Copo de 3: Quinta da Ponte Pedrinha branco 2009

16 dezembro 2010

Quinta da Ponte Pedrinha branco 2009

A Quinta da Ponte Pedrinha, de Maria de Lourdes Mendes Oliva Nunes Osório, situa-se na Região do Dão, entre Seia e Gouveia, e está na posse da família desde o Séc. XVIII. A sua vinha, implantada em solos graníticos desde há mais de 30 anos, tem raízes profundas nesta Quinta, raízes que se agarram à terra e à vida das pessoas que nela habitaram, gerando Tradição! Os hectares de vinha que oferecem vida aos seus vinhos dão contornos de rara beleza à paisagem circundante. A tecnologia associada à vinificação levou à construção de uma adega à altura dos pergaminhos dos vinhos que sempre aí se produziram. Estes foram vinhos que sempre me acostumei a ter, a beber e a ver nas prateleiras do Pingo Doce quando aquilo ainda tinha interesse e a feira de vinhos era sobre uns tais Raros e Preciosos... naquele tempo os Ponte Pedrinha faziam parte dos vinhos que costumava beber, depois desapareceu tudo e perdi o contacto, felizmente voltei a encontrar-me com eles num copo. O branco 2009 é feito a partir de 90% Encruzado e 10% Malvasia, com 13% Vol. e um preço de estrondo que ronda os 3€.

Quinta da Ponte Pedrinha branco 2009

Nariz fresco, directo e delicado, mostra as coisas com serenidade, frescura bem patente na fruta fresca e madura, limpa, com limão e lascas de fruto de pomar, sim a bela da maçã, pêra. Coberto de caruma, de vegetal seco a lembrar chá verde, carradas de cascalho cobrem-lhe o fundo, leia-se mineralidade, num conjunto delicado mas bem arranjado, que não se envergonha de ser assim, humilde mas trabalhador.

Boca com entrada fresca e corpo mediano, é quase um peso pluma na elegância do trato e no saltitar pelo copo, ágil e jovem, fresco, fruta de caroço combina com uma bela frescura e novamente tudo aquilo que conhecemos no nariz, vegetal e a tal cama de mineralidade que finaliza com uma boa secura em final de boa persistência.

Longe das modas, longe dos monólitos de fruta, longe do fácil agrado, este vinho vira costas a tudo isso e atira-se de caras ao estilo clássico, à tradição que tanta falta faz e que tantos fazem força para esquecer. Uma lição de que um vinho que custa 3€ pode ser uma aposta mais que viável para um consumo de qualidade e com garantias de uma identidade muito própria. O vinho encerra uma delicada complexidade, nada que o transforme em mais do que ele é, mas penso que gosta de ser assim, pequeno e trabalhador, humilde e conquistador... muito bem. 15,5 - 89 pts

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