O termo Garrafeira começa a fazer cada vez mais parte de um passado vínico em Portugal. O certo é que hoje em dia, são relativamente poucos os produtores que optam por lançar um ''Garrafeira'' para o mercado, onde ao que parece a regra dominante é a de consumir o vinho quanto mais novo melhor.
O consumidor ávido de novidades, exerce desta forma uma enorme pressão nos produtores, que se vêm obrigados a colocar os vinhos cedo de mais no mercado para satisfazer a vontade e procura dos consumidores.
Quantas vezes aquele vinho acabado de sair no mercado, em prova se constata que ainda precisa de mais um tempo para afinar todo o seu conjunto ?
E quantos consumidores dão ao vinho o tempo necessário para o poderem desfrutar em todo o seu esplendor ?
Uma das razões a invocar será a falta de melhores condições de guarda na generalidade das habitações, mas o que por si só não implica que se consiga aguentar uma garrafa por 6 a 12 meses, que por vezes são mais que suficientes para notórias melhorias em determinados vinhos.
Mas nos dias que correm o consumidor impaciente disso não quer saber, bebe os seus vinhos em estado quase selvagem e como vieram ao mundo (leia-se mercado), sabendo de antemão que poderia tirar muito mais partido desse mesmo vinho com algum tempo de espera. Instala-se a vaidosice em forma de corrida desenfreada às novidades, apenas e só para dizer que já se provou, atenção que provar e beber são duas coisas diferentes, para isso basta reparar no estado final dos intervenientes para se tirar essa conclusão.
Em prova está um vinho já com 6 anos de vida, de uma colheita menos dita menos simpática (2002) mas que mesmo assim conseguiu meter cá fora vinhos de merecido destaque:
O consumidor ávido de novidades, exerce desta forma uma enorme pressão nos produtores, que se vêm obrigados a colocar os vinhos cedo de mais no mercado para satisfazer a vontade e procura dos consumidores.
Quantas vezes aquele vinho acabado de sair no mercado, em prova se constata que ainda precisa de mais um tempo para afinar todo o seu conjunto ?
E quantos consumidores dão ao vinho o tempo necessário para o poderem desfrutar em todo o seu esplendor ?
Uma das razões a invocar será a falta de melhores condições de guarda na generalidade das habitações, mas o que por si só não implica que se consiga aguentar uma garrafa por 6 a 12 meses, que por vezes são mais que suficientes para notórias melhorias em determinados vinhos.
Mas nos dias que correm o consumidor impaciente disso não quer saber, bebe os seus vinhos em estado quase selvagem e como vieram ao mundo (leia-se mercado), sabendo de antemão que poderia tirar muito mais partido desse mesmo vinho com algum tempo de espera. Instala-se a vaidosice em forma de corrida desenfreada às novidades, apenas e só para dizer que já se provou, atenção que provar e beber são duas coisas diferentes, para isso basta reparar no estado final dos intervenientes para se tirar essa conclusão.
Em prova está um vinho já com 6 anos de vida, de uma colheita menos dita menos simpática (2002) mas que mesmo assim conseguiu meter cá fora vinhos de merecido destaque:
Coop Borba Garrafeira 2002
Castas: Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet - Estágio: estagiou 18 meses em tonéis de madeira exótica e barricas de carvalho americano, foi engarrafado em Abril de 2004, ficando desde então em repouso na cave durante mais 18 meses. - 13% Vol.
Tonalidade granada escuro com ligeiro laivo atijolado.
Nariz a mostrar um conjunto bastante afinado, onde conjuga notas de madeira envernizada com fruta (bagas e ameixa) em plano maduro e harmonioso, com ligeira passa e licor. De um aroma terroso, complementado por vegetal seco e especiarias, surge em segundo plano com aromas de cacau, caixa de charutos, caramelo e toque fumado de fundo, em final balsâmico.
Boca a revelar um conjunto elegante e delicado, longe de grandes concentrações e super estruturas que cada vez mais se encontram presentes noutros vinhos. Este Garrafeira, antes pelo contrário, é um vinho que se apresenta num ponto alto de consumo, a fruta madura com toque licorado, ao lado de especiarias (pimentas), tabaco e um ligeiro toque terroso. O final é de cariz vegetal seco a lembrar chá preto, colocando alguma secura num final de persistência média.
