Ora depois de termos provado alguns brancos que vão dar que falar neste ano de 2007, chega a altura de rumar ao Alentejo onde nos espera um dos afamados tintos de Portugal, nada mais nada menos que um Pêra Manca tinto da colheita de 1998, um vinho que apenas sai quando se atinge um grau de elevada qualidade.
Pêra Manca 1998
Castas: Aragonês e Trincadeira - Estágio: 12 meses em madeira - 14,5% Vol.
Tonalidade granada escuro com ligeiro laranja no rebordo.
Nariz de boa complexidade e ao mesmo tempo fino e elegante, destaque de fruta bem madura com ligeiras compotas e ligeira geleias a aparecerem, a fazer boa companhia está a componente vegetal derivada da presença da Trincadeira no conjunto, deixando após a sua passagem uma suave brisa fresca e floral que se funde nos aromas empireumáticos que aparecem com grande elegância, tabaco (charuto), fumo, torrado suave com cacau e baunilha acompanhados de perto por um ligeiro caramelo de leite que se encosta num saco de especiarias preso por uma corda de balsâmico, tudo isto em grande harmonia e qualidade.
Boca com uma arquitectura digna de grandes obras, fruto presente novamente com as sensações de compota e geleia, frescura presente e suficiente dando uma boa prova num vinho que se mostra fino, elegante e com taninos bem domados, torrado, especiaria, a boca parece um pouco longe da finesse que o bouquet nos transmite, ligeiro balsâmico num final de boca de persistência média/alta.
O que se pode dizer deste vinho, bem feito, grande equilíbrio entre madeira e fruta, a mostrar-se talvez no auge da sua forma que apesar de boa não o faz um corredor de fundo, notando-se claramente que no que toca a equipa este se equipara em muito ao 94.
Com isto não se quer dizer que seja um mau vinho, claro que não, antes pelo contrário, só que mais uma vez os preços praticados são de outro mundo para um vinho que por mais que tente não chega a sair deste.
E como curiosidade, é impressão minha ou os melhores vinhos desta casa são os de anos ímpar, pensem nisto.
17,5
6 comentários:
¡Qué bonita y precisa descripción, amigo mío! Me ha sorprendido que hayas puesto esa última frase, casi parece propia de un biodinámico: ¡qué tienen que ver los años impares? ¿Crees que las viñas se cansan y sólo producen calidad cada dos años? Me ha dejado con mucha curiosidad por saber tu interpretación de estos años impares!
Un saludo cordial,
Joan
Amigo Joan que gusto verte por aqui...
Sobre los vinos que hablo, tienes estas añadas:
90 - 91 - 94 - 95 - 97 - 98 - 2001 - 2003
Los que mas me gustaran: 91 , 95 , 97
Me parece una gran curiosidad.
No escurras el bulto, querido Joao!!! ¿Tienes alguna explicación para esta curiosidad? ¿O sólo es una constatación digamos estadística?
UN abrazo,
Joan
Para mim, 1995 e 2001.
N.
Estou a começar nesta história dos bloggs - dos vinhos não, já os aprecio à uns bons anos - e esta é a minha primeira intervenção bloggista.
Quanto ao Pêra Manca é um bom vinho, diria mesmo excelente ... mas é um roubo, acho que é tempo de se dizer isto!
E agora parece que é feito pelo Michel Rolland ... talvez resulte, mas parece-me uma pena que uma casa como a FEA, provavelmente a mais antiga e com maior tradição no Alentejo, recorra a alguém que diz "... é possível fazer bom vinho em qualquer parte do mundo ...". Eng. Colaço do Rosário, por favor volte ...
Pouco percebo de blogs e de vinhos ainda menos. Mas pelo que pude observar, parece-me que tem bastante informação e muito bem exposta. Voto por isso neste blog.
Falta no entanto referir dois vinhos (eu pelo menos não os encontrei), ambos bons mas diferentes:
- o SEXY para um ambiente mais descontraido e uma comida mais comum e o PRETA para um jantar mais requintado à luz das velas, penso que ambos produzidos pela FitaPreta - Vinhos, Lda.
DRVS
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