Copo de 3: Encontrões de Vinho nunca mais...

03 outubro 2011

Encontrões de Vinho nunca mais...

Ocorreu na passada sexta feira e sábado o Vinhos do Alentejo em Lisboa, localizado numa espécie de barraco/tenda ali para os lados do CCB. Como no ano passado, voltei a ir, levei o meu copo de estimação que vai para alguns anos me acompanha nestas festividades. A tentativa de chegar cedo meteu-me à porta por volta das 16.30 , tendo aberto o recinto pelas 15.00 horas. A fila de pessoas à porta já se fazia notar, apenas uma porta, nem dupla mas sim apenas e só uma porta para uma pessoa passar que dava como entrada e como saída sem que se conseguisse passar calmamente ou mesmo com o carrinho do meu filho, tal o aperto... comecei aqui a torcer o nariz. Afinal de contas até tinha sido convidado pela própria CVRA pelo que não fazia qualquer sentido estar à espera numa fila que se destinava simplesmente a pagar uma entrada de 3€ com direito a copo. Se para conseguir passar foi a confusão que se sabe, ainda fui interpelado pois deveria estar na fila como todos os outros, lá dentro a coisa foi ainda pior pois de imediato fui barrado por um valente armário de duas portas que me mandou apresentar o bilhete ao que respondi que tinha convite. Como burro de duas portas não aprende e como quem não tem cartão não entra e ali o consumo mínimo obrigatório era de 3€ fui então encaminhado gentilmente para a caixa onde expliquei a situação. A menina não compreendeu e perguntou de quem era o convite, eu expliquei quem era e disse de quem era o convite, entretanto com o tempo a passar lá deixaram a minha mulher entrar com o pequenito, a piquena da caixa iluminada na inteligência entendeu que os meus convites afinal não eram convites... eram apenas mails de informação e como tal tinha de pagar dois copos (a minha mulher não ia beber mas tinha de pagar na mesma pelo que perguntei se o miúdo como não bebia também tinha de pagar) e tinha de voltar à fila... o armário de duas portas entretanto não tirava os olhos de mim, seria amor ?... comecei de certo modo a sentir-me pressionado, observado e a entrar em fusão... encontrei ali bem perto o responsável pela organização que amavelmente me indicou a zona de PRESS (existia e estava tão bem indicada que se resumia a um papel A4 no balcão num cantinho lá escondido)... onde tentei ir com alguma press para não ser agarrado pelo tal armário... na zona de Press lá tinham o meu nome e o da Margarida. Perdi nisto uns bons 30 minutos... na volta quase que esfreguei os cartões da Press nas trombas do Sr. Armário, nem um desculpe pela minha estupidez tive direito a ouvir. Comecei desta forma as provas com mau humor, coisa que detesto e que me estraga por completo a vontade de provar... Lá dentro o barulho, o palco para um grupo tocar que ocupava 1/3 do espaço, o espaço que mais uma vez se torna pequeno para tanta gente uma imagem de marca da Essência do Vinho que consegue sempre fazer eventos em espaços mais pequenos do que o número de pessoas que leva, a cara de frete de algumas pessoas que serviam vinhos, a falta de esclarecimentos sobre os mesmos, ali o telefonema era mais importante que a pessoa que estava a ser servida, os encostos, o roça roça das pessoas umas nas outras, o estar de conversa e levar um encosto de alguém que diz sirva um qualquer desde que seja bom... Encontrões da Essência ? Tenho sérias dúvidas se me voltam a apanhar em mais algum.

11 comentários:

Mike disse...