São cerca de 29.000 garrafas produzidas, a um preço que ronda os 12€ na Wine Shop da Adega Coop. de Borba. A prova que dá mostra uma espacialidade mediana, de subtil frescura e uma concentração de sabores média/baixa. Um bom vinho da Coop. de Borba mas uns furos abaixo do anterior Garrafeira.
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Castas: Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet - Estágio: estagiou 18 meses em tonéis de madeira exótica e barricas de carvalho americano, foi engarrafado em Abril de 2004, ficando desde então em repouso na cave durante mais 18 meses. - 13% Vol.
Tonalidade granada escuro com ligeiro laivo atijolado.
Nariz a mostrar um conjunto bastante afinado, onde conjuga notas de madeira envernizada com fruta (bagas e ameixa) em plano maduro e harmonioso, com ligeira passa e licor. De um aroma terroso, complementado por vegetal seco e especiarias, surge em segundo plano com aromas de cacau, caixa de charutos, caramelo e toque fumado de fundo, em final balsâmico.
Boca a revelar um conjunto elegante e delicado, longe de grandes concentrações e super estruturas que cada vez mais se encontram presentes noutros vinhos. Este Garrafeira, antes pelo contrário, é um vinho que se apresenta num ponto alto de consumo, a fruta madura com toque licorado, ao lado de especiarias (pimentas), tabaco e um ligeiro toque terroso. O final é de cariz vegetal seco a lembrar chá preto, colocando alguma secura num final de persistência média.
São cerca de 29.000 garrafas produzidas, a um preço que ronda os 12€ na Wine Shop da Adega Coop. de Borba. A prova que dá mostra uma espacialidade mediana, de subtil frescura e uma concentração de sabores média/baixa. Um bom vinho da Coop. de Borba mas uns furos abaixo do anterior Garrafeira.
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17 comentários:
Cheree,
«O termo Garrafeira começa a fazer cada vez mais parte de um passado vínico em Portugal. O certo é que hoje em dia são relativamente poucos os produtores que optam por lançar um ''Garrafeira'' para o mercado, onde ao que parece a regra dominante é a de consumir o vinho quanto mais novo melhor.»
Generalizações perigosas!... :)
Ah, já agora, como parece fã dos vinhos do Alentejo (e isso)...
Volta e meia fala-se dos tonéis de madeira exótica (no caso destes e doutros «ACBorba» e do Mouchão T3-4, que me lembre). No caso deste último, lembro-me de ter visto escrito, algures, o termo «brazilian woods».
Faz ideia de que madeiras são estas?
É certo que as generalizações são perigosas, mas também encerram algo de provocação e um toque de verdade.
É sabido que o grosso da coluna dos consumidores de vinho em Portugal, não espera pelo melhor momento de forma de um vinho, pois esse momento é quase imediato ao da compra.
É também sabido que o conceito de garrafeira pessoal começa a ser cada vez mais uma raridade nos tempos que correm. Pela mesma razão que não se dá o merecido tempo de descanso a certos vinhos que o merecem e bem merecido, quer pelo consumo de Porto Vintage acabado de sair para o mercado, e a guarda prolongada de vinho que se torna difícil em condições normais num qualquer apartamento.
Considero-me um fã dos vinhos do Alentejo... e do Douro, Dão, Ribatejo, Bairrada, Setúbal, Borgonha, Bordéus, Toro... desde que apresentem qualidade e identidade.
O Pêra Manca tinto e mesmo o Mouchão Tonel 3/4 que tenha conhecimento, estagiam em tonéis de madeira de Macacaúba (Brasil), talvez o melhor exemplo de madeira exótica.
Caro Alentejano,
Primeiro, gostava de dizer que acompanho com assiduidade este blog de que gosto muito. Pela qualidade do mesmo e também por muitas vezes concordar com o teu "ponto de vista", para mim é um porto seguro para descobrir novidades e boas apostas.
Não posso deixar de fazer uma provocaçãozinha , validando o histórico de prova do teu blog desde Setembro de 08 podemos verificar que a maioria dos vinhos tintos "bebidos"/comentados foram dos anos de 07, 06, 05 e 04 (mais ou menos 2+6+11+6 =25), enquanto que vinhos anteriores a 03 foram em reduzido número (mais ou menos 7). Quer dizer que o blog "Copo de 3" também sofre pressões de consumo imediato.
