Copo de 3: maio 2006

30 maio 2006

PROVA Herdade Paço do Conde 2004

A zona de Beja começa a destacar-se cada vez mais com novos projectos no mundo do vinho, alguns projectos começaram faz poucos anos e têm vindo a evoluir com tempo oferecendo alguns vinhos bastante interessantes ao consumidor. Do produtor Sociedade Agrícola Encosta do Guadiana, Lda. onde o enólogo Rui Reguinga e Cláudia Favinha tomam conta deste projecto, temos de seguida a prova dos Herdade Paço do Conde (de realçar a excelente apresentação do conjunto): Tinto 2004, Rosé 2005 e o Branco 2005.

Elaborado a partir das castas Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon com direito a 3 meses de estágio em carvalho francês e americano, apresentando-se com 13,5% e uma tonalidade ruby escuro de concentração média.

No nariz mostra boa intensidade com notas vegetais a aparecerem em primeiro plano com certo toque a pimento, dando lugar a fruta madura (vermelha e negra) em companhia de toques torrados em conjunto com ligeira sensação de compota, baunilha, e de fundo umas sugestões a cacau, café e fumo.
Na prova de boca a mostrar bom corpo, com toque leve toque vegetal e fruta presente na companhia de torrados, redondo e macio com a acidez presente a dar boa frescura durante a prova, mostra-se elegante e algo guloso em final médio.
Um vinho que se mostrou muito agradável, correcto e bem feito a ser uma boa surpresa... ou talvez não visto que é considerado Melhor Compra 2005 pela Revista dos Vinhos, com um preço indicado de 4€
15,5

PROVA Herdade Paço do Conde Branco 2005


Elaborado a partir de Antão Vaz e Arinto, fermentação e estágio em inox, apresenta-se com uma tonalidade amarelo citrino de fraca intensidade, com 12%
Não se mostrando muito exuberante de aromas, mostra um leve floral aliado a um toque de fruta madura (limão e ananás) mas tudo muito passageiro com um toque mineral de fundo, tudo muito suave e quase sem deixar rasto.
Na prova de boca é fraco de corpo, com a fruta a marcar presença aliada a uma acidez em dose reduzida que não dá o suficiente para o vinho cativar, com persistência final baixa. É um vinho que mal se acaba de beber já se esqueceu.
Pelos 3,50€ que custa temos melhores opções de compra no mercado.
12

PROVA Herdade Paço do Conde Rosé 2005

Um rosé alentejano da zona de Beja, elaborado a partir das castas Aragonez e Cabernet Sauvignon, de tonalidade ruby intenso com reflexos alaranjados e 12,5%
A mostrar fruta vermelha madura (amora, morango) presente na prova de nariz, em conjunto fresco com boa intensidade aromática e ligeiro floral ao lado de toque vegetal de fundo derivado do Cabernet.
Na boca é de corpo fino e elegante, acidez a dar leve frescura ao conjunto, fino na prova, sem grande complexidade com final de persistência baixa/média mas tem tudo para ser um bom companheiro das tardes de Verão, um pouco mais de acidez seria bem vinda. Vinho com um preço a rondar os 3,50€
13,5

PROVA Monte Seis Reis Rosé 2005

Em prova o primeiro rosé do produtor Monte Seis Reis, elaborado a partir das castas Trincadeira Preta, Aragonês e Castelão, com 13% e uma tonalidade ruby vivo com uma boa concentração, um pouco mais carregado que os normais rosés.
Na prova de nariz é fresco e não muito exuberante com presença de fruta vermelha (amora, morango) presente no conjunto com um leve floral de fundo.
Melhor na prova de boca, com acidez a dar frescura ao conjunto que mesmo assim não é tanta como se podia esperar, fruta a marcar presença em conjunto com toque leve adocicado num estilo muito afinado e simples, final médio de suave persistência.
Sem ser exuberante mostra bom nível, discreto e muito equilibrado saindo fora das bombas gulosas apesar de se ficar com a sensação durante a prova de que falta qualquer coisa, com um preço a rondar os 4€ um vinho que pede para acompanhar umas massas ou saladas. Era de esperar mais vindo deste produtor.
14,5

PROVA Montevalle branco 2005

Da região do Douro, sai do produtor Bago de Touriga pelas mãos de João Roseira e Luís Soares Duarte este Montevalle 2005, elaborado a partir das castas Gouveio, Viosinho, Rabigato entre outras, com direito a 5 meses de estágio em inox e engarrafando um total de 10500 garrafas com 12,5% e tonalidade amarelo de leve concentração com leve tonalidade dourada. Em prova a garrafa nº 4938.
Na prova de nariz mostra uma frescura aliada a uma boa intensidade aromática com destaque para a fruta tropical (maracujá, líchia, ananás) e branca (pêra, maçã) madura, no conjunto a notar-se, ainda que ligeiro, um leve floral que combina com a fruta e um fundo mineral.
Na prova de boca corpo suave com a fruta a marcar presença, acidez a dar boa dose de acidez ao conjunto, leve mineral no final de persistência média.
Um vinho fresco e agradável pronto a ser bebido nos tempos mais quentes.
14,5

