É sempre com bons olhos que vejo o surgimento de novas marcas, mais ainda quando essas marcas tem algo de diferente para mostrar, foi assim que a empresa Aveleda tão conhecida pelos seus vinhos verdes, lançou no ano passado a colecção denominada Follies.
As Follies podem ser encaradas como um impulso criador sem justificação lógica, inserido nas mais variadas formas de arte, são as follies de cada um, o que no caso dos vinhos em questão é aplicável à arquitectura, mais especificamente a detalhes arquitectónicos do Minho e da Quinta da Aguieira situada na Bairrada pertencente à Aveleda, em breves palavras, são as inspirações da alma.
As Follies podem ser encaradas como um impulso criador sem justificação lógica, inserido nas mais variadas formas de arte, são as follies de cada um, o que no caso dos vinhos em questão é aplicável à arquitectura, mais especificamente a detalhes arquitectónicos do Minho e da Quinta da Aguieira situada na Bairrada pertencente à Aveleda, em breves palavras, são as inspirações da alma.
Em prova temos 3 brancos e 1 tinto, com dois a pertencer à denominação Vinhos Verdes e os outros dois à Bairrada, não posso deixar de destacar o visual que nos remete para vinhos de outras paragens, pelo menos foi a sensação que me deu.
Janela Manuelina do séc. XVI
Foi numa casa da Ribeira, no Porto, que a Rainha Dona Filipa de Lencastre deu à luz o seu filho Infante D. Henrique, o mesmo local onde muitos reis haviam ficado aquando das suas visitas à cidade. Havia uma janela especial, onde, segundo a tradição, D.João IV terá sido aclamado Rei de Portugal. A janela foi, mais tarde, oferecida a Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca, que a transportou para os jardins da Quinta da Aveleda, sua propriedade. Recordando o gesto dos Descobrimentos, bem como a glória do poder nacional, esta follie revela-se uma fonte de inspiração através dos tempos, para a realização de feitos grandiosos.
Foi numa casa da Ribeira, no Porto, que a Rainha Dona Filipa de Lencastre deu à luz o seu filho Infante D. Henrique, o mesmo local onde muitos reis haviam ficado aquando das suas visitas à cidade. Havia uma janela especial, onde, segundo a tradição, D.João IV terá sido aclamado Rei de Portugal. A janela foi, mais tarde, oferecida a Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca, que a transportou para os jardins da Quinta da Aveleda, sua propriedade. Recordando o gesto dos Descobrimentos, bem como a glória do poder nacional, esta follie revela-se uma fonte de inspiração através dos tempos, para a realização de feitos grandiosos.
Aveleda Follies - Trajadura e Loureiro 2005
Castas: 35% Trajadura, 60% Loureiro e 5% Alvarinho - Estágio: 4 meses Inox com removimento das borras - 11,5% Vol.
Tonalidade amarelo suave citrino de rebordo levemente esverdeado.
Nariz a mostrar um vinho de aroma delicado, intensidade média, frescura de conjunto com a fruta madura (citrinos e tropical) a marcar presença, juntamente com toque floral, em segundo plano surge ligeiro vegetal que se prolonga até ao final de perfil mineral.
Boca de entrada fresca, corpo médio/suave com boa acidez a dar conta do recado, frutado e final mineral em fundo, de boa persistência.
Um vinho agradável, conjunto algo delicado e com alguma complexidade, bem feito, agradável e com um preço a rondar os 9€
15
Fonte das Quatro Irmãs
Para além de constituir um notável exemplo de arquitectura em granito, característica do Norte de Portugal, a Fonte das Quatro Irmãs representa a dinâmica da Vida em constante mutação, o fim que retorna ao princípio, renascendo para uma dimensão nova. Erguida na década de 1920, a fonte foi finalizada pelo Mestre João da Silva, ao gravar nela os perfis em mármore das quatro irmãs Guedes, filhas do proprietário da Quinta, Fernando Guedes da Silva da Fonseca. Cada senhora personifica uma das quatro estações do ano, ou, noutra perspectiva, as diversas fases na dança perpétua da vinha e do vinho, sempre igual e sempre diferente. No seu conjunto, esta estrutura é a expressão simbólica da completude de um ciclo, da totalidade que conduz por fim, à perfeição.
Para além de constituir um notável exemplo de arquitectura em granito, característica do Norte de Portugal, a Fonte das Quatro Irmãs representa a dinâmica da Vida em constante mutação, o fim que retorna ao princípio, renascendo para uma dimensão nova. Erguida na década de 1920, a fonte foi finalizada pelo Mestre João da Silva, ao gravar nela os perfis em mármore das quatro irmãs Guedes, filhas do proprietário da Quinta, Fernando Guedes da Silva da Fonseca. Cada senhora personifica uma das quatro estações do ano, ou, noutra perspectiva, as diversas fases na dança perpétua da vinha e do vinho, sempre igual e sempre diferente. No seu conjunto, esta estrutura é a expressão simbólica da completude de um ciclo, da totalidade que conduz por fim, à perfeição.
Aveleda Follies - Alvarinho 2005
Castas: 100% Alvarinho - Estágio: 5 meses Inox com removimento das borras - 13% Vol.
Tonalidade amarelo citrino com leve dourado
Nariz a mostrar boa intensidade, casta presente, frutos citrinos em destaque ainda com a presença de algum tropical banhados por uma colherada de mel, floral e vegetal em segundo plano acompanhado de mineral em fundo, a frescura está presente em conjunto com uma ligeira sensação de untuosidade, final com ligeiro toque fumado.
Boca a mostrar um vinho de corpo médio, frutado, acidez bem presente e a dar boa frescura ao conjunto, vinho agradável na passagem de boca, mineralidade, equilibrado e harmonioso, final de boca de boa persistência.