Eu pessoalmente tento guardar alguns vinhos que compro na garrafeira mas o meu principal receio é a evolução dos mesmos. Infelizmente não me posso dar ao luxo de guardar vinhos e rezar na lotaria para que os mesmo fiquem bem melhores de quando comprados. Tenho tido várias desilusões com garrafas guardadas, sendo que aquela imagem romântica de que em vinhos cada garrafa é uma garrafa apenas me traz ansiedade na hora de os abrir.
O maior problema a meu ver é a falta de conhecimento sobre a real capacidade de evolução das marcas, dado o reduzido histórico e proliferação desenfreada de novos rótulos. A crítica mais profissional ou mais amadora pouco contribui, são poucas as notas de prova de vinhos com alguma idade.
Ainda assim cada vez mais evito abrir alguns vinhos de imediato, deixo-os repousar sempre um par de anos pelo menos e de vez em quando lá tenho a sorte de abrir grandes surpresas.
Fica aqui o pedido de novo ano no "copo de 3" para mais provas de vinhos com alguma idade em 2009.
Bom Ano e boas provas (leia-se bons vinhos bebidos),
Hugo Moreira
Provocação, ou «here is the sting». Quão importante se tornou. Ainda bem, talvez... :)
Diz que «o grosso da coluna dos consumidores de vinho em Portugal, não espera pelo melhor momento de forma de um vinho.»
Verdade! E um problema. Mas não o maior. Que, pelo que vejo, continua a ser a maioria dos consumidores optarem por vinhos «tão correntes» que nada irão ganhar com a idade (ou qualquer outra coisa que se lhes possa fazer). É que, por mais estranho que isto possa parecer a pessoas dispostas a dar dezenas ou centenas de € por uma garrafa, o facto é que a maioria dos consumidores de vinho ainda acham uma garrafa de 3,50€ cara e só para de vez em quando.
Mas a tendência, devagarinho, está-se a inverter. Esperemos ver daqui a alguns anos um consumidor de vinhos mais à americana... esclarecido - pelo menos dentro do que lhe interessa, mas, pelo menos, interessado. (Já viu a quantidade de gente com opinião, por exemplo, no «CellarTracker»?!) Pelo menos ia ser engraçado de se ver, então mantendo-se a vaidade que flui neste país em redor do vinho...
Para terminar, muito obrigado pelo esclarecimento no que toca à madeira. Não conhecia, sequer, a árvore em questão, de facto.
P.S. - Mesmo gostando o que gosto de Porto Vintage, para pegar no seu exemplo, ainda me custa, e muito, dar 150, 200 ou mais € numa base (minimamente) regular por garrafas de Porto Vintage velho, que em boa parte das vezes, ainda por cima, terão passado os últimos 10 ou mais anos à luz e calor, até em montras...
Hugo Moreira, tens razão quando dizes que tenho andado a provar vinhos recentes, mas é esse o objectivo deste blog. O de tentar colocar novidades para que depois quem vem lêr, possa descobrir novidades e boas apostas.
Mas certo é que não descuido as provas de vinhos com alguma idade, elas a seu tempo vão aparecendo, se bem que em menor número.
A questão da prova de vinhos com alguma idade, pode ser colocado em duas vertentes:
1 - A prova de vinhos já aqui provados (que com alguma facilidade ainda se encontram à venda) e que voltam a ser alvo de atenção passado algum tempo, sempre na tentativa de acompanhar a evolução dos mesmos. Mais não seja, é uma pequena ajuda para quem os tem guardados e não sabe em que estado se encontram.
2 - A prova de vinhos velhos que dificilmente se encontram à venda, certamente nestes casos não se fala de vinho mas sim de garrafas, pois e em muitos casos duas garrafas do mesmo ano e marca, podem ter grandes variações.
J...
As coisas com o tempo estão a mudar, mas muda apenas num sector específico onde se mostra essa vontade de mudar, porque aquele maioria que esgota a produção de milhões de Porta da Ravessa entre outros, pouco ou nada quer saber destas questões, por mais pertinentes que sejam.
