Copo de 3: Duas Quintas Reserva branco 2009

10 janeiro 2011

Duas Quintas Reserva branco 2009



Este vinho não é uma novidade, apesar de o poder ser para os mais distraídos, sendo este Reserva 2009 a segunda edição do Duas Quintas Reserva Branco. Duas Quintas é sinónimo de blend: de terras de alta e baixa altitude, de maturação e frescura, de xisto e de granito... 2009 foi um ano seco e bastante quente no Douro Superior, em geral a produção foi menor e os vinhos brancos são caracterizados por terem concentração e grande volume de boca, recordo aqui a prova do Duas Quintas branco 2009. Para este Reserva foram seleccionadas das Quintas de Ervamoira e Bons Ares, 7 castas brancas do Douro, as uvas prensadas e depois o mosto fermenta em barricas de carvalho francês de diferentes capacidades e idades, onde estagia, depois de se transformar em vinho, durante 7 meses sob as borras finas tendo sido engarrafado em Maio de 2009.
Tinha tido uma excelente impressão a quando da prova na apresentação da colheita 2008, na altura provado um pouco em cima do joelho o vinho revelou-se uma enorme surpresa, finalizando a prova pensei que o gostaria de ver um pouco mais afinado como conjunto... 

De nariz mostra-se levemente cerrado, presença de fruta bem limpa e viçosa, citrinos e fruta de caroço com alguma pêra verde. A intensidade é boa, não exagera nem nos faz ter de andar por ali a esforçar a ver de algum aroma perdido, é todo ele afinado e refinado, com flores brancas a deitar bom aroma, com a madeira muito bem integrada, sustenta mas não incomoda, dá algum conforto e companhia esbatendo-se em toque de ligeiríssima baunilha em final com bela dose de mineralidade. 

Boca a mostrar-se em plena harmonia com a prova dada pelo nariz, que se diga que isto é sempre bom de se encontrar, os 14% Vol. apenas lhe dão o músculo para carregar com todo o conjunto de forma a que não entre desequilíbrios tolos. Entra bem fresco com a acidez limonada, frutaria fina a sentir-se na ponta da língua, remata com toque vegetal fresco, herbáceo, esteva do monte, depois algum abrigo e serenidade do arredondamento da madeira para de imediato a mineralidade se querer impor até ao final de boca. Direi que tem tudo para ser o que é, um grande vinho do Douro.

Um vinho cheio de carácter e fiel às suas origens, as castas são tipicamente do Douro e o vinho cheira e sabe a Douro. Vejo cada vez mais neste produtor um exemplo que representa bem o que são os vinhos do Douro, a mestria do blend, o ir de encontro às castas nacionais, a procura de tudo aquilo que o Douro tem para nos dar de melhor. Este Reserva branco é um fiel exemplo de tudo aquilo que acabo de escrever, tem garra e raça para pratos mais puxados, peixes gordos no forno, polvo à lagareiro, lulas recheadas... 93 pts

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