Dia 7 de Novembro, Segunda-feira e um dia mais calmo, dedicado a profissionais do ramo. Este foi um dia onde se provaram grande vinhos e onde principalmente se tentou ficar com uma ideia de outros tipos de vinhos que não os nossos.
Inicialmente foi feita uma prova bastante didática, sobre os vinhos de França região Borgonha da casa JOSEPH DROUHIN uma das principais casas da região, onde foram provados 3 vinhos brancos e 4 tintos, dominando a casta Pinot Noir nos tintos e o Chardonnay nos brancos, sendo que um vinho da denominação Chablis só pode ser feito com a casta Chardonnay.
BRANCOS
JOSEPH DROUHIN CHABLIS 2001 : Proveniente da zona que lhe dá o nome, Chablis, este vinho 100% Chardonnay com estágio em Inox. Mostrou-se muito pálido de côr com toques esverdeados, e também de aromas, com um perfil mais frágil e tímido que outros Chardonnays provados, interessante como introdução a estes vinhos.
JOSEPH DROUHIN CHABLIS Premier CRÚ 2003 : Também este feito com Chardonnay e com estágio em Inox. Mostrou-se com uma tonalidade ligeiramente mais concentrada, mais aromático e concentrado de aromas, tem mais corpo e uma acidez mais marcante, com final ligeiramente seco. Mostrou ser muito bom vinho. De notar que um Premier Crú é um vinho de gama média alta, em que a designação indica a primeira colheita.
JOSEPH DROUHIN LAFORET BOURGOGNE CHARDONNAY 2001 : Este vinho é de outra zona da Borgonha, neste caso Côte-de-Beaune , e também este é elaborado com Chardonnay. No caso deste vinho as uvas vêm de todas as outras zonas, o que lhe permite misturar os «terroirs» e tentar ganhar o melhor de cada um. Mostrou-se mais concentrado, com leve amarelo dourado, no nariz é aromático, com fruta em destaque, alguns frutos secos, mel e algum vegetal, tudo muito harmonioso, na boca corpo mediano, acidez a marcar e dar frescura ao vinho que agradou e se mostrou com bom nível.
TINTOS
JOSEPH DROUHIN LAFORET BOURGOGNE Pinot Noir 2003 : Feito com a casta mais conhecida da Borgonha, com estágio parcial em Madeira e Inox, este vinho mostrou-se com uma leve tonalidade Ruby, de ligeira concentração, com aromas muito limpos e directos a frutos silvestres(bagas). Muito ligeiro na boca, o vinho é suave e delicado, com muita fruta e acidez a dar frescura ao vinho, o que o torna bastante agradável. Para começar não esteve nada mal e mostrou-se bastante interessante esta proposta.
JOSEPH DROUHIN BEAUJOLAIS-VILLAGES 2003 : Vinho da zona de Beaujolais, feito com a casta Gamay. Mostrou-se com uma tonalidade ligeiramente mais escura, mais aromático no nariz, com frutos silvestres, toque floral. Na boca mostrou-se um pouco mais vinho que o anterior, com equilibrio e frescura, e um final de boca médio.
JOSEPH DROUHIN CHAMBOLLE-MUSIGNY Premier Cru 2000 : Mais um vinho elaborado com Pinot Noir. Mostrou uma bonita tonalidade Ruby, no nariz mostra-se com fruta vermelha e alguns aromas florais, leves notas do estágio em barrica, com tudo muito fresco e no seu sítio. Na boca mostra-se muito elegante e sedoso, com a prova de nariz bem presente e com estrutura equilibrada. Um vinho que é mais elegância do que força, a mostrar-se com grande qualidade.
JOSEPH DROUHIN CLOS DE VOUGEOT Grand Cru 2000 : Acabando em beleza, um Grand Crú que na Borgonha significa um topo de gama. Tem estágio em madeira e é elaborado com Pinot Noir. Este vinho que mereceu prova atenta, mostrou uma tonalidade ruby escuro, com aromas iniciais de fruta do bosque (bagas), vai abrindo suavemente com o tempo, para aromas delicados do estágio em madeira, com tudo muito elegante e sem grandes concentrações, os aromas estão lá mas tudo calmo e com qualidade. Na boca tem uma entrada fresca e elegante, mostrando um equilibrio de se tirar o chapéu, harmonia entre boca e nariz, num vinho com uma passagem na boca muito elegante, taninos presentes mas suaves, e uma persistência final muito boa. Sem dúvida um grande vinho que me marcou muito como estreia nos vinhos da Borgonha.
