Ando farto de provar vinhos demasiadamente novos, daqueles que alguém sempre diz "isto precisava de mais uns anos em garrafa" mas que por motivo das pressas acabamos por ver o dito aberto e a cair nos copos. Este Primus surge com sete anos de vida, a mostrar mais uma vez que com tempo tudo muda e neste caso para melhor. O aperto inicial que mostrava deu largas a uma complexidade bonita e muito cativante, as castas são a Encruzado e mais umas quantas que moram nas vinhas velhas que estão ao cuidado do produtor Álvaro de Castro (Quinta da Pellada) sediado no Dão.
O vinho tem brilho próprio, ainda que uns furos abaixo de colheitas mais recentes como 2009 ou 2011, aqui já com o tempo a mostrar os seu caprichos, num bouquet refastelado com notas de cera de abelha, mineralidade, melão, flores, barrica muito ténue com ligeiro melado pelo meio, tudo muito harmonioso e sem desequilíbrios. Na boca debita uma enorme prestação, saboroso, mineralidade que o coloca algo tenso num final com frescura que revitaliza o palato, ligeiramente frutado, longo e a dar uma prova de grande categoria neste momento. Acompanhado por Bacalhau com Migas de broa e grelos. 93 pts
Sem comentários:
Enviar um comentário