24 maio 2006

PROVA Coop Borba Trincadeira & Alicante Bouschet 2004

A Coop de Borba consegue mais uma vez ano após ano destacar-se com alguns dos seus Varietais e Bi-Varietais, depois de um Trincadeira & Alicante Bouschet 2003 cheio de sucesso e que se revelou melhor com mais um tempo em garrafa, neste momento está a dar uma bela prova, o novo 2004 não se fica por menos e segue as pegadas do anterior com destaque em várias provas realizadas.
Esta nova versão teve direito a estágio de 4 meses em barricas novas de carvalho francês apresenta-se com 14% e uma tonalidade granada escuro de boa concentração.
Na prova de nariz, mostra-se com fruta (amora, ameixa) bem madura e até ligeira compota com ligações a notas vegetais, abrindo ligeiramente com o tempo para tabaco, ligeiros torrados com baunilha presente dando lugar a ligeiro fumo, uma pitada de especiarias com mentolado de fundo, tudo bem estruturado e a mostrar um perfil quente sem chegar a ser enjoativo devido a uma acidez bem colocada e que dá frescura ao vinho.
Na boca tem boa estrutura com equilíbro do conjunto, boa acidez a dar boa dose de frescura ao vinho, levemente adocicado derivado da fruta bem madura acompanhado de algum torrado e por uma secura vegetal envolvente que acaba em fundo balsâmico a dar uma persistência final média/alta.
O vinho mostra-se muito semelhante à anterior colheita podendo a nota de prova como a nota final ser muito semelhante à versão de 2003, é um vinho que se mostra pronto a evoluir nobremente na garrafeira por mais algum tempo para ficar tão bom ou melhor que o anterior. Grande aposta face ao preço de 6€ na Wine Shop da Coop de Borba.
16,5

PROVA Quinta do Além Tanha Vinhas Velhas 2003

Mais uma novidade do Douro, da Quinta dos Avidagos sai este Vinhas Velhas, um vinho elaborado a partir das castas Tinta Amarela, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinta Carvalha e Touriga Franca, provenientes de uma quinta de Riba Corgo, que deram origem a um vinho granada intenso de média concentração com 15%
A mostrar boa intensidade aromática no nariz, fruta negra muito madura e apontamento vegetal com toque balsâmico, leve marmelada, torrados, baunilha, cacau e café com notas de compota, massa-pão, sensação de adocicado e leve ponta de álcool no fundo, tudo num perfil maduro e quente a mostrar a fruta bem integrada com a madeira.
Na prova de boca tem garra, estruturado e passagem de boca com acidez a dar frescura que se torna agradável em companhia de alguns torrados, café e baunilha a fazerem companhia à fruta presente, com ligeira secura final de persistência média/alta.
16,5

PROVA Quinta de Cabriz Reserva 2003

Mais um vinho da Quinta de Cabriz desta vez o seu Reserva 2003, elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz com direito a estágio em barricas de carvalho francês, apresenta-se com uma tonalidade ruby escuro com média concentração e 13,5%
No nariz mostra-se com uma intensidade aromática mediana, em destaque a fruta madura , leve toque de caruma de pinheiros, torrados, tabaco e fumo com fundo ligeiro balsâmico, tudo em perfil afinado e sem grandes destaques.
Na boca temos mais do mesmo, bom corpo, a presença de fruta com algum torrado, lado vegetal a dar leve secura que combina com um final ligeiro e balsâmico de persistência média, tudo muito bem integrado e sem mais para contar em perfil fácil e sem grandes complexidades com um preço que ronda os 8€
15,5

21 maio 2006

Jantar do Copo de 3

Para comemorar o seu primeiro aniversário o Copo de 3 juntou alguns amigos e realizou uma prova de vinhos seguida de um jantar.
O local escolhido foi o Restaurante Taverna dos Conjurados, em Vila Viçosa, onde por volta das 19.00 horas após a chegada dos convidados se deu início à prova de vinhos.
O primeiro vinho provado é uma novidade ainda não lançada no mercado, trata-se do primeiro rosé da Herdade das Servas elaborado com 50%Touriga Nacional e 50% Syrah que se mostrou bastante fresco e aromático com parte floral aliada a fruta e alguma especiaria sem grandes exageros e com tudo no sítio, sendo na boca fresco com harmonia e alguma doçura em bom final de boca. Salientar que o mesmo ainda não estava estabilizado e que foi como amostra.
Segundo vinho provado e ainda com o espírito do Dão e Douro foi provado um Quinta de Cabriz Touriga Nacional 2003, a confirmar a nota de prova aqui colocada. Um Touriga a mostrar-se diferente com o perfil Dão bem marcante.
Passando desta vez para o Douro o vinho provado foi um Quinta das Tecedeiras Touriga Nacional 2003 que se revelou bem melhor que o seu colega do Dão, mais harmonioso, menos fresco e com a madeira mais harmoniosa com notas de baunilha, torrados, amanteigado, na boca bastante correcto e sedoso, um vinho muito agradavel.
Mais uma volta ao Dão e a prova de um Quinta de Cabriz Reserva 2003, mostrando-se um vinho mais simples sem muito que contar, tem pouco que mostrar e a mostrar-se um pouco «simple and flat wine» como disse e bem um provador Holandês presente no jantar.
Mais uma volta para o Douro e uma curiosidade vinda directamente do Dão e Douro colocada na mesa, uma amostra do Batuta 2005, que se veio a revelar como o melhor vinho da prova já a mostrar a classe e a categoria de um grande vinho. Frescura acima de tudo, com uma belíssima prova de boca. Agora vamos esperar pelo estágio de barrica para ganhar mais complexidade e aromas derivados da madeira... mas para já é uma autêntica delícia.
Acabando a prova com dois vinhos da região espanhola de Toro, colocados em prova pelo amigo Abílio Neto. O primeiro provado foi um Cañus Verus Viñas Viejas 2003, a mostrar-se com muita muita fruta madura presente, perfil duro e cheio de força, revelando a pujança dos vinhos de Toro.
O último vinho em prova, e já colocado a decantar cerca de 1hora antes, de nome Alinde 2004 parecia prometedor mas ao provar foi detectada uma leve contaminação por TCA, mas pelo que deu para ver é um vinho ainda muito duro e pujante.
Encerrada a prova, foi altura de começar o jantar.
Foram servidas como entradas:
Pimentos Assados
Cabeça de Xara
Morcela com Ananás
Chouriço grosso de Porco Preto
Patê de veado com frutos silvestres
Queijo de ovelha gratinado em azeite
Cogumelos na chapa recheados com presunto
As quais foram acompanhadas pelo Coop Borba Antão Vaz/Arinto 2004 um vinho que se revela com uma excelente relação preço/qualidade e uma bela aposta para o Verão mostrando-se fresco com boa acidez e um toque mais elegante de baunilha derivada da madeira.
Como prato de peixe foi servido um excelso Bacalhau dos Duques, uma receita proveniente de um dos últimos banquetes celebrados no Palácio de Vila Viçosa, e que se revelou como o ponto alto do jantar, o qual foi acompanhado por Fonte Mouro Colheita Seleccionada Branco 2004, um varietal Antão Vaz, que com a passagem de pouco tempo no copo se revelou um belo vinho branco e um fiel companheiro do prato em questão. Este vinho conquistou literalmente os Países Baixos pelo que foi considerado a «Great white wine from Portugal»
Na parte da carne, o prato em questão que agora não me recordo do nome, seria um lombo de porco preto laminado em frio e escaldado previamente com o molho quando vai para a mesa, um prato que não fez frente ao prato anterior mas que ligou muito bem com a estrela da noite, um Herdade das Servas Reserva 2003, o qual teve uma breve apresentação pelo seu enólogo Tiago Garcia, em que deu para comparar o mesmo vinho decantado e por decantar e que se veio a mostrar um dos grandes vinhos do Alentejo, onde a harmonia é a palavra de ordem.
Para terminar nos doces, foram servidos: Manjar de Requeijão, Leite Creme e um Manjar dos Conjurados em que o vinho para acompanhar foi um Alves de Sousa LBV 1999 que se mostrou fresco, doce, maduro, redondo e guloso.
Foi uma noite para recordar, em que o convívio e a boa disposição de um grupo de amigos à volta do vinho se revelou de muito bom nível e com vontade de repetir.
Até à próxima...

