Copo de 3: Quinta dos Carvalhais Colheita Seleccionada 2004

11 dezembro 2008

Quinta dos Carvalhais Colheita Seleccionada 2004

Adquirida pela Sogrape em 1989, com a adega a ser construída no ano seguinte, a Quinta dos Carvalhais é actualmente uma das principais referências dos vinhos do Dão.
Situada no Concelho de Mangualde, entre Mangualde e Nelas, a quinta compreende uma área total de 100 ha. com 50 ha. de vinha plantada e uma idade média da vinha que ronda os 10 anos.
Nas castas, as tintas ocupam 80% da área total, onde marcam presença a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen, e os restantes 20% são completados pelas castas brancas, Encruzado, Assario, Verdelho, Bical e Cerceal.
É um estilo de vinho branco pouco comum em Portugal, digo isto porque não é normal um vinho branco sair para o mercado já com 3/4 anos, contam-se com relativa facilidade os produtores que o fazem.
Num momento em que se fala sobre o envelhecimento dos vinhos de mesa Portugueses, principalmente nos tintos, a verdade é que no panorama mais claro (branco) a coisa não é famosa e da totalidade dos brancos nacionais, são relativamente poucos aqueles que se podem vangloriar de ser de ''guarda'', como é o caso deste Quinta dos Carvalhais Colheita Seleccionada 2004 aqui provado:

Quinta dos Carvalhais Colheita Seleccionada 2004
Castas: Encruzado e Verdelho - Estágio: parte do lote estagiou cerca de 6 meses em meias pipas de carvalho francês novo, após este período, este vinho e o Verdelho foram transferidos para barricas de carvalho usadas onde estagiaram durante mais cerca de 20 meses. - 13,5% Vol.

Tonalidade amarelo dourado de concentração média/baixa.

Nariz a mostrar um conjunto bem harmonioso, equilibrado e com uma bela complexidade. Aroma envolvente e muito cativante, onde se nota desde logo uma grande harmonia existente entre fruta/madeira/frescura, com limão, pêssego e ananás (banhados nas sua caldas) e maçã assada com a respectiva cobertura de açúcar caramelizado. No seu plano intermédio surge vegetal, com reminiscência balsâmica a lembrar folhas verdes de eucalipto, em conjunto com especiaria doce (cravinho), a boa cremosidade que nos dá o amanteigado presente, frutos secos e um toque a lembrar o petróleo utilizado em casa, em mineralidade leve de fundo.

Boca de entrada prazenteira, a mostrar-se bom de corpo e ao mesmo tempo com uma bela dose de acidez, num todo muito harmonioso, balanceando mais uma vez a fruta madura com os toques derivados da madeira e do tempo. Sensação de cremosidade e alguma untuosidade (amanteigado) em conjunto com frutos secos torrados, e frescura que nos remete para os citrinos, flores e mineral de fundo, em final de boca longo e persistente.

É um vinho que dá bastante prazer à mesa, onde o tempo não lhe pregou nenhuma partida e consegue neste momento prometer mais uns anos de guarda imaculada. Um prazer no copo e à mesa, com evolução bastante positiva durante toda a refeição, numa produção que ronda as 6.600 garrafas a um preço aproximando dos 12€.
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4 comentários:

Transparente disse...

Um dos meus brancos de eleição provados este ano.

Abraço

João de Carvalho disse...

Já dei uma vista de olhos pelo que deste vinho disseste e concordo com a tua opinião.

Abraço

Anónimo disse...

chegaste a perceber o vinho?

João de Carvalho disse...

O vinho sim o teu comentário é que não.

PS: E que tal um bocadinho de seriedade e assinares com o teu nome ?

 
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