Como é possivel que um segurança faça o papel para o qual foi contratado em vez de vos deixar entrar? Ele tinha a obrigação de saber quem é o copo de 3! Se nao sabe, nao serve para segurança. E depois o aperto! A CVRA e a Essência deveriam ter convidado os profissionais para provarem no palco e nao banca a banca! Vocês, profissionais, sofrem mesmo com esses eventos. Eu também lá estive, mas como nao sou profissional, até gostei! Estava fresquinho, havia espaço suficiente para provar e os produtores simpaticamente e de borla deixaram-me provar vinhos que no dia-a-dia nao posso comprar mas que gosto de conhecer para poder comprar e beber em ocasiões especiais. E o facto de ser centrado numa só região é óptimo, porque assim nao corro o risco de comparar vinhos totalmente diferentes! Pena que nao houvesse possibilidades de comprar! Seria uma mais valia para o evento!

Pedro Sousa P.T. disse...

Um amigo meu tinha convites, e convidou-me, mas não pude ir. Depois de ler o teu post, fiquei bem menos triste de não ter ido.
Para encontrões e filas já basta o nosso dia a dia.
Mais valia teres ficado em casa e abrir uma das tuas "malhas" que certamente andam aí por casa, e feito um petisco que volta e meia escreves por aqui.

Abraço

João de Carvalho disse...

Mike:

1 - O segurança não tem de saber quem são as pessoas que lá vão, tem de saber sim direccionar pessoas para a zona respectiva o que não foi o caso. Repare que se não fosse o caso de ter encontrado alguém da organização que fez o papel que o segurança devia ter feito, teria sido obrigado a pagar duas entradas.

2 - Os produtores, a organização e a CVRA convidam quem lhes apetece, profissionais, amigos... sinceramente sabia ao que ia, mas tive a noção de que este ano o espaço fosse mais amplo. Azar o meu, não gostei e estou no direito de criticar algo que não gostei, outros gostaram... é a vida. Tenho amigos com as duas opiniões.

3 - Eu não sou profissional mas partilho da sua opinião, gostava de os ver a provar os vinhos em cima do palco.

4 - A verdade é que não gosto de eventos de vinhos com gente ao magote, não gosto e estou no meu direito de não gostar nem de encontrões, nem de encostos, nem de ter a possibilidade de me entornarem um copo de vinho por cima, nem de muitas outras coisas...

5 - Em tudo o resto estou inteiramente de acordo consigo.

Chapim disse...

Caro João,
passei lá no sábado ao fim do dia e a situação não melhorou em nada face ao que descreves.

Para além da fila e encontrões a situação conseguiu piorar com a banda a tocar. Provar vinhos e música aos altos berros numa tenda aos magotes não é propriamente a minha onda. E acho que para os produtores também não deve ser muito produtivo.
Um abraço

João de Carvalho disse...

Chapim , só é onda para quem vai e paga 3€ de consumo mínimo para beber uns copos com os amigos e ouvir um som. De resto para provar é esquecer porque ali vai-se apenas e só para se beber, e muito que os 3€ têm de render em época de crise...

Mike disse...

Perante os comentários fico sem perceber:
Qual o objectivo destas 'feiras'?
Qual a melhor alternativa às feiras para provar vinhos que não conhecemos (considerando que não podemos comprar todos os vinhos para experimentar)?
Se as feiras estão sempre cheias de consumidores, o que há a criticar?
Se não existissem estas feiras como é que vocês iriam provar tantos vinhos? Compravam-nos todos?
Já ficarei satisfeito se me explicarem estas minhas dúvidas!
Obrigado!

rdmagic disse...

Caro Amigo,
também sofri na pele aquela sensação de que até as crianças tinham que pagar os €3 pelo copo.
No facebook fui trocando mailing com o "organizador" e, por escrito tenho as maravilhosas palavras:
- entrada grátis
- só quem quiser paga o copo

à semelhança de eventos anteriores da mesma revista.

Curiosamente, o segurança foi muito simpático comigo, apenas o "chefe" foi mais fechado...

Uma das pessoas que me acompanhou não bebia e perante o insólito do consumo mínimo, foi à Biblioteca do CCB.
Felizmente os amigos da Abreu Callado, lá me arranjaram o "convite Oficial", e a minha prima lá conseguiu entrar sem compra o maravilhoso copo.