20 maio 2006

1º Aniversário do Copo de 3

Foi neste Sábado dia 20 de Maio que o Copo de 3 comemorou o seu primeiro ano de vida, como prenda foi atingido o bonito número das 20.000 visitas o que nunca esperava vir a acontecer tão cedo.
Começou como uma simples brincadeira para uso pessoal, um local onde eu vinha colocar as minhas notas de prova, os relatos dos jantares e provas com os meus grandes amigos das provas, dos petiscos... os amigos verdadeiros e de uma vida.
Foi da força que as pessoas mais próximas me deram que avancei para uma nova mentalidade do Copo de 3... a de deixar de ser um projecto que partilhava apenas comigo para um projecto a partilhar com todos os enófilos interessados, e penso que seja este o caminho a seguir.
Entendi que seria interessante dar a conhecer algumas adegas bem conhecidas de muitos de nós apenas pelos nomes dos rótulos fazendo visitas com pequenas reportagens e sempre que possível provar alguns vinhos dessas mesmas adegas, as entrevistas a profissionais do ramo e a gente apaixonada com a sua visão pessoal de encarar o vinho penso que veio dar uma grande ajuda, a partilha da paixão que nos une, a possibilidade de aprender sempre qualquer coisa com os outros.
A linha de vinhos provados e mesmo a dita «filosofia» da prova seguida pelo Copo de 3 é completamente livre de qualquer complexo... pois nem só de provas de topos de gama vive o consumidor, e quem procura vinho para o dia a dia tem o direito de saber que vinhos estão em melhor ou pior forma.
Vamos deixar o tempo passar, mais novidades estão a caminho... as entrevistas vão continuar, as reportagens também como tanta outra coisa.
Neste ano que passou muita coisa aconteceu, com alguns altos e baixos, com vinhos a agradar mais que outros mas sempre com o mesmo objectivo, o de dar a conhecer O VINHO e o seu mundo, tentando colocar em destaque o vinho e nunca a pessoa que o prova.
Agradeço desde já a todas as pessoas que me deram força e aqui fica a promessa que o Copo de 3 vai continuar a dar o seu melhor pois é isso que vocês merecem.

19 maio 2006

Screwcap não é o que parece...

Depois de muitos produtores abandonarem a cortiça para as rolhas de rosca ou Screwcap eis que um recente estudo realizado pelo investigador Neo Zelandês Alan Limmer, num artigo publicado numa revista da especialidade, revela que as ditas screwcaps podem gerar aromas a enxofre.
Uma questão fundamental e que se mete é se a rolha de cortiça permite a entrada de oxigénio nos vinhos e a screwcap cria o que se denominou de SLO, sulphur-like-odour.
Alan Limmer, doutorado em Química e é director da Comissão de Vitivinicultores da Nova Zelândia, parte de um estudo baseado na oxidação e redução dos vinhos, conhecido como potencial redox, afirma que com as screwcap os vinhos envelhecem de forma diferente e a um ritmo mais lento, devido a que ao engarrafar a entrada de oxigénio é nula, o que acaba de gerar aromas denominados por SLO.
A questão pertinente colocada é se a rolha de cortiça permite uma respiração mesmo que muito reduzida, que vá permitir uma evolução mesmo que lenta acompanhada da libertação dos complexos sulfurosos revelando-se muito mais viável que as novas tecnologias de engarrafamento.
Segundo o que afirma este investigador « A screwcap favorece o aparecimento de uma reacção sulfurosa indesejada a seguir ao engarrafamento, a rolha de cortiça desfavorece essa reacção»
Afinal e pelo que parece a rolha de cortiça continua a ser o melhor vedante para os vinhos, sejam eles de consumo imediato ou de guarda... resta ver o desenvolvimento destes estudos.
E já agora uma questão para pensar:
Qual a seriedade da utilização de Vinhos com Screwcaps na Restauração ?
info retirada de Revista Enovitis nº4

Conversas com o vinho...