No Porto Vintage o melhor que se pode fazer é comprar em novo para beber em velho, haja tempo e saúde.
É uma questão importante a da evolução dos nossos vinhos. Efectivamente a nossa história em vinhos de mesa é muito reduzida e por isso é difícil tirar conclusões sobre a evolução que eles poderão ter.
Parece-me que só agora é que estamos a "medir o pulso" a muitos vinhos de 2000/2001 e os sinais em alguns casos é animador. De qualquer modo, o universo temporal não ultrapassa os 10 anos.
Como consumidor a questão coloca-se de outra forma. Investimento! Dinheiro!
Torna-se muito mais barato comprar uma botelha de "vinho novo" e bebê-la relativamente rápida. Comprar envelhecida tem um custo bem mais elevado e corremos sempre o risco de ter sido mal guardada. Temos aqui duas variáveis complicadas.
Quem tem arcaboiço para comprar uma caixa de um topo de gama português e ir bebendo lentamente o dito?
Depois a critica está sujeita ou presa (não sei) da pressão do mercado, daquilo que a generalidade dos consumidores querem. E eles querem novidades e vinhos novos.
Rui o teu contributo é muito bem vindo.
Penso que a crítica deve focar as atenções nas novidades de mercado, é isso que interessa ao consumidor , saber das novidades, informação o mais actualizada possível é o fundamental, complementando-se sempre que possível com provas de vinhos com alguma idade.
Ninguém compra um Guia de Vinhos para saber de vinhos velhos nem de vinhos com 10 ou 5 anos de vida, compram-se Guias para se saber das novidades, sempre assim foi e sempre assim será.
O que seria de uma Revista de Vinhos se fosse apenas provar vinhos velhos ? Seria viável mesmo ao nível da publicidade ?
O que interessava uma revista de Automóveis se apenas falassem dos modelos de faz 10 anos ? Teria interesse ?
Era capaz de ter interesse para quem gosta de clássicos ou carros com alguma idade porque na generalidade as pessoas querem saber das novidades e dos modelos mais recentes no mercado.
Mas não percebem que o Alentejano é um crítico de vinhos?
um Critico só prova vinhos novos, e sobretudo daqueles produtores que recebe amostras.
Ele até se compara com a Revista de Vinhos!
coisas velhas poderão aparecer por aqui, mas não esperem grandes e vinhos caros.
já o blog do Rui Miguel é outra história.
Já lá li excelentes artigos sobre Pintas antigos, Lavradores Feitoria Antigos... etc etc...
Ainda agora o Pingus provou o Quinta da Leda 2000 e o Quinta do Vale Meão 2000.
Ena, tanto azedume que vai por esses lados.
Primeiro tenho de dizer que me é impossível comparar com o incomparável, ou seja a Revista de Vinhos. Obviamente que nunca me comparei com a Revista de Vinhos porque seria algo sem qualquer nexo.
Segundo, provo todos os vinhos que os produtores me enviam (querem ver que até sou crítico) e que tenho oportunidade de provar em outras ocasiões. Embora não possa dizer que neste local apenas se provam vinhos novos ou só se provam vinhos velhos.
Terceiro lugar e quanto ao critério de escolha dos vinhos provados é normal que não agrade a todos. Os topos de gama são vinhos apenas possíveis para alguns e como responsável deste local, quero que seja acessível a todos, como tal as provas devem ser o mais abrangentes indo desde a entrada de gama ao topo de gama.
Quarto lugar, é sempre de homenzinho dar a cara quando se vem tentar mandar umas bocas para a plateia.
Gostei dessa última frase.
Por acaso comprei um destes Garrafeira de 2001 há cerca de um ano lá mesmo na Adega Cooperativa. Está a descansar à espera de oportunidade. Sou um apreciador de vinhos com alguma idade, raramente os vinhos que compro são consumidos de imediato, a não ser mesmo aqueles considerados "para o dia-a-dia" e que são poucos.
Fazendo contas aos tintos que tenho em casa, tenho 36 garrafas com 4 ou menos anos de idade (todas de 2005 ou 2006) e 151 com mais de 4 anos, sendo que destas 41 são anteriores a 2000 e 12 são anteriores a 1990. Portanto faço questão de deixar uma boa parte dos vinhos repousar algum tempo, "esquecendo-os" na garrafeira e assim vou apanhando umas surpresas, às vezes más, mas quase sempre boas. Várias vezes já escrevi posts sobre vinhos com alguma idade, mesmo aqueles que supostamente não seriam para guardar, que foram belíssimas revelações.
