Copo de 3: Monte da Cal - Vinha de Saturno 2004

30 junho 2008

Monte da Cal - Vinha de Saturno 2004

Segundo o que se pode ler no site da Dão Sul, a Herdade Monte da Cal é uma propriedade localizada em São Saturnino, perto de Fronteira, encontra-se no norte do Alentejo, com uma área de 100ha. Os solos são fortemente dominados pela argila com xisto à mistura e o clima muito quente no Verão, obriga a que a mão mágica do homem restabeleça o equilíbrio e abra caminho à harmonia e ao equilíbrio da natureza.
É da colheita de 2004 que saiu para o mercado o novo topo de gama deste produtor por terras Alentejanas, baptizado com o nome da vinha que lhe deu origem, a Vinha de Saturno.
Como refere o rótulo, Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar e, antes da invenção do telescópio, era o mais distante dos planetas conhecidos. A olho nu não parecia ser luminoso. O primeiro a observar os seus anéis foi Galileu em 1610; porem a baixa resolução do seu telescópio, fizeram-no pensar que se tratava de grandes luas.
É o segundo maior planeta do Sistema Solar, faz parte dos denominados planetas exteriores e o seu nome deriva do deus romano, Saturno.
Considerado como Deus da Agricultura e do Tempo, tem como dia consagrado o Sábado, que no tempo dos romanos seria chamado de dies Saturni, enquanto que os anglo-saxónicos chamavam de Saeterndaeg ou Saterndaeg, que iria derivar para o Saturday dos dias de hoje.
Tal como Saturno e as suas qualidades saturninas, será caracterizado pela escuridão, frio e peso

Monte da Cal - Vinha de Saturno 2004
Castas: Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Baga - Estágio: 12 meses barricas novas de carvalho francês - 14,5%Vol.

Tonalidade ruby muito escura com ligeiro toque glicérico.

Nariz inicialmente de aroma muito contido, qual monólito negro dentro da sua enormidade e frieza. Sensação de algum químico com a sua normal austeridade associada, tinta da china e azeitona preta, que com o passar do tempo se encosta e permite uma brisa fresca que marca presença durante toda a prova. A fruta de elevada qualidade e bem madura, quase como cheirar um punhado de cerejas de São Julião maduras e frescas, onde a compota paira em leve consistência. Vai despertando dentro da sua complexidade, presenteando com ramo de flores e os empireumáticos bem comedidos e já muito bem integrados em todo o conjunto, assentando tudo isto em laje xistosa.

Boca com estrutura muito sólida e compacta, entrando amplo e conquistador. Equilibrado sem devaneios de altas concentrações da moda, aqui pauta um serviço controlado, torrados, tabaco, chocolate preto e o toque mineral a rematar o final com ligeira presença de balsâmico. Passagem de boca ampla mas ao mesmo tempo harmoniosa, com frescura a acompanhar toda a prova, final de boca de bela persistência.

É sem dúvida alguma um peso pesado, a começar pela sua apresentação cuidada, com uma garrafa que pela sua imponência quase que invoca o próprio Saturno.
Uma aposta muito forte da Dão Sul no seu primeiro topo de gama por terras Alentejanas, num vinho que tem o seu toque muito pessoal fugindo um pouco da grande maioria dos vinhos da região. Agora ou daqui a uns anos, um belíssimo vinho que merece ser provado em boa companhia. O preço deverá rondar os 35-40€.
17,5

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