Copo de 3: Vértice Grande Reserva branco 2009

03 março 2012

Vértice Grande Reserva branco 2009

A poucos dias de organizar uma prova que vai dar que falar, focada nos  grandes vinhos brancos de Portugal & Espanha, onde apenas constam exemplares exclusivamente feitos com castas autóctones que representem condignamente a região onde são produzidos... um autêntico desatino enófilo atendendo à qualidade dos líquidos e do painel de 10 provadores. É com o pensamento nessa prova que agora destaco o Vértice Grande Reserva 2009, aquele que é um dos grandes vinhos brancos feitos em Portugal, um Duriense de gema das Caves Transmontanas. O lote reinante é bem nosso, reinam a Viosinho e o Gouveio, a produção ronda as 4.000 unidades com o estágio  de 12 meses em barricas novas e usadas. Dando seguimento à "cousa" é de salientar que escolhi para acompanhar, casar, harmonizar, ligar, o que quiserem chamar... com este vinho um pargo no forno rodeado por batatas, tomate e cebola, tudo regado com azeite. Apenas lhe "botei" uma mistura de ervas de cheiro no bucho para perfumar ligeiramente a carne do dito. 

O preço não se pode dizer que é barato, outros custam o dobro e rendem o mesmo ou até menos, mas também não se torna caro atendendo à qualidade. Este Vértice compra-se facilmente por 15/17€ em garrafeira e vale bem o preço que pedem. A prova que dá é bastante coesa e com elevado nível qualitativo, amplo, expressivo no nariz, arredondamento conferido pela madeira com leve tosta bem integrada, muita frescura sentida com a fruta madura de variada qualidade, laranja, ananás, melão e uma mineralidade muito interessante de fundo. Na boca entra saboroso, fruta presente com vigor e corpo arredondado, nas pontas mostra uma acidez citrina muito interessante, presente em toda a passagem de boca, a mineralidade funde-se com um leve especiado no final de boca de boa persistência. Um branco de grande nível que não mostra aquela versão de branco do Douro mais austera e mineral, menos raçudo e mais dado ao convívio. Aqui o conjunto é mais anafado, ganha mais peso mas ao mesmo tempo é saboroso e com frescura a embalar o conjunto... diferenças à parte a qualidade está lá, o prazer que proporciona faz esquecer as pedantices enófilas do "...ai não gosto porque não representa a região...". 92 pts

1 comentário:

Pedro Sousa P.T. disse...

Aqui fica a minha homenagem à introdução desta vertente gastronómica nos teus posts.

Abraço

 
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