Copo de 3: Uvas Chumbadas ou talvez não ?

15 setembro 2011

Uvas Chumbadas ou talvez não ?

Tenho sérias dúvidas que depois de visualizar a reportagem que deu na TVI (O veneno nosso de cada dia), alguém tenha ficado indiferente e não se tenha metido a pensar no que realmente lhe andam a meter no prato. Isso mesmo, a meter no prato, com uma oferta cada mais afunilada nos dias de hoje as opções que nos restam de comprar determinados produtos empurram o consumidor para uma obrigatoriedade em consumir apenas deste ou daquele hiper ou super, o ritmo urbano a isso implica... infelizmente.
A procura pela subsistência, sobrevivência de cada um, as menores posses e o impedimento de chegar a esses locais leva ao surgimento das hortas sociais, das hortas urbanas... daquelas hortas colocadas num cocktail venenoso qual 2ºCircular em Lisboa. Ao ver estas situações que já conhecia devido a trabalhos que realizei na área no passado, lembrei-me que não muito afastado no tempo certo Município (Pombal) tinha plantado uma vinha em plena rotunda... isto foi na altura noticia de algo inovador , giro e porreiro e que até despertava curiosidade para que vinho iria sair dali... pelo que parece tem saído vinho em produção reduzida e até tem nome... Bagos do Marquês.
Dá para perguntar se as uvas ali colocadas são imunes à poluição que a rodeia, pergunto também se quem teve a feliz ideia de realizar vinho de uvas dessas tem noção disso mesmo... afinal de contas penso que ninguém queira andar a ingerir venenos seja em alfaces, couves... ou vinho. Haverá análises feitas a estas e outras vinhas em igual circunstância ? Com isto começo a recordar-me de todas as vinhas que ficam à beira da estrada, estradas essas movimentadas durante um ano inteiro, basta ver as vinhas situadas em toda a estrada nacional ou mesmo pela auto-estrada que vai desde Elvas até Lisboa... começando em Palmela pelas vinhas coladas à auto-estrada, por todas aquelas vinhas situadas entre Estremoz e Borba ali à beira da estrada nacional, recordo que é uma das principais ligações de Portugal a Espanha... será que tudo isso não afecta as uvas ? Há estudos/análises feitos tanto aos solos como às uvas que mostrem que afinal está tudo bem e nada a temer ? Alguém já se lembrou de questionar isso ? A taxa de tumores cresceu em Portugal desde 1981 cerca de 735% ... não se deve apenas a isto ou aquilo, deve-se a um todo e quando toca à saúde do consumidor todos deveríamos questionar se o que ingerimos/bebemos está dentro dos parâmetros normais da lei. Se uma maçã ou alface ou até carne estiver contaminada com valores acima da legal... o produto é pura e simplesmente proibido de ser colocado à venda... será que no vinho ninguém se preocupa ?

3 comentários:

António Vicente disse...

Bem, é uma questão muito polémica... vai mexer com muita gente... não sei se é particável... nesta sociedade consumista... em que os valores principais são o dinheiro. "Penso eu... de que" (A. Vicente)

João de Carvalho disse...

Imagino que se algum produtor utilizar isto como publicidade em seu benefício, muitos outros o sigam... apresentar resultados de um vinho 100% limpo dessas "coisas" era uma maneira de ajudar a vender... alguém compra um vinho contaminado ?

Dá vontade de criar um selo a colar e a distinguir tipo 100% Free.

Anónimo disse...

Caro João Pedro:
Acho um assunto muito pertinente e que provavelmente por interesses comerciais instalados não recebe a devida abordagem, nomeadamente da dita crítica da especialidade. Ao ler isto de imediato me ocorreu uma questão que, há alguns anos a esta parte, tenho levantado em círculos de quando se fala de vinho ( sou um gostante de vinho e não um entendido. Tal como na bicicleta:sou um passeante e não um corredor). O motivo é o seguinte: porque é que vinhos de uma determinada subregião de vinhos do norte de Portugal, muitos deles com um teor alcoólico entre os 11,5 eos 12,5 graus, provocam em muitos dos seus consumidores efeitos que vão desde logo, ao ficar com “a cabeça à volta”, alucinações durante o sono e outras consequuências? Haverá tanto vinho de determibnada casta, em área limitada, sabendo-se que parte da produção dela é ainda adquirida por espanhóis? Acho que seria uma questão interessante para abordar.
José António
Ponte de Lima

 
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