Já por variadas vezes aconteceu falar com amigos sobre vinhos provados e ouvir o seguinte... esse vinho não me diz nada ou por exemplo que não se entende determinado de vinho, ou então que este vinho não dá para conversar com ele...
Ora bem que veja isto pode pensar que esta gente dos vinhos sofre de algum mal... pois mas não é bem assim pois o simples facto de dialogar com um vinho pode fornecer muita informação sobre o mesmo...
Afinal eu também gosto de falar com o vinho, penso que isso é fundamental para bem nos entendermos e saber entender o que ele nos diz então nem se fala... o pior é quando se abre o dito e a conversa não se entende, pode estar muito doente ou mesmo morto, mas também pode estar bem de saúde e nesse caso convém saber a nacionalidade do mesmo.
Analisando os casos temos:

Primeiro pode estar morto faz tanto tempo que pelo cheiro está tudo dito, ou então ainda não cheira pq morreu faz pouco tempo, também pode estar doente e a cura ser impossível.

Depois temos a possibilidade de um vinho ser estrangeiro e nesse caso ou se tem umas noções dessa mesma linguagem ou estamos feitos e não vamos entender nada da conversa, por vezes faz falta um dicionário para sabermos de onde vem, como se chama ou até quantos anos tem,
por isso mesmo no mundo do vinho convém ser um poliglota e dominar algumas das línguas mais faladas, sem ser o Português temos o Espanhol, Inglês, Francês, Alemâo ou Italiano

Outra questão preocupante é o provador conseguir descobrir o estado humorístico do dito, podemos ter sorte e ser um daqueles muito simples e sem complexos que conta a história toda da sua vida e não se cala... por vezes a conversa nem chega a ser conversa, pois pode simplesmente falar e ir embora.

Outro dos tipos que se podem encontrar é o tipo mais reservado e calmo, que temos de ir falando num tom calmo e sem pressas, colocando as nossas perguntas e obtendo as nossas respostas.

Um tipo que também pode aparecer é o casmurro, aquele que não quer falar, que por uma razão ou outra está mal com a vida, revoltado, confuso de ideias e não se lembra como ali foi parar, zangado mesmo, e que nos agride no meio do nariz sem qualquer razão, a este tipo de vinho é altamente recomendável colocar o mesmo no castigo... isto é, colocamos o dito numa sala estreita apenas com uma única saida, para que refresque as ideias, podem chamar-lhe decanter.
Muitos deles passado uma hora costumam lembrar-se de tudo e estão prontos para uma boa conversa... enquanto outros podem precisar de um tempo mais alargado.
Em casos extremos esse tempo pode ser tal, que o coitado mais valia ter ficado deitado sem ser incomodado.

O importante nisto tudo é pensarmos que a estrela não somos nós mas sim o que está à nossa frente, o VINHO, e que convem tentarmos sempre ter uma conversa amena e correcta e no final da mesma podemos sempre aprender bastante, e não se esqueça de o colocar a uma temperatura adequada... não o vai querer a bater os taninos nem a suar por todos os lados pois não ?

18 maio 2006

PROVA Quinta de Cabriz Touriga Nacional 2003

A casta Touriga Nacional é considerada a rainha das nossas castas, mas é em grande parte graças ao Dão que possivelmente ganhou maior parte da fama que goza nos dias de hoje, sendo uma casta que dá origem a alguns dos grandes vinhos desde o Douro ao Alentejo, passado pelo Dão, Estremadura, Ribatejo e Setúbal.
Em prova temos um vinho do Dão, da Quinta de Cabriz pertencente ao gigante Dão Sul, um extreme Touriga Nacional feito pela equipa Carlos Lucas e Carlos Moura, que teve um estágio de 6 meses em barricas novas de carvalho francês com uma tonalidade granada escura de boa concentração cromática, e 14%
Com uma boa intensidade aromática, chama a atenção a sua frescura de conjunto onde em primeiro plano temos a noção de notas florais (violetas, esteva) em companhia de algum balsâmico (pinheiros) dando lugar a uma fruta negra muito madura a que se juntam alguns leves aromas de baunilha, tabaco, torrados, fumo, com um leve especiado (pimenta) no final.
Na prova de boca mostra um bom corpo, de boa estrutura, fruta presente num vinho cheio e a preencher o palato deixando um rasto com leve secura vegetal e de final balsâmico em persistência final média/alta com acidez a dar frescura ao vinho, tudo isto em perfil elegante e muito agradável.
Um belíssimo Touriga Nacional a rondar os 10€, mostrando que ainda vai aguentar mais uns tempos na garrafa, em que a palavra frescura domina na prova.
17

PROVA Fuzeta 2003

Para um consumidor de vinhos falar em vinho do Algarve é quase o mesmo que nada, uma zona que pouco tem contribuído para o panorama vínico de Portugal apesar de nos últimos anos ter vindo a mostrar alguns bons resultados.
Este vinho aqui provado é um exemplo do que já foi dito, um produtor da zona da Luz de Tavira, que lança um vinho representativo da nova onda de vinhos do Algarve, o Fuzeta 2003 que se mostrou com 14% e é um vinho de lote onde as castas não são referidas.
Com tonalidade granada de média concentração, mostra na prova de nariz uma intensidade mediana de aromas com presença de fruta vermelha madura com alguma compota, fresco de aromas com ligeiro vegetal, algum couro, especiaria ligeira com um toque de álcool no fundo.
Na boca tem entrada de corpo médio, fresco, fruta presente, especiado, balsâmico de fundo com final ligeiramente seco e persistência média.
Um vinho a destacar dentro do panorama de vinhos Algarvios mas nada mais que isto.
13,5

