Copo de 3: Herdade do Meio - Cabernet Sauvignon/Syrah 2004

03 abril 2009

Herdade do Meio - Cabernet Sauvignon/Syrah 2004

Dou seguimento às provas dos vinhos do produtor sediado em Portel, Casa Agr. João & António Pombo, S.A -Herdade do Meio.
Vasculhando na imensidão da net e à falta de um site funcional do produtor, fica-se a saber que dos seus quase 70 hectares, 25 são vinha, explorando mais 130 em concelhos circundantes.
O sucesso da produção e, principalmente, escoamento dos vinhos da Herdade do Meio estão espelhados nestas expansões, tendo passado das 300 toneladas iniciais (2003) para 670 toneladas (2004), 1.200 toneladas (2005) e, finalmente, 2.000 toneladas (2006).
Para a produção dos vinhos utilizam as castas tradicionais portuguesas tal como, Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional, Alfrocheiro para os tintos. Já a casta Antão Vaz é utilizada nos vinhos brancos. Utilizam igualmente castas francesas «de perfil internacional», como Cabernet Sauvignon, Syrah e Pinot Noir.

Herdade do Meio - Cabernet Sauvignon/Syrah 2004
Castas: Cabernet Sauvignon e Syrah - Estágio: 12 meses barricas carvalho francês - 14% Vol.

Tonalidade granada escuro de boa concentração.

Nariz de aroma maduro com boa intensidade, onde a fruta negra (amora, framboesa e ameixa) marcam presença com colheradas cheias de compota. Mostra-se com alguma complexidade que lhe confere um pouco mais de classe, não é um vinho dos imediatos e vale a pena acompanhar o seu levantar (ainda que curto). É com toques de chocolate de leite ligeiramente abaunilhado, vegetal fresco não muito sentido mas presente e boa dose de especiaria (pimenta preta). Capaz de cativar o mais incauto e distraido, está pronto a dar prazer num belo conjunto aromático que alia duas castas guiadas pela mão sábia do enólogo António Saramago.

Boca com boa estrutura, vinho a dar boa conta de si tal como se mostrou na prova de nariz, que complementa muito bem. A passagem na boca é repartida pela presença da fruta madura, com boa concentração da mesma, e entre vegetal fresco que guia pelo meio de notas de especiaira, toque de cacau, café e tosta. Alguns taninos rabinos com espacialidade média, num final de boca de boa persistência.

É daqueles casos que se apresenta com substancia, apesar do blend ser pouco Alentejano, tem no seu todo um toque de compadre que não o faz destoar da zona que o viu nascer. Um belo casamento das duas castas num vinho pronto a beber e a dar prazer.
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