Depois de uma explicação bastante cuidada por parte do responsável, a viagem foi pelos vinhos da mais que famosa casa Australiana, PENFOLDS, de onde vem o mítico GRANGE. Foram provados os seguintes vinhos:
PENFOLDS BIN 407 CABERNET SAUVIGNON 1996 : Este 407, é o irmão mais pequeno do Bin 707, um dos melhores vinhos desta casa. Falando sobre este 407, tem 14% e estágio em madeira de carvalho francês e americano durante um ano. Mostrou-se com tonalidade granada escuro, já com rebordo alaranjado o que revela alguma evolução do vinho. No nariz está presente a casta, com a madeira muito bem integrada no conjunto. Na boca tem uma entrada forte e ao mesmo tempo elegante, com tudo muito bem integrado e de belo nível, final de boca médio e mentolado. Foi uma boa entrada nos vinhos de qualidade Australianos.
PENFOLDS BIN 128 SHIRAZ 1996 : Desta vez em prova um Shiraz, vindo de Coonawarra, com estágio em carvalho francês. Mostrou-se com 13,5% e uma tonalidade granada mais concentrado, em que o passar do tempo já se nota na leve tonalidade laranja no rebordo do vinho. Em nariz de primeiro impacto notas especiadas (pimenta) e fruta vermelha e negra bem madura, ligeiro floral, tudo ainda muito fresco e animado, com algumas notas de torrados e algum chocolate vindo do estágio em barrica. Na boca está no nível do nariz, com fruta e torrados em destaque, acidez a dar alguma frescura ao vinho, com final médio/longo um pouco mentolado. Os quase 10 anos não incomodaram este vinho, que pelo que se vê está em forma. Apreciei bastante este tipo de Shiraz.
PENFOLDS BIN 389 CABERNET SHIRAZ 1996 : Passando para um blend de Cabernet com Shiraz, temos este 389, que tem estágio em madeira de carvalho americano, e como curiosidade, tem estágio em algumas das barricas em que esteve o Grange. Neste BIN 389, tenta-se obter a elegancia do Cabernet com a nobreza do Shiraz. Apresenta-se com 14% e uma tonalidade granada de médiana concentração, com uma prova de nariz com fruta (bagas) bem maduras em destaque, que se ligam muito bem com aromas a baunilha, especiarias, algum pimento lá no fundo. Na boca tem corpo mediano, com destaque para a fruta, algum pimento, e pimentas. Tem alguma adstrigencia com a acidez a dar frescura ao vinho. Vinho agradável, mas em nota pessoal, gostei mais do anterior.
PENFOLDS RWT 1999 : Provar um topo de gama Australiano, digamos que não é todos os dias, este RWT, que quer dizer Red Winemaking Trial, é o terceiro vinho da casa Penfolds, a contar com o Grange e depois o BIN 707. Este RWT, tem estágio em carvalho francês, com 13,5% e uma tonalidade granada escura muito intensa. A nível de nariz, é um luxo de aromas, com fruta madura de excelente qualidade, com destaque para bagas vermelhas e negras, em plena harmonia com notas de especiarias e balsamicos, com um leve floral lá no fundo, tudo numa roda viva de aromas, em que se juntam a pouco e pouco as notas de cacau, café e torrados, uma maravilha o trabalho com a madeira. Na boca, tem uma entrada muito boa, fruta a marcar presença num vinho com corpo mais que presente mas controlado. Acidez no ponto a dar uma frescura muito agradável, tudo em completa harmonia, taninos suaves, a fruta junta-se com especiarias, ligeiro toque mineral, e um final mentolado. Final de boca muito intenso, num vinho de nível mundial. Pergunto se não fosse o Grange, este seria o melhor Syrah do Mundo ? Fiquei rendido.
Foram ainda provados dois vinhos Sauternes,
CHÂTEAU RIEUSSEC 1999 : Este vinho é um Sauterne com S grande, elaborado a partir das castas Sémillon, Muscadelle e Sauvignon,14% e uma tonalidade dourada, brilhante e glicérica. De aromas é um impacto enorme, com fruta em calda, especiarias, frutos secos, alguns torrados do estágio em madeira. Na boca mostrou-se complexo, fresco e com harmonia entre a prova de nariz e boca, final de boca muito grande.
BARON PHILIPPE SAUTERNES 2002: Mais um Sauterne, desta vez um pouco menos concentrado de tonalidade, amarelo dourado. Nariz é aromático, com fruta e notas florais, algo mineral, e faltando alguma concentração de maior nível. Na prova de boca, perde em relação ao nariz, mostra-se algo com falta de açucar em final mediano. Um vinho que não deixou saudades.