PROVA Quinta da Vegia 2004

Mais um vinho do produtor Casa de Cello e da sua Quinta da Vegia situada em Penalva do Castelo perto de Viseu, elaborado com as castas Aragonês e Touriga Nacional, de tonalidade granada escuro de boa concentração e com 13%
Vinho de aromas frescos com toque vegetal inicial em companhia de fruta negra/vermelha madura, sensação floral e leve baunilha aliada a uns torrados suaves e bem colocados, ligeiro toque fumado de fundo em perfil harmonioso e afinado.
Na prova de boca tem um corpo de estrutura mediana, fresco e com fruta presente, mostrando-se equilibrado e bastante agradável com uma ligeira secura vegetal em final balsâmico de boa persistência.
Preço a rondar os 12€ num vinho bem feito, mostrando-se afinado e fresco que vai melhorar com mais um tempo de garrafa.
16

PROVA Quinta da Vegia Reserva 2003

Depois de um inspirante Dão e Douro é altura de voltar a novas provas, hoje em destaque um vinho que me foi aconselhado pelo amigo Rui Miguel (Pingas no Copo) e que após provar no dito evento achei que merecia uma prova mais atenta.
Pois cá estamos, do produtor Casa de Cello e da sua Quinta da Vegia situada em Penalva do Castelo perto de Viseu, sai este vinho em que o conjunto bastante elegante garrafa/rótulo em muito lembra o look de alguns Borgonha.
Das mãos do enólogo Anselmo Mendes sai este Reserva 2003, elaborado a partir das castas Touriga Nacional e Aragonês, com estágio de 5 meses em barrica com mais 15 meses em garrafa apresentando-se um vinho de tonalidade granada escuro de concentração média/alta e com 13%
Vertendo este néctar no copo o impacto inicial na prova de nariz prende de imediato as atenções, levando-nos a segurar no copo e começar uma viagem de sensações, começando com uma arajem floral (violetas) em conjunto com fruta (vermelha e negra) muito madura, com ligeira compota a fazer companhia a torrados, ligeiro café, caramelo de leite, tudo com uma bela harmonia num perfil ao mesmo tempo fresco e muito agradável com um balsâmico de fundo em companhia de leve vegetal.
Na boca mostra-se elegante com uma entrada muito fresca, fino e equilibrado, fruta presente a dar uma passagem de boca muito boa com notas balsâmicas de grande nível em final longo e persistente.
Um Dão com D grande, cheio de personalidade e a mostrar-se muito fiel ao padrão que caracteriza os vinhos desta zona... um vinho notável. 17,5

15 maio 2006

Prova de Excelência 3º Dão e Douro

Realizou-se no dia 14 de Maio no Pestana Palace Hotel, Sala Belém a Prova de Excelência do 3º Dão e Douro em Lisboa.
Produtores, vinhos, simpatia e muito apreciador curioso por provar alguns vinhos já no mercado e outros ainda por aparecer, tudo reunido com destaque este ano para um primeiro encontro da blogosfera vínica de Portugal em que os autores se conheceram e trocaram algumas impressões.
Os participantes neste pequeno encontro foram o Copo de 3, Pingas no Copo, Vinho a Copo e Saca a Rolha, juntamente com os responsáveis pelo COV, ao que parece o blog «Que tal o vinho» também esteve presente mas não me recordo que se tenha apresentado.
Feitas as apresentações, pelo simpático e atencioso anfitrião João Roseira, foi tempo para colocar a atenção nas estrelas da tarde... os vinhos. Fica então aqui um breve relato com destaque para os vinhos que pela sua personalidade ou pela sua qualidade mais marcaram durante toda a prova.

As provas começaram pelo Dão, uma zona que tem vindo a aumentar a qualidade dos seus vinhos nos últimos tempos a olhos vistos, sempre com as castas da zona em destaque mas com vinhos a apontar para um perfil mais ao gosto do consumidor actual.
Exemplo disso é por exemplo o novo design adoptado pela Quinta de Cabriz no que toca à garrafa e respectivos rótulos, deste produtor foram provados o Quinta Cabriz Encruzado 2005 que se veio a mostrar um vinho muito fresco e equilibrado, com 50% estágio em inox e 50% em barrica de carvalho o suficiente para lhe dar alguma elegância e estrutura mantendo a boa acidez, um vinho agradável e com uma excelente relação preço/qualidade sendo vendido a cerca de 5€, foi dito pelo responsável presente que o vinho vai deixar de aparecer nas grandes áreas comerciais.
Deste mesmo produtor foi ainda provado o Cabriz Touriga Nacional 2003 um vinho ainda algo duro com madeira presente, fresco de aromas a pedir algum tempo em garrafa, como novidade vai aparecer para o mercado uma colheita tardia feita a partir de Encruzado que promete bastante.
Mudando para a Quinta da Pellada destaque para uma novidade, um Quinta de Saes Rosé 2005 onde este ano deixa de ser Pellada e passa a Saes tal como a casta deixa de ser a Touriga Nacional e passa para a Alfrocheiro, sendo um vinho a mostrar boa tonalidade, aromas frescos, e a mostrar alguma secura final.
Foi provado um Quinta de Saes Reserva Branco 2004 !! que se mostrou um pouco plano de aromas, muito simples e directo sem muito que contar, passando para os tintos o seguinte vinho provado foi o Quinta de Saes Reserva Estágio Prolongado 2004, dos tintos provados foi o que se mostrou mais fácil mas nem por isso o pior, é um vinho com a fruta muito bem casada com a madeira, fresco com baunilha, tosta, floral, tudo em boa dose e harmonia quer em nariz quer em boca com final ligeiramente balsâmico muito agradável.
Provado foi também o Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004 que ainda se mostra fechado e a precisar de mais tempo em garrafa para poder brilhar com a dignidade que os melhores varietais desta casa nos acostumaram.
Passando para o produtor ao lado e por sugestão do amigo Rui Miguel, fui provar os vinhos da Quinta da Vegia onde se destacou o Quinta da Vegia Reserva 2003 de perfil sedutor, aveludado e com a frescura balsâmica de fundo que muito me agrada nos vinhos do Dão.
Para acabar o breve passeio por terras de Grão Vasco visitamos desta vez o produtor dos vinhos Terras de Tavares, marca pouco conhecida por terras lusas com grande parte da sua produção a ir para o estrangeiro, sendo um caso de sucesso com o seu famoso Reserva 1997. Este produtor mudou recentemente o rótulo dos seus vinhos, bastante mais inovador e adequado aos tempos de hoje em dia, prometendo para breve o primeiro lançamento no campo dos vinhos brancos. Foi dado a provar dois varietais, um Touriga Nacional e um Jaen, uma casta quase exclusiva do Dão que faz parte da maioria dos grandes vinhos de lote que aqui se produzem. Esta prova deu para melhor entender o perfil do produto final, não ficando colocada de parte a oportunidade de lançar um varietal... a ver vamos, no final foi dado a provar o Terra de Tavares Reserva 2003 que se mostra com um pouco mais de touriga nacional mas dentro da linha dos anteriores vinhos do produtor, a merecer uma prova atenta.

