beaucastel. Conta com 400 anos de história e cerca de 110 hectares de vinha, depois de 3 gerações é a família Perrin ( na actualidade Jean-Pierre e François Perrin) que toma conta dos destinos de Beaucastel desde 1909. Os vinhos que ali são produzidos fazem as delícias da enofilia mundial, a gama é composta pelos Coudoulet em versão branco e tinto, e depois pelos Beaucastel, branco e tinto e finalmente pelos direi especiais, o Beaucastel Hommage a Jacques Perrin e o branco Beaucastel Vieilles Vignes.
O Vieilles Vignes, lançado em 1986, é considerado como o melhor branco do sul de França, proveniente de 3 hectares de Roussanne em que a idade das vinhas passa os 75 anos de idade. As uvas são apanhadas à mão, prensagem pneumática com clarificação do mosto, a fermentação decorre 50% em madeira e 50% em inox, com estágio de 8 meses. A produção é inferior a 500 caixas, coisa pouca para um mundo sedento de o ter nas mãos, a elevada procura aliada à elevadíssima qualidade faz com que seja caro, não tão caro como os topos da Borgonha, mas o seu preço ronda com facilidade os 80€. Não tenho presente a informação se os brancos desta região são de longa ou média guarda, mas neste caso dizem os sommeliers que o vinho deverá ser bebido nos seus primeiros 4-6 anos de vida para depois o deixarmos dormir e só voltar a acordar até que tenha 12-15 anos. Todo um portento num vinho de raro perfil e excepcional qualidade. Em prova o 2003, que se apresenta com 13,5% Vol.
Mas deixem-me mergulhar num dos grandes nomes do mundo do vinho, situado em Courthezon no Sul do Vale do Rhone, mais concretamente na appellation de Chateauneuf-du-Pape fica o Château de Beaucastel. Conta com 400 anos de história e cerca de 110 hectares de vinha, depois de 3 gerações é a família Perrin ( na actualidade Jean-Pierre e François Perrin) que toma conta dos destinos de Beaucastel desde 1909. Os vinhos que ali são produzidos fazem as delícias da enofilia mundial, a gama é composta pelos Coudoulet em versão branco e tinto, e depois pelos Beaucastel, branco e tinto e finalmente pelos direi especiais, o Beaucastel Hommage a Jacques Perrin e o branco Beaucastel Vieilles Vignes.
O Vieilles Vignes, lançado em 1986, é considerado como o melhor branco do sul de França, proveniente de 3 hectares de Roussanne em que a idade das vinhas passa os 75 anos de idade. As uvas são apanhadas à mão, prensagem pneumática com clarificação do mosto, a fermentação decorre 50% em madeira e 50% em inox, com estágio de 8 meses. A produção é inferior a 500 caixas, coisa pouca para um mundo sedento de o ter nas mãos, a elevada procura aliada à elevadíssima qualidade faz com que seja caro, não tão caro como os topos da Borgonha, mas o seu preço ronda com facilidade os 80€. Não tenho presente a informação se os brancos desta região são de longa ou média guarda, mas neste caso dizem os sommeliers que o vinho deverá ser bebido nos seus primeiros 4-6 anos de vida para depois o deixarmos dormir e só voltar a acordar até que tenha 12-15 anos. Todo um portento num vinho de raro perfil e excepcional qualidade. Em prova o 2003, que se apresenta com 13,5% Vol.
No aroma é complexo e envolvente, delicado e com uma grande harmonia de conjunto, madeira plenamente integrada, muito cativante e cheio de coisinhas boas, fruta muito limpa e madura, daquela que cada vez se encontra menos, cheiroso na tropicalidade, pêra, pêssego, sensação de marmelada fresca com mel muito puro e fino. O vinho é muito cativante, direi viciante também, surgem notas de pão torrado, óleo de noz, tudo a conferir uma boa profundidade, com evolução de grande nível no copo, flores e algum vegetal (chá verde). Intrigante ? Diferente ? Personalizado... Único.
Boca de entrada fresca acompanhada de leve untuosidade com boa espacialidade. Toque leve de calda, vivacidade da fruta, tudo muito limpo e esclarecido, alta costura, anisado com a tal frescura suave durante toda a passagem de boca, de sabores concentrados em harmonia digna de registo. Complementa-se com flores e novamente um toque melado, o fundo é forrado a mineralidade. Parece entrar com tudo muito organizado, dentro da boca quase que dá para ir notando cada coisa a seu tempo, os sabores ficam colados aqui e ali e vem a acidez que limpa tudo para no final dominar a mineralidade.
Cheio de detalhes, pleno de encantos, companheiro de luxo para pratos delicados, Galinha da Índia com Couve é um exemplo, um branco memorável e a entrar directamente para os lugares de topo. No meio de tudo isto não posso deixar passar as sempre presentes memórias de um amigo que tanto gostava desta casta. 19 - 97 pts