Copo de 3: Quinta dos Roques Encruzado 2007

13 dezembro 2008

Quinta dos Roques Encruzado 2007

Localizada entre Mangualde e Nelas, no lugar de Abrunhosa do Mato, a Quinta dos Roques é bem o exemplo do espírito com que está a ser edificado o novo Dão. Desde os primitivos Roques, já lá vai mais de um século, que a vinha e o vinho fazem parte do dia a dia da família Lourenço, embora durante muito tempo a produção satisfizesse pouco mais do que necessidades de consumo da casa.
No início da década de oitenta virou-se uma página na história desta quinta. A agricultura tradicional de subsistência, onde as vinhas eram cultivadas à força de braço e as uvas entregues à cooperativa de Mangualde, chegou ao fim. Em seu lugar começou a ser construído um projecto que visava a produção de vinho do Dão da mais alta qualidade. A primeira etapa deu prioridade às vinhas. Escolhidos os melhores terrenos de origem granítica e, por vezes, xistenta, situados em encostas suaves viradas a Sul, neles foram plantadas as melhores castas da região segundo as técnicas mais modernas.
Passados alguns anos, quando a produção das vinhas começou a ser consistente, foi construída a nova adega, e os primeiros vinhos nela elaborados logo mostraram que se estava no caminho certo.
Actualmente a Quinta dos Roques dispõe de quarenta hectares de vinhas modernas, cerca de 75% da área é ocupada por castas tintas, onde domina a Touriga Nacional (40%), Tinta Roriz, Alfrocheiro Preto, Jaen, Tinto Cão e Tinta Pinheira; os restantes 25% são de castas brancas, onde prevalece o Encruzo (40%), Malvasia Fina, Bical e Cercial. A informação anterior foi retirada do site do produtor.
Desde a sua primeira colheita, o Encruzado da Quinta dos Roques tem vindo a afirmar-se como um fiel exemplar da casta Encruzado, tornando-se ele próprio uma referência da sua região, como também, num dos melhores vinhos brancos que Portugal.

Quinta dos Roques Encruzado 2007
Castas: 100% Encruzado - Estágio: 65% fermenta em barricas de carvalho francês onde estagia posteriormente durante 6 meses - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo citrino de concentração média/baixa.

Nariz de boa intensidade aromática, onde fruta madura (tropical e citrinos), geleia e algum vegetal fresco, se fundem com um segundo plano marcadamente mineral. Frescura sentida, num todo bem harmonioso e elegante, sensações de baunilha e frutos secos no final.

Boca a revelar um vinho bastante elegante, envolvente e de boa complexidade, conjugando uma bela dose de acidez com fruta madura (tropical, citrinos). Mostra um segundo plano marcadamente mineral, onde a passagem que teve por madeira lhe confere ligeira sensação de tosta e frutos secos, num final de boa persistência.

Este Quinta dos Roques apresenta-se muito aprumado e com tudo no seu devido sítio. Mostra um belo nível de complexidade e profundidade, num conjunto que é uma fonte de prazer imediato, que se irá refinar com mais tempo em garrafa.
Um hino à casta Encruzado, que o coloca como um dos grandes brancos nacionais. O preço é deveras aliciante, podendo variar entre os 10/12€.
17,5

7 comentários:

Pedro Sousa P.T. disse...

O 2006 foi à mesa no 1º encontro da malta do vinho a copo, e por acaso até fui eu que levei. Tinha muita expectativa, mas na generalidade não teve muita aceitação. Fiquei um pouco desiludido. Mas enfim... Vamos ao 2007. que parece que está em grande.

Abraço

Anónimo disse...

É um grande vinho, sem duvida...do melhor que se faz em Portugal!!!! Só nunca o arranjei por "esses" preços....tem sido mais nos 15€!!! Se quiseres desvendar o segredo, não hesites :)

Um abraço

João de Carvalho disse...

Pedro Guimarães, alguns dos preços que aqui coloco são preços que vejo serem praticados por algumas garrafeiras, desta forma tento variar entre os preços recomendados e os praticados.

Tens dois locais onde custa menos de 12€

- Garrafeira Nacional - 9,90€
- Garrafeira Campo de Ourique - 11,50€

Anónimo disse...

Que bom João Pedro, agora já sei onde ir para comprar esse sedutor vinho que elegi como um dos meus Deuses Brancos do Olimpo que publicarei nesta Quarta. Provei o 2005 faz uns três meses e estava absolutamente divino e sedutor, um grande vinho sim senhor! Tenho um amigo que estará por essas bandas no inicio do ano e pedirei que me traga umas duas garrafitas desse doce néctar.
Abraço

Anónimo disse...

o vinho é bom... já dizia o Falcão

Anónimo disse...

Bem hajas....

Vou fazer uma visita à Garrafeira Nacional e abastecer-me...

João de Carvalho disse...

Relembro que o crítico Rui Falcão não é o único a invocar as qualidades deste Roques Encruzado, este mesmo vinho fez parte da SELECÇÃO BRANCOS 2009 do crítico Pedro Gomes.

 
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