Apanhamos a boleia dos nossos companheiros de viagem e entramos no Douro com uma breve passagem pela Quinta das Tecedeiras onde o Touriga Nacional 2003 se mostrou bem à altura, feito pelo mesmo enólogo do Cabriz Touriga Nacional 2003, a mesma casta, mesmo ano, mas as duas regiões a ditarem as regras e o perfil final do vinho a ser bem diferente.
Com uma curta passagem pela Quinta do Infantado fomos recebidos pelo João Roseira que nos apresentou o Quinta do Infantado 2003, vinho bastante agradavel e bem feito, certinho e com tudo no sítio, seguindo viagem fomos convidados a provar os vinhos da VDS - Vinhos do Douro Superior onde a estrela que mais brilhou foi um excelente Castello d´Alba Vinhas Velhas 2004 Branco, um vinho guloso e refrescante ao mesmo tempo, untuoso, amanteigado, com notas de torrados em companhia com a fruta, sem dúvida um dos melhores exemplares brancos do Douro, seguindo viagem com curta paragem pelos Lavradores de Feitoria onde provamos o seu novo Sauvignon Blanc 2005 em grande forma mostrando-se fresco, frutado com leve mineral num conjunto bem melhor que o anterior 2003.
Segue viagem com paragem na Quinta da Gaivosa onde o simpático Tiago Alves de Sousa, filho do conhecido produtor apresentou os seus novos vinho em que se destacou acima de todos os outros um belíssimo Alves de Sousa Reserva Pessoal 2003 Branco cheio de personalidade e com anos pela frente, um vinho a rever com a atenção merecida.
Mesmo ao lado foram provados os vinhos Aneto 2003 que me agradou muito, ainda tem muito que mostrar e vai ganhar bastante com um repouso na garrafeira, seguindo nas prova foi a vez de provar alguns vinhos da Kolheita de Ideias onde convém destacar o novo Esboço Branco 2005 e o Kolheita 2003, da casa Niepoort em prova um Tiara bem mais fresco e mineral que a versão anterior, um Charme 2004 e um Batuta 2004 ambos em excelente forma e um Niepoort Porto 2005 muito guloso e já a dar uma boa prova.
No final a destacar a boa organização do evento, com alguns vinhos a acabarem ao aproximar do fecho das portas o que revela um bom número de visitantes e de procura.
Resta-me enviar cumprimentos a todas as pessoas com quem fui falando durante o Encontro e que para o ano lá estaremos.

14 maio 2006

3º Dão e Douro, em Lisboa de 4 a 14 de Maio


Bem vindo ao 3º Dão e Douro, em Lisboa.
Entre os dias 4 e 14 de Maio de 2006, Lisboa volta a receber as duas mais prestigiadas regiões vitivinícolas portuguesas, o Dão e o Douro.
48 dos melhores Vinhos e Produtores das duas Regiões dão-se a conhecer em Lisboa numa parceria com Garrafeiras de referência e Restaurantes de prestígio.
A parceria com as Garrafeiras, onde será possível degustar e obter descontos na compra dos vinhos do Dão e Douro, e com os Restaurantes, onde serão servidos vinhos do Dão e Douro a copo e em garrafa a preços reduzidos, vai contribuir para que a harmonia entre o copo e o prato, no conforto do lar ou fora dele, se torne inesquecível para os amantes do bom vinho.


O 3º Dão e Douro, em Lisboa encerra com um Leilão de Vinhos Raros, um charity event com a receita a reverter a favor da Associação Sol e da Biocoop, no sábado 13 de Maio e a Prova de Excelência, reunindo todos os produtores, domingo 14 de Maio, no Hotel Pestana Palace entre as 15h00 e as 20h00. Em prova vão estar cerca de 200 vinhos, incluindo as novidades da vindima de 2005, o que confere um carácter único (no panorama nacional) e irrepetível a este evento.
A acompanhar os produtores de vinho vão estar produtores de azeite, queijos, enchidos e doces regionais. Estes são os imensos sabores com que qualquer visitante do 3º Dão e Douro, em Lisboa terá oportunidade de se deliciar…
E você está convidado!

Produtores presentes na prova de dia 14 - Dão: Casa de Darei, Casa de Mouraz, Casa de Santar, Quinta da Falorca, Quinta da Pellada, Quinta da Vegia, Quinta de Cabriz, Quinta do Penedo, Quinta do Perdigão, Quinta dos Roques, Terras de Tavares, Vinha de Goje, Vinhos Borges, Vinícola de Nelas, Dão e Douro DADO, Douro: Alves de Sousa, Aneto, Bago de Touriga, Calheiro Cruz, Casa de Santa Eufémia, Esmero, Kolheita de Ideias, Lavradores de Feitoria, Niepoort, Poeira, Quanta Terra, Quinta da Pacheca, Quinta da Revolta, Quinta da Veiga, Quinta das Tecedeiras, Quinta de la Rosa, Quinta do Cachão, Quinta do Infantado, Quinta do Monte Travesso, Quinta do Tedo, Quinta dos Avidagos, Taylor’s, VDS, Vertice, Vicente Leite Faria, Vinhos Borges.