Depois de estas maravilhosas provas, o Copo de 3 agradece a simpatia e atenção prestada e pelo acompanhamento e explicação detalhada durante toda a prova .
Passando depois para outro lado do mundo na Adega Algarvia com o destaque para a Itália, muito bem explicados pelo Sr responsável que guiou muito bem o Copo de 3 durante a prova dos vinhos Italianos, a que fica aqui o meu agradecimento pela atenção prestada, e explicação de cada um dos vinho Italianos, mostrando-se estes de grande nível desde a gama mais simples aos mais complexos. Os vinhos provados foram os seguintes:
TORMARESCA BOCCA DI LUPO 2002 : Vinho da região de Apulia - Castel del Monte, vinho elaborado com as castas Aglianico e Cabernet Sauvignon, estágio em madeira, e 14% com uma tonalidade granada escuro. Na prova de nariz mostrou-se aromático, com notas de especiarias, fumo, fruta vermelha e negra, aparecem com o tempo notas balsamicas (mentol) algum café, torrados, ligeiro álcool no fundo que não atrapalha a prova. Na boca mostrou-se encorpado e poderoso, de bom nível a corresponder com a prova de nariz, vinho que ainda precisa de tempo para se harmonizar, mas que já dá uma bela prova.
MARCHESI ANTINORI SANTA CRISTINA 2004 : Vinho da zona de Toscana, pelo que me foi dito, tem uma produção superior ao 1.000.000 de garrafas, produzido com 90% Sangiovese, 10% Merlot, com estágio e madeira e apresenta-se com 14%. Tonalidade ruby de fraca concentração, nariz com destaque a fruta negra madura acompanhada de algumas leves notas derivadas do estágio em madeira, com final a especiaria. Na boca tem corpo mediano, harmonioso, bem feito, ligeira e suficiente acidez para lhe dar frescura. Tem um final especiado com persistência média. Um vinho muito bem feito e agradável, adequado para acompanhar um bom fuzzili.
MARCHESI ANTINORI PÈPPOLI CHIANTI CLASSICO 2003 : Desta vez passamos para um vinho Chianti Clássico, elaborado com as castas 90% Sangiovese, 10% Merlot and Syrah, com estágio em madeira, este vinho que se apresenta com 13,5%, e uma tonalidade ruby de concentração mediana. Na prova de nariz entrada a fruta vermelha de boa qualidade e alguma baunilha e especiarias, com um fundo de aromas vegetais muito bem colocados sem ser a mais. Na boca tem uma boa entrada, com o conjunto a resultar bastante equilibrado, ligeira adstrigencia/secura final que em nada prejudica o vinho. Parece ser vinho destinado a acompanhar comida, tal como foi explicado, os vinhos Italianos são em geral feitos com esse objectivo. Bastante agradável este Chianti.
TOMASSI 2000 AMARONE DELLA VALPOLICELLA CLASSICO : Desta vez a zona é Valpolicella, de onde sai este vinho, elaborado com as castas, Corvina Veronese 65% Rondinella 30%Corvinone 5% e tem um estágio de cerca de 2 anos e meio em barrica. Este vinho com 15% mostra-se com uma tonalidade ruby escuro. Na prova de nariz, mostrou-se com entrada de fruta vermelha madura muito boa e bem colocada, notas da madeira bem integradas no conjunto, caixa de charutos, cacau, café, especiarias, num perfil aromático quente e sedutor. Na boca mostrou corpo, bem interligado com a prova de nariz, elegante e sedutor, com final de boca muito bom e guloso. Um grande vinho, que me impressionou pela sua harmonia sedutora apesar de ter 15%. Assim se entende a razão pela qual a Itália é responsável por alguns dos melhores vinhos do Mundo.
MARCHESI ANTINORI The Pian delle Vigne - Brunello di Montalcino - 1999: Para acabar em beleza um vinho da zona de Brunello di Montalcino, elaborado a partir da casta Brunello, com estágio em madeira, apresentou-se com uma tonalidade ruby muito carregado e intenso. Na prova de nariz, pimenta, muita e boa fruta negra em compota, licor de ginja, tabaco, chocolate e baunilhas, acompanham umas notas florais de fundo, tudo muito complexo e cheio de força. Mostrou-se na boca equilibrado, elegante e bem feito, taninos presentes e sedosos, tudo muito bem colocado, num vinho de alto nível, com final muito longo. Um grande vinho que me agradou bastante.