Um bom exemplar de Alvarinho, tem tudo para agradar, o preço ronda os 9€ por garrafa.
16
Torre das Cabras
Numa ode à natureza e às antigas gerações da Quinta da Aveleda, foi edificada uma torre de três andares e com uma rampa em espiral de madeira para albergar cabras anãs. Símbolo da fertilidade e da abundância, a cabra protagoniza o mito de uma terra que soube sempre dar o seu melhor fruto.
Numa ode à natureza e às antigas gerações da Quinta da Aveleda, foi edificada uma torre de três andares e com uma rampa em espiral de madeira para albergar cabras anãs. Símbolo da fertilidade e da abundância, a cabra protagoniza o mito de uma terra que soube sempre dar o seu melhor fruto.
Aveleda Follies - Chardonnay e Maria Gomes 2005
Castas: 70% Chardonnay e 30% Maria Gomes - Estágio: 8 meses em Inox e barricas de carvalho Francês - 13% Vol.
Tonalidade amarelo citrino com leve dourado de boa intensidade.
Nariz com boa intensidade onde se sente desde início uma boa ligação entre fruta madura(tropical e citrino)/madeira, sensação de ligeiro amanteigado, fruta tropical em maior destaque resguardada por toque citrino, ligeiro fruto seco com torrado muito suave, frescura presente em conjunto de boa harmonia com mineral em fundo.
Boca a mostrar boa estrutura com frescura desde início, fruta presente, equilibrado com a acidez a marcar bem a sua presença, ligeira untuosidade que se dilui num final de boa persistência com toque mineral.
Ora aqui está uma bela surpresa, a combinação entre Chardonnay e Maria Gomes (Fernão Pires), bastante elegante e inovador, a dar prazer durante a prova, um belo vinho que custa cerca de 8€ e que vale a pena experimentar.
16
Casa da Aguieira
Era uma vez uma Casa, cujo dono era um ilustre político e viticultor do séc XIX, o Visconde da Aguieira. A propriedade, situada nas terras encantadas de Águeda, encerrava em si o maior dos mistérios - a arte de bem vindimar - tendo sido pioneira da região no engarrafamento de vinho tinto. Em 1998, a Aveleda tomou posse deste fascinante tesouro, tendo-o enriquecido mais e mais, com a ajuda do sábio e famoso Denis Dubourdieu. Desde então, este tem cuidado do vinho com toda a sua alma.
Aveleda Follies - Touriga Nacional 2003
Castas: 100% Touriga Nacional - Estágio: 12 meses carvalho Francês - 14% Vol.
Tonalidade ruby escuro com rebordo violáceo e ligeiramente glicérico.
Nariz a denotar uma boa intensidade, revelando uma grande maturação com muita fruta em compota o que dá logo uma sensação de adocicado no nariz, a madeira está em sintonia com a fruta, suave torrado com baunilha, chocolate negro, folha de tabaco, em fundo mostra ligeiros florais ainda que tímidos em companhia de um toque balsâmico, frescura de conjunto que não deixa cair o vinho num campo enjoativo passado dois ou três copos, mostrando-se guloso e de boa complexidade.
Boca de entrada bem fresca, certo arredondamento com fruta bem presente ao lado de compotas, balsâmico, acidez bem presente que torna o vinho completamente diferente da prova de nariz, mais fresco e menos madurão, o que se agradece. Não mostra grande largura de boca mas apesar de tudo mostra-se de boa complexidade e bem equilibrado no seu conjunto.
Um Touriga que foge ao que nos acostumou esta casta, é num perfil mais pesado e maduro que aparece em outros varietais 2003 desta mesma casta, chega a enjoar um pouco não fosse a prova de boca revelar-se bem diferente e com mais frescura, preço a rondar os 9€.
15,5
Castas: 100% Touriga Nacional - Estágio: 12 meses carvalho Francês - 14% Vol.
Tonalidade ruby escuro com rebordo violáceo e ligeiramente glicérico.
Nariz a denotar uma boa intensidade, revelando uma grande maturação com muita fruta em compota o que dá logo uma sensação de adocicado no nariz, a madeira está em sintonia com a fruta, suave torrado com baunilha, chocolate negro, folha de tabaco, em fundo mostra ligeiros florais ainda que tímidos em companhia de um toque balsâmico, frescura de conjunto que não deixa cair o vinho num campo enjoativo passado dois ou três copos, mostrando-se guloso e de boa complexidade.
Boca de entrada bem fresca, certo arredondamento com fruta bem presente ao lado de compotas, balsâmico, acidez bem presente que torna o vinho completamente diferente da prova de nariz, mais fresco e menos madurão, o que se agradece. Não mostra grande largura de boca mas apesar de tudo mostra-se de boa complexidade e bem equilibrado no seu conjunto.
Um Touriga que foge ao que nos acostumou esta casta, é num perfil mais pesado e maduro que aparece em outros varietais 2003 desta mesma casta, chega a enjoar um pouco não fosse a prova de boca revelar-se bem diferente e com mais frescura, preço a rondar os 9€.
15,5
2 comentários:
Concordo com a tua apreciação. Os brancos, como vai sendo tradição naquela casa são bons, ainda que um pouco caros.
O Tinto é que o punha em 4º lugar. Não gostei muito. Enjoativo, quase doce.
Amigo João Pedro,
só provei ainda o Maria Gomes Chardo e o Trajadura Loureiro. Gostei de ambos os vinhos embora confesso que esperava algo mais destes dois vinhos.
Quanto ao conceito de Follies acho alguma piada.
Boas provas!
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