Esta e outras informações mais detalhadas no site http://www.daoedouro.com/

13 maio 2006

PROVA Anta da Serra Branco 2005

Depois de uma boa surpresa que foi a colheita 2004, relembrar que obteve uma Talha de Prata nos Brancos do Alentejo, surge agora a nova colheita deste Anta da Serra Branco, elaborado com Fernão Pires e Arinto, com 2/3 da fermentação em cubas inox, temperatura de fermentação controlada a 17 º C, e 1/3 em barricas de carvalho francês, resultando um vinho com 13,5% de tonalidade amarelo citrino de ligeira concentração.
No nariz mostra-se com uma boa intensidade, nada que seja muito intensa mas o suficiente para que os aromas sejam possíveis de identificar, notas de fruta tropical madura em conjunto com apontamentos florais, ligeiro rebuçado e toque de baunilha, tudo muito directo ao nariz sem grandes evoluções mostrando-se fresco e com leve álcool de fundo.
Na prova de boca a mostrar boa entrada, com fruta presente e acidez a dar frescura durante a prova, boa passagem de boca e final de boca com persistência média em fundo mineral.
Mostra-se um vinho bem feito apesar de estar uns furos abaixo da colheita 2004, com um preço a rondar os 2,40€ continua uma aposta interessante para o dia a dia.
14,5

Um Copo de 3 de Antão Vaz

Antão Vaz o «ouro líquido» do Alentejo
Após uma breve ausencia da secção das castas, o Copo de 3 volta a apresentar mais uma casta em que a escolhida foi a principal casta branca em terras do Alentejo... a Antão Vaz.

Sem sinonímias conhecidas da mesma, ao que parece originária da Vidigueira a Antão Vaz reina no que toca a vinhos brancos de qualidade no Alentejo, sendo os seus varietais como os seus bi-varietais bastante apreciados.
Apesar de dominar no Alentejo a mesma pode ser encontrada em Setúbal, alguns exemplos são o Herdade da Comporta Branco 2004 elaborado com Antão Vaz e Arinto, ou mesmo o BSE 2004 branco.

Os Vinhos
Dá origem a vinhos de cor citrina, com boas caracteristicas aromáticas (exuberante de aromas) de aroma fino e persistente, sabor ligeiramente acidulo a lembrar frutos tropicais maduros (ananás,maracujá), como leves apontamentos de frutos citricos e fundo mineral. Mostra-se com boa estrutura, harmonioso e no final de boca é persistente. Por vezes carece de alguma frescura e é complementada com a presença de castas com mais acidez sendo a Arinto a mais utilizada e com que obtem os melhores resultados, sendo o Pêra Manca Branco 2004 um bom exemplo disso.
No que toca à longevidade dos seus vinhos, a grande maioria deve ser consumida nos 3 primeiros anos de vida, podendo alguns aguentar mais algum tempo na garrafeira.

A Casta
É resistente à seca e a doenças, pouco exigente no que toca a solos, mostrando-se bem adaptada ao Alentejo e apresenta uma qualidade consistente de ano para ano o que permite aos produtores manter a qualidade sem grandes problemas, caso exemplar o Couteiro Mor Antão Vaz que conseguiu por 3 anos consecutivos ganhar a Talha de Ouro de Melhor Vinho Branco do Alentejo, atribuido pela Confraria dos Enófilos do Alentejo.


O abrolhamento ocorre na 2ª quinzena de Março e a maturação na 2ª quinzena de Setembro e tem a particularidade de apresentar alguma resistência à seca, pelo que se encontra bem adaptada às condições edafo-climáticas do Alentejo. Os cachos são de tamanho médio, de forma cilindrico-cónica e de maturação uniforme; os bagos são geralmente muito pequenos, de tamanho uniforme e de forma troncovóide.

Vinhos provados no Copo de 3:

Fonte Mouro Colheita Seleccionada Branco 2004
Dolium Escolha Antão Vaz 2004
Coop Borba Antão Vaz & Arinto 2004
João Portugal Ramos Antão Vaz 2004
Boa Memória Branco 2004
Farizoa Branco 2004

10 maio 2006

PROVA Status Branco 2005

Directamente do Dão, da Vinícola de Nelas sai a versão branco do vinho Status, aqui na colheita de 2005 em que se escolheram as castas Encruzado, Malvasia Fina e Cercial Branco apresentando-se o vinho com 13% e uma tonalidade amarelo muito pálido de concentração muito baixa.
Na prova de nariz tem uma entrada com aromas florais em conjunto com fruta (citrinos marcantes e ligeira maçã) em perfil bem fresco, mostrando tudo o que tem para dar sem muitos rodeios... ligeiro toque mineral de fundo.
Na boca temos corpo médio com a fruta (citrinos) presente, acidez viva (que pode incomodar um pouco) a dar muita frescura ao conjunto que acaba com leve mineral, persistência final média.
Um vinho fresco que mais parece uma ligeira limonada, com um preço praticado de 2,60€ mostrando-se uma aposta refrescante para o Verão.
14

09 maio 2006

PROVA Catedral 2003

Mais um vinho do Dão, pelo produtor Cavipor sai esta colheita de 2003, elaborado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro apresentando-se com 12,5% com uma tonalidade ruby escuro de concentração mediana.
Nariz com fruta vermelha madura em companhia de alguma baunilha de fundo, chocolate preto, fumo, leve torrado, balsâmico no final com leve especiaria também presente, tudo muito composto e sem grandes desequilibrios.
Na prova de boca tem corpo médio, acidez a dar frescura agradável com a fruta presente, harmonia entre boca e nariz resultando um conjunto bem afinado, ligeiro torrado com balsâmico no final numa persistência final média.
Preço de 2,60€ que se revela uma boa escolha para o dia a dia sem ter de se gastar muito dinheiro.
15

