Desta vez mais uma visita a um famoso produtor da zona de Estremoz, a Quinta do Mouro, conhecido pela boa relação preço/qualidade dos seus vinhos, e considerado um dos grandes do Alentejo.
Lançado pela primeira vez no mercado, e considerado como o vinho bandeira da casa, apareceu o Quinta do Mouro, pouco tempo depois aparece o Casa de Zagalos, de um nível inferior mas com a qualidade bem patente. O último vinho a ser lançado foi o Quinta do Mouro Rótulo Dourado, e apenas aparece em anos considerados de excepção.
Fomos entrando na Quinta do Mouro, rodeada pelas suas vinhas, onde o simpático e atarefado Enólogo Luís Chouriço nos esperava, para nos guiar na visita e nas provas.
Na primeira sala, deu para observar os vários depósitos e lagares em inox, onde num dos lagares ainda repousava um lote de Cabernet Sauvignon.
Deu para provar , o lote de Aragonês 2005, pisado com engaço durante dois dias, retirado de um depósito de 10.000 litros. Muita levedura, engaço, com boa tonalidade, tem cerca de 14% doce e guloso, a notar-se bem a casta Aragonês.
Passando depois para a sala de estágio em barrica. Aqui ficámos a saber que o ano de 2005 promete ser um ano de grandes vinhos, tal como que para finais do ano vamos ter novo Rótulo Dourado, desta vez foram 10 barricas de Rótulo Dourado 2002, tal como vamos ter uma novidade Quinta do Mouro Touriga Nacional a sair também para o fim do ano. Ambos os vinhos ainda se encontram em estágio. Nesta sala repousa também o Quinta do Mouro 2004, que pelo que foi dito, temos vinho.
Foi ainda apresentado durante a prova, um novo vinho feito pela Quinta do Mouro para um distribuidor de Évora, SimBebe, de seu nome Vinha do Mouro 2004, com um rótulo bastante bem conseguido.
Na parte final deu ainda para provar o Quinta do Mouro 2002 , com 14% e elaborado com as castas Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. Estagiou em Barricas de Carvalho Português, Francês e Americano com meia tosta. Mostrou côr granada de boa intensidade, no nariz inicialmente com algum álcool misturado com fruta, que com algum tempo de copo vai abrindo e dando destaque para as notas da Touriga Nacional em conjunto com a Aragonês, aromas balsâmicos, café, tabaco (aromas do estágio em madeira). Tem o corpo bem marcado pela Alicante, e um final marcado pela Cabernet, com notas de pimentos e notas verdes, sendo um toque fresco e mentolado a ficar no final com alguma especiaria. Na boca é como no nariz, fruta viva e bem ligada com o resto, nota-se o verde do Cabernet com um final mentolado bem agradável. Ainda vai merecer mais um tempo de guarda, para afinar mais um pouco, mas mostrou-se já com grande nível. 17
Foi mais uma boa visita, sempre interessante e onde se aprende sempre algo e ficamos a saber como são feitos os vinhos que se bebem em casa com os amigos. Este produtor tem uma peculiar característica, mostrando-se num ambiente mais familiar e acolhedor, visto que a adega foi adaptada à Quinta já existente, muito parecido com um vinho de garagem mas com maior produção.
O Copo de 3 agradece a disponibilidade do Enólogo Luís Chouriço, e dá os Parabéns à Quinta do Mouro pelo bom trabalho que tem vindo a realizar.
4 comentários:
O Copo de 3 continua o bom trabalho, cada vez melhor, e com novas reportagens, estou impressionado.
Para quando uma próxima, por este andar a coisa promete e muito.
Grandes visitas, reportagens de encher o olho e aguçar o apetite (já para não dizer a vontade de ter lá estado também...)
Abraços
PBrandão
Bom serviço para todos nós que gostamos de vinho, e estamos longe destas adegas.
Sempre ficamos com uma ideia de como são e que tipo de condições têm, estou bastante contente com este Copo de 3, força.
Júlio - Maia
Parabéns pelas reportagens. São excelentes. Moro do Sul do Brasil e estarei visitando as cantinas Alentejanas, em 20 de maio proximo, para sentir o paladar na origem. Se tiver algum roteiro especial seria uma honra receber sua orientação.
icastro@cardiol.br
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