Claro que para fazer isto é preciso espaço e algumas condições de conservação. Mas o outro lado do problema, quanto a mim, não passa por aí mas sim pela pressa dos produtores em porem os vinhos cá fora o mais depressa possível, porque cada vez menos se fazem vinhos para guardar, uma vez que isso implica um invesitmento que não tem retorno imediato. Basta ver que o último Reserva do Esporão a ir para o mercado foi o de 2006, quando se calhar o mais adequado era que agora estivesse a sair um de 2003 ou 2004. São cada vez mais raros, mas ainda vão saindo vinhos com 4 ou 5 anos de idade, e esses sim, em princípio já estarão no ponto ideal para beber. Tentanto lembrar-me de 2 ou 3 que vi por aí à venda, o Vinha Grande é do de 2003, o Douro Sogrape Reserva (ainda existente) é de 2002, o Garrafeira dos Sócios é de 2001, o Mouchão é de 2003, o Vinha da Nora é de 2002. São alguns exemplos, mas são raros. Portanto não se pode imputar só a culpa ao consumidor, mas também aos produtores, porque o consumidor não pode consumir aquilo que não existe. E comprar um vinho de 2006 para guardar é capaz de não ser muito fácil quando não se tem espaço e condições.
Abraços e bom ano.
Ainda esta discussão. Fixe. É curioso ver como a alusão a um «Garrafeira» da A.C. Borba pode produzir tal variedade de reacções... mas está a ser interessante e estou a gostar.
A ver se «isto» passa lá para cima, para um post mais recente.
Diz o dono aqui disto que «Quarto lugar, é sempre de homenzinho dar a cara quando se vem tentar mandar umas bocas para a plateia.»
Concordo. Mas mais vale consegui-lo (a cena das bocas), ou ter-se-á dado a cara em vão, e isso é muito estúpido (acho eu, mas não sei - lol).
Coitados destes tipos que vêm tentar ofender (nem digo denegrir... por favor, a moderação de comentários está activa!), tão sem sucesso.
Voltando à nossa «conversa», caro JPC, claro que o ideal no que toca a Porto «Vintage» é comprá-los novos para os beber velhos (haja tempo e saúde)...
Pois, aí está o fulcro da questão. Se no que toca ao tempo... é bem provável que tenha algum, no que toca à saúde, nunca se sabe...
Basta dizer que as primeiras pingas tintas que bebi (e muitas das mais finas também), por exemplo, surgiram num puro e simples acto de depredação da garrafeira do Senhor meu Pai... E que na altura tinha 18... 19 anitos... e nem apreciava vinho, nem gostava de beber (sequer!). Mas gostava muito de ficar bêbedo, e aquele estava em casa e era dado.
Assim, temos (tínhamos, tive - hehe :>) garrafas de Haut-Brion, Grange e «Cavalinho Branco» a acabarem nas goelas de quem nem uma nota de 20 daria - na altura - por elas...
E escusado será dizer que o Senhor que as possuía nem sequer se importou muito com tal facto. Afinal, estava (e está) proibido de beber, e imagino que lhe custasse tanto vender as suas garrafas «de estimação» como a mim custaria fazê-lo à minha colecção de minerais, só para dar um exemplo.
E é assim... um problema sem solução. Vivemos cada vez mais depressa e é cada vez mais difícil a uma crescente maioria «esquecer» um investimento presente durante meia dúzia de anos.
Não sou diferente deles, embora goste de (alguns) vinhos velhos.
Hum...
Já agora, tenho aí arrumado um Alión de 1996. No ano passado, abri um de 98 que muito jovem é que não estava. Assim sendo, abato este já? :)
Ainda de volta do vinho, o que dizer do mesmo custar 24,70€ no clube vinhos do Continente !!
HMoreira, o preço que indico é o preço a que o vinho costuma/va ser vendido na WineShop da Coop. de Borba.
Quanto aos preços praticados, cada local pode pedir o preço que achar por cada vinho, cabe a quem compra, saber o que compra, onde compra e por que preço.
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