O ministro da Agricultura, Jaime Silva, anunciou terça-feira que o processo de fusão das comissões vitivinícolas deverá ficar concluído este mês, devendo passar a existir menos de metade das actuais.
Em declarações aos jornalistas em Viseu, Jaime Silva disse que, respondendo "ao desafio de serem ambiciosos", os responsáveis do sector lhe fizeram a proposta de "passar das actuais 16 regiões vitivinícolas para oito".
"Ainda vou dialogar com o sector este mês para ver se os consigo convencer a reduzir ainda mais", adiantou, frisando que "o ideal era que houvesse uma coincidência com a reorganização administrativa do país", ou seja, cinco comissões vitivinícolas.
"Mas não faço questão disso. É um sector que está maduro para assumir responsabilidades e portanto vou tentar ainda convencê-los a reduzir uma ou duas", acrescentou.
Também no que respeita à certificação dos vinhos, o governante espera anunciar o que pretende fazer em breve.
"Irá ficar ligada directa ou indirectamente às comissões vitivinícolas e ai é que gostaríamos que fossem menos (entidades certificadoras), para lhes dar mais sustentabilidade", adiantou.
Jaime Silva lembrou que a certificação do vinho "já hoje é feita por organismos profissionais", sendo que, "basicamente, o que fará a administração pública no futuro é a auditoria dessa certificação, para assegurar ao consumidor que tudo está a funcionar".
No que respeita à política europeia do vinho e da vinha, em discussão em Bruxelas, o ministro da Agricultura contou que a posição do Governo português já foi explicada à comissária da Agricultura.
"Explicámos-lhe que o sector do vinho é um sector prioritário para nós. Temos potencialidades e um mercado relativamente equilibrado", afirmou aos jornalistas.
Por isso, pretende que "a reforma permita aos Estados-membros desenvolverem o sector em qualidade e que, no futuro, as áreas que foram reduzidas ou retiradas da produção, possam potencialmente ser reintroduzidas".
Jaime Silva esclareceu não ver "necessidade de se privilegiar o arranque" da vinha em Portugal, dando como exemplo o caso do sector dos vinhos verdes onde "ainda há margens de produção e não houve renovação, as castas são as mesmas, há pequenos produtores".
No entanto, considera que "seria demagógico" dizer que ia negociar "para ter mais áreas de produção para poder plantar novas vinhas", quando ainda há muitas para reconverter na Beira Interior, no Norte e no Algarve.
"Estamos numa fase de reconversão, em que nalguns sectores de produção há alguns excedentes estruturais. Nós só poderemos pensar em aumentar áreas quando tivermos isto equilibrado", sublinhou.
Segundo o governante, o objectivo de Portugal é ter "flexibilidade dentro da reforma, que salvaguarde o trabalho que já foi feito até hoje".
Fonte: AgroNotícias
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