Realizou-se no dia 14 de Maio no Pestana Palace Hotel, Sala Belém a Prova de Excelência do 3º Dão e Douro em Lisboa.
Produtores, vinhos, simpatia e muito apreciador curioso por provar alguns vinhos já no mercado e outros ainda por aparecer, tudo reunido com destaque este ano para um primeiro encontro da blogosfera vínica de Portugal em que os autores se conheceram e trocaram algumas impressões.
Os participantes neste pequeno encontro foram o Copo de 3, Pingas no Copo, Vinho a Copo e Saca a Rolha, juntamente com os responsáveis pelo COV, ao que parece o blog «Que tal o vinho» também esteve presente mas não me recordo que se tenha apresentado.
Feitas as apresentações, pelo simpático e atencioso anfitrião João Roseira, foi tempo para colocar a atenção nas estrelas da tarde... os vinhos. Fica então aqui um breve relato com destaque para os vinhos que pela sua personalidade ou pela sua qualidade mais marcaram durante toda a prova.
As provas começaram pelo Dão, uma zona que tem vindo a aumentar a qualidade dos seus vinhos nos últimos tempos a olhos vistos, sempre com as castas da zona em destaque mas com vinhos a apontar para um perfil mais ao gosto do consumidor actual.
Exemplo disso é por exemplo o novo design adoptado pela Quinta de Cabriz no que toca à garrafa e respectivos rótulos, deste produtor foram provados o Quinta Cabriz Encruzado 2005 que se veio a mostrar um vinho muito fresco e equilibrado, com 50% estágio em inox e 50% em barrica de carvalho o suficiente para lhe dar alguma elegância e estrutura mantendo a boa acidez, um vinho agradável e com uma excelente relação preço/qualidade sendo vendido a cerca de 5€, foi dito pelo responsável presente que o vinho vai deixar de aparecer nas grandes áreas comerciais.
Deste mesmo produtor foi ainda provado o Cabriz Touriga Nacional 2003 um vinho ainda algo duro com madeira presente, fresco de aromas a pedir algum tempo em garrafa, como novidade vai aparecer para o mercado uma colheita tardia feita a partir de Encruzado que promete bastante.
Mudando para a Quinta da Pellada destaque para uma novidade, um Quinta de Saes Rosé 2005 onde este ano deixa de ser Pellada e passa a Saes tal como a casta deixa de ser a Touriga Nacional e passa para a Alfrocheiro, sendo um vinho a mostrar boa tonalidade, aromas frescos, e a mostrar alguma secura final.
Foi provado um Quinta de Saes Reserva Branco 2004 !! que se mostrou um pouco plano de aromas, muito simples e directo sem muito que contar, passando para os tintos o seguinte vinho provado foi o Quinta de Saes Reserva Estágio Prolongado 2004, dos tintos provados foi o que se mostrou mais fácil mas nem por isso o pior, é um vinho com a fruta muito bem casada com a madeira, fresco com baunilha, tosta, floral, tudo em boa dose e harmonia quer em nariz quer em boca com final ligeiramente balsâmico muito agradável.
Provado foi também o Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 que ainda se mostra fechado e a precisar de mais tempo em garrafa para poder brilhar com a dignidade que os melhores varietais desta casa nos acostumaram.
Passando para o produtor ao lado e por sugestão do amigo Rui Miguel, fui provar os vinhos da Quinta da Vegia onde se destacou o Quinta da Vegia Reserva 2003 de perfil sedutor, aveludado e com a frescura balsâmica de fundo que muito me agrada nos vinhos do Dão.
Para acabar o breve passeio por terras de Grão Vasco visitamos desta vez o produtor dos vinhos Terras de Tavares, marca pouco conhecida por terras lusas com grande parte da sua produção a ir para o estrangeiro, sendo um caso de sucesso com o seu famoso Reserva 1997. Este produtor mudou recentemente o rótulo dos seus vinhos, bastante mais inovador e adequado aos tempos de hoje em dia, prometendo para breve o primeiro lançamento no campo dos vinhos brancos. Foi dado a provar dois varietais, um Touriga Nacional e um Jaen, uma casta quase exclusiva do Dão que faz parte da maioria dos grandes vinhos de lote que aqui se produzem. Esta prova deu para melhor entender o perfil do produto final, não ficando colocada de parte a oportunidade de lançar um varietal... a ver vamos, no final foi dado a provar o Terra de Tavares Reserva 2003 que se mostra com um pouco mais de touriga nacional mas dentro da linha dos anteriores vinhos do produtor, a merecer uma prova atenta.
Apanhamos a boleia dos nossos companheiros de viagem e entramos no Douro com uma breve passagem pela Quinta das Tecedeiras onde o Touriga Nacional 2003 se mostrou bem à altura, feito pelo mesmo enólogo do Cabriz Touriga Nacional 2003, a mesma casta, mesmo ano, mas as duas regiões a ditarem as regras e o perfil final do vinho a ser bem diferente.
Com uma curta passagem pela Quinta do Infantado fomos recebidos pelo João Roseira que nos apresentou o Quinta do Infantado 2003, vinho bastante agradavel e bem feito, certinho e com tudo no sítio, seguindo viagem fomos convidados a provar os vinhos da VDS - Vinhos do Douro Superior onde a estrela que mais brilhou foi um excelente Castello d´Alba Vinhas Velhas 2004 Branco, um vinho guloso e refrescante ao mesmo tempo, untuoso, amanteigado, com notas de torrados em companhia com a fruta, sem dúvida um dos melhores exemplares brancos do Douro, seguindo viagem com curta paragem pelos Lavradores de Feitoria onde provamos o seu novo Sauvignon Blanc 2005 em grande forma mostrando-se fresco, frutado com leve mineral num conjunto bem melhor que o anterior 2003.
Segue viagem com paragem na Quinta da Gaivosa onde o simpático Tiago Alves de Sousa, filho do conhecido produtor apresentou os seus novos vinho em que se destacou acima de todos os outros um belíssimo Alves de Sousa Reserva Pessoal 2003 Branco cheio de personalidade e com anos pela frente, um vinho a rever com a atenção merecida.
Mesmo ao lado foram provados os vinhos Aneto 2003 que me agradou muito, ainda tem muito que mostrar e vai ganhar bastante com um repouso na garrafeira, seguindo nas prova foi a vez de provar alguns vinhos da Kolheita de Ideias onde convém destacar o novo Esboço Branco 2005 e o Kolheita 2003, da casa Niepoort em prova um Tiara bem mais fresco e mineral que a versão anterior, um Charme 2004 e um Batuta 2004 ambos em excelente forma e um Niepoort Porto 2005 muito guloso e já a dar uma boa prova.
No final a destacar a boa organização do evento, com alguns vinhos a acabarem ao aproximar do fecho das portas o que revela um bom número de visitantes e de procura.
Resta-me enviar cumprimentos a todas as pessoas com quem fui falando durante o Encontro e que para o ano lá estaremos.