08 maio 2006

PROVA Serradayres 1992

Nos dias que correm não será muito comum provar vinhos velhos, com o consumidor cada vez mais a ser um consumidor apressado sem dar tempo ao vinho para envelhecer ou evoluir até pontos óptimos de consumo, facto que se deve a novas tendências ou simplesmente a que hoje muitos consumidores não tenham as condições ideais de guarda dos vinhos o que os leva a consumir enquanto jovens, certamente os vinhos ditos «velhos» vão ser uma espécie rara dentro de alguns anos.
Para quem não conhece, Serradayres é uma marca centenária (desde 1896), ligada à extinta empresa Carvalho Ribeiro & Ferreira, e depois à Cockburns ( Allied Domecq) tendo sido adquirida em 1999 à multinacional Cockburns pela Caves Dom Teodósio, o vinho aqui provado é a colheita 1992 ainda pertencente à C.R.&F. com a curiosidade de no rótulo indicar o centenário da mesma casa.
Elaborado com João Santarém (Castelão) e Tinta Miúda, apresenta-se com 12% e uma bonita tonalidade ruby escuro de concentração média com rebordo a acusar os seus quase 14 anos de vida.
No nariz mostrou-se com aromas de fruta vermelha (amora, ameixa) em compota, marmelada, ligeira frescura de aromas em companhia de caixa de charutos, ligeiro vegetal e um fundo com fumo. Um perfil muito fino e ligeiro que passado este tempo ainda diz presente.
Na boca tem boa entrada com fruta em ligeira compota, fresco, muito redondo com boa passagem de boca mas muito ligeiro em final de boca médio/baixo com leve secura vegetal.
Porque as condições de guarda o permitiram, porque a arte de fazer vinho tem destas coisas, o vinho mostrou-se acima das minhas expectativas que eram poucas, uma raridade nos dias que correm que vale como isso mesmo não sendo atribuída qualquer classificação.

07 maio 2006

PROVA Sexy 2004

Novo produtor no Alentejo sediado em Vimieiro (perto de Estremoz), Fita Preta Vinhos é o resultado de uma sociedade estabelecida entre dois consultores da indústria vitivinícola nacional, o ascendente jovem enólogo António Moita Maçanita e o reputado viticultor David Booth.
Não possuindo as suas próprias vinhas ou adega, a Fita Preta Vinhos selecciona e avalia uma série de vinhas em todo o Alentejo escolhendo as que mais se adaptam ao perfil dos seus vinhos, alugando espaços nas mais prestigiadas adegas do Alentejo onde os seus vinhos são elaborados.
Em prova temos o Sexy 2004, o vinho de entrada de gama, com preço recomendado de 6,90€.
Em vinhas situadas por terras de Fronteira e Évora foram escolhidas as castas Cabernet Sauvignon, Aragonês e Touriga Nacional com estágio de 30% do vinho em barricas de carvalho francês grão fino, tosta média + e o restante em cuba de inox, dando origem a um vinho com 13,5% do qual foram feitas 17.000 garrafas.
Tonalidade ruby com concentração mediana, mostra uma entrada no nariz muito frutada (amora, framboesa) acompanhada de ligeira baunilha, fresco, com ligeiro toque vegetal que não chega a incomodar, ligeira especiaria com algum fumo no fundo.
Na boca mostrou-se com corpo suave, ligeiro na passagem de boca com fruta presente, harmonia de conjunto com final ligeiro e de persistência algo curta.
Um vinho que apesar do nome não chega a seduzir, vale mais como curiosidade e pela apresentação do que a qualidade do vinho, que mostra um preço algo elevado.
14

06 maio 2006

PROVA Quinta do Ribeiro Santo 2003

O Dão nos últimos tempos tem vindo a sofrer uma revolução em termos qualitativos, depois de uns anos em baixa forma parece que uma injecção de adrenalina foi dada e a energia está a tomar conta dos vinhos desta zona.
Em prova mais um Dão do produtor Dão Sul que se mostra como um pequeno motor de desenvolvimento da zona:
Elaborado com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro teve estágio de 6 meses em barrica de carvalho francês, com 13,5% mostrando uma tonalidade ruby escuro de concentração média.
Na prova de nariz tem presença de fruta negra madura (ameixa e amora), floral (violeta), ligeiro vegetal , fresco de aromas bem integrados com notas derivadas do estágio em madeira, especiaria, leve baunilha, fumo, caramelo, café e tabaco com final mentolado.
Boca com corpo mediano, presença de fruto, fresco na boca, equilibrado e fino, mostra elegância e boa passagem de boca, leve adstringência com pequeno travo vegetal e final balsâmico num vinho com persistência final média. Um vinho bem feito, elegante e a mostrar-se uma boa aposta em terras do Dão com um preço a rondar os 5€
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01 maio 2006

PROVA Malhadinha 2004

Depois do sucesso do multi-premiado topo de gama da Herdade da Malhadinha Nova de seu nome Malhadinha 2003, temos agora ocasião de provar esta nova versão 2004.
Elaborado com as castas Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon com estágio em barrica de carvalho francês durante 12 meses, apresentando-se com 14,5%
A sua côr retinta e muito concentrada repete o estilo do anterior, no nariz ao primeiro contacto nota-se as notas derivadas do estágio em barrica muito bem trabalhados com a fruta vermelha (groselha, amora) bem madura, leve marmelada, chocolate, bons torrados presentes, café, especiarias (pimenta), tudo muito afinado com equilíbrio entre os seus componentes com final balsâmico.
Na boca é um vinho que dá uma bela prova, com boa estrutura, fruta em compota, madeira bem colocada, leve chocolate, especiarias com final balsâmico acompanhado de algum torrado a mostrar um final de boca longo e persistente.
Parece mais um predestinado ao sucesso que se mostra já com grande nível apesar de poder evoluir nobremente com mais algum tempo em garrafa.
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