Foram provados ainda mais alguns vinhos interessantes, para completar esta pequena volta ao mundo por parte do Copo de 3:
Pewsey Vale Vineyard - Eden Valley Riesling 2003 : Este Riesling apresenta-se com uma tonalidade amarelo de fraca intensidade, de pouca concentração, no nariz aromas de muita fruta, limão, lima acompanhados de uns aromas especiados, com fundo mineral. Na boca é muito fresco, com a fruta a aparecer, juntamente com um final mineral e uma acidez no ponto a dar a frescura certa ao vinho. Grande Riesling Australiano.
Bassermann-Jordan Forster Jesuitengarten Riesling Spatlese trocken 2004: Este Jardim dos Jezúitas Riesling vem da Alemanha, tonalidade cítrica de fraca concentração, no aroma fruta bem presente juntamente com leve especiado no final. Na boca a acidez toma conta do assunto dando frescura ao vinho, fruta presente, mas no final de boca é um pouco curto apesar de frutado. Bom Riesling.
M. Chapoutier Australia Mount Benson Shiraz 2000: Vinho biológico, com estágio cerca de um ano em carvalho francês, tem uma tonalidade granada, na prova de nariz entrada a fruta (bagas), ligeira especiaria com destaque para a pimenta e umas suaves e discretas notas derivadas do estágio em madeira.Na boca é suave e redondo, sem muito para contar, muita fruta e alguma especiaria fazem com que seja um vinho fácil e simpático.
Redbank Fighting Flat Shiraz 2002: Tonalidade ruby escuro, com nariz frutado, toque floral em conjunto com algum balsamico (mentol), abre para torrados, café e cacau, derivados do estágio em madeira. Na prova de boca mostrou-se bem equilibrado de sabores, com equilibrio entre nariz e boca, final especiado e mediano. Um vinho que se destaca pela elegancia do conjunto. Muito bem.
Redbank The Fugitive Cabernet Sauvignon 2002: Tonalidade ruby escuro, muito concentrado, no nariz mostra notas de fruta negra, aroma a eucalipto que se junta com ligeiros torrados da madeira, baunilha. Na boca mostra-se com corpo mediano, equilibrio, fresco, final médio com ligeiro mentolado. Um vinho interessante.
Redbank The Widow Jones Viognier 2005: Tonalidade amarelo dourado de fraca intensidade com rebordo esverdeado, mostrou-se muito floral na prova de nariz, com aromas frutados (laranja), juntamente com algum mel e baunilha, no fudo tem ligeiro toque amanteigado. Na boca mostrou-se com corpo mediano, muito bem a nível de sabor, fruta com mel, saboroso, com acidez a dar frescura, tem um final médio/longo.
Neethlingshof Sauvignon Blanc 2005: Este vinho de estranho nome vem do Continente Africano, mais propriamente da África do Sul. Com tonalidade amarelo intenso e brilhante de fraca concentração e rebordo esverdeado, mostrou-se impactante na prova de nariz, com muita fruta tropical (ananaz), erva fresca, pimenta e ligeiro mineral. Na boca tem boa entrada, corpo mediano, com boa acidez mas mostrou-se muito verde, talvez um pouco verde a mais para o meu gosto, a lembrar espargos verdes no final longo. Um estilo diferente desta casta.
Para finalizar uma prova da gama 2002 do Marquês de Grinon - Domínio de Valdepusa, produtor da zona de Toledo que eu gosto bastante, fica então uma breve análise dos seus vinhos de 2002:
Marques de Grinon Domínio de Valdepusa Syrah 2002: Tem estágio de barrica nova e semi nova de carvalho francês, tem 15% com tonalidade granada intenso de boa concentração. Na prova de nariz é muito expressivo, com os aromas a saltarem do copo, fruta madura, especiarias, aromas vegetais, florais (violetas), surgindo depois os torrados, baunilha, cacau, café e leve bombom de ginja. Na boca é expressivo de corpo com acidez no ponto, harmonia entre nariz e boca, com final de boca longo, um vinho Syrah de grande nível.
Marques de Grinon Domínio de Valdepusa Cabernet Sauvignon 2002 : Estágio em barrica de carvalho francês durante um ano, apresenta-se com ruby escuro, prova de nariz a dar entrada com especiarias e aromas vegetais, ligados a uma fruta vermelha madura, com alguns torrados e baunilhas a marca ligeira presença. Na boca mostra bom corpo, mas ainda alguma adstrigência pelo que deve ser guardado mais um tempo. Um bom Cabernet.