Em relação ao resto, gostei mais deste espaço do que a lx factory.
Quanto aos vinhos, dependia das pessoas que o servissem... foi de tudo, donos e interessados, a meninas giras e que pouco entendem de vinhos....

um conceito e ideia a rever...
cumps

Anónimo disse...

Olá Pedro,

Quando cheguei ainda não havia fila, mas também me barraram na entrada de forma rude, lá tendo de pagar o "consumo mínimo" pelo copo.
Antes disso, quando vi que o espaço era numa tenda, tive algum receio, por causa do calor que estava nessa tarde. Mas afinal, tinha ar condicionado e até se estava bem.
Concordo com o facto do espaço ser pequeno para a quantidade de pessoas. Acredito que a sensação de cheio, passa a imagem de "sucesso" por parte da produção, enfim...
Em relação às pessoas que serviam os vinhos, devo ter tido sorte, eram simpáticos e prestáveis nas informações.
O palco era gigante comparado com o recinto, mas a banda até deu um concerto agradável.
Falharam em grande na ausência de comida, depois de estar umas horas a provar (e beber...) vinhos é preciso entrar um petisco. Para mim, este foi o aspecto mais negativo. Tive de sair do recinto e ir ao café do lado, com direito a fita no pulso, como nas discotecas... ridículo!

Abraço
João Vasco

Pelo menos na Vinipax, espaço não falta!!

Rui Oliveira disse...

Olá
Gostaria de saudar todos os bloggers aqui presentes.
Realmente estes eventos nunca são fáceis, as condições não são as melhores porque os promotores continuam a não dar real interesse nestas actividades e o contacto com o cliente. É verdade que existem pessoas que vão lá só para beber e nao querem saber dos aromas do vinho e isto cansa os produtores. Gostaria de salientar 3 produtores que foram excelentes na recepção ás pessoas: Companhia do Alandroal(Pontval);Lima Mayer e a Herdade do Menir e em especial o senhor que representa esta quinta em todos os eventos, tem carisma é muito atencioso e não se cansa de falar sobre os vinhos com as pessoas. Simplesmente fantástico e ainda bem que existem pessoas com paixões.

João de Carvalho disse...

Mike,

Qual o objectivo destas 'feiras'?
Será sempre o de promover os produtores e respectivos vinhos da região ou regiões.

Qual a melhor alternativa às feiras para provar vinhos que não conhecemos (considerando que não podemos comprar todos os vinhos para experimentar)? A melhor maneira de poder provar vinhos para todos os interessados, para além deste tipo de eventos, será sempre a prova realizada nas garrafeiras, na ViniPortugal, etc... agora as ditas feiras e a suas organizações têm de ver que o magote não é solução, porque mesmo os senhores da organização quando provam vinhos não gostam de magotes nem de encontrões.

Se as feiras estão sempre cheias de consumidores, o que há a criticar?
Entendo que há cheio e cheio... o estar a abarrotar torna-se incomodo, o estar cheio com espaço para se estar normalmente é outra coisa.

Se não existissem estas feiras como é que vocês iriam provar tantos vinhos? Compravam-nos todos?
A solução ou é ir mais cedo, ou no meu caso ir no dia reservado aos profissionais com muito menos gente e onde se consegue provar normalmente sem grandes sobressaltos. Agora que não se confunda prova com Prova, todos os vinhos que coloco no Copo de 3 são Provados em casa... o meter notas de prova de vinhos provados em eventos já lá vai o seu tempo.

João de Carvalho disse...

Floy... sinceramente aprecio quando o produtor dá a cara, está ali a mostrar com entusiasmo aquilo que faz, aquilo de que gosta... nos casos que fala se muito me engano eram os máximos responsáveis pelos vinhos que ali estavam com a sua simpatia a mostrar os seus produtos. Isto é meio caminho para cativar quem prova a comprar depois...

 
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