Copo de 3: Como provar um vinho II

27 maio 2005

Como provar um vinho II

Neste segundo ponto vamos passar para a prova dos aromas...

Muito bem já conseguiu encontrar a cor do vinho, se é velho ou novo, ou mesmo outras características, espero que sim.

Neste momento vamos cheirar o vinho, (o termo usado é prova de nariz), é pegar no copo e enfiar o nariz lá para dentro e cheirar... tentar encontrar aromas no vinho. Sem movimentar o copo os aromas que temos de início são os primários, agora agitando o copo apanhamos os aromas secundários. Deixando o vinho repousar então no aroma conseguimos detectar os aromas terciários, ou chamado Bouquet. Nota que apenas os vinhos que tiveram estágio têm o chamado Bouquet. Vejamos o que nos pode lembrar, morangos, café, madeira, chocolate, flores entre tantos outros,mas também temos aromas menos bons que são os chamados defeitos do vinho como detergente, vinagre, enxofre, rolha, mofo... sim porque temos aromas bons e maus. Pois bem isto dos aromas é bastante engraçado pois o nosso cérebro vai registando novos aromas que encontremos, e da próxima vez que provar um vinho vai tentar encontrar esses mesmos aromas.

Então podemos dividir os aromas nas chamadas famílias aromáticas:

- Frutados: Limão, Framboesa, Morango, Groselha, Bagas, Passas, Ananás, Cereja...

- Animais: Identificam-se com a caça, pêlo de animal...

- Balsâmicos: Mentol, incenso, resinas...

- Empireumáticos: fumo, tabaco, couro, café.

- Especiarias: Pimentas, Noz moscada, Cravinho, Canela...

- Etéreos: Acetona, laca, manteiga, lácteos...

- Florais: rosa, violetas, tília...

- Vegetais: Erva, Chá, Feno...

- Químicos: Farmácia, ácidos, sulfuroso...

- Da madeira: Caixa de charutos, madeira, lápis...

Os aromas dividem-se em três tipos:

Aromas primários: são os aromas vindos da casta que lhe deu origem, muitas vezes depende do tipo de solo e clima, «terroir», geralmente não persistem no vinho devido à fermentação. Temos aromas vegetais: erva, pimento... Florais: violetas, rosas... frutados: morango, amora, maçã,ameixa... Minerais: Grafite, nafta...

Aromas secundários: são aromas que aparecem com a fermentação, procedentes da transformação dos açucares da uva em álcool, portanto estes aromas dependem muito da concentração de açúcar, constituem os aromas predominantes nos bons vinhos alguns exemplos como torradas, pastelaria, leite...

Aromas terciários: que são aromas que se desenvolvem com o estágio em madeira ou garrafa, desenvolvendo estes o chamado Bouquet. Para que um vinho tenha um bom Bouquet tem de ter um bom equilíbrio entre aromas primários e secundários, e quantos mais aromas primários mais Bouquet vamos ter. Um factor bastante importante é a madeira, o seu tipo, idade, tipo de queima, e tempo de estágio do vinho. Dentro dos vários tipos temos Frutados: frutos em compota, passas... Especiarias: canela, pimenta, baunilha... e outros como madeira, mel, café, tabaco...

Pois bem nada melhor para começar do que seguir a tabela aqui colocada, basta clicar sobre ela e tentar encontrar os ditos aromas no vinho.

Com o passar do tempo, o vinho vai abrindo, caso seja um vinho muito fechado de aromas e portanto os aromas vão alterando conforme o contacto com o ar. Por isso se decanta (verter o vinho para um decanter) por vezes os vinhos que estão muito tempo na Garrafeira.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Pedro

Gosto muito desta introdução á prova do vinho, essencial para quem se quer iniciar nestas lides. E marcas bem a diferença entre provar e beber. Força, para a frente é que é o caminho.

José Tomaz de Mello Breyner

Anónimo disse...

Olá João Pedro

Comecei há pouco a ler o teu blog e até agora tenho gostado muito.
Apesar de saber que neste campo dos vinhos não existem muitas certezas inabaláveis, pois tudo tem a ver com o gosto pessoal, a verdade é que tenho encontrado algumas respostas para algumas das minhas questões.
Continua!!!

Célia Perestrelo

Anónimo disse...

Viva,

Só uma curiosidade... onde arranjaste esta tabela dos aromas?
Tenho andado a tentar construir algo do género, mas tenho encontrado algumas dificuldades.
Por exemplo, assim de repente vejo que nos aromas vegetais desta tabela não aparecem os pimento. Por outro lado, se for à roda dos aromas (por exemplo no site da Sogrape), não aparecem em lado nenhum os aromas animais, como o couro, que por vezes se encontram nos vinhos.
Isto sem falar que certos aromas aparecem em classes diferentes conforme a fonte.
Isto está-me a dar mais trabalho do que pensava :)

Cumprimentos,

Nuno Monteiro

João de Carvalho disse...

Nuno, esta tabela de aromas encontra-se espalhada um pouco por vários sites da internet.

Uma das tabelas que sempre me acostumei a utilizar é a A.C. Noble, traduzida aqui:
http://bp3.blogger.com/_bRuC84o_o2Q/Rp11kdwnK_I/AAAAAAAAAHI/igllmDfUFoU/s1600-h/Roda+dos+Aromas.jpg

 
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