Marques de Grinon Domínio de Valdepusa Petit Verdot 2002: Este é considerado um dos melhores Petit Verdot de Espanha, a vindima é nocturna, e tem estágio em carvalho francês. Tem uma tonalidade granada de intensidade média, na prova de nariz tem uma entrada muito mineral, seguidos de notas vegetais e alguma fruta vermelha, tudo muito bem ligado. Alguns balsâmicos a dar frescura ao aroma, juntam-se a ligeiros torrados, café, baunilha e cacau do estágio em madeira. Tem muita harmonia de nariz, que continua na prova de boca, onde temos fruta ligada com cacau, e ligeiro mentolado no final. A acidez está no ponto, o que faz com que este vinho seja uma pequena maravilha a não perder.
Depois dos estrangeiros uma passagem para terras lusas, foram provados os seguintes vinhos:
Marcolino Sebo Trincadeira 2003: Depois de provada a colheita 2002, que se mostrou muito bem, eis que temos nova colheita. Este 2003 mostrou-se dentro do perfil do 2002, mas um pouco mais equilibrado e com um pouco mais de concentração. Uma boa aposta, apesar de ser um vinho que pouco vejo à venda.
Marcolino Sebo Rosé 2005: De surpresa, eis que me dou a provar um Rosé de 2005, talvez seja este o primeiro de 2005 a sair para o mercado, mas o que interessa isso quando a qualidade está presente e o vinho se torna agradável ? Elaborado com Castelão e um pouco de Aragonez este rosé é cativante a nível de aromas, com uma boca fora dos excessos de fruta e gomas, muito bem com acidez no ponto, um belo rosé sem dúvida, vamos ver como se aguenta até ao Verão de 2006, mas a leve ponta de álcool que ainda mostra, pode dar esperança ao vinho.
Marcolino Sebo - Visconde de Borba Reserva: Mais uma boa surpresa deste produtor, bom nariz com boa da fruta e bom trabalho com as madeiras, falta um pouco mais de harmonia de conjunto mas o vinho está guloso neste momento.
Coop Portalegre 50 Anos : Vinho lançado para comemorar os 50 anos desta Coop. O vinho mostrou-se muito concentrado de tonalidade e aromas, com madeira ainda por se ligar no restante conjunto, revelou uma adstrigencia que em nada agradou, talvez precise de tempo, assim espero. De momento é mais bonito por fora que por dentro, vamos ver se com o tempo se inverte a situação.
Nunes Garcia - António Maria 2002 - O topo de gama em Homenagem ao amigo deste produtor de Moura. Vinho encorpado, poderoso, um Alentejano de raça da zona de Moura, quente de aromas, tudo muito bem colocado, segue a grande qualidade do Reserva 2001, dentro de estilo mas muito melhor. Vendido a 100€ a caixa de 3, parece que não aguenta muito tempo por aí. Uma curiosidade, vai começar a venda de vinho a garrafão neste produtor, pelos que tinha conhecimento é um vinho de bela qualidade... e quem avisa...
Cor Dão 2004: Muito aromático, com fruta e aromas florais no nariz, boca com fruta bem colocada e fresca, um vinho muito bem conseguido, a ser vendido por um preço excelente, parece que o Dão está a lançar vinhos baratos de muito boa qualidade, este pelas mãos do mágico do Dão, Álvaro Castro.
Dourat 2002: Fruto da união entre Douro e Priorat, surge este Dourat, elaborado com a Touriga Nacional da Quinta das Tecedeiras, e com a Garnatxa Roja dos Viñedos de Ithaca, com estágio em madeira durante quase um ano. Tonalidade granada escuro, nariz com entrada muito frutada (frutos silvestres), especiarias, ligeiro floral, abre para aromas torrados, café, cacau, mentol em fundo mineral. Na boca tem bom corpo, com presença das notas da prova de nariz, com acidez a dar ligeira frescura ao vinho. Taninos presentes que pouco incomodam, com final longo e fresco com leve sensação mentolada e ao mesmo tempo apimentada. Grande vinho, de uma ligação de duas zonas de Top.
ENCONTRO 1: Este vinho feito pela Quinta do Encontro, está ainda em estágio, com rótulo provisório, vai ser o topo de gama desta casa, mostrou-se muito pujante com muita fruta e madeira ainda por ligar, mas pelo que deu para provar a coisa promete.
Quinta da Pacheca Reserva 2003: Tinto muito sério, com bons acabamentos em todos os níveis, madeira com trabalho muito bom, boa ligação com a fruta, temos um vinho guloso, mas com equilíbrio entre os aromas, sem excessos de chocolate, café e companhia. Uma grande aposta para o próximo ano.
Quinta do Crasto Xisto: Uma novidade com rótulo ainda provisório, classificado por JPM como um dos melhores do ano, este vinho tem um equilíbrio fora do comum entre fruta e madeira, é fruto de uma ligação Douro com França, aqui respira-se alta qualidade, foi um dos grandes vinhos deste Encontro.
Crasto Touriga Nacional 2003: Depois de um Touriga Nacional 2001 que foi classificado com 96 Pontos pelo Parker, olhamos para este 2003 com as mesmas esperanças, pois mas as coisas não são bem assim, e este 2003 não se mostra ainda à altura do 2001. Não deixando de ser um belo vinho, mas não tão exuberante a nível de aromas ou corpo como o anterior. Esperemos um tempo a ver se acorda... senão sempre teremos um belo Touriga.
Crasto Tinta Roriz 2003: Um vinho de se tirar o chapéu tal como o anterior, mas que em minha opinião consegue ser mais expressivo, e mostrando o enorme potencial para vinhos de elevada qualidade desde produtor.
E foi mais um Encontro que acabou, este ano mais dedicado aos vinhos Estrangeiros, com o objectivo de se conseguir têr e também dar, uma visão mais ampla dos Vinhos do Mundo, 2006 vai ser mais um ano com grandes vinhos, onde as colheitas 2003 e 2004 prometem muito... para o ano cá estaremos de novo, até lá boas provas.
O Copo de 3 agradece a colaboração do fotógrafo Carlos Pinto.
24 comentários:
Grande João Pedro
Isso é que foi beber... Gostei da reportagem, ainda por cima levavas fotógrafo, e ele não bebeu a avaliar pela excelente qualidade das fotografias.
Um abraço
Zé Tomaz
Caro Zé Tomaz ainda bem que gostou, mas olhe que, beber só mesmo os melhores, porque para aguentar com tanto vinho nada melhor do que ir utilizando as cuspideiras... coisa que muito boa gente não faz, e depois é o que se sabe, vi lá com cada figura.
Quanto ao Carlos Pinto, é um excelente profissional, e só tenho de agradecer a sua colaboração.
Parabens! Deve ser um provador excepcional para conseguir escrever notas de prova sobre 50 vinhos no meio dos encontroes, do cheiro a chourico e do fumo do tabaco! Tanto disparate junto!
Caro Anonimo, os vinhos não foram 50, encontrôes não reparei, cheiro a chouriço também não, fumo de tabaco muito menos... será que o Encontro foi o mesmo ?
Uma critica construtiva, logo a comecar pelos Chablis: dizer que um Chablis e' feito com chardonnay e' um pleonasmo que retira credibilidade ao resto do texto.
Caro Anonimo, muitos dos leitores do Copo de 3 não sabem que um Chablis é um vinho feito com a casta Chardonnay, vejo que o Sr sabe e ainda bem, mas dê a oportunidade de outras pessoas ficarem a saber também. É que nem todo o consumidor tem de ser tão entendido como o SR.
Quanto ao facto de dizer que tira credibilidade dizer que um Chablis é feito com Chardonnay, meu caro será que no site do produtor quando se lê: «The wine is made from 100% Chardonnay. Joseph DROUHIN owns 40 hectares of Grand Crus, Premier Crus and Chablis A.C.» por dizer que o Chablis é feito com Chardonnay também vai retirar credibilidade ao site do produtor ?
Caro Anónimo
Não acho que a critica seja construtiva. O João Pedro não é nem pretende ser ao que sei um critico profissional, mas apenas um apreciador de vinhos, e apenas pretende transmitir aos outros a grande paixão que tem pelo vinho. Deve ser incentivado e não destruido. Admito que seja errado para um profissional escrever que um chablis é feito com chardonay, mas talvez a maior parte dos leitores deste espaço não saibam isso.
Como profissional que é deveria incentivar pessoas como esta que é apaixonado por vinhos não acha?
Afinal nem todos nascem ensinados.
A critica era de facto construtiva. Se nao vejamos: se os leitores nao sabem que um Chablis e' feito com chardonnay, tambem nao ficam a saber, pq o autor do texto nao o diz e apenas declara que aqueles dois Chablis o sao. Quem sabe que o Chablis e' feito com Chardonnay, fica de facto com fraca impressao do texto. Eu, se fosse o autor do blog, agradecia a sugestao, e implementa-la-ia ou nao consoante a minha vontade. Podia dar mais sugestoes, mas claramente nao sao apreciadas. Bem hajam.
Ora a falar bem nos entendemos, certamente que as suas sugestões serão muito bem vindas.
Quanto ao facto de não referenciar que um Chablis é feito com Chardonnay, realmente não o tinha dito, agradeço e já alterei como pode ver. Já agora porque não coloca o seu nome ?
Porque e' que nao coloco o meu nome? Porque a internet e' isso mesmo, somos todos anonimos! De resto podia por um nome qq. Olhe, chame-me Mr Chablis!
Boa sorte para o seu blog...
Mr. Chablis.
Caro anónimo, na eventualidade de ser o mesmo que fez algumas intervenções no artigo de 18/11, "Uma questão de madeira", fico satisfeito, por finalmente ter contribuído, apesar do sarcasmo sempre presente, para uma melhor informação de um leitor atento deste blog, exigindo, ao mesmo tempo, uma maior precisão na informação por parte do "apreciador", que como o nome indica terá obviamente muito que aprender.O Sr. José Tomaz Breyner, escreve,"nem todos nascem ensinados". Mas entre "todos" podemos, efectivamente, aprender muito desde que haja vontade para isso.
Penso que as suas sugestões, informações, conhecimentos, ou como lhe queira chamar, deverão ser "apreciadas" não só pelo autor do blog como também por aqueles que o lêem.
Apesar do pleonasmo este fim de semana tentarei provar um "Chablis", 100% Chardonnay.
Anónimo, seja bem vindo.
Mau, ou bem que sou o Anonimo, ou bem que sou Mr Chablis!
Posso-lhe afiancar que nao sou a mesma personagem dos comentarios mais viperinos, alias espero que se perceba pelo estilo.
Acho muito bem que prove um Chablis, e' uma das grandes descobertas que pode fazer. Sugiro-lhe um Domaine Willam Fevre. Ja agora, leia umas coisas a respeito deste formidavel vinho. Por exemplo, aprenda as diferencas entre um Petit Chablis, um Chablis, um Premier Cru e um Grand Cru. Junte-se ao Apreciador e escrevam um texto cuidado a relatar o que aprenderam. Qualidade em lugar de quantidade! Que acha? E atencao aos erros ortograficos e 'as aspas desnecessarias...
PS: diz-se em Portugal que quem sabe, sabe; quem nao sabe, ensina. Certo?
Mr Chablis, evite o uso de abreviaturas como por exemplo (qq),e agradecia que desse utilização aos ´ ` ^ e ~ nas palavras.
Já agora quando diz: Quem sabe, sabe; quem não sabe, ensina.
O Mr Chablis enquadra-se em qual das duas situações ?
É que sinceramente parece que nos quer ensinar algo sobre os vinhos de Chablis, mas se ensina não sabe ? Se for o caso eu gosto de aprender com quem sabe, ou será que o Mr Chablis já sabe tudo, então com quem aprendeu ? Alguém que claramente não devia saber nada do assunto, fica então muito duvidosa a sua imagem de sabedor, claro está, recordando sempre a sua deixa de sabedor.
Sobre os Chablis até achei curioso o estilo de vinho, provei já Chablis, Premier Crú, Grand Crú, e digo que não achei nada de especial para o meu gosto e sinceramente não vou comprar, apesar de aprender sempre algo, e de ganhar uma nova visão de vinhos Chardonnay que desconhecia por completo. Como sabe para um Apreciador é sempre bom ir adquirindo conhecimento dos vários tipos de vinho que se fazem por este mundo fora.
Dos poucos brancos que conheço da Borgonha fico muito bem servido com um Faiveley GEORGES FAIVELEY Bourgogne Blanc 2003.
Para o Sr. Anónimo.
"Aspas desnecessárias"? Não percebe o significado, pois não?.
"Erros ortográficos"?. Que curioso.
Mas como pelo seu "estilo" percebi que sabe e quer ensinar (certo?), estou a pensar, seriamente, se valerá a pena procurar um encontro com o apreciador, a fim de escrever um "texto cuidado", relatando o que li e o que aprendi sobre o Chablis, pois nunca conseguirei ser tão eloquente.
De qualquer modo, "bem haja" pela sua opinião.
Caro apreciador
Como tenho seguido algumas das suas sugestões, com as quais concordo de uma maneira geral, gostaria que me informasse onde poderei encontar um Faiveley GEORGES FAIVELEY Bourgogne Blanc 2003.
A casa Faiveley é uma das principais e maiores produtoras de vinhos da Borgonha com mais de 117 ha, dispondo de um lote de vinhos bastante alargado.
Neste caso fala do Bourgogne Joseph Faiveley, que é o único vinho desta casa que eu conheço, vindas de Espanha graças a um amigo que as comprou, com um preço a rondar os 11€ por garrafa.
Julgo que em Portugal temos um distribuidor destes vinhos, mas não sei nome.
Uma coisa tenho que dar a mao 'a palmatoria: imaginacao e criatividade e' coisa que nao falta ao sr cc: ponto de interrogacao seguido de ponto final foi coisa que nunca vi na minha vida - que ja vai longa!
Caro Anónimo, vamos fazer um esforço em falar de vinho e comentar os mesmos, em vez de andar a tentar corrigir erros de outros comentadores do Copo de 3, quando mesmo você não se destaca por uma escrita livre de erros e omissões.
Ó Anónimo é por estarmos em crise que não usas acentos nas palavras ?
Dizes que entendes de Chablis, mas parece que não sabes que algumas palavras levam acentos e C cedilhado... ou para ti caca é o mesmo que caça ?
O vinho que indicas é como o tal erro do CC, nunca o vi mais gordo... ou será que falavas do Domaine William Fevre ? Se és profissional a escrever assim, vais longe vais.
H.P.
Meus senhores:
1- Eu nunca disse que era profissional de coisa nenhuma;
2- William Fevre tem um acento grave no primeiro E de Fevre. Claramente a falta do "i" em William foi uma gralha, o "?." foi utilizado duas vezes pelo cc e por isso nao me parece que tenha sido uma gralha. Apenas excesso de "criatividade";
3- A razao pela qual eu nao coloco acentos nas palavras e' obvia e nao vou comenta-la;
4- Apreciador, concordo perfeitamente: manter a discussao no assunto dos vinhos;
5- Sr. H.P. - nao me trate por tu.
Penso que seria muito mais interessante falar por exemplo do Pêra Manca 2001 tinto, falar sobre o que se pensa sobre a sua relação preço qualidade, se o vinho tem um preço adequado, etc...
Os erros e as distrações são comuns a todos, não vamos perder mais tempo em algo que não o merece.
Para o Sr. Anónimo
Descobri, numa leitura muito atenta do meu texto, que o primeiro "?" não é seguido do ponto final. Interrogo-me:será que foi "gralha" no primeiro ou "gralha" nos segundos? Eis uma dúvida que me ficará para sempre.
Depois desta interrogação ponho um ponto final...no assunto.
Retiro-me.
Para o "apreciador"
Desculpe-me por ter utilizado o seu blog para assuntos que não lhe dizem directamente respeito.
Vamos ao que interessa. Gostaria que me desse alguma informação sobre alguns vinhos que adquiri este fim de semana:
Quinta dos Quatro Ventos-colheita de 2000; Domini, 2001; Vinha Grande, 2001; CRF, colheita seleccionada 2004 (vinho regional alentejano?)
Um abraço.
Sobre os vinhos que fala:
Quinta dos Quatro Ventos 2000: Vinho das Caves Aliança, este vem subindo de forma com a passagem das colheitas, apenas conheço o 2001. Mas se for na mesma linha então tem aí um belo exemplar.
Domini 2001: Este vinho aparece com a parceria da José Maria da Fonseca com Cristiano Van Zeller, tendo apenas provado o 2000 quando do seu lançamento, penso que vai na colheita 2002 ou 2003, sendo que este 2001 talvez esteja no ponto de ser bebido, posso dizer que é um vinho interessante, bem feito, mas que não acrescenta muito ao nosso panorama de vinhos... o mesmo não posso dizer do seu irmão mais velho Domini Plus 2001.
Vinha Grande 2001: É um vinho da casa Ferreirinha que tem estágio nos cascos do Barca Velha, costuma ter sempre uma boa relação preço qualidade, e um perfil muito fiel ao Douro, este colheita 2001 foi premiado com Ouro pela Casa do Douro, aguenta muito tempo em garrafa, e penso que este 2001 ainda não está no seu melhor momento. Tenho boas lembranças do vinha Grande de 1997.
CRF colheita seleccionada 2004: Ainda não tive oportunidade de provar este vinho, mas no Copo de 3 já tinha feito referência ao mesmo, é mais um vinho que nasce das mãos do enólogo Luis Duarte, e que muito promete... fiquemos atentos então. Preço que ronda os 7 euros.
Aqui fica uma breve nota retirada da net : «cor granada intensa, concentrada e de aspecto límpido. O aroma a frutos vermelhos, amoras e framboesas, com notas de baunilha, especiarias e tostados, provenientes do estágio da Madeira, despertam os sentidos que saboreados se confirmam. Um vinho macio e equilibrado, com bastante volume e complexidade, com um sabor que se prolonga na boca. O seu elevado potencial de evolução em garrafa permite que o vinho tenha uma guarda de dois a três anos, embora deva ser consumido ainda jovem para que a sua intensidade de aromas seja desfrutada ao máximo.»
http://www.diarioeconomico.com/edicion/noticia/0,2458,649058,00.html
Caro CC, nada melhor que os provar e dar aqui a sua opinião.
Boas provas.
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