Copo de 3: julho 2015

31 julho 2015

Pouca Roupa branco 2014


Uma nova marca criada por João Portugal Ramos na necessidade de colocar um degrau que faltava entre o Loios e o Marquês de Borba. Surge então a marca Pouca Roupa, vinho pensado para como o nome indica, os momentos de calor, descontracção e acima de tudo com uma grande facilidade em acompanhar as mais variadas entradas, saladas e pratos adequados a tais momentos. São vinhos frescos, com a fruta sempre presente e a mostrar uma ponta gulosa que os torna atraentes no imediato. O seu final mostra aquela secura que limpa o palato e pede mais um gole. O preço um pouco abaixo dos 4€ atira este vinho para o consumo diário, no entanto para um consumidor do Loios branco como sou, torna-se complicado encontrar neste vinho motivos que me façam mudar de ideia. 88 pts

30 julho 2015

João Portugal Ramos Loureiro 2014


Foi à mesa que em animada conversa o conceituado enólogo me dizia com entusiasmo, "É um sucesso de vendas", poderia João Portugal Ramos estar a referir-se a qualquer um dos seus vinhos ou até do seu mais recente Pouca Roupa. Na verdade o objecto de tamanha satisfação era este Loureiro que já aí ainda em nova colheita (quanto a mim melhor que o anterior) pronto para invadir a mesa dos consumidores. Relembro que é um vinho que aposta essencialmente na frescura, tanto de aromas como de sabor, mostrando um pouco os aromas típicos da casta embora algo contido mas muito bem equilibrado. Um companheiro da mesa, do petisco, da esplanada de praia  em chinelos e em calções de banho. Perfil franco e directo que mostra ser capaz de agradar a muitos com um preço a condizer, não chega aos 4€. Servir fresco a acompanhar uma salada de frango com camarão, uns búzios, umas conquilhas, uns mexilhões com molho tomate, uma sopa de peixe, um arroz de lingueirão... 88 pts

29 julho 2015

Esporão Reserva branco 2014

Chega ao mercado o Reserva branco 2014 da Herdade do Esporão mais uma vez a envergar um bonito rótulo, desta vez da autoria do artista plástico João Queiroz. O cuidado e o bom gosto sempre andaram de mãos dadas na Herdade do Esporão, não vem de agora e foi algo que nasceu logo com o projecto vai para mais de 40 anos. Quanto ao perfil destes "novos" Reserva pouco muda, apenas ligeiras flutuações oriundas do ano de colheita, mas de resto é notável a todos os níveis o trabalho de toda a equipa de enologia. O vinho é daqueles que impõe a sua presença, com corpo muito bem estruturado envolto em ampla dose de frescura, passada larga com aromas e sabores marcantes envoltos num notável trabalho de barrica. Um verdadeiro clássico Alentejano ao melhor nível que a marca nos tem acostumado. 92 pts

Adega de Pegões Colheita Seleccionada Branco 2014


O Adega de Pegões Colheita Seleccionada branco é um vinho fácil de encontrar e com um preço que regra geral não passa dos 3€. A consistência que mostra vai para mais de uma década, colheita atrás de colheita faz com que seja um valor seguro na hora de o levar para casa. Para o apreciador mais distraído a saber que estamos perante um vinho que combina de forma eficaz a frescura com a fruta bem explicita e madura. Como bónus ainda teve uma breve passagem por madeira, aquele nico mais que suficiente para lhe conferir um ligeiro arredondamento que se sente mais na boca que no nariz. Sirva-se com um pouco de tudo mas essencialmente com boa disposição. 89 pts

28 julho 2015

Tons de Duorum branco 2014

No lote das melhores relações preço/satisfação abaixo dos 5€ está, colheita após colheita, o Tons de Duorum branco. Com o preço quase sempre na casa dos 3,99€ é compra mais que ajuizada e que dificilmente irá deixar alguém com má cara. Certo que para muitos, eu incluído, a versão de 2011 terá sido até agora a melhor de todas, mas desde essa altura que tem vindo a sofrer as necessárias afinações e surge agora na colheita 2014 mais fresco e harmonioso. Podemos esperar dele um branco de aroma fresco onde a fruta de qualidade, sem excessos, em conjunto com uma acidez muito viva a banhar os citrinos (limão, lima, toranja) e tons de boa tropicalidade que mostra ter, terminando com ligeira secura. 89 pts

10 julho 2015

VZ branco 2013


Este VZ branco 2013 (Lemos & van Zeller) é um belíssimo branco com estágio de 9 meses em barrica com direito a battonage. É daqueles brancos que nos deixa rendidos face à sua qualidade, que apetece cheirar e beber, dá muito prazer e isso é sempre o mais importante. Conquista pela forma como casa a fruta com a madeira, pela classe e grande categoria com que se apresenta. Dá uma prova cheia de carácter, com o Douro bem vincado num conjunto que entrelaça e envolve com as notas ligeira tosta da barrica e a fruta (pêssego, citrinos, pêra), coeso, sério, marcado por um final tenso e mineral. De igual modo toda a passagem pelo palato se enquadra com o já descrito, muito boa presença, amplo e com ligeira austeridade mineral em fundo. Todo o conjunto remete para um consumo que pode ser imediato ou para guardar por mais uns quantos anos na garrafeira, o prazer está sempre mais do que assegurado num vinho cujo preço ronda os 20€ em garrafeira. 93 pts

Quinta do Portal Black Pur 2012

Inspirado nas invasões Francesas este vinho nasceu do desafio de fazer algo diferente que João Branco, filho do proprietário da Quinta do Portal, lançou ao enólogo Paulo Coutinho. O vinho prima pela diferença, partindo logo de início do campo de vinha experimental onde se foi buscar o improvável dueto Cabernet Sauvignon e Malbec, daí a razão de ser Regional Duriense. Produção muito pequena com embalagem e preço a condizer, ronda os 30€ e vai ser complicado colocar as mãos num destes exemplares. Quanto ao vinho mostra-se de acordo com o desafio proposto, diferente, a inusitada parelha resulta num tinto carregado de fruta fresca e escura (cereja, framboesa, amora) e bem delineada, cacau, perfume floral com fundo morno a lembrar pastelaria. Boca centrada novamente na fruta, saboroso, amplo e fresco, não se nota os 15,3% num vinho que se bebe desde já com muito prazer. Como é apanágio dos vinhos desta casa, será com tempo de garrafa que tudo se irá compor ainda mais, as confirmações disto mesmo está na prova que dá nesta altura o Auru 2001 ou o surpreendente Mural branco 2004. 93 pts

04 julho 2015

Quinta do Portal Late Harvest 2007

Foi o primeiro a ser produzido na Quinta do Portal (Douro) e é até à data o melhor de todos, o tempo serenou-lhe os ânimos e catapultou esta colheita tardia para um caso muito sério. Não se consegue ficar indiferente ao ouro líquido que nos escorre para o copo quando o servimos, depois é um turbilhão de sensações com a frescura a envolver uma sensual gulodice. Perfumado com notas de casca de laranja cristalizada, frutos amarelos com alperce em destaque e com fundo infusão de ervas. Invade o palato numa onda de untuosidade com o toque de doçura suficiente, nem mais nem menos, muito elegante e com um longo final de boca. A servir fresco e a deixar-se render aos seus encantos, o complicado vai ser conseguir arranjar este 2007 a não ser que tenha a sorte de ter alguma perdida no fundo do armário. 93 pts

02 julho 2015

Maçanita branco 2013

Vem de perto da Régua em Poiares, onde se encontra a Vinha da Margarida, situada a 650 metros de altitude, com as castas Viosinho, Gouveio e Malvasia Fina. Passagem apenas a ser feita no frio do inox mostrando ser algo tenso mas muito limpo e definido de aromas centrados nas castas e sem grandes divagações, notas de citrinos em harmonia com aromas florais, um perfume que o torna muito atraente ao mesmo tempo que a frescura o embala. No palato é convincente, cativante, com a acidez a envolver toda a boca numa muito boa harmonia entre fruta/flores e uma mineralidade marcante no final.Tal como o tinto o preço ronda os 10€ em garrafeira. 90 pts

01 julho 2015

Terras da Gama 2012



Um vinho de fácil abordagem, onde a presença de uma fruta mais sumarenta e madura o empurram para um agrado fácil. A pouca complexidade que mostra envolta em toques de compota e alguma passa com  ligeira frescura num conjunto algo linear, bastante melhor o Reserva que em breve irei aqui colocar a respectiva nota. Em termos de prova mostra-se um pouco mais afinado que a colheita anterior, embora dentro do mesmo perfil, com leve austeridade no final de mediana persistência. O preço ronda os 4€ e necessita a meu ver de um rótulo mais jovial e quiçá até mais arrojado, contribuindo dessa fora para dar alguma alegria ao conjunto